Desde seu início oficial em 1947, a Ufologia vem conquistando adeptos por todo o mundo. São pessoas que, independentemente de terem tido algum contato com o fenômeno, se sentem atraídas por ele porque, de alguma forma, o percebem não como uma criação da mídia ou de autores de ficção, mas algo verdadeiro e real. Esse grupo, que reúne desde agricultores até importantes cientistas, é o que mantém o estudo vivo e a pesquisa atualizada. Entre as pessoas conquistadas pela Ufologia está o piloto e especialista em aviônica e astronáutica John Lear.
Incorrigível, brincalhão, com grande senso de humor que lhe foi de muita valia durante todos esses anos, John Olsen Lear é uma figura lendária na comunidade ufológica. “Vocês podem se perguntar por que tantas empresas aéreas para as quais trabalhei faliram e por que fui demitido tantas vezes. Minha desculpa é simples: eu não sou o sujeito mais brilhante que existe. Sou extremamente preguiçoso, falo demais e minhas atitudes são drásticas”. Essas são as palavras que o aviador norte-americano fez questão de enfatizar, mostrando que não tem medo de falar o que pensa e sabe, inclusive a respeito da Área 51, da Missão Apollo e outros temas polêmicos ligados à Ufologia.
Lear é uma pessoa respeitada pela sociedade de Las Vegas, onde vive, e possui enorme conhecimento sobre tudo o que se refere a aviões, voos, manobras, tecnologia aeronáutica e projetos militares. Ele é filho do fabricante de aviões e fundador da companhia Learjet — comprada pela canadense Bombardier — William Powell Lear, um pioneiro em aviônica. A empresa construída por Powell Lear era especializada em jatos executivos de alto desempenho e tinha entre suas concorrentes a brasileira Embraer. John Lear começou a voar aos 14 anos de idade e hoje, aposentado, acumula a incrível marca de 19.000 horas de voo e mais de 160 modelos de aeronaves pilotados por ele ao redor de todo o planeta, além de ter sido capitão nas 10 maiores empresas de aviação do mundo.
A terrível verdade
Lear foi, também, o único piloto do planeta a ter certificação em todas as categorias da Administração Federal de Aviação (FAA). Além disso, foi piloto da Agência Central de Inteligência (CIA) e participou de missões secretas entre 1966 e 1983 na Ásia, Europa, África e Oriente Médio. As conquistas profissionais de Lear incluem ainda 17 recordes mundiais em aviação, além de certificação em explosivos e mineração. Ele é atualmente o dono e explorador de uma pequena mina de ouro na cidade de Gold Butte, no município de Clark, quase na divisa dos estados norte-americanos de Nevada e Arizona.
A pesquisa ufológica de Lear começou quando ele voava pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) e começou a ouvir relatos de outros pilotos sobre encontros com UFOs. Interessado por Ufologia desde a adolescência, o piloto passou a examinar mais o assunto e a recolher dados sobre avistamentos. Aos poucos, aproximou-se de pesquisadores e de informantes, como Milton Cooper e também Bob Lazar, e um dia acabou virando um deles. Lazar é um físico que alega ter sido contratado pelo governo norte-americano para fazer engenharia reversa em naves alienígenas escondidas na famosa Área 51. Segundo ele, havia nove naves de diferentes modelos escondidas no local e ele trabalhou em apenas uma delas, cujo formato era praticamente idêntico ao de uma das naves fotografadas pelo suíço Eduard “Billy” Meyer, outra figura polêmica dentro da Ufologia.
No final dos anos 80, John Lear tornou públicas suas ideias em um documento que chamou de The Horrible Truth [A Terrível Verdade]. Nele, o piloto falou sobre os acordos feitos entre o presidente Harry Truman, antecessor do presidente Dwight Eisenhower, e os seres greys [Cinzas] sobre abduções e mais uma variedade de coisas que justificam o nome dado por ele a seu dossiê. Na opinião de Lear, aprimorada após muita pesquisa e consulta a fontes civis e militares, o citado encontro de Eisenhower com greys, em 1954, não foi para firmar um acordo, mas para manter um que já existia. Em um trecho do documento, Lear diz que, “em sua intenção de defender a democracia, nosso governo nos vendeu aos alienígenas. Mas antes de começar, eu gostaria de oferecer uma palavra em defesa dos que nos venderam: eles tinham as melhores intenções”.
