Estudo tem por objetivo compreender a evolução das estruturas do Universo. Projeto conta com quatro telescópios em terra e quatro satélites, incluindo o Hubble.
Um projeto que pretende observar tudo que há para ver num pequenino pedaço do céu, em todas as freqüências de luz, começou a apresentar seus primeiros resultados. Entre eles, uma imagem do Telescópio Espacial Hubble que revela mais de 50 mil galáxias em sua “pré-adolescência”.
O objetivo do projeto Aegis (sigla em inglês para Pesquisa Internacional de Faixa de Groth Estendida em todos os Comprimentos de Onda) é entender como as estruturas do Universo evoluíram para chegar no estado em que se encontram atualmente.
As imagens do Hubble revelam uma época em que as galáxias estavam começando a atingir suas formas maduras, mais parecidas com as que conhecemos hoje nas redondezas da Via Láctea. As fotos revelam uma incrível variedade de formas galácticas.
“Essas imagens revelam uma proficuidade de galáxias em muitos estágios de sua evolução pelo tempo cósmico”, disse Anton Koekemoer, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, em Baltimore. A visão panorâmica que reúne todas as observações do Hubble tem “só” 50 mil galáxias visíveis – os cientistas acreditam que naquela região do céu existam até 150 mil galáxias.
As observações se concentram em revelar como era a dinâmica das galáxias há 9 bilhões de anos – ou seja, estão concentradas em objetos localizados a 9 bilhões de anos-luz da Terra. Naquela época, o Universo tinha menos de um terço de sua idade atual, estimada em 13,7 bilhões de anos.
Uma das conclusões importantes do estudo foi demonstrar que é possível prever matematicamente todas essas estranhas formas galácticas observadas. É uma confirmação importante do entendimento da dinâmica das galáxias – estruturas compostas por bilhões de estrelas e grandes quantidades de gás, separadas por imensos vazios.
O projeto Aegis conta com observações feitas com outros três satélites, o Galex (ultravioleta), o Spitzer (infravermelho) e o Chandra (raios X). Além deles, os observatórios Keck, VLA, CFHT e Palomar.
Os resultados acabaram de ser aceitos para publicação no periódico científico “Astrophysical Journal Letters”. São nada menos que 19 artigos diferentes redigidos pelos pesquisadores, reunindo os resultados obtidos até agora com o projeto.