Quem viveu os últimos 50 anos teve a oportunidade de ver nascer uma idéia, acompanhar seu crescimento, evolução e os múltiplos desdobramentos, que se transformaram em um fenômeno com o dom de abalar segmentos tão respeitáveis como a religião, filosofia, cosmologia, psicologia, política etc. Trata-se da questão extraterrestre, tema ainda pouco assimilado pela inteligência humana atual, mas intensamente investigado por ciências que tentam enquadrá-lo nos padrões culturais contemporâneos, ou apenas o descartam como mito ou ilusão.
Nos últimos tempos, a Ufologia tem se revelado um verdadeiro manancial de teorias e opiniões, algumas brilhantes, outras nem tanto, mas todas concorrendo para que seja amplamente estudada e discutida, esgotando quase todas as possibilidades de compreensão para tão complexo enigma. Uma das idéias mais impactantes é de que os ETs sempre estiveram presentes na história da humanidade, geralmente no comando dos grandes acontecimentos. Mais impressionante é o fato de que em todas as raças há registros dessa presença, interpretada comumente como deuses, anjos, carruagens de fogo e outras figuras ligadas à cultura e religião dos povos.
Em princípio, essa idéia foi considerada maldita, sendo seus autores execrados impiedosamente por terem se aproximado do que mais sagrado existe no ser humano: sua fé e convicção religiosa. “Como poderiam ser os deuses astronautas?”, perguntavam indignados, anatematizando o principal autor de tão esdrúxulas idéias, o suíço Erich Von Däniken, pioneiro nesse campo. Mas a exegese clássica de alguns trechos de literatura dita sagrada, mística e tradicional dos povos antigos continuava gerando tensões intelectuais. Clamava cada vez mais por alternativas não dogmáticas que pudessem conciliar a razão e o bom senso com os princípios da fé.
A mentalidade moderna reluta em aceitar visões surrealistas, contrárias às expressões religiosas existentes, impossíveis como base de sua fé. Ela busca desesperadamente uma explicação que possa se encaixar no esquema de lógica e racionalidade, dentro das leis que regem nosso universo tridimensional, onde se desenrolam as teodicéias [Conjunto de doutrinas que tentam justificar a bondade divina] que, de um modo ou de outro, plasmaram o pensamento mítico-religioso de todos os tempos. Foi esse impositivo da mente racional que polarizou e acelerou o interesse público em torno das teses danikenianas, que indicavam uma possível conexão entre os deuses antigos, os fundadores de religiões e os extraterrestres – vistos agora em sua verdadeira dimensão de seres não-terrestres, mas que estabelecem conosco um parentesco galáctico. Pensamento, aliás, com sabor holístico, muito apropriado aos ventos do unitarismo global que hoje agita os vanguardistas.
Esse desdobramento do Fenômeno UFO, que poderíamos vincular ao que chamamos Ufoarqueologia, assumido por respeitáveis nomes no mundo todo, ganhou força diante de inúmeros relatos misteriosos. Eles estavam registrados nas sagasmitológicas de povos antigos, em episódios épicos dos hindus, egípcios e gregos, e nas tradições das tribos americanas. Também foram encontrados nos incríveis relatos de uma cosmologia sumério-babilônica, inscritos em pedras de cerâmica descobertas no fim do século XIX, que após serem traduzidas, revelaram a história de uma expedição alienígena que chegou à Terra há aproximadamente 400 mil anos e fundou uma civilização na Mesopotâmia, onde hoje fica o Oriente Médio.
Torre de Babel — Essa nova civilização enfrentou grandes dificuldades, algumas das quais relatadas nos textos do Antigo Testamento judaico. A exemplo disso, pode-se constatar a criação de um casal primevo, um dilúvio universal, a destruição de Sodoma, a Torre de Babel e os acontecimentos no Monte Sinai. É interessante, pois, observamos que na visão sumério-babilônica todos os antigos acontecimentos daquela região eram monitorados por seres extraterrestres. Isso explica o surgimento da raça de gigantes [Os nefilim bíblicos] e de sua atropelada relação com os humanos, que resultou em tragédia. Também lembramos aqui o enigmático livro de Enoque, que embora rejeitado como canônico, contém informações preciosas a respeito de suas saídas da Terra rumo ao espaço. Enoque relata seus encontros com entidades não-terrestres e, sobretudo, a chegada ao nosso planeta de uma equipe de 200 técnicos, que trouxeram ensinamentos na área da metalurgia, astronomia, agricultura etc.