Mais adiante em A Horrível Verdade, o piloto afirma que, em 1947, o presidente Truman criou um grupo com 12 dos mais altos militares e cientistas daquela época. Eles foram conhecidos como Majestic 12 ou MJ-12. O grupo ainda existe, mas os seus membros não são mais os mesmos. Os trechos mais contundentes do documento de Lear dizem respeito a mutilações humanas e de animais. “Os ETs têm uma desordem genética em seu sistema digestivo, que é atrofiado e pouco funcional. Assim, para se autossustentarem, usam secreções de enzimas e hormônios obtidos de tecidos que removem de humanos e animais”. E o texto continua explicando que as secreções obtidas são então misturadas a peróxido de hidrogênio e aplicadas na pele — para Lear, o corpo dos greys absorve a solução e também excreta os resíduos pela pele. “As mutilações de gado ocorreram principalmente durante o período de 1973 a 1983”, diz.
Muitos pesquisadores definiram suas teorias como sandices e mentiras, mas outros, embora não as aceitassem por completo, as viram como possibilidades reais. Por seu respeitável currículo e origens inegavelmente privilegiadas, Lear passou a ser conhecido como o rei das teorias de conspiração, a ser entrevistado em rádios e TVs e a participar de inúmeros documentários. Atualmente, o ex-piloto passa a maior parte do tempo em um estúdio montado em sua residência, em Las Vegas. Seu local de trabalho é composto por inúmeros livros, diagramas e documentos de pesquisa. Além de aviação e UFOs, Lear tem grande interesse por alpinismo, sendo o norte-americano mais jovem a escalar o Monte Matterhorn, na fronteira entre Suíça e Itália, conhecido como “a montanha das montanhas”.
Missão Apollo 1
Enigmático, franco e desafiador, John Lear é uma pessoa que sabe muito sobre casos e fatos que podem mudar a história da humanidade. Cercado por fotos ampliadas da Área 51, paisagens lunares, detalhes sem deturpação de aerógrafos mostrando estruturas artificiais, astronautas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), aviões avançados e tudo que envolve o mundo aeroespacial, ao me receber ele logo falou sobre a história inédita do quarto astronauta, nunca reconhecido pela NASA, que teria morrido no trágico incêndio na plataforma de lançamento do foguete da missão Apollo 1, junto com os astronautas Gus Ivan Grissom, Roger Bruce Chaffee e Edward Higgins White, em janeiro de 1967.
Hoje, poucas pessoas sabem sobre o trágico fim da Apollo 1, a primeira das missões tripuladas do Projeto Apollo, cujo objetivo final era o pouso tripulado na Lua Infelizmente, um incêndio na cabine durante um ensaio de lançamento, no dia 27 de janeiro de 1967, no complexo de lançamento da Estação da Força Aérea do Cabo Kennedy, matou todos os três membros da tripulação. Segundo as investigações, o incêndio foi causado por uma pane elétrica e o fogo se espalhou muito rapidamente por causa da alta pressão dentro da cabine. Porém, de acordo com John Lear, há mais coisas não reveladas.
John Lear é um homem que sabe contar ótimas histórias, deixando seus ouvintes atentos e com a respiração suspensa aguardando o desfecho. Por baixo de sua aparência exterior um tanto rude, ele é uma pessoa de personalidade atraente, que viu de tudo e nunca perdeu a alegria de viver por causa do peso de conhecimentos importantes. A entrevista que se segue foi feita em sua casa e nela procurei, em uma conversa informal, cobrir parte daquilo que Lear conhece.
O senhor comentou a respeito da presença de um quarto astronauta na Missão Apollo 1. Disse que ele também faleceu no incêndio ocorrido em 27 de ja
neiro de 1967. Mas por que a existência dele nunca foi reconhecida pela NASA?
Esse é o segredo mais bem guardado da agência espacial, quem sabe o maior de todos. Talvez a NASA não tenha divulgado o nome do quarto astronauta com medo de ser julgada por não impedir o fogo que causou a morte daquelas pessoas. É como se Gus Grissom tivesse dito: “Okay, vocês nos mataram, estamos mortos. Mas podiam ter impedido o fogo e não impediram”. Os e-mails que recebi falando sobre o incêndio são sérios e não aludem diretamente ao quarto astronauta, pois todos eram sempre muito cuidadosos.
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