Se acreditássemos em lendas, Mato Grosso seria, sem dúvida, um dos lugares mais misteriosos do Brasil, pois diversos mitos envolvem todo o Estado. Um deles trata de passagens subterrâneas que ligariam o Brasil a uma cidade mística do Peru. Essas aberturas, segundo místicos, seriam três: duas no Mato Grosso (uma na Chapada dos Guimarães e a outra na Serra do Roncador) e a terceira em São Tomé das Letras (MG). Sinais luminosos já foram diversas vezes fotografados em cavernas da Serra do Roncador, um local que recebe anualmente centenas de turistas em busca de UFOs e da lendária caverna. Até mesmo o ex-prefeito de Barra do Garças, Valdon Varjão, construiu um espaçoporto para a descida de discos voadores num maciço rochoso que circunda a cidade.
A Chapada dos Guimarães, que está à 74 km da capital do Estado, Cuiabá, é outro local que se destaca por inúmeros acontecimentos insólitos, tanto na área ufológica quanto na paranormal. As noites são quase sempre frias e nebulosas e há quem acredite que a região é poderosa, uma espécie de corredor energético cortado pelo paralelo 15º sul. Por coincidência, passa por outros lugares místicos, como o lago Titicaca, entre o Peru, a Bolívia e os arredores de Brasília, onde existe um grande número de seitas esotéricas. Esse local teria um intenso fluxo eletromagnético.
É interessante citar ainda um estranho fenômeno que acontece próximo ao Portão do Inferno – nome de um precipício na entrada da cidade. Qualquer automóvel, em local íngreme, mesmo estando em ponto morto, não desce. Isso mesmo! Em vez de descer, ele sobe! Seriam as energias do local? Há várias explicações científicas para tal fato, mas ele ainda é desacreditado, até mesmo pelos que o presenciaram.
Mistérios na Chapada — Os blecautes são rotina na Chapada, provavelmente devido a fortes ventos na região. Essa seria uma explicação convincente, não fosse o fato de estranhas luzes multicoloridas serem constantemente avistadas no céu. Diversas testemunhas afirmam que durante a noite é comum a observação de UFOs — alguns até filmados e fotografados. Há mais mistérios na Chapada do que se pode imaginar. Além dos constantes avistamentos de bolas de fogo, luzes no céu e até humanóides, acredita-se que o Morro São Jerônimo — ponto mais alto da região, situado a cerca de 1000 m de altitude —, seja um suposto aeroporto de UFOs. Recentemente, estranhas luzes não identificadas têm sido avistadas na região. Grande parte das ocorrências, no entanto, é acobertada por grupos religiosos e pessoas pertencentes a várias outras correntes de pensamento, que não aceitam, de forma alguma, a Ufologia como um estudo sério e verdadeiro. Ainda não temos certeza da veracidade destas revelações, mas as pistas colhidas levam a crer que são inegáveis. Acreditar que um povo, “não se sabe exatamente de onde”, há milênios, milhares ou milhões de anos, foi capaz de construir uma pirâmide de cabeça para baixo, aqui no Mato Grosso, é coisa de livros de ficção, mas somos levados a crer que isso é a mais pura realidade. A pirâmide construída estaria enterrada a alguns metros, mas ninguém sabe exatamente onde.
Há cinco anos, fui informado que a Chapada dos Guimarães teria uma grande concentração de energia. Não me interessei a princípio, mesmo porque já tinha tal conhecimento do assunto. No entanto, posteriormente, um grupo de cientistas estrangeiros (provavelmente norte-americanos), alugou uma casa no local para uma curiosa pesquisa científica. Estaria o governo brasileiro sabendo disso? Testemunhas afirmam que tais indivíduos entravam e saíam da casa com caixas de papelão. Tudo indica que tinham como principal interesse o campo energético — que teria danificado, inclusive, computadores e um furgão.
Há algum tempo, o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem que tratava da descoberta de vestígios de uma civilização antiga nas proximidades da Chapada. Até mesmo vias pavimentadas foram encontradas. Os estudiosos acreditavam que tais construções teriam sido feitas pelos fenícios (ou astronautas?). Ninguém sabe informar onde se encontra a tal cidade antiga, nem mesmo as poucas pessoas de grande conhecimento arqueológico do Estado.
