De todos os estados da nação, Minas Gerais se destaca em vários aspectos. Seus limites geográficos lhe permitem servir como verdadeiro ponto de interseção entre as diversas culturas que coexistem em nosso país. Minas guarda um rico passado, abrigando cidades históricas de valor inestimável para o patrimônio mundial, como Ouro Preto e Mariana, ou como palco de eventos marcantes, a exemplo da Inconfidência Mineira. O estado também concentra regiões de relevante interesse econômico, como a Serra da Canastra, o Complexo do Espinhaço, a Serra da Mantiqueira e o maior complexo brasileiro de grutas derivadas de rochas calcárias — é justamente nesse cenário que se registra uma das mais significativas casuísticas ufológicas de todo o planeta.
Tal repertório de ocorrências é espantoso e vai muito além de meros avistamentos de UFOs, que têm sido exaustivamente apresentados aos leitores. Conta também com uma grande quantidade casos de perseguições a pessoas e veículos, pousos de naves com evidências físicas e abduções alienígenas. São, em geral, acontecimentos bem investigados e que compõem a história da Ufologia Brasileira. Embora a maioria das ocorrências ufológicas em Minas seja de simples avistamentos, como em qualquer lugar do mundo, existe no estado uma série de incidentes mais graves que também foram bem documentados. Muitos desses fatos são desconhecidos até mesmo dos ufólogos, por constarem de relatórios oficiais e secretos guardados a sete chaves nos arquivos militares. Seu registro apenas confirma a suspeita, bastante óbvia, de que as autoridades não desconhecem a atividade alienígena no interior de Minas Gerais — especialmente diante de tantas evidências.
Esse trabalho tem o objetivo de apresentar alguns dos casos que foram registrados nas décadas de 80 e 90 e mantidos em sigilo pelas autoridades militares mineiras — casos ufológicos semelhantes podem estar ocorrendo também em anos recentes. A narrativa de tais acontecimentos está sendo feita com base em relatórios oficiais, suprimindo-se os nomes dos envolvidos nas ocorrências e outros detalhes, que, se publicados, comprometeriam as fontes. Um dos episódios mais impressionantes deu-se em meados de 1988 e envolveu diversas aeronaves e o serviço de controle de tráfego aéreo estabelecido em Belo Horizonte. Ao anoitecer, tripulantes de um avião da Nordeste Linhas Aéreas (NLA) que procedia de Ipatinga com destino ao Aeroporto da Pampulha, na capital, reportaram estar avistando uma luz intensa sobre a Serra da Piedade, localizada no município de Caetés, próximo ao destino do voo.
Apreensão de fotos de UFOs
A estranha luz também já havia sido observada pelos operadores da torre de controle do Aeroporto de Confins, igualmente na capital, e tinha sido identificada pelo radar do controle de aproximação como um objeto real, sólido, já reportado por outras aeronaves que sobrevoavam a região. Nesse instante, o comandante de um Tucano T-27 da Força Aérea Brasileira (FAB), que decolava da Pampulha com destino ao aeródromo militar de Lagoa Santa, ouviu a conversa entre os controladores de voo e os pilotos da NLA, e informou ao controle de tráfego aéreo que iria se dirigir àquela área a fim de observar o evento. Ao se aproximar do local, o piloto informou aos operadores que estava avistando um enorme disco voador, maior do que um Boeing 747 — e disse ainda que iria voar em torno do objeto para fotografá-lo, pois estava com uma câmera a bordo.
Depois disso, o militar seguiu para pouso em Lagoa Santa. Mas tão logo aterrissou, teve seu equipamento fotográfico apreendido por seus superiores, que o remeteram para o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília. Além desse, outro fato significativo ocorreu em maio de 1995, por volta das 19h30, quando pilotos de uma aeronave Fokker 27 da companhia Brasil Central, reportaram ao centro de controle de tráfego aéreo a existência de um UFO abaixo de sua posição. O objeto se encontrava parado sobre a Lagoa dos Ingleses, próxima a Belo Horizonte, e tinha forma circular — além disso, nenhum outro dado foi adicionado ao seu relatório.
Outro fato interessante ocorreu em 28 de setembro do mesmo ano, por volta de 01h00, quando um capitão da Força Aérea telefonou para a sala de operações de tráfego aéreo de Belo Horizonte informando estar avistando um objeto voador não identificado nos céus de Formiga, pequeno município à cerca de 180 km da capital. O fato também foi testemunhado por diversas pessoas que estavam com o referido militar em uma festa na casa de familiares. De acordo com ele, todos ficaram muito assustados ao avistar as evoluções da nave — que chegou a tocar a água da represa local e parar sobre ela. O UFO foi descrito como tendo uma luz muito forte, variando de cor entre o vermelho, o azul, o laranja e o branco, embora não tenham sido observados detalhes de sua estrutura. Segundo as testemunhas, o tempo estava bom, com céu límpido e estrelado.
