As inexplicáveis mutilações de animais ocorridas em fazendas de todo o mundo, com dezenas de rezes, cabras, galinhas e patos encontrados mortos, sem sangue e com cortes que parecem ter sido feitos de forma cirúrgica e com equipamentos de alta tecnologia, são um fenômeno bem conhecido dentro da Ufologia. A razão de tal prática divide a opinião dos estudiosos e há quem diga que ela nada tem a ver com extraterrestres, mas está relacionada a ações humanas ligadas a pesquisas militares, já que muitas vezes helicópteros negros e sem identificação foram vistos nas regiões onde o fenômeno ocorreu.
As características que levam outros pesquisadores a defender a tese de que as mutilações são praticadas por seres extraterrestres são, principalmente, a total assepsia dos processos — os animais são encontrados com cortes cirúrgicos, como que produzidos com raio laser, sem sangramento e sem sinais de rastros ao redor das carcaças. Para aumentar o mistério, é muito comum que testemunhas vejam estranhas luzes nos campos nas noites anteriores à descoberta dos animais mortos. E há até quem já tenha visto discos voadores sobre tais áreas. Para explicar a presença dos helicópteros negros e sem identificação, os ufólogos alegam que são agentes do governo monitorando a ação de ETs nestes casos.
Porém, uma vez que em praticamente todos os tipos de mutilações de animais terrestres de sangue quente foram encontradas feridas e lesões muito semelhantes entre si, o que indica o mesmo tipo de autor, podemos nos perguntar se o mesmo poderia ocorrer em animais de sangue quente marinhos. A resposta para esta indagação é afirmativa e focas parecem ser as mais afetadas por tais misteriosos procedimentos, sejam eles produzidos por seres extraterrestres ou tenham outros responsáveis. Isso, claro, poderia ser porque elas simplesmente sejam mais prolíficas nos litorais das áreas pesquisadas e, portanto, temos mais oportunidade de registrar a ocorrência.
Mortes misteriosas no mar
Nos últimos três anos, este autor esteve em contato com especialistas em veterinária da Sociedade Real de Prevenção à Crueldade com Animais, com sede em Norfolk, na região de East Anglia, na Inglaterra, que efetuaram investigações post mortem em várias focas que exibiam lesões externas impressionantemente incomuns, mas semelhantes entre si. Isto aconteceu principalmente a partir de 2009 e até o final de 2010. O corpo de uma foca descoberto em 2013, em Filey Beach, Yorkshire, renovou minhas discussões com um dos especialistas, o veterinário Steve Bexton, depois que eu lhe enviei as imagens para obter um parecer.
Neste ponto, é pertinente familiarizar o leitor com um caso surpreendente de decapitações de focas ocorrido nas praias adjacentes à Ilha Orkney, no inverno de 1991-1992. O fato foi relatado pelo sargento de polícia aposentado Tony Dodd, um dos pioneiros da Ufologia Britânica, inicialmente em uma edição da antiga revista Quest International UFO e posteriormente em seu livro Alien Investigator: Case Files of Britain’s Leading UFO Detective [Investigador Alienígena: Arquivos de Casos de um Detetive Ufológico Britânico, Headline Book Publishing, 1999]. Dodd era conhecido de toda a Comunidade Ufológica Mundial por sua pesquisa de mutilações de animais.
Esse evento intrigante envolvendo mais de 30 focas demonstra que os ataques a tais mamíferos marinhos não são de todo desconhecidos — a citada Sociedade, policiais e veterinários locais de Orkney ficaram todos perplexos com a ocorrência. Na ocasião, todas as focas foram encontradas cirurgicamente decapitadas, com cortes limpos sem serrilhado feitos por algum tipo de instrumento liso e afiado, que cortou entre as vértebras, mas sem qualquer sinal de dano da lâmina aos ossos. Como é frequente nesses casos, nenhuma das cabeças foi recuperada. O cirurgião veterinário que realizou as autópsias declarou, surpreso: “Nós não podemos imaginar o que matou esses animais, mas o que quer que tenha sido conhecia muito bem a anatomia deles”.