Será que as constantes aparições ufológicas, a descoberta dos cientistas estrangeiros e as antigas construções têm alguma coisa a ver com a pirâmide em Mato Grosso? Ao estudá-la, é possível notar algumas curiosidades. Cientistas afirmam que as grandes pirâmides de Queóps, em Gizé, a menos de 16 km a sudoeste do Cairo, assim como o Templo do Adivinho, em Uxmal, e a pirâmide de Kukulcan, além de outras ruínas do sudoeste do México, foram construídas há mais ou menos 4.000 anos. No entanto, muito se fala e pouco se prova. Mas o que essas pirâmides têm em comum com a existente na Chapada? Primeiramente, se uníssemos o continente africano ao brasileiro, poderíamos observar uma triangulação das pirâmides do México e do Egito, indicando assim uma ponta imaginária para baixo, em direção à Chapada dos Guimarães. Portanto, a construção das pirâmides poderia ter ocorrido quando os continentes estavam unidos, há mais de 4.000 anos. Neste caso, o Brasil não teria a forma vertical que conhecemos, mas a inclinada.
Estranha Pirâmide — Reparem os contornos brasileiros. Observem melhor parte da região norte, nordeste e sudeste do país. Elas parecem se encaixar com o continente africano, como se fosse um quebra-cabeças. Se há milhões de anos, na construção das pirâmides do México e Egito, a distância entre elas fosse de aproximadamente 9.240 km, isso equivaleria à 13.000 km hoje. Sendo assim, os continentes se distanciaram cerca de 3.800 km. Podemos com isso afirmar que, depois da construção das pirâmides, o continente brasileiro e africano começaram a se distanciar, bem como as pirâmides, obviamente. À 50 km do município de Rosário Oeste (124 km de Cuiabá), encontra-se uma fazenda no mínimo peculiar. No local pode ser vista, há cerca de cinco anos, uma pirâmide que, segundo alguns médiuns, possibilita o contato com humanóides. Por fora,
ela é feita de material semelhante ao alumínio, mas por dentro, é de madeira. As mensagens, recebidas por telepatia, são na maioria das vezes de Ashtar Sheran, suposto comandante das frotas espaciais. O objetivo dessas pessoas é buscar a cura pelas energias, normalmente se apoiando na religião ou no misticismo.
Esses médiuns reúnem-se para meditar e, vez ou outra, se deparam com mensagens extraterrestres. Em certa ocasião, avistaram uma intensa luz no céu, mas, como se dedicam apenas à cura e paz de espírito que a pirâmide proporciona, não deram muita importância ao fato. Eles não divulgam os fenômenos relacionados à pirâmide, pois não pretendem chamar a atenção de céticos, curiosos e até mesmo cientistas. Mas apesar das inúmeras precauções, um grupo de estudiosos estrangeiros foi até o local para examinar a pirâmide. Qual seria o interesse dos cientistas?
Nova Brasilândia — UFO, nave ou disco voador são termos comuns em Nova Brasilândia, cidade com seis mil habitantes, distante 210 km de Cuiabá. E essa popularização da Ufologia tem mesmo razão de ser. Às 20h00 de 1º de junho de 1997, domingo, um acontecimento insólito surpreendeu os moradores do distrito de Teresópolis, próximo a Nova Brasilândia, e transgrediu a rotina pacata da cidade [Veja UFO 53]. Muitas pessoas estavam sentadas à porta de suas casas, conversando, quando inesperadamente uma bola de fogo cruzou os céus da cidade. Os atônitos moradores observaram em seguida um imenso clarão, que transformou a noite em dia e durou cerca de um minuto. Instantes mais tarde, um enorme estrondo foi ouvido em um perímetro de 100 km. A agricultora Benedita Pereira ficou tão assustada que afirma ser impossível esquecer aquela noite. “Estava deitada e vi o clarão, logo depois o barulho e a minha casa sacudiu”, detalha.
Principalmente devido a distância em relação a capital do Estado, a notícia não teve repercussão imediata. As informações foram colhidas, então, gradualmente e, em alguns casos, eram desencontradas. Assim que a notícia chegou a Cuiabá, imediatamente a Associação Matogrossense de Pesquisas Ufológicas e Parapsicológicas (Ampup) foi contatada. Em assembléia geral, todos os membros ufólogos foram informados do ocorrido. Na madrugada da mesma noite (1º de junho) fomos para Nova Brasilândia.
