EDITOR – Pacaccini é um dos pesquisadores que está investigando o mais importante caso ufológico já registrado no Brasil. Ele nasceu em Belo Horizonte (MG), mas por seus pais serem médicos que exerciam a profissão em Três Corações, sul de Minas, foi levado para lá, onde viveu toda sua infância. Morou nos EUA e no sul do Canadá durante anos, tendo a possibilidade de se relacionar com pessoas diretamente ligadas a pesquisa espacial. Voltou ao Brasil para cursar Administração de Empresas e Ciências Contábeis na PUC de Campinas (SP), Fez mestrado em Comércio Exterior na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Pauto e, há nove anos, possui uma empresa de consultoria em comércio exterior. Pacaccini foi um dos mais ativos membros do Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (CICOANI), grupo do qual fez parte durante 17 anos. Ele é do tipo que gosta de ler os diversos jornais, revistas e livros especializados em Ufologia. E um ufólogo que tem o cuidado de se basear sempre em fundamentos científicos para não cometer o engano de se precipitar em suas conclusões e descobertas sobre o Caso Varginha. Em uma rápida conversa com a Equipe UFO Especial, Pacaccini descreveu seus planos, suas convicções, influências e objetivos em relação não só a essas pesquisas, como também em relação a projetos pessoais.
INÍCIO NA UFOLOGIA
Vitório Pacaccini, 31 Anos — Minha atuação na Ufologia começou por intermédio do Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (CICOANI), em Belo Horizonte. Tive a oportunidade de conhecer o professor Hulvio Aleixo, presidente fundador do CICOANI. pois fui seu aluno de Psicologia Aplicada no curso de Administração na PUC. Soube que ele era um ufólogo muito conhecido e levava a investigação muito a sério, por isso passei a participar das reuniões do grupo e das expedições até me tornar um membro. Oficialmente, nesse grupo, eu já estou há quase 17 anos. Antes disso, eu já tinha uma curiosidade sobre alguns episódios de pessoas que viam luzes e outros tipos de relatos. Saí em várias expedições e aprendi muito com essa convivência, pois todos sabem que o CICOANI tem um dos maiores acervos ufológicos do Brasil. Sempre fui um membro muito ativo: quando era preciso entrar no mato, eu entrava, subir ao topo de uma montanha, eu subia. Enfim, sempre tive oportunidade de acompanhar de perto as expedições do grupo.
Apesar de eu nunca ter visto absolutamente nenhum fenômeno ufológico, tenho a pesquisa ufológica como algo em que procuro colocar o máximo de metodologia científica possível. Levo isso muito a sério. Acho que é um assunto de extrema importância para a Humanidade e não só para os ufólogos. O espaço é a fronteira final do homem. Muito conhecimento vai advir dele, sem dúvida, muita coisa ainda vai se desenvolver em nosso planeta. Porém, contato com outras civilizações ou possibilidade de intercâmbio cultural e tecnológico não são uma história para mim, e sim, para os meus tataranetos.
Tenho certeza de que, da mesma forma que seres alienígenas buscam informações no nosso mundo, o ser humano também vai tender a buscar informações sobre o que existe lá fora. Aliás, já está tentando fazer! Porém, pelo que sabemos, ainda não alcançou: foi à Lua e a Marte e não encontrou vida; para Vênus e Júpiter, mandou sondas. Oficialmente, ainda não encontrou vida como nós concebemos: com duas pernas, um tronco, dois braços e uma cabeça, essa forma de vida humanóide. Pode até ter encontrado formas microscópicas, aminoácidos etc, mas não vai sossegar enquanto não acontecer dele encontrar vida da forma que espera.
PROFISSÃO VERSUS UFOLOGIA
A divisão entre a minha profissão de administrador e minha atividade ufológica é muito conciliável. Mas tenho a convicção de que eu gosto muito mais da pesquisa ufológica do que de meu trabalho. Gosto da minha profissão, mas pesquisa ufológica é um ideal, não é necessidade. É do meu trabalho que saem os recursos para eu manter minha condição de vida; até mesmo minhas pesquisas. Meu trabalho eu ponho em palavras muito bem colocadas, tanto é que sou consultor, mas a Ufologia eu não conseguiria definir em palavras, pois é uma coisa tão ampla, tão abstrata. E um ideal tão grande, capaz de superar qualquer outra atividade. Ufologia é uma cachaça, um vicio, não dá para explicar!