Autores nunca encontrados
Não foi encontrado sangue na areia, apesar de os animais estarem completamente exangues. Como poderia a decapitação precisa ter sido feita no mar e mais de 30 vezes? Não havia qualquer evidência de que as cirurgias tivessem sido realizadas na praia. Como Bexton afirmou na ocasião, a pele e a gordura de foca são muito difíceis de cortar, até mesmo em uma mesa cirúrgica. Além disso, é preciso ponderar quais seriam as chances de se cortar uma cabeça com apenas um golpe limpo, e não apenas uma vez, mas em mais de 30 focas e, em cada vez, atingir a abertura estreita entre cada vértebra de forma precisa e sem danos? Poucas semanas depois dessas mortes, foi encontrado um grande número de aves marinhas também decapitadas nas margens de Orkney e Shetland. Novamente, como no caso das focas, os autores nunca foram encontrados.
Curiosamente, se soube por um oficial aposentado da Força Aérea Real Britânica (RAF) que houve detecções de UFOs feitas pelos radares da Base Aérea de Saxa Vord na região norte das ilhas de Orkney e Shetland, que rotineiramente monitoravam sinais estranhos. Nitidamente, os objetos não eram aeronaves convencionais, devido às suas altas velocidades e características de voo incomuns. Eu também recebi, em 1998, um relatório sobre uma mutilação de veados na ilha de Lewis. Muitas dessas regiões são remotas e não surpreende que esses ataques a animais ocorram por lá com muito mais frequência do que podemos supor.
Mais mortes enigmáticas
Focas mortas foram inicialmente encontradas em 2008 com curiosos ferimentos ao longo da costa leste da Escócia, e o final do verão de 2010 culminou com dezenas de carcaças trazidas às praias de Norfolk. Com a maioria dos casos ocorrendo em Blakeney, um polo turístico bem conhecido e muito popular da Inglaterra, a mídia logo foi alertada. Um renomado paisagista e amigo residente em Norfolk, David Dane, foi quem primeiro alertou sobre o ocorrido depois de tomar conhecimento sobre esta triste descoberta que contava, até aquele momento, com cerca de 30 cadáveres misteriosamente mutilados.
As características que levam os pesquisadores a defenderem a tese de que as mutilações são praticadas por seres extraterrestres são, principalmente, a total assepsia dos processos, pois os animais são encontrados com cortes cirúrgicos
Dane tinha falado com várias pessoas, incluindo membros da Fundação para a Vi
da Selvagem de Norfolk, mas já era tarde demais porque os canais de notícias das TV regionais já estavam cobrindo a história. Especulações encheram as manchetes, fazendo com que as grandes redes nacionais também se dirigissem à Blakeney — provavelmente devido à forma macabra como os animais foram mortos. Após tomar conhecimento dos fatos, entrei em contato com o oficial de polícia que investigava o caso, inspetor Mike Brown, e com David Wood, para obter informações. O inspetor Brown foi muito prestativo e informou que parte das focas tinha sido enviada para exame post mortem em um centro perto de Kings Lynn, e que pelo menos uma delas tinha sido transportada para o Laboratório Veterinário do Departamento para Assuntos Ambientais, Rurais e de Alimentação, em Bury.
De forma inesperada, dentro de um curto espaço de tempo, o inspetor Brown informou que não poderia mais colaborar com as investigações ufológicas porque a Organização de Administração Marinha (MMO) tinha sido nomeada para assumir todas as averiguações sobre o caso. Talvez eles tenham chegado a alguma pista sobre quem teria sido o responsável pelas lesões e estivessem ansiosos para manter o controle das informações e gerenciar quaisquer incidentes futuros. Temos observado outros casos de mutilação de animais nos quais, após um acordo inicial de cooperação, a polícia encerrou as comunicações e negou as cópias dos relatórios de post mortem e de fotografias. Suspeita-se que eles sejam posteriormente instruídos a fazer isso por algum departamento mais acima no governo. Antes disso, tanto o inspetor Brown quanto Claire Graves, o assessor de imprensa do National Trust, gentilmente me forneceram inúmeras fotografias.