A partir daquele dia, através dos noticiários, a cidade notadamente adquiriu repentina fama, e nossa equipe já estava a postos na coleta de dados. Dez dias após a queda, a imprensa literalmente invadiu a cidade, a cata de mais detalhes sobre o ocorrido. Conforme depoimento do então prefeito de Nova Brasilândia, Sérgio Benetti, os comentários eram evidentes na cidade: “Muitas pessoas dizem ter realmente visto um clarão no céu, há uns 10 dias, por volta das 20h00. Depois disso, houve uma pequena explosão, que chegou a fazer um buraco no chão, queimando a terra. Comenta-se que o objeto caiu próximo à localidade de Teresópolis, na fazenda Volta Rica, de Divino Ivo da Rocha, mais conhecido como Divino Fogoió, que fica às margens do Rio Manso”.
No entanto, mesmo após várias buscas por terra e ar, realizadas por nós e pelos jornalistas que também investigavam o fato, nada foi encontrado. Isso tornava a ocorrência ainda mais misteriosa, pois, apesar de não terem sido encontradas provas, era certo que um objeto havia caído. Nesse momento, torna-se importante ressaltar que Nova Brasilândia está localizada entre a Chapada dos Guimarães e a Barra do Garças, que recebem anualmente centenas de místicos, esotéricos e estudiosos em busca de UFOs e ETs. São locais ricos em relatos ufológicos, filmagens e histórias, entre elas a do misterioso desaparecimento do explorador inglês, coronel Percy Fawcett, nos anos 20, que, apoiado na Eubiose, tentou provar que ali estavam algumas entradas para o continente perdido de Atlântida.
Base do Cindacta — De acordo com o jornal cuiabano Folha do Estado, do dia 09 de julho de 1997, o sargento Paulo Gomes, do Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfico Aéreo (Cindacta), que tem uma base na Chapada dos Guimarães, comentou queas informações colhidas são repassadas para Brasília, local em que é realizada a leitura dos dados. Ele não quis confirmar e nem desmentiu o ocorrido. Entretanto, o comandante do Cindacta em Mato Grosso, capitão Assis, logo declarou que o radar não captou nenhum tipo de aeronave suspeita na data e local citados. Em seguida, ratificando, afirmou que não tinha conhecimento se o radar conseguia captar a presença ou a passagem de um meteorito.
Com relação à postura dos órgãos federais e estaduais sobre o assunto, demostrando quase que um descaso total, o secretário de administração de Nova Brasilândia, Jamil da Silva Lima, em depoimento a um jornal do Estado, disse: “Simplesmente alguma coisa está sendo escondida a sete chaves”. Para o Jornal do Brasil, o ocorrido pode ser considerado uma versão brasileira do Caso Roswell, e em matéria do dia 09 de julho de 1997, escrita pelo jornalista José Calixto de Alencar, descreve: “O vaqueiro Gilberto Braga, que mora em Nova Brasilândia, foi o único a ter coragem de tocar o objeto. ‘Parece uma bola de ferro, maior do que um trator, que soltava um cheiro esquisito’. Moradores da região estão preocupados com uma possível contaminação de rebanhos ou da população ribeirinha pelo OVNI, já que o local onde o objeto caiu fica às margens do Rio Manso”.
Face ao acontecido, torna-se interessante retratar alguns depoimentos de pessoas que juraram diante da imprensa ter presenciado aquele fantástico fato. “Morador de Nova Brasilândia há 25 anos, o frentista Miguel Darli Gonçalves conta que estava sentado na rua, em frente a sua casa, quando viu o clarão e ouviu o barulho. Muita gente presenciou a cena e, co
nforme Gonçalves, algumas pessoas chegaram a cair no chão devido ao tremor da terra”. O vaqueiro Gilberto Braga, de 26 anos, que trabalha na fazenda Bela Vista, vai mais longe. Contou em detalhes que não só viu, mas tocou no objeto, há cerca de 10 dias. Segundo ele, o artefato tinha a forma de uma bacia caseira, o tamanho de uma casa pequena, era preto, composto de ferro ou rocha.
