Bornéu, 1949. Nas selvas, o renomado arqueólogo e aventureiro doutor Indiana Jones, juntamente com seu auxiliar e guia Kabul, são perseguidos por piratas. Eles querem um mapa de um ídolo que Indy traz consigo, mas o aventureiro lhes dá um mapa falso e escapa da perseguição. Retornando à base, Indy comparece a uma reunião com a doutora Elaine McGregor. Além de bela, a arqueóloga fala 49 línguas e dialetos, e parte com Indy para um projeto de escavação. Essa nova aventura foi o último pedido de Marcus Brodi, um antigo amigo de Indy, já falecido. Seis semanas depois o casal está apaixonado, porém seus planos são atrapalhados pelos mesmos piratas de antes. Na fuga, o projeto é comprometido, mas Indy e Elaine conseguem se safar, e ele a pede em casamento.
De volta aos Estados Unidos, chega o dia da cerimônia. Henry Jones, pai de Indiana Jones – interpretado em A Última Cruzada [1989] por Sean Connery –, está presente, ao lado de Marion, de Os Caçadores da Arca Perdida [1981], Willie, namorada de Indy em O Templo da Perdição [1984], e Sallah, o escavador egípcio que participou de Os Caçadores e A Última Cruzada. No altar, o arqueólogo vê Elaine se preparando para entrar, mas ela é interrompida por um homem, com quem finalmente deixa o local. O doutor Jones tenta segui-los, mas os perde de vista e termina o dia bebendo em um bar ao lado de Marion e Willie, que dividem suas aventuras amorosas com o aventureiro, em tom bem humorístico.
Investigando o escritório de Elaine, Indy descobre que o homem desconhecido era, na verdade, seu ex-marido e membro da OSS, o serviço de inteligência na época da Segunda Guerra Mundial, que anos mais tarde deu origem à CIA. Seguindo as pistas, Indy chega a White Sands, no Novo México, descobrindo um grande rastro no solo, como se algo houvesse caído do céu, e encontra uma base secreta militar. Não tarda e ele é capturado por soldados. Levado até o centro de controle da base, o arqueólogo encontra Elaine e o homem, chamado Bob Bolander. Ela consegue convencer o general Ralph McIntyre, comandante de operações, que Indiana Jones pode ser valioso em suas pesquisas, e o militar o aceita, chamando-o de coronel Jones e deixando no ar que o arqueólogo prestou serviços relevantes à inteligência durante a guerra. Finalmente, eles exibem ao aventureiro um alienígena morto dentro de um esquife, similar aos famosos grays [Cinzas], os restos de uma nave extraterrestre – não falta uma cena com o metal que, dobrado, retorna ao formato original – e um misterioso cilindro encontrado entre os destroços.
O coronel Jones, que até então considerava que tudo aquilo eram restos da queda de um avião espião russo, pensa diferente quando vê que o cilindro pode alimentar aparelhos elétricos com energia. O objeto ainda contém vários anéis em sua superfície, que é coberta com símbolos egípcios, maias, sânscritos e outros mais. Foi esse o motivo de Elaine ter sido chamada – e também pelo qual Indy é convidado a participar. Ele logo lembra de uma lenda indígena daquela região, contando que oferendas eram feitas a luzes do céu, em um antigo altar no Monte Keemo. Mas depressa aparecem espiões russos que roubam o artefato e seqüestram Elaine. Fugindo dos militares, o coronel parte para o resgate.
Marcianos invadem a Terra — Essas são algumas das cenas iniciais planejadas para o que seria o novo filme da consagrada série, que já recebeu o título de Indiana Jones and the Saucermen From Mars [Indiana Jones e os Homens dos Discos de Marte] e estréia em breve. Os boatos a respeito de um quarto filme com as aventuras do arqueólogo – seguindo-se a trilogia de Os Caçadores da Arca Perdida, O Templo da Perdição e A Última Cruzada – começaram a surgir no começo dos anos 1990. Finalmente foi noticiado, em 1995, que o roteiro estava pronto e poderia ser facilmente localizado na internet. O roteiro está creditado a Jeb Stuart, dos filmes Duro de Matar e O Fugitivo, e a história também a ele e a George Lucas, o criador de Star Wars. Mas o fato é que, após muitas idas e vindas, The Saucermen From Mars foi abandonado. Outras aventuras foram cogitadas, sendo uma com Indiana Jones buscando a fonte da vida no coração da África e outra mostrando o aventureiro conhecendo seu filho e, juntos, partindo para localizar a Arca de Noé. Algumas especulações davam conta até mesmo de que seria filmada a história do videogame Indiana Jones and the Fate of Atlantis, em que, as vésperas da Segunda Guerra Mundial, o intrépido arqueólogo combateria nazistas em uma saga ao redor do mundo, buscando o Continente Perdido.