Perseguido por um imenso farol
Vamos a mais um caso. Em determinado dia de novembro de 1995, por volta das 19h30, o piloto de uma aeronave Beechcraft 200, procedente de São Paulo com destino ao Aeroporto da Pampulha, aproximou-se de seu destino informando que estava sendo seguido por um disco voador. O avião ingressou no que se chama de terminal de voo, rumando para a capital mineira e tendo em sua retaguarda um imenso farol — no entanto, não havia nenhum tráfego conhecido pelo controle de voo naquele setor. O piloto da referida aeronave, muito nervoso, permaneceu avistando a dita luz durante todo o percurso, praticamente até o pouso em Pampulha, aeroporto que parece estar sempre envolvido nos acontecimentos mineiros. Em uma madrugada de janeiro de 1996, por volta das 04h00, funcionários da Infraero que lá trabalhavam avistaram outro objeto não identificado cortar os céus de Belo Horizonte, passando bem acima do aeroporto emitindo luzes coloridas.
Por volta de 18h00 de 23 de fevereiro do mesmo ano, o senhor Joaquim Antunes, residente em Belo Horizonte, telefonou para a torre de controle e informou estar observando sobre seu bairro, juntamente com sua esposa, um estranho objeto bem grande acompanhado por outro menor. O avistamento durou aproximadamente uma hora e o UFO tinha aparência fusiforme, maior do que um Boeing 737, com movimentos lentos e uma forte luz amarelada. Segundo sua descrição: “Era como um caju acompanhado de sua semente, o objeto menor”. Na ocasião do incidente, o céu estava parcialmente encoberto, mas com boa visibilidade. O interessante desse fato é que, cerca de tr&ecir
c;s meses antes, um artefato semelhante havia sido observado sobre o Bairro Betânia, também na capital.
Três dias depois do relatado por Antunes, o comandante de uma aeronave da extinta companhia aérea VASP, que seguia do Aeroporto de Confins com destino ao de Guarulhos, em São Paulo, logo após sua decolagem, relatou avistar um “tráfego desconhecido na posição duas horas” — no jargão aeronáutico, um objeto ligeiramente à direita da aeronave. O referido tráfego não era do conhecimento dos controladores de voo e não foi detectado pelo radar do controle de aproximação de Belo Horizonte. O UFO foi descrito apenas como uma forte luz de cor branco-azulada. No dia seguinte, o comandante de um voo da TAM, procedente de São Paulo com destino ao Aeroporto de Pampulha, também relatou, durante a aterrissagem, que estava avistando uma luz forte semelhante a uma estrela brilhante, que se deslocava próxima ao seu avião — na ocasião, os controladores de voo só estavam detectando em seu radar a aeronave da TAM, desconhecendo qualquer outro tráfego no setor.
Grande estrela brilhante
Outra experiência insólita ocorreu em janeiro de 1998, por volta das 23h00, com uma aeronave da Total Linhas Aéreas, que seguia de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Seu piloto informou ao Cindacta estar avistando mais um tráfego desconhecido em sua proa, efetuando evoluções e piscando luzes brancas. “Trata-se provavelmente de um UFO”, afirmou o comandante. Em um final de tarde quase um ano depois, diversas pessoas — entre elas um piloto particular — telefonaram para o controle de tráfego aéreo de Belo Horizonte para informar a observação de um disco voador sobre o Morro Santa Helena, em Sete Lagoas, município vizinho. O objeto descrito emitia uma luz muito forte e não se parecia com nenhuma estrela ou planeta. A intensidade de sua luminosidade era muito superior a do planeta Vênus e o objeto mais uma vez não foi captado pelo radar local.
Tais ocorrências são apenas algumas das muitas registradas por militares que controlam o tráfego aéreo em Minas Gerais, como ocorre em todo o Brasil. Elas servem para ilustrar como é vasta a casuística ufológica mineira, que não passa despercebida pelas autoridades. E o fato de estarem sendo mantidas em sigilo, no entanto, não impede ou obstrui o trabalho dos ufólogos — que devem continuar suas investigações. Estão ainda sendo apuradas ocorrências mais recentes de UFOs envolvidos em atividades aeronáuticas, que serão oportunamente publicadas.