Algumas conclusões iniciais
Entre julho e agosto daquele ano, o número de mortes de focas, incluindo os casos da Escócia, subiu para mais de 75. O veterinário da citada sociedade protetora de animais, Steve Bexton, que havia realizado autópsias em 11 animais, também estava confuso sobre os cortes incomuns, em espiral, sem saber que tipo de mecanismo seria capaz de produzir aquele tipo de incisão. Segundo seus relatórios, todas as focas estavam em boas condições de saúde antes da morte e estavam vivas quando a “máquina” desconhecida causou a ferida — ele descobriu que o dispositivo que fez o enorme corte em espiral tinha um movimento ininterrupto, iniciando sob o queixo e para a esquerda e repicando a gordura com grande força. Houve também um ou dois casos relatados em Strangford Lough, na costa leste da Irlanda do Norte. A estas mortes de focas no Reino Unido se seguiram outros casos no início de 2008, com os mesmos cortes em espiral encontrados em animais ao redor de Sable Island, Nova Escócia,
e no estuário do Rio Saint Lawrence, ambos no Canadá.
Já se tinha lançado anteriormente um documentário chamado The Seal Rippers [Os Destroçadores de Focas, 2010], que tentava mostrar evidências de que o autor do crime era o tubarão verde do Ártico. Membros da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos e o veterinário Bexton, que também tinham visto o filme, discordaram veementemente das conclusões da produção — todos tinham 100% de certeza que os ataques nada tinham a ver com tubarões verdes, animais que não frequentam as águas quentes da Grã Bretanha. Outro ponto contra a teoria do documentário é o de que os tubarões do Ártico alimentam-se quase que exclusivamente de animais pequenos, e embora cientistas já tenham encontrado restos de focas em seus estômagos, a ocorrência é rara.
No entanto, tinha sido notado que nem todas as focas exibiam o tão alardeado corte em espiral. Acredita-se que as lesões diferentes foram ignoradas porque não se encaixavam em vários mecanismos causais sugeridos, principalmente àqueles voltados à indústria náutica, como o uso de uma série de tipos de motores etc. Nem um único marinheiro ou pescador se apresentou para declarar que tivera algum problema com focas mortas sendo sugadas ou tocando seus motores. Era preciso, também, ponderar sobre os mais diversos tamanhos e diâmetros das hélices e motores, juntamente com os diferentes tamanhos de todas as focas.
O consenso é de que as focas foram mortas perto da areia, nas proximidades de suas colônias de águas rasas e foram levadas para terra em curto espaço de tempo, encontrando-se ainda frescas antes que as aves começassem a bicá-las. Verificou-se que a maioria dos animais recuperados eram fêmeas maduras, muitas delas prenhas. As mortes ocorreram principalmente durante o auge da época de reprodução das focas cinzas, no outono. Focas comuns procriam antes.
ETs e a contaminação ambiental
Depois de ter começado a investigar seriamente a mutilação de animais terrestres em 1997, durante muito tempo acreditei que os extraterrestres estivessem monitorando a saúde dos animais, testando seus órgãos e sangue em busca de contaminação por poluentes, como a radiação vinda de acidentes nucleares, veneno de pesticidas agrícolas, aplicações de produtos químicos no solo e nas plantas etc. Tais substâncias teriam impacto direto nas fazendas de gado, pois os animais vivem a céu aberto e estão constantemente consumindo pastagem, gramíneas etc. Dados da análise do cérebro, língua, fígado, sangue e aparelho digestivo, seriam, então, um meio de avaliar o estado geral de saúde do planeta Terra e, em particular, da população humana que, em seguida, consumiria a carne daqueles animais. O que se pergunta é se eles estariam fazendo o mesmo tipo de testes em mamíferos marinhos?