Neste ponto, vale a pena nos estendermos um pouco mais sobre a trama desse game, considerado uma espécie de filme não realizado de Indiana Jones. É 1939 e o mundo caminha para a Segunda Guerra Mundial. O doutor Jones se reúne com o amigo Marcus Brody e um certo mister Smith, que acaba roubando o estranho ídolo que Jones trouxe. Logo se descobre que Smith é, na verdade, Klaus Kerner, um agente do Terceiro Reich que está interessado em escavações na Islândia, que são conduzidas por uma antiga paixão de Indy, Sophia Hapgood. Foram os dois que localizaram o tal ídolo. Sophia dá palestras sobre o continente perdido e diz a Indy que os nazistas estão atrás do segredo da Atlântida, especialmente do orichalcum, um metal lendário mais poderoso do que o urânio.
Dos Estados Unidos eles seguem para outros destinos, dependendo das ações do jogador. No lendário Labirinto de Knossos, uma ilha grega, finalmente é encontrada a entrada da Atlântida, onde acontece o confronto decisivo contra os nazistas. Toda a história do videogame, muito interessante mesmo sem fazer menção direta aos deuses-astronautas, está disponível em sites como o Wikipedia [www.wikipedia.org].
Retornando ao tema principal, em 1995 falou-se de uma trama de espionagem envolvendo os russos e o Caso Roswell, e em 1998 surgiu o nome de Mark Hammill – o Luke Skywalker de Star Wars – para interpretar o vilão do filme. A idéia central da trama girava em torno de uma raça que utilizava a energia de um antigo artefato, o mesmo que causara a destruição da Atlântida. Em 1999, o tom era o da busca por antigos artefatos, removidos do bunker de Hitler pelos russos. Comenta-se que, próximo do começo dos anos 80, o acordo entre Spielberg, Lucas e a Paramount seria de cinco filmes ao todo. Ao final do terceiro, A Última Cruzada, de 1989, parecia que a saga estava encerrada. Contudo, durante 1992, enquanto produzia a série de TV As Aventuras do Jovem Indiana Jones, Spielberg ficou fascinado pelos crânios de cristal e começou a trabalhar na idéia.
Robôs alienígenas — Depois de muitas idas e vindas, finalmente foi confirmado o título do novo filme. Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull [Indiana Jones e o Reino dos Crânios de Cristal] é o nome oficial da produção, em que novamente veremos as peripécias de Indy junto de seu filho, interpretado pelo jovem astro Shia LaBeouf. Shia interpretou Sam Witwicky em outra recente pro
dução de Spielberg, Transformers, uma adaptação dos quadrinhos e desenhos dos anos 80, mostrando a guerra entre duas facções de uma raça de enormes robôs alienígenas.
O que se sabe a respeito do novo filme é que a ação se passa em 1957, mostrando Indiana Jones buscando os segredos dos crânios de cristal, conhecendo seu filho e, ao mesmo tempo, se reencontrando com sua paixão, Marion Ravenwood. A trama terá como antagonistas espiões da antiga União Soviética, também atrás dos segredos dos crânios, e já se sabe que deverá ser igualmente mostrada uma versão mais antiga da famosa Área 51 [Veja o documentário Revelando os Segredos da Área 51, código DVD-012 da coleção Videoteca UFO. Consulte a seção Shopping UFO desta edição]. O clima da produção será, sem dúvida, de fidelidade àqueles anos da Guerra Fria, utilizando-se efeitos mais simples, como os vistos na trilogia clássica, como uma forma de prestar tributo à mesma e manter-se fiel ao espírito das produções das antigas matinês de cinema.
