No ano passado, o Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) da França, anunciou que entre o fim de janeiro e começo de fevereiro, seu vasto acervo de relatos de observações de UFOs estaria acessível mundialmente através da internet, mas que manterá em segredo o nome das pessoas que deram os depoimentos, a fim de protegê-las do assédio do público.
A França foi o primeiro país do mundo a admitir que os discos voadores são um fenômeno real de procedência extraterrestre. Isso ocorreu em 1976, quando o presidente Giscard d\’Estaing determinou ao seu ministro da Defesa que emitisse em rede nacional a informação. O ministro fez não apenas isso, mas também mostrou dezenas de fotos de UFOs obtidas no país.
Isso incomodou imensamente os Estados Unidos, envolvidos numa política de acobertamento do assunto que perdura até hoje. Os arquivos do CNES são considerados os mais ricos do planeta. Ainda em 1976 a França então instituiu o Groupe d\’Étude des Phénomènes Aérospatiaux Non-Identifiés, o Grupo de Estudos de Fenômenos Não Identificados (GEPAN), que funciona até hoje com outra formatação e novos integrantes, com sede nos arredores de Paris. O GEPAN é um órgão do CNES, uma espécie de “NASA francesa”. Jacques Arnould, uma autoridade do CNES, disse na sexta-feira que a base de dados o GEPAN conta com cerca de 6 mil ocorrências ufológicas, das quais 1,6 mil incidentes serão disponibilizadas.
Os relatos e documentos foram coletados nos últimos 30 anos. “Com freqüência, relatos de observações de UFOs são feitos à polícia, que costuma registrá-los como depoimentos oficiais, e são feitos também por pilotos de aviões comerciais”, disse Arnould. “Eles então são entregues ao CNES para investigação”. O portal Terra publicou que, “em vista do sucesso de filmes sobre a vinda à Terra de seres espaciais como ET – o Extraterrestre, Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Independence Day, o arquivo do CNES deve atrair um grande número de interessados”. Esse banco de dados reúne incidentes apresentados por pessoas comuns e por pilotos profissionais. “Avanços tecnológicos realizados nas últimas três décadas motivaram a decisão de colocar o arquivo na internet”, afirmou o membro do CNES, acrescentando que esse material deve ser disponibilizado por meio do site da entidade, www.cnes.fr.
A Revista UFO tem ligações com estudiosos do GEPAN e acompanhará a abertura dos arquivos para publicar amplamente seus resultados. “Acreditamos que esta ação francesa, associada a outras similares, inclusive de governos da América do Sul, como o Peru, Chile, Uruguai e Equador, vão ajudar a abertura ufológica que já está em andamento no Brasil”, declarou o editor de UFO A. J. Gevaerd.