O incidente de Kenneth Arnold, ocorrido em 24 de junho de 1947, deu início ao que se pode chamar de Era Moderna dos Discos Voadores, quando o avistamento de nove UFOs durante um vôo aguçou a curiosidade das pessoas. Desde então, milhões de indivíduos mentalmente perfeitos também viram e vêem discos voadores nos mais diferentes pontos da Terra, quase sempre cruzando o céu, assim como mergulhando e emergindo de rios e mares, posando em terra firme e, muitas vezes, apossando-se de animais e pessoas. Agem como se o planeta fosse um campo de experiências, pesquisas e lazer.
Mas a ação dos UFOs remonta aos tempos de Abraão, Elias, Ezequiel, Moisés e outros personagens da Antigüidade, bíblicos ou não, que se envolveram em situações misteriosas que levam a crer em uma suposta presença alienígena. Tais situações eram tidas como aviso, mensagens apocalípticas que indicavam a evolução a que estamos sujeitos, como ensaios de domesticação da humanidade à sua presença e aos seus objetivos de intercâmbio de cultura e raça. Determinados trechos do Êxodo levam a acreditar que o profeta Moisés contatou ETs no alto do Monte Sinai. Conhecendo a epopéia é possível imaginar que nos dias em que esteve lá havia alguns seres abrigados no penhasco. Falaram como se fossem Deus, sem mostrar-se e mantendo distância, evitando uma possível morte de Moisés, causada talvez pela radioatividade de seus veículos, ou outra energia qualquer.
Ao longo de quatro décadas acompanharam o profeta, ora com as naves camufladas em nuvens, ora em forma de colunas de fogo e, por fim, guiaram o povo à Terra Prometida. Essas circunstâncias inspiraram a elaboração dos mandamentos teocráticos que embasaram o monoteísmo e a crença hebraica. Mesmo sem literatura específica na Antigüidade, a humanidade registrou inúmeros episódios relacionados aos ocorridos no céu. Não só é vasta, mas esclarecedora a literatura antiga que aborda esse assunto. A Bíblia é uma excelente fonte de informações ufológicas.
Preparando a sociedade
Logo após a Segunda Guerra Mundial, um incrível número de avistamentos iniciou a literatura ufológica, justamente depois do Caso Kenneth Arnold. O preocupante estado das testemunhas de avistamentos de discos voadores e de contatos diretos com seus tripulantes levou o governo dos Estados Unidos a criar comissões especiais de estudo. O Centro de Inteligência Técnica do Ar (ATIC), sediado na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio, foi encarregado de criar comissões similares, surgindo então os projetos Sinal, Grudge, Cintilação, Livro Azul, entre outros. Nasceu então a Ufologia, que se aprimora cada vez mais a partir da dedicação de estudiosos, informando e esclarecendo a sociedade, preparando-a para o encontro com representantes de outras civilizações. Com o passar dos anos a Ufologia traçou, pavimentou e hoje percorre os caminhos que interligam os diversos lugares da Terra em que tenham ocorrido avistamentos.
Assim, a discussão sobre o assunto passou a girar pelos principais países do mundo, através de pesquisas, publicações, entrevistas em diversos veículos de comunicação, simpósios, conferências e outros encontros que buscam discutir, difundir e dar credibilidade ao assunto. Acrescente-se a tudo isso casos reais de encontros e abduções alienígenas levados para as telas do cinema e exibidos em escala mundial, transformando-se em novos elementos de conscientização da presença alienígena na Terra. Essa grande quantidade de dados desfaz preconceitos e confirma que os discos voadores são uma realidade física. Um grande número de pessoas sabe o que envolve a casuística ufológica, diminuindo as declarações que atacam a seriedade da Ufologia.
No entanto, nessa vasta literatura há a ausência de registros de um ponto da mais alta importância: os ufólogos se ocuparam da descrição de reações físicas e psíquicas dos abduzidos, mas não dos abdutores. Certamente isso se deve à curiosidade que envolve a experiência, transformando-os no centro dos interrogatórios, promovidos por ufólogos ou pesquisadores. Questionam detalhes de todas as emoções vividas pelo abduzido, como medo, sede, choro, gagueira, paralisia da voz etc. Barney e Betty Hill, Travis Walton, Kathie Davis, Susan Williams, Ed Duval, Lucille Formann, Steven Kilburn, todos norte-americanos, passaram por exames médicos em discos voadores ou em suas residências, invadidas por alienígenas.