A divisão entre a minha profissão de administrador e minha atividade ufológica é muito conciliável mas tenho a convicção de que eu gosto muito mais da pesquisa ufológica do que de meu trabalho. Gosto da minha profissão, mas pesquisa ufológica é um ideal, não é necessidade
A maioria das pessoas que me conhece não sabia que eu era ufólogo, pois não costumo contar isso para os outros. A surpresa foi geral, mas o resultado foi extremamente positivo. Ninguém me achou louco, muito pelo contrário, disseram que se eu estava envolvido era porque se tratava de coisa séria. E pelo falo de eu ter citado os nomes dos envolvidos na operação de captura e transporte das criaturas – sem medo de deixar nenhum de fora -, alguns conhecidos disseram que eu tinha muita coragem e isso reverteu positivamente. Para quem está seguindo as investigações só pelo Fantástico, viu que foi citado apenas o nome do coronel Olímpio Vanderley, mas eu disse todos os nomes. Por causa disso, o que tem de gente me telefonando para parabenizar pelos trabalhos… Todos incentivam e pedem para que isso não acabe em pizza.
PESQUISA CIENTÍFICA
É fundamental que tenhamos uma preocupação com a maneira pela qual são encarados os fatos ufológicos. Portanto não sigo nenhum aspecto de Ufologia Mística, esotérica ou qualquer outro nome que exista, e eu nem saiba. Isso simplesmente não me interessa. Não leio nada a respeito, não é minha linha. Respeito demais quem goste, quem siga. quem faça disso até uma maneira de viver. Essas pessoas convivem comigo, são grandes amigas, mas não sigo essa linha. Pelo contrário, procuro usar o máximo possível de metodologia científica, apesar de não ser astrônomo ou físico nuclear, nem astronauta. Sempre estudo muito e procuro estar por dentro de tudo o que está se passando em termos tecnológicos, como um civil, claro.
Tenho uma crítica muito grande sobre mim mesmo, pois tenho uma formação acadêmica muito sólida, que constitui meu caráter, de forma que eu não chegaria aqui abandonando toda essa formação. Existem muitos esotéricos que, quando você pergunta algo, come&cce
dil;am a estabelecer as maiores e mais mirabolantes nuanças e estapafúrdias para encontrarem explicações que não interessam de maneira alguma a mim. Tive influência acadêmica de Ciências filosóficas e Matemáticas. Conheci pessoas da área de exatas e tive a oportunidade de ter contato com a tecnologia, nos Estados Unidos, por causa de meu pai de intercâmbio (que era um engenheiro). Então relacionei-me com pessoas da NASA, astronautas que relataram experiências ufológicas e que me deram muita informação sobre o assunto. Tornaram a Ufologia extremamente empolgante para mim, gerando uma intenção maior de não deixar nada disso ficar jogado ao segundo plano.
“E fundamental que tenhamos uma preocupação com a maneira pela qual são encarados os fatos ufológicos. Não sigo nenhum aspecto de Ufologia Mística, esotérica ou qualquer outro nome que exista, e eu nem saiba. isso simplesmente não me interessa, não leio nada a respeito, não é minha linha. Respeito demais quem goste, quem siga, quem faça disso até uma maneira de viver”
CASO VARGINHA
O caso é bastante incomum e até perigoso. Falo muito ao Ubirajara que se o Mulder e a Scully – os agentes secretos do Arquivo X – vierem a Varginha e ficarem a par da situação, vão perceber que não têm bagagem suficiente para investigar e acharão melhor voltar para casa. Porque a coisa aqui é tão complexa que supera até aquelas mirabolantes histórias do Arquivo X. Tanto que está quase no ponto de o Spielberg vir para cá para preparar o E.T. II, mas, ao invés de ser na Califórnia, será em Varginha e real. Não duvido que, mais cedo ou mais tarde, esse caso vire um filme.
Fiquei sabendo do caso pelo jornal O Estado de Minas e, logo depois, por uma reportagem do programa Fantástico. Convoquei uma reunião em minha casa com o CICOANI para discutirmos o episódio e sabermos qual seria a participação do grupo, o que iríamos fazer para apoiar o doutor Ubirajara – que é um investigador sério, uma pessoa conhecida no meio ufológico, mas que eu só vim a conhecer após o caso. Na reunião, ficou estabelecido que era muito importante alguém vir para Varginha e participar das investigações. A pessoa escolhida fui eu – por já conhecer bem o Sul de Minas, ser solteiro, não ter filhos, nem nada que eventualmente atrapalhasse.
Na manhã seguinte, 25 de janeiro, fui a Três Corações, onde mora minha mãe. Antes de chegar a Varginha, fiz uns telefonemas para alguns conhecidos, e um deles me disse: “a onça vai beber água e é hoje à noite!”. Fui atrás desse conhecido e, por seu intermédio, consegui gravar a declaração de uma das testemunhas. Nesse instante, dei-me conta de que estava estabelecido o primeiro passo, parafraseando Armstrong, “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a Humanidade”. Desse momento em diante, não quis mais largaras investigações de jeito nenhum.
REVELAÇÕES AO PÚBLICO
Sou extremamente determinado e não entro nas coisas para perder. Essa é minha meta e daqui para frente eu continuo por conta própria. Pois, de certo modo, a Ufologia não interessa ao público. Percebemos que as informações que levantamos, quando expostas ao público, podem causar dupla interpretação, deixando a impressão de ser ficção científica. Por isso, nós esperamos que mais informações se agreguem ao bolo, para só então, soltá-las. Sabemos que a maior parte da população é leiga, não segue a mesma metodologia que seguimos e não está preocupada com isso. Grande parte das pessoas está preocupada com os problemas terrenos – conta de luz para pagar, emprego que pode perder, aluguel no final do mês, como também bandidos, violência.
Um assunto como Ufologia exige um mínimo de conhecimento de Astronomia, Matemática, Física, leis da natureza e fenômenos meteorológicos. Ou seja, num país onde cerca de 30 milhões de pessoas passam fome e a grande maioria é formada por analfabetos, é claro que somente uma porção mínima da população consegue acompanhar tudo o que está ocorrendo. Mas eu não quero a porção mínima da população a par. Quero deixar que o assunto se tome do conhecimento de um número máximo possível de pessoas.
De que adianta eu fazer uma investigação só para vocês, para o Gevaerd, para o Claudeir ou para o Petit? Tenho certeza de que não adianta nada. E o restante da população brasileira? E o restante do mundo? Se as investigações chegam a um certo ponto em que não dá para avançar mais, deixo quieto. Como temos muitos detalhes que, não só por razões de segurança das testemunhas, mas por não ser tão acessível, nós preferimos não divulgar, não é conveniente levar ao conhecimento público. Existem informações que ainda não revelamos aos meios de comunicação.
Já estamos sabendo do paradeiro das duas criaturas – isso se é que são apenas duas – e sabemos também que os militares estão comandando tudo isso. Tem gente que já conseguiu copiar o filme em que aparece o ET de Varginha, cedo ou tarde vamos descobrir quem está de posse dessa fita.
ENCERRAMENTO DAS PESQUISAS
Estamos tendo todo cuidado científico com o Caso Varginha. Por ser obscuro esse caminho, tenho como principal objetivo provar escancaradamente para toda a população do mundo que vida extraterrestre existe e visita o nosso planeta. Caso seja encontrada uma prova concreta, como filmes ou fotografias, a pesquisa não mudará em nada, vai ser apenas a consagração do que nós já sabemos. Mas vou tornar isso tudo do conhecimento público do mesmo jeito.
Possivelmente isso vai causar uma revolução enorme, em parâmetros de ordem filosófica e religiosa, fazendo com que as pessoas avaliem novamente Deus, o universo, sua filosofia de vida, seu comportamento e uma série de outras coisas. Meu objetivo é fechar esse caso com chave de ouro. Minha intenção é, o mais rápido possível, poder colocar as mãos nesse vídeo (se ele existir realmente), já que algumas testemunhas não querem aparecer por vários motivos – e não vou levar ninguém aos meios de comunicação, sabendo que podem sofrer conseqüências drásticas – e dizer aos cientistas brasileiros para se entenderem com os militares porque eu estou me retirando do caso. Levada essa prova aos cientistas, vou interromper minhas pesquisas, pois minha contribuição já estará dada.
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epois disso, vou dar minha participação por encerrada. O assunto vai continuar sendo do meu interesse; vou continuar lendo, acompanhando, mas vou ceder espaço para outros ufólogos darem também sua contribuição à pesquisa ufológica. Acho que, a partir daí, minha missão já estará cumprida. Além disso, tenho dado pouca atenção à minha vida profissional e à minha família. Quero voltar às atividades normais e finalizar a minha missão na área da Ufologia.
HIPÓTESES E FATOS
Não tenho nenhuma hipótese feita para explicar o motivo desses seres estarem em Varginha – e justo em Varginha! –, talvez alguma coisa na operação deles deu errada, os gases da atmosfera, temperatura, algum microorganismo, bactéria ou vírus interferiram (pois as criaturas estavam visivelmente abaladas), ficando assim, impossibilitadas de voltar às suas naves. Talvez possam ser criaturas geneticamente adaptadas para virem executar alguma missão e, quem sabe, a adaptação não foi bem sucedida e esses modelos de criaturas talvez já não sejam nem mais usados. Ou as naves vistas nos arredores de Varginha durante esses dias, já deviam estar levantando a topografia e a geologia do terreno para fazerem alguma coleta de espécie de animais, vegetais, minerais, ou mesmo para olharem a civilização nesse ponto do planeta.
Varginha foi usada como um grande laboratório, portanto, não podíamos deixar que a ridicularização inundasse esse caso. Conseguimos informações de militares e civis, para levarmos à população um esclarecimento sobre o fato e a função de não o deixar cair no esquecimento. É difícil definir um motivo para isso ter acontecido. A nossa lógica pode sertão absurda para eles, e vice-versa, que seria praticamente impossível estabelecer qualquer hipótese. Para mim, não interessa o motivo, o que me interessa é tentar provar que esses seres realmente existem e nos visitam.
Especulações sobre o Caso Varginha
Especulações existem de todos os tipos. As pessoas sempre procuram uma explicação para a manifestação do Fenômeno UFO. Dependendo de suas crenças, sua cultura, seu nível social, tentam achar uma resposta naquilo em que acreditam ser o correto. Nós recolhemos essas “hipóteses” e escolhemos algumas para que o leitor possa refletir sobre elas. Se tivermos o direito de agir com certa lógica, meramente pessoal, podendo ser absolutamente incorreta, podemos fazer suposições, mas que nunca chegarão a ser afirmações. Gostaríamos que os leitores tirassem suas próprias conclusões e nos enviassem, se assim o desejarem.
• Talvez tenha sido a primeira vez que esses seres tenham vindo aqui, sem saber onde estavam, nem qual seria a reação dos humanos ao encontrá-los;
• Podem ser seres inteligentes, que vieram pela primeira vez à Terra por causa de uma viagem muito longa e não tiveram sorte pela nossa reação hostil;
• Podem ser criaturas geneticamente alteradas, criadas por outros seres evoluídos, exatamente para cumprirem a missão de estudar nosso comportamento diante uma possível visita;
• Quem sabe vieram coletar materiais, como água, plantas, pedras etc, mas algo deu errado e foram capturados;
• Talvez seres biológicos, criados em massa, com intuito de cobrirem uma missão qualquer, como já fizemos, mandando cachorro, macaco etc, para o espaço;
• Pode ser que a população de algum planeta esteja sendo dizimada por causa de algum vírus, bactéria ou algo do tipo, e eles tenham mandado cobaias doentes para, quem sabe, encontrarem algum ser vivo terrestre que seja capaz de produzir anticorpo contra essa doença;
• Ou então quiseram fazer um aprimoramento genético, misturando genes de outras raças com os seus próprios genes, com intuito de criarem uma raça superior e resistente;
• Ou… Não sabemos.
Vitório Pacaccini