Lar dos Pilotos de Caça — A informação a respeito da Área 51 surgiu quando foram confirmadas as filmagens na cidade de Deming, no Novo México. Um edifício do aeroporto da cidade foi pintado de azul, recebendo ainda uma insígnia da Força Aérea Norte-Americana (USAF) e a frase Home of the Fighter Pilots [Lar dos Pilotos de Caça]. Este é o lema oficial da Base Aérea de Nellis, próxima de Las Vegas e a 175 km da Área 51. Tais informações são consistentes com os rumores de que o filme irá retratar a famosa base, e parece claro que UFOs e alienígenas, reminiscências do primeiro roteiro que comentamos, estarão no filme.
Algumas informações sobre Indy IV dão conta de que, no começo do filme, o doutor Jones está em meio a uma aula na Universidade de Yale quando é interrompido por uma manifestação anticomunista. Subitamente, tem uma visão de seu antigo mestre, Abner Ravenwood, pai de Marion e declarado morto ainda no primeiro filme. Os russos estão atrás de Ravenwood e tem início uma perseguição, que ainda conta com o neto do velho pesquisador, Mutt, personagem de Shia LaBeouf. Encerrada a perseguição, parece que ocorrerá uma conversa entre o arqueólogo e Ravenwood, a respeito de alienígenas, da Área 51 e dos crânios de cristal. Especula-se que os espiões russos irão seqüestrar Marion e exigir que Indy encontre um dos tais crânios nas selvas da América do Sul. Espera-se, de todo modo, muitas referências à época em que acontece a trama do filme, da mesma forma como ocorreu com os três primeiros da série.
No ano de 1957 tivemos o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial, a explosão do sucesso de Elvis Presley, com a música Jailhouse Rock, e também a estréia do filme A Ponte do Rio Kwai. A menção a este filme é importante porque, por sua atuação no mesmo, sir Alec Guinness ganhou um Oscar como melhor ator. Guinness é lembrado também como o legendário mestre jedi Obi-Wan Kenobi na trilogia original de Guerra nas Estrelas.
Mas, deixando as referências culturais, voltemos ao tema dos crânios. Conforme já publicado na edição UFO 65, os misteriosos artefatos de cristal encontrados ao redor do mundo são peças sobre as quais muito pouco se sabe. A mais conhecida delas é a de Mitchell-Hedges, encontrada em Belize, em 1942. Trata-se de um artefato extraordinário que reproduz com perfeição o formato do crânio humano, formado por duas peças, o crânio propriamente dito e a mandíbula. A peça está entre os crânios mais antigos e de origem ignorada, embora muitas teorias os liguem a alienígenas – boa parte dos mesmos teria sido encontrada em locais de grande incidência ufológica – que visitaram a humanidade no remoto passado. Alguns estudiosos afirmam que os crânios armazenariam uma quantidade colossal de informações, e que certas pessoas teriam a capacidade de “acessar” esses registros. Outras teorias dão conta de que existe algo como uma “elite” de crânios, algo em torno de 13 peças, que, unidas, revelariam informações cruciais para o entendimento da história terrestre desde tempos imemoriais.
Folclore ufológico e fantástico — Antes de seguirmos, torna-se necessária mais uma manifestação. É admirável a capacidade de produtores culturais nos Estados Unidos de evocar, em livros, seriados de TV e filmes para cinema, o “folclore”, digamos assim, ufológico e fantástico da cultura daquele país. Roswell, entre outros casos, já foi explorado em diversas produções, como Arquivo-X, Jornada nas Estrelas e Taken, sempre de formas diferentes e enriquecendo a qualidade do entretenimento – sem contar o necessário efeito de levar à reflexão do caso. É simplesmente lamentável que o mesmo não aconteça no Brasil. Mas esperamos que a mentalidade local um dia mude, pois chega a ser criminosa a leniência com que o gênero de autores tão geniais como Júlio Verne, Isaac Asimov e Arthur Clarke é tratado no Brasil
Quanto ao roteiro não filmado, The Saucermen From Mars, Indiana Jones persegue os russos e, depois de diversas peripécias, acaba capturado e levado por eles, logo após descobrir que têm um homem infiltrado no Exército norte-americano. Seus captores se perdem, e Indy consegue escapar. Novamente com os militares, Bolander explica ao arqueólogo que um computador traduziu as inscrições no artefato cilíndrico alienígena. O mesmo está em processo de contagem regressiva, enquanto Indy tenta explicar que há um traidor entre eles, que não acreditam. O arqueólogo precisa fugir quando suspeitam dele, e então descobre que um velho conhecido, Vadim Cheslav, é o tal espião infiltrado e o segue, descobrindo finalmente onde os russos mantêm Elaine. Eles embarcam em um Tupolev para Moscou, e a muito custo Indy sobe a bordo.