Ele garante que o objeto está lá, fincado no morro, exala um cheiro ruim e provocou a queimada de uma área de aproximadamente 100 metros quadrados ao redor de onde caiu. “Eu acho que é disco voador”, avalia. Leandro Paula da Silva, de 15 anos, explica que viu o OVNI antes dele tocar no chão e que tinha luzes coloridas, azuis e verdes. Vaqueiro da Fazenda Campo Verde, ele acredita ter visto um disco voador. Na fazenda de Divino Fogoió não foi diferente. Ele e o filho também viram o fenômeno de luzes coloridas e marcaram o dia. “Mas Fogoió não sabe precisar onde o objeto poderia ter caído”, publicou o jornal A Gazeta, Cuiabá, 09 julho de 1997. O fazendeiro contou ainda, que observou o objeto durante seis minutos. Depois disso, ele teria caído.
Base do Cindacta — Segundo Fogoió, no momento em que a bola de fogo se espatifou no chão, sentiu a terra tremer. “Tive que segurar os quadros da parede, senão caía tudo”. Partindo da coleta de dados obtidos pelos membros da Ampup, e levando em conta um batalhão de repórteres que estavam no local, além dos curiosos, passamos a acreditar que chegar até o objeto, cedo ou tarde, seria fácil. Quanta ingenuidade! Misteriosamente, as coisas começaram a mudar: ninguém falava, absolutamente ninguém queria se envolver. Lembro que o intuito de muitos era a fazenda de Divino Fogoió, às margens do Rio Manso, onde o objeto teria caído. Na época, no entanto, Fogoió impediu a entrada de pesquisadores em sua fazenda. “Só permitirei a entrada em minha propriedade de pessoas autorizadas pelo Governo Federal”. Depois de exaustivas buscas, desloquei-me até a Fazenda Ferrão de Ouro, onde conheci o jornalista José Calixto de Alencar, que também havia chegado à região para apurar os detalhes do acobertamento do caso. Após trocarmos algumas informações, decidimos trabalhar em conjunto. Tentamos, então, convencer o vaqueiro Gilberto Braga a ir conosco até o local da suposta queda do objeto, ou, ao menos, dar uma indicação de sua localização. Segundo informações do ex-deputado estadual Isaías Rezende, o vaqueiro estava muito assustado e, cada vez que alguém chegava a sua casa, se escondia ou mandava sua esposa atender. Rezende nos alertou ainda que o vaqueiro não estava mais disposto a falar sobre o assunto, com ninguém.
Diante disso, planejamos uma estratégia: alguém iria na frente, na garupa de uma motocicleta, acompanhado por uma pessoa conhecida do vaqueiro — o que teoricamente facilitaria um contato. De início, tivemos sorte. Ele estava à porta conversando com três pessoas, um tanto quanto suspeitas. Elas estavam em uma caminhonete D-20, com placa de Londrina (PR). Naquele exato momento, eles combinavam uma nova visita a fazenda do senhor Divino Fogoió, distante uns 30 km dali. Enquanto pensaram que fôssemos pessoas da região, a conversa foi tranqüila. Mas, lamentavelmente, quando José Calixto se apresentou como jornalista, o clima ficou hostil, com discussões.
“Em seguida, já com a presença de mais colegas da imprensa, começamos uma bateria de questionamentos. Duas pessoas, notei, se empenharam em não revelar nomes, nem aparecer diante da câmera ou serem fotografadas. Só que um tal de Braguinha acabou se traindo, ao revelar que ele, o vaqueiro Gilberto e os dois estranhos estiveram uns 15 dias antes na fazenda do senhor Fogoió, ocasião em que teriam não só visto, como até tocado no objeto”, afirmou o jornalista em nota divulgada no semanário Correio de Mato Grosso, edição 360, em julho de 1997. E disse que, diante da imprensa, eles preferiram negar, dizendo que tudo não passava de boatos e comentários. “Só que, com lágrima nos olhos e com um nó na garganta, preferimos ficar com a sua primeira versão”. Claramente, estava sendo pressionado para não falar mais nada sobre o assunto. Por quem, não sabemos ao certo. A única coisa que ficou muito clara é que todos os moradores da região têm medo de se expor.