Os brasileiros Antonio Villas Boas, Antônio Carlos Ferreira, Jocelino de Matos, Onílso Pátero, além desse autor, também são exemplos de casos registrados. São todos indivíduos que enfrentaram exames laboratoriais dentro de naves alienígenas, além de serem forçados a participar da geração de seres híbridos. O interesse dos alienígenas pela genética humana é óbvio, mas é justo que se registre que os seqüestrados passaram por perturbações psíquicas diante do comportamento frio e ausente dos sentimentos básicos que nos sensibilizam diante do sofrimento alheio. Ainda a respeito dessa característica, o Caso Kathie Davis merece destaque especial. Ela foi fecundada e, três meses depois, sofreu um parto induzido durante um estado de sono hipnótico ou letárgico. A criança foi extraída e levada pelo alienígena.
Nossos visitantes alienígenas geralmente demonstraram insensibilidade emocional ante o sofrimento dos raptados. Nos episódios que envolveram experimentos genéticos e promessas de filhos, por exemplo, nenhum sinal de compaixão foi demonstrado, e as seqüelas de trauma sempre se fizeram presente nos casos de experiências diversas — principalmente os de natureza genética. Nessas situações, os abdutores são silenciosas testemunhas do sofrimento dos abduzidos. Em meu livro Um Homem Marcado por ETs [Código LIV-020 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br], a sensação de abandono que senti no momento em que Cabalá partiu, deixando-me em um pequeno habitáculo, 180 m abaixo do nível do mar, é detalhadamente descrita. Entre outras coisas, enfatizo que “Cabalá se foi e então uma enorme sensação de abandono se instalou em minha alma”.
Estado adulterado de consciência
Durante o tempo em que permaneci com os ETs, fui tomado por um enorme vazio, uma dor diferente de qualquer uma que conhecida. Nesse momento, a emissária de Agali, planeta de onde viriam os raptores, dona de poderes de percepção e comando mental, me tirou de um estado adulterado, cuidando para que não me visse tão desprovido de sentimentos. Assim, sinto a necessidade de expandir essas questões, embora sejam extremamente pessoais e vão de encontro ao interesse de entender os fatores envolvidos em uma abdução. Na literatura ufológica a que tive acesso, não
encontrei registros de raptos cujas vítimas não tenham declarado sua insatisfação com a frieza dos seus raptores, principalmente nos casos em que há envolvimento sexual.
Antonio Villas Boas, por exemplo, certa vez comentou durante uma conversa que não sabia como exprimir o que sentiu diante daqueles seres e da mulher com a qual foi obrigado a ter uma relação sexual. “Em um caso desses, não há macho que não fique avacalhado. O efeito mais doloroso de um acontecimento dessa natureza vem da maneira bruta e do descaso com que eles tratam a gente, especialmente no caso de uma relação sexual. É uma coisa triste que fica para sempre doendo na alma” [Veja artigo de Cláudio Suenaga nesta edição]. Normalmente, um ato sexual acontece movido pela vontade de duas pessoas. Mesmo que de maneira fugaz, sem nenhum envolvimento emocional e com a possibilidade de elas nunca mais se encontrarem, o ato não deixa de ser um contato íntimo entre um homem e uma mulher.
Neste ponto, volto ao meu livro, no qual fiz as seguintes considerações: “Em face daquela ocorrência tão íntima, entendo que Cabalá devia ter se despedido de mim com alguma demonstração de afeto. Pelo que agora me é permitido sentir e escrever, concluo que o mundo de Agali, a despeito da sua adiantada civilização, talvez não possua as formalidades, as cortesias e sensibilidades observadas entre cidadãos da Terra”. Tal declaração parte de um homem que foi obrigado a manter relações sexuais com uma ET, um indivíduo plenamente convencido de que os ETs são superiores tecnológica e mentalmente, embora, talvez não possuam sentimentos. São frios, indiferentes, insensíveis e não compreendem as nossas emoções. Jamais acariciam ou sorriem. Conseguem o que desejam através de força mental e indução.
Nós, seres humanos, valorizamos demonstrações de carinho, não somente as que nos são próprias, mas as de outras espécies também. Indiscutíveis demonstrações sentimentais, de afeto ou gratidão são resultados de centenas de milhões de anos de evolução do ser humano. Ora, por que seres mais avançados não oferecem esse mesmo tipo de contato? Baseado no que vi e senti no incidente ufológico que protagonizei, posso afirmar que os alienígenas não sorriem, não derramam lágrimas, não possuem os ingredientes da sensibilidade emocional, fazendo-me acreditar que são outros os componentes psíquicos que os formam, dificultando um possível relacionamento.