Logo acontece uma luta, mas subitamente surge um disco voador, que passa a rebocar o avião com um tipo de raio de energia. É nesse momento que surgem dois caças F-86 norte-americanos, que são abatidos pela nave alienígena. Entretanto, um russo consegue danificar o disco com o disparo de uma bazuca. Indy e Elaine escapam de pára-quedas, chegando a um posto de gasolina abandonado, onde acontece uma cena que remete ao extraordinário Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977]. Eles fogem e se refugiando em um drive in onde está sendo exibido um filme de ficção científica tipicamente dos anos 50, com pobres efeitos visuais. Elaine chega a comentar algo com base em sua experiência recente, mas ela e Indy são novamente levados, agora pelo disco voador, que ergue no ar a picape em que estão! Quando pousam, finalmente, acontece o primeiro contato deles com os extraterrestres, e Elaine descobre que os seres falam sânscrito! Eles ainda informam que o artefato cilíndrico é perig
oso e precisa ser devolvido.
Alienígena aracnídeo — Dois aliens participam da cena, um com características aracnídeas, que logo se revela um robô, e um tradicional gray. Mas eles são mortos quando chegam os militares, que disparam no disco pousado adiante. Entretanto, subitamente o aparelho se revela como apenas a cúpula de uma nave muito maior, que cobre os militares com areia e poeira quando se desenterra. Neste momento, Bolander, que havia se apossado do artefato, foge com Indy e Elaine em seu encalço. Eles conseguem recuperar o cilindro, ainda em contagem regressiva, e seguem para o Monte Keemo. Lá, Indy posiciona o artefato no altar indígena, mas Bolander chega e toma Elaine como refém. O russo Cheslav também aparece e os dois bandidos lutam pela posse do objeto, enquanto três UFOs aparecem sobre o topo da colina. Cheslav é morto por Bolander, mas a energia do artefato é tremenda e ele é derretido em uma reprise da cena ao final de Os Caçadores da Arca Perdida.
Ocorre, então, uma tempestade de areia e Indy e Elaine se protegem. Quando a mesma cessa, eles percebem que os discos e o artefato sumiram. Finalmente, de volta à cerimônia de casamento, o professor Henry Jones comenta com o filho que, a última vez em que ouviu história semelhante, Indy era criança e pretendia escapar de lições do idioma grego, dizendo que vira uma serpente marinha. Indiana reafirma que viu tal animal e seu pai, cético, comenta que a Terra já tem muitos mistérios, e que não há necessidade de criar novos. Elaine e Indy finalmente se casam, ao final da cerimônia todos jogam arroz neles e o casal entra no carro, dirigido por Short Round, o jovem parceiro de Indy em O Templo da Perdição. O carro se afasta arrastando latas e a história termina.
Como já foi dito, possivelmente algumas idéias deste roteiro serão reaproveitadas no filme, que efetivamente chegará aos cinemas em maio de 2008. Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, que teve inclusive algumas cenas filmadas nas Cataratas do Iguaçu, aqui mesmo no Brasil, já tem até trailer divulgado. Nele se vê, além do retorno triunfal de um dos maiores heróis do cinema, muitas coisas interessantes. É claramente visível, por exemplo, uma caixa metálica com os dizeres Roswell, New México, em uma rápida tomada. Indy participa de uma louca perseguição dentro do imenso depósito visto ao final de Os Caçadores da Arca Perdida. Finalmente, a caveira de cristal do título foi vista, tanto em uma imagem que surgiu na internet, quanto na capa já divulgada da adaptação do filme em quadrinhos, confirmando-se que é o crânio de um gray!
Uma grande onda de nostalgia e expectativa toma os fãs das aventuras do arqueólogo mais famoso do cinema, e com certeza os ufólogos devem estar atentos, pois o filme certamente provocará um renovado interesse pela Ufoarqueologia. Uma oportunidade de divulgar as descobertas e teorias, que podem comprovar que os visitantes têm estado em nosso planeta há pelo menos milhares de anos.