Nosso entusiasmo aumentava à medida que os relatos eram detalhados. Segundo depoimento de um rapaz conhecido como Manito, seu cunhado Heleno sabia o local exato da queda do objeto: “Ele sabe onde está aquele negócio esquisito, pois ficou uns 200 m dele. Só não chegou mais perto por causa da catinga forte. Heleno disse que era redondo, do tamanho de uma caminhonete e de cor prateada”. Manito informou ainda que seu cunhado encontrou o objeto com a metade de sua fuselagem enterrada no solo. Mas, quando procurado pela Ampup, Heleno se negou a dar informações.
Queimadas e Mentiras — Com o passar do tempo, as críticas da imprensa desabaram sobre o senhor Divino Fogoió, que chegou a ser rotulado de tremendo mentiroso. Pouco depois, a cidade recebeu algumas visitas, no mínimo, curiosas. Norte-americanos da NASA estiveram em Nova Brasilândia, sob a justificativa de acompanhar o trabalho de combate às queimadas na região da Chapada dos Guimarães. Realmente, em julho daquele ano, o fogo havia consumido grandes hectares, mas ainda assim, a presença deles era alvo de diversas especulações, algumas relacionadas ao episódio do dia 1º de junho. Vinte dias depois, estiveram na cidade representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com vários equipamentos e um avião, com o objetivo de averiguar o acontecido em 1º de junho.
Recentemente, quase cinco anos após a queda do objeto misterioso, a Revista do Mercoeste, em seu número 20, trouxe à tona surpreendentes descobertas do que ficou conhecido como o Mistério de Nova Brasilândia. A publicação revela um intrigante depoimento de Divino Fogoió. Ele afirma que, em novembro daquele ano, quando já não havia jornalistas rondando o local, um helicóptero e um avião misteriosos vasculharam toda sua propriedade em busca da tal pedra — como ficou conhecida a bola de fogo. Dona Maria, esposa de Divino Fogoió, ainda comenta: “Vocês sabem que, depois que a poeira abaixou, vieram aqui uns agentes do governo? Não? Pois muita gente fala que eles vieram buscar a pedra. Desceram de avião direto na fazenda vizinha da nossa”. Segundo ela, eram quatro homens, vestidos com roupas semelhantes as de astronautas. Eles vieram direto de Brasília, equipados com detectores de metal e, com a ajuda de funcionários da fazenda, abriram um atalho certeiro em direção ao local da queda. Com relação às críticas a Divino Fogoió, Maria o defende contando que a fama de mentiroso recaiu sobre seu marido porque ele foi um dos poucos moradores que manteve a palavra. “Quando a história estava quente, todo mundo tinha visto, cheirado e tocado. Depois que ninguém achou nada, ficou só o Divino falando sozinho. Mas me diz uma coisa, que motivos ele
teria para mentir?”. A intrigante casuística ufológica da região reforça ainda mais os argumentos de Fogoió.
Dois dias antes da queda (29 de junho), no intervalo de um jogo entre o Brasil e a Bolívia, o empresário e secretário municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Meio Ambiente de Barra do Garças, Cláudio Picci, o comerciante Luiz Cancilieri, o estudante Fabiano Ficagna e o fazendeiro Júlio Marchesi avistaram um estranho objeto, que classificaram como um UFO. “Ele tinha o formato discóide, com uma luz intensa e colorida nas extremidades. Parecia uma árvore de natal. Ficou cerca de 20 minutos parado e depois desapareceu”. Como vimos, fenômenos ufológicos são muito comuns para os moradores do interior do Mato Grosso. Embora, muitas vezes, a casuística local não seja devidamente divulgada, é certamente uma das mais ricas e fascinantes do país. Continuaremos pesquisando.
UFOs também se acidentam
A falta de evidências contundentes sobre a realidade do Fenômeno UFO é um problema com o qual os ufólogos constantemente se deparam. Se os UFOs são reais, por que não existe uma evidência física de sua existência? Por que ainda não encontramos os restos de um deles? A resposta para essas questões é que já encontramos restos de um, dois ou mais. Em 1950, Frank Scully publicou o livro Behind the Flying Saucers (Por Trás dos Discos Voadores), no qual relatava vários casos de acidentes com naves extraterrestres e os projetos ultra-secretos desenvolvidos pelo governo norte-americano para encobrir o assunto. Scully fornecia ainda os nomes de quem estava envolvido nos desastres e revelava onde as quedas tinham acontecido. O grande problema é que não possuía evidências concretas, e suas fontes, quando existiam, não eram confiáveis. Resultado: o livro tornou-se uma grande farsa. A conseqüência disso foi um completo desinteresse da opinião pública pelas estórias de quedas de UFOs.