Na história da raça humana, desde os tempos bíblicos a até antes deles, encontramos fartas referências a seres que não eram deste mundo e ainda assim nos visitavam
– Zecharia Sitchin
Isso aumenta ainda mais o mistério de que teria sido levado aos céus numa carruagem de fogo, assim como aconteceu ao profeta Elias. Ambos voltarão a Terra, no final dos tempos, para então sofrer a lei da morte, segundo se lê no livro apócrifo. Podemos encontrar ainda em textos bíblicos passagens que sugerem a atuação de estranhas criaturas, dotadas de poderes incomuns, na terra. Certo dia, um ex-pastor evangélico, hoje amante da Ufologia, nos alertou para a palavra vespão, mencionada diversas vezes nessas antigas escrituras. Ele dava a entender que se tratava de um objeto voador aparelhado para a guerra, utilizado para afugentar a população de suas cidades, a fim de abrir caminho ao povo hebreu rumo a conquista da Canaã, a terra prometida.
A citação aparece em Deuteronômio, capítulo 07, versículo 20, bem como em Josué, capítulo 24, versículo 12 e em Êxodo, capítulo 23, versículos 27 e 28, nos quais se lê: “Enviarei diante de ti o meu terror, confundindo todo o povo aonde entrares e farei com que todos os teus inimigos te voltem as costas”. E continua: “Enviarei também vespas diante de ti para que expulsem os heveus, os cananeus e os heteus de diante de ti”. Já no livro Sabedoria, capítulo 12, versículo 8, lemos: “Mandando-lhes vespas como precursoras do teu exército, para os exterminar pouco a pouco”.
Ainda hoje, a estratégia militar ao invadir um território habitado costuma ser de bombardeá-lo com aviões de guerra. Não é estranho pensar que os vespões bíblicos desempenhassem também esse papel? Por outro lado, seria risível admitir que se trata de simples enxames de vespídeos, como alegam os literalistas da interpretação bíblica. Não queremos, nesse momento, analisar os inúmeros casos de evidente interação ufológica ao longo das narrativas bíblicas, sobretudo dos fatos ocorridos até a época em que as escrituras foram compiladas. Esse tema já é fartamente pesquisado por grandes e competentes ufólogos, nacionais e estrangeiros, como na antológica obra do pioneiro Fernando Cleto Nunes Pereira, A Bíblia e os Discos Voado
res [Editora Ediouro, 1996]. Pretendemos apenas aprofundar uma hipótese já abordada discretamente por estudiosos, a qual, se confirmada, constituiria o maior evento planetário dos últimos tempos. Resolveria a inquietante equação Ufologia = ?, grandiosa do ponto de vista cosmológico, mas terrível sob uma perspectiva puramente terráquea. Trata-se da opção apocalíptica desvendando o mistério dos extraterrestres, fato tão colossal que os antigos profetas o denominaram com expressões do tipo: “A plenitude dos tempos”, “consumação dos séculos”, “os dias do fim” etc.
Para chegar a tal conclusão, organizamos um esquema de fatos e valores que conciliasse vários segmentos da cultura humana, abarcando religião, ciência, história, filosofia, evolução da vida e outros parâmetros que salvaguardassem o respeito a uma lógica racional. Isso, dentro dos limites do realismo conceitual humano, sem resvalar para o absurdo e sem ferir a ética padronizada a qual fomos aculturados ao longo dos tempos.
Realismo conceitual humano — É evidente que esse quadro não poderia ser montado tempos atrás, visto que o problema extraterrestre ainda não fazia parte da consciência humana, tornando inaceitável abordagem de tamanha envergadura. Hoje, porém, isso já é possível, diante do fato novo da presença alienígena na Terra, bem como da expansão da consciência conquistada nas últimas décadas, diante das descobertas micro e macrocósmicas e, sobretudo, do descortinamento de novos e amplos horizontes que se estendem para além do nosso prosaico universo tridimensional. É como se o homem saísse de uma caverna escura e, de repente, deslumbrado, contemplasse a realidade multiforme