O “maior hacker de todos os tempos”, segundo um juiz americano, é um britânico que poderá ser extraditado aos Estados Unidos por ter acessado os computadores do Pentágono e da Agência Espacial Americana (NASA). Gary McKinnon baixou documentos confidenciais, instalou um programa que tornou “inoperante” o distrito militar de Washington, destruiu 1,3 mil contas informatizadas e se apropriou de 950 senhas. Ele procurava dados que pudessem provar a existência dos UFOs. Segundo o britânico, o governo americano esconde este fato do resto do mundo.
McKinnon é acusado de ter acessado ilegalmente e danificado 53 computadores do exército americano, da aeronáutica, do Pentágono e da Nasa entre fevereiro de 2001 e março de 2002. Perseguido em 14 Estados americanos, por oito acusações, “McKinnon é acusado de ter cometido o maior ato de pirataria em informática de todos os tempos”, disse o promotor do Estado da Virgínia, Paul McNulty. Uma das atas de acusação destaca que algumas das informações recolhidas por McKinnon podiam ser “diretamente ou indiretamente úteis a um inimigo” dos Estados Unidos.
De acordo com Washington, os prejuízos causados por McKinnon se elevam a um milhão de dólares. Porém, McKinnon, conhecido como “Solo” no mundo dos hackers, afirma que as autoridades americanas se enganaram sobre suas reais motivações. “Ele não nega que algo tenha acontecido, não nega ter acessado o sistema de informática deles”, declarou sua advogada, Karen Todner. “Seu motivo era duplo: comprovar a existência dos UFOs e demonstrar as falhas de segurança do sistema americano”, explica Todner. Durante a audiência em Londres, McKinnon se manteve em silêncio, exceto para se opor a sua extradição. Segundo sua advogada, ele teme um julgamento parcial nos Estados Unidos. Todner considera que seu cliente deveria ser processado na Grã-Bretanha. Ela afirma que nos Estados Unidos, McKinnon se arrisca a uma pena de até 70 anos de prisão.