Após ver todas essas mortes, começamos a refletir sobre a razão e a necessidade da remoção das cabeças, gordura, pele e outros órgãos de animais marinhos. Assumindo por um momento que espécies exóticas seriam as responsáveis pelos ataques, passou-se a considerar também aspectos ligados à poluição e às mudanças ambientais e climáticas. Nossos mares estão, infelizmente, à mercê de constantes riscos de contaminação através dos rios, de terras agrícolas, derrames industriais, esgotos, descargas dos petroleiros e do lixo de toda a produção de plásticos e polímeros, que aumenta perigosamente os níveis de bifenilas policloradas (PCB) e vários outros agentes, que podem levar ao câncer e a outras doenças. Considerando que as criaturas marinhas são diretamente afetadas pela água do mar imundo em graus
variados, desde o krill e camarões, que são as bases da cadeia alimentar, não é difícil imaginar que a contaminação se espalhe por todas as criaturas do mar. Focas e cetáceos, como golfinhos, botos e baleias, estão no topo da cadeia alimentar marinha, e então faz sentido monitorar a saúde desses animais.
Após várias pesquisas, descobriu-se que ao longo da última década inúmeros métodos de investigação têm sido usados pelo governo, como a realização de exames post mortem de aves marinhas por amostragem e, mais importante, testes de toxicologia para a verificação da contaminação das águas. Descobriu-se também que as focas, especialmente as cinzas, podem ser contaminadas com substâncias organo-halogenadas, devido à sua dieta rica em peixes e longa vida útil de até 30 anos. Nelas também foram encontradas concentrações maiores de PCB do que as existentes nos cetáceos, por exemplo. Aparentemente, o fato importante é que os contaminantes se concentram principalmente no córtex adrenal do fígado, ligado à extremidade anterior do rim e à rica camada lipídica, juntamente com alguns níveis mais baixos, encontrado no interior do músculo adjacente — o tecido pulmonar também pode ser afetado e o derramamento de óleo pode causar danos cerebrais patológicos.
Sem identificação alguma
Retrocedendo um pouco, isso poderia ser uma das razões para a ausência de todas as cabeças decepadas das focas. O tipo de corte encontrado talvez seja necessário para testar níveis de PCB. Claro que podemos estar totalmente errados ao sugerir este cenário, que é apenas uma tentativa de explicação racional. Mas o fato é que não se encontrou provas de que qualquer agência governamental tenha realizado testes de toxicologia de gordura, músculo ou fígado nos animais mutilados. Certamente, nada disso constou do relatório final da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos, emitido em outubro de 2010. Esse relatório, feito por cinco autores, incluindo Bexton, concluiu que a mortalidade das focas no Reino Unido foi causada por “lacerações traumáticas feitas por um tipo indeterminado de máquina, que não pôde ser identificada ou comprovada”.
Testes de toxicologia são muito caros e demorados para organizações voluntárias e universidades financiarem. Primeiro é necessário saber qual o tipo de contaminante se procura, para então se selecionar os protocolos e processos corretos para identificar sua existência nos tecidos. De qualquer forma, parece que o foco do relatório era provar que os motores utilizados por algumas embarcações que operam no Mar do Norte — deve-se lembrar ao leitor que há relatos desse tipo de lesão em outros lugares — foram os únicos responsáveis pelas mortes. O cenário que se está sugerindo em relação aos poluentes não foi sequer considerado. Como investigador desses casos misteriosos, não tenho nenhum argumento contra as conclusões de que algum tipo de equipamento esteja envolvido, mas apenas de que espécie ele é, pois certamente não é nada conhecido.
Danos colaterais
Onde podemos chegar com todas estas considerações? Nós, os seres humanos, comemos grandes quantidades de peixe e de outros produtos do mar durante nossas vidas. Em testes feitos em cadáveres humanos foram encontrados vestígios de PCB existentes nos frutos do mar e também de outras toxinas descobertas igualmente nas focas. Pode-se então tecer aqui uma conexão entre a mutilação das focas e de outros animais com as abduções alienígenas. É um aspecto perturbador e controverso da Ufologia, mas que precisa de atenção adequada. Supondo-se que algumas espécies alienígenas estejam realizando um programa de longo prazo para melhorar a espécie humana, alterando nosso DNA e talvez outras coisas, como muitos pesquisadores já admitem, poderia ser essencial para eles que amostras não contaminadas de plantas e animais que consumimos sejam recolhidas para tal finalidade.