Então surgiu o Caso Roswell, no Novo México, em 1947. Após anos de investigações, vários ufólogos, como Kevin Randle, Stanton Friedman e Wendelle Stevens, haviam entrevistado centenas de testemunhas e revisto diversos documentos relacionados ao caso, à procura de uma explicação para o episódio. Até que chegaram à conclusão de que alguma coisa extraordinária havia acontecido. Dentre os envolvidos estava o general-brigadeiro Thomas J. DuBose, comandante do 8º Comando da Força Aérea Norte-Americana (USAF). Ele contou que a história dos balões — inventada para explicar o Caso Roswell — foi o acobertamento da verdade. Em outras palavras, um disco voador realmente tinha caído em Roswell.
Com a crença restabelecida, outros eventos surgiram, mas em sua maioria não foram encontradas provas, evidências ou testemunhas de credibilidade. Por outro lado, alguns deles forneciam muito mais informações do se poderia imaginar inicialmente. Um exemplo disso ocorreu em Las Vegas (EUA), em 1962, e é considerado hoje mais um caso autêntico de queda de UFOs.
Mistérios na Chapada — Em Kingman, Arizona, centenas de testemunhas afirmaram ter visto um objeto voador não identificado cruzar o Canadá e os EUA, caindo posteriormente. A USAF negou, como sempre, afirmando tratar-se de um meteoro. A polícia local, por sua vez, declarou que nada havia sido encontrado, e os agentes do Projeto Moon Dust, de busca e recuperação de fragmentos de mísseis e satélites, centralizado na Base Aérea de Wright-Patterson, em Dayton, Ohio, foram então acionados. Mas afinal, o que aconteceu naquele dia?
No Brasil, também tivemos um dos casos mais espetaculares da Ufologia mundial, quando um objeto metálico explodiu sobre a praia de Ubatuba, litoral paulista, em 1957. Fragmentos dele foram recolhidos e enviados para estudo. O surpreendente é que a Marinha brasileira analisou os fragmentos e alegou que não poderia explicá-los, pois haviam sido destruídos durante suas experiências. Propositalmente? Em 1996, o mundo voltou seus olhos e ouvidos para o nosso país. O Exército brasileiro havia capturado estranhos seres, vítimas do acidente de uma nave extraterrestre, que apresentou problemas e caiu na cidade de Varginha (MG). Muita coisa ainda continua encoberta pelas autoridades. Mas, diante desse e de outros casos de quedas de naves, já temos certeza de que mesmo os mais sofisticados discos voadores não são totalmente infalíveis.
— Thiago Luiz Ticchetti
O verdadeiro Indiana Jones se perdeu no Roncador
O explorador inglês Percy Harrison Fawcett desapareceu no Brasil em 1925, quando realizava uma expedição no Estado de Mato Grosso, na enigmática Serra do Roncador. Ele procurava uma civilização perdida, depois de uma vida inteira dedicada as mais delirantes aventuras na Ásia e América do Sul. Desta vez, seu objetivo era estabelecer contato com uma civilização intraterrestre, supostamente descendente dos atlantes. De acordo com diversas comunidades místicas, o explorador teria encontrado o portal que liga a Terra a outras civilizações, de grande poder espiritual e mais desenvolvidas que a nossa. Essa e outras empreitadas inspiraram escritores como Arthur Conan Doyle (O Mundo Perdido) e H. Rider Haggard (As Minas do Rei Salomão).
Desde seu desaparecimento, Fawcett transformou-se numa das maiores lendas mundiais. Até mesmo Steven Spielberg inspirou-se nele para criar o personagem Indiana Jones. Seu inexplicado desaparecimento motivou dezenas de expedições desvairadas que, nas décadas seguintes, tentaram inutilmente desvendar o mistério, seja por espírito de aventura, seja em busca do prêmio que até hoje o jornal londrino The Times oferece a quem prestar informações confiáveis sobre o destino do explorador. Muitos desses aventureiros morreram na tentativa. Outros, como o sertanista Orlando Villas-Boas, cuja expedição de 1952 foi patrocinada pelo jornalista Assis Chateaubriand, garantem que Fawcett foi morto pelos índios a bordunadas.
— Fabiana Silvestre