Em 09 de fevereiro de 2021, um helicóptero da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) encontrou o que foi descrito como um “drone altamente modificado” pairando em um espaço aéreo controlado acima de Tucson, Arizona – Estados Unidos. Através da Lei de Liberdade de Informação (FOIA), os documentos e gravações se tornaram públicos agora.
Um helicóptero do Departamento de Polícia de Tucson (TPD) foi chamado para ajudar a aeronave da CBP em sua perseguição da pequena aeronave, mas o drone, ou o que quer que fosse, foi capaz de ultrapassar ambos enquanto voava pelo espaço aéreo militar, manobrando habilmente ao redor de ambos os helicópteros com agilidade bizarra e, finalmente, desaparecendo na cobertura de nuvens acima da altitude que os helicópteros podiam voar com segurança. Um relatório policial obtido anteriormente pelo site The War Zone mostrou que a tripulação do TPD descreveu o drone como “muito sofisticado/especializado” e “capaz de funcionar como nenhum outro sistema de aeronave não tripulada (UAS)” que já tivessem encontrado anteriormente. Agora temos o áudio real das interações do helicóptero da CBP com os controladores de tráfego aéreo em Tucson durante o incidente, bem como o áudio de uma chamada pós-ação entre a tripulação do TPD e a torre de controle de tráfego aéreo.
Pelas conversas ouvidas nas gravações, que o site The War Zone obteve da Administração da Aviação Federal (FAA) por meio da Lei de Liberdade de Informação (FOIA), fica claro que todas as partes envolvidas no incidente ficaram perplexas com o desempenho do suposto drone, observando que ele parecia “super sofisticado” e possivelmente controlado por satélite. Na gravação do controle de tráfego aéreo (ATC) do incidente de 70 minutos, o membro da tripulação do helicóptero da CBP pode ser ouvido descrevendo o drone como uma “luz fraca piscando” e observa que ele não pode rastreá-lo usando óculos de visão noturna. Na chamada, a tripulação do helicóptero identifica repetidamente a localização do drone diretamente acima da Base Aérea de Davis-Monthan ou dos tanques de combustível a oeste da base.
Toda a conversa por rádio pode ser ouvida acima, em inglês.
Fonte: The War Zone
A tripulação também pode ser ouvida se perguntando qual poderia ser o tamanho do veículo aéreo não tripulado (UAV), afirmando repetidamente que sua alta velocidade e capacidade de manobra impressionante tornavam difícil obter uma identificação visual decente. Ao longo da perseguição de uma hora, as tripulações de aplicação da lei podem ser ouvidas dizendo que a nave misteriosa estava essencialmente brincando com eles, posicionando-se repetidamente diretamente acima dos rotores de seus helicópteros, cerca de 1.000 pés (300m) acima deles. Em um ponto (por volta de 60:55 no tempo de execução da gravação), o controlador de tráfego aéreo diz “(…) demos entrada sobre isso no [nível] mais alto que podemos” e “(…) ligamos para Washington”, provavelmente significando um escritório federal em Washington, D.C., possivelmente a sede nacional da FAA.
Na segunda gravação, uma chamada telefônica entre a torre de Controle de Tráfego Aéreo no Aeroporto Internacional de Tucson e a tripulação do helicóptero do TPD registrada no dia seguinte ao encontro, o tripulante do helicóptero observa que o drone manteve uma velocidade de 75 nós (140Km/h) em um vento contrário de 30 nós (55Km/h). O funcionário da torre de Tucson pergunta durante a ligação: “Então você acha que era um drone?” O membro da tripulação do helicóptero do TPD responde: “Sim, foi definitivamente um drone. Eu simplesmente não poderia te dizer – eu não poderia dar a você suas dimensões, pois ele estava se movendo… Era muito estranho para nós. Eu garanto que não era um quadricóptero, e era o drone mais avançado que nós já lidamos na última década. Suas habilidades eram incríveis. Eu só não consigo te dizer exatamente o seu tamanho.”
O funcionário da torre de Tucson então pergunta se poderia ter sido um UAV maior, como um Predator MQ-1. O tripulante do helicóptero do TPD disse: “Não tem o tamanho de uma aeronave. Pelo que posso dizer apenas pela luz de posição, você sabe, eu teria que imaginar que era maior do que um quadricóptero, e garanto que não era nada parecido com um quadricóptero pelo tempo que estava no ar – teria que ser operado por um satélite – porque não há linha de visão, não há cobertura de celular que pudesse lidar com isso, então teria que ser guiado por satélite, o que é assustadoramente sofisticado.” O tripulante do helicóptero lamenta não ter sido capaz de apreender a nave, dizendo que realmente queria ver que tipo de tecnologia estava a bordo do drone.
Você pode ouvir o áudio completo do telefonema acima, em inglês.
Fonte: The War Zone
Além dessas gravações de áudio, o site The War Zone obteve o Relatório de Ocorrência Obrigatório de Tráfego Aéreo da FAA, cuja entrada foi dada no dia seguinte à ocorrência do incidente. O relatório, apresentado pela tripulação do helicóptero da CBP, contém um resumo detalhando o encontro:
“Piloto de Troy164 (as50) relatou um NMAC na freq. 118.3. Reportou UAS desconhecido a menos de 100 pés (30m), às 12 horas. Tive que descer imediatamente e virar para evitar. Fiz 360’s para localizar o drone. Localizei o drone acima dele e o segui até a chegada do AIRE 2. O drone circulou entre ambos os helicópteros e subiu acima dos 12.000 pés (3.500 m) estimados e viajou 10 milhas (16 km) norte/nordeste em direção ao Mt. Lemmon. Os pilotos não puderam identificar totalmente o tipo ou cor do drone devido às condições noturnas e à manobrabilidade do UAS. Tentamos captura de câmera, mas impossível, perseguimos por mais de 60 minutos até o contato perdido na vizinhança do aeroporto de Marana.”
O que teria sido de fato o estranho “drone”? Suas habilidades no ar não lembram muito outros encontros com UFOs?