Monitorar nosso meio ambiente por vários meios e verificar outras formas de vida terrestres, especialmente aquelas que consumimos regularmente na nossa dieta, talvez seja necessário para a continuidade e sucesso do programa. Neste ponto, considerando provas circunstanciais de que agressores alienígenas estão envolvidos na mutilação de animais, devemos voltar para a terra, ou melhor, para o mar e observar se há outros casos de mamíferos marinhos que também apareceram mortos de forma suspeita. Mais uma vez, em uma praia de Norfolk, uma toninha foi descoberta em 2011 com duas áreas de lesão que se pareciam com as feridas da boca e mandíbula que encontramos em bovinos e ovinos mutilados. Outro corte na parte traseira, semicircular, pode ter sido feito na posição anal.
Monitorar nosso meio ambiente por vários meios e verificar outras formas de vida terrestres, especialmente aquelas que consumimos regularmente na nossa dieta, talvez seja necessário para a continuidade e sucesso do programa dos ETs
Em 30 de julho de 2012, uma baleia da espécie minke foi descoberta morta de maneira incomum na praia de Saint Annes-on-Sea, em Lancashire, na Inglaterra. Infelizmente, era tarde demais para se inspecionar a carcaça. No entanto, é interessante notar que a cabeça e a mandíbula superior pareciam estar ausentes — perto da posição da cabeça havia dois ossos que pareciam ter sido limpos e cortados em um ângulo inclinado, ambos na mesma altura.
Em 22 de novembro de 2013, mais para o sul da costa de Norfolk, em Blakeney Point, outra baleia minke fêmea foi encontrada estirada na praia, e, em 27, uma terceira foi achada no Mar de Palling, a cerca de 20 km de distância. Os especialistas do Programa de Investigação de Encalhe de Cetáceos (CSIP), com base na Sociedade Zoológica de Londres, que examinaram as baleias in loco, observaram o quão incomum era os eventos em tão curto espaço de tempo. A costa de Norfolk, a partir de Wash, e mais para o sul, em Suffolk, tem um histórico de intensa atividade ufológica. Poderiam as coisas estar relacionadas?
Um caso em Filey
Antes de relatar o caso ocorrido em Filey, vale mencionar um incidente relevante que ocorreu na praia de Whitby, cerca de 30 km mais ao norte de Crawley, para que o leitor possa tecer suas considerações. Durante a semana do Whitby Folk Festival, no final de agosto de 1999, uma moradora que corria ao longo da praia deparou-se com um golfinho e uma ovelha mutilados lado a lado na areia. O golfinho estava com o focinho despojado até os ossos e o crânio da ovelha estava despojado de toda a carne. A senhora também disse que, quando voltou ao local, um pouco mais tarde, os dois cadáveres tinham sido removidos. A polícia afirmou que ovelhas muitas vezes caem do topo dos penhascos até a praia, mas a senhora garantiu que ela e o golfinho estavam ambos a uma distância considerável dos penhascos. Alguém provi
denciou a remoção dos animais muito rapidamente, uma vez que a maré ainda não tinha mudado para levá-los para o mar. Quem? Por quê?
Na noite de 24 de maio de 2013, Chris Collins e seu filho mais novo, depois de terem acabado de chegar de férias, foram esticar as pernas na praia de Filey, North Yorkshire, e se depararam com uma foca morta com ferimentos incomuns. Collins havia assistido a um documentário falando de mutilações de animais e percebeu que as lesões da foca traziam algumas semelhanças com as que tinha visto no programa — a testemunha disse que o crânio exposto da foca em Filey era comparável com os crânios descarnados de gado. Isso o levou a enviar as imagens que fez com o celular para o doutor Richard D. Hall, especialista no assunto, que em seguida as encaminhou para este autor.
Posteriormente, em subsequentes trocas de e-mail com o doutor Hall, o cenário de mutilação foi se formando claro e Steve Bexton, o veterinário de Norfolk, se envolveu nas análises para a avaliação e comentários. Bexton acredita que a foca seja um macho maduro, mas como seu acesso aos fatos era limitado, sendo possível apenas estudar o material fotográfico, foi difícil para ele tirar conclusões definitivas. “Estou familiarizado com a perda de tecido da cabeça nos animais, coisa que já tinha visto muitas vezes, e acredito que foram predominantemente o resultado de aves carniceiras. Mas o que causou a morte, antes do ataque dos carniceiros, isso é indeterminado”, disse o profissional.
O parecer do veterinário
Ele está correto sobre isso: aves marinhas e predadores como caranguejos não iriam perder a oportunidade de uma refeição. Na busca de respostas, Bexton posteriormente enviou algumas fotos de focas sendo devoradas — uma delas mostra um crânio limpo até o osso, muito semelhante ao exemplo de Crawley. No entanto, em alguns casos, o animal mutilado não fica fora da água tempo suficiente para que gaivotas limpem a carne completamente. Tem que haver outra explicação. De acordo com Collins, também não havia qualquer outra evidência, como fezes ou pegadas, de que gaivotas tivessem estado ao redor das carcaças. Parecia, ainda segundo a testemunha, que o animal estava fora do mar há pouco tempo. Então fica a pergunta: onde estão os cérebros das vítimas? O crânio da foca de Filey parece estar relativamente intacto, mas seu cérebro sumiu. Como?
Claro que não se alude à ação de seres extraterrestres nestes casos sem avaliar possíveis causas naturais — e é fato que muitas mutilações têm explicação, mas outras não. Por exemplo, ponderou-se se se tratava originalmente de um corte limpo de algum tipo, que foi em seguida mordiscado por caranguejos enquanto esteve submerso. Bexton disse que quase todas as carcaças de foca inicialmente afundam e o processo de limpeza começa no fundo do mar, com os caranguejos que causam a maioria dos danos. Eventualmente, algumas carcaças flutuam devido à fermentação interna e, se levadas para a terra firme, as gaivotas continuam a bicar as áreas expostas. Não se descarta esta hipótese para a grande maioria dos casos, mas certos episódios desfiam tal explicação.
A pele de foca é extremamente resistente e carniceiros precisariam romper essa barreira natural para começar sua refeição, o que não é fácil e nem tampouco um trabalho limpo. Mas os cortes, tal como nas mutilações de animais terrestres convencionais, são precisos e aparentemente produzidos por instrumentos afiados, em nada condizentes com garras de caranguejos ou bicos de gaivota. A pele de uma foca também resiste à abrasão de rochas, pedras, cascalho e areia. Em condições normais, a perda de pele não começa a ocorrer até vários dias após a morte. A taxa de decomposição na água do mar é de cerca de metade do que ocorre ao ar livre, o que indica que as carcaças encalhadas podem parecer serem mais frescas do que realmente são.
Difícil tirar conclusões
A grande questão é, naturalmente, o que causou a morte do animal, resultando nas feridas abertas que deram aos vários carniceiros acesso aos tecidos moles subjacentes. Os dois orifícios de forma circular na foca de Filey são do maior interesse. Um, mais recuado, é certamente na posição do ânus. O outro, circular e penetrante, em forma de cone, vai mais para o centro do animal. O veterinário Steve Bexton declara que é difícil tirar conclusões definitivas e ambos estamos trabalhando com diferentes premissas. Quando se comparam os casos de focas e outros animais marinhos mutilados com as ocorrências em terra, tem-se a nítida impressão de que o fenômeno alcançou os nossos mares. Se forem seres extraterrestres os causadores disso, resta entender por quê?
Ao escrever este artigo buscando demonstrar que visitantes alienígenas são os verdadeiros responsáveis pelas mutilações de animais terrestres e marítimos, tenho consciência de que tal conclusão ainda está muito longe de ser aceita, ainda que como simples hipótese. Estudar cientificamente as mutilações sob a premissa de serem fruto de uma intervenção extraterrestre requer uma profunda alteração nos paradigmas da ciência, algo que ainda estamos muito longe de ver acontecer. Talvez nos séculos vindouros as coisas sejam diferentes.