A região de Barra do Garças é repleta de histórias místicas, a maioria de origem indígena. O presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPU), Ataíde Ferreira da Silva Neto, cita as lendas dos índios Bororos e Xavantes que relatam histórias de semi-deuses que seriam criaturas pequenas de mais ou menos 1,20 m, com a cabeça desproporcional ao corpo. Alguns teriam três, outros quatros e outros seis dedos nos pés.
“Eles viveriam em cavernas e viriam das estrelas. O relato é semelhante à lenda dos índios do Xingu, na Amazônia. Existem outras lendas indígenas que citam uma carruagem de fogo que veio do céu, ensinou algumas culturas a eles e voltou novamente para as estrelas”, afirma.
O curioso, segundo o presidente da AMPUP, é que no Parque Estadual da Serra Azul em Barra do Garças, existe uma caverna com o sugestivo nome de Gruta dos Pezinhos, isso porque em toda a extensão da caverna existem petrificados marcas de pés no teto, no chão e na parede. “Pode ser lenda indígena, mas é muita coincidência haver uma caverna com pegadas petrificadas”, diz.
A gerente do Parque Estadual da Serra Azul, Daniela Barros falou que a entrada na Gruta dos Pezinhos é restrita porque o local é de difícil acesso, sendo necessária a presença de um guia do parque. O visitante que desejar visitar a gruta deve apresentar um oficio com antecedência.
Sobre a origem das pegadas na gruta, o coordenador de Unidades de Conservação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Elder Monteiro Antunes, falou que não existe nenhum estudo cientifico para comprovar como foram formadas as pegadas. “Pretendemos fazer futuramente um estudo arqueológico para saber como foram formadas essas pegadas. Se foi pela natureza ou alguma tribo indígena há milhares de anos que fez os desenhos na gruta. Existem milhares de explicações, mas nenhuma é comprovada”, destacou ele.
Uma outra lenda indígena é a Lagoa Encantada, que fica dentro da reserva indígena Xavante, próximo do município de Nova Xavantina. Essa lenda conta que a lagoa seria a entrada das moradas dos deuses, onde luzes mergulham e depois saem da água em direção às estrelas. “Eles tomam banho na lagoa, mas tem medo de mergulhar no fundo, pois acreditam que uma força invisível pode puxá-los para o fundo. Um mistério que existe nessa lagoa é a ausência de vida, só que as pessoas não sabem dizer o porquê”, indaga o presidente da AMPUP, Ataíde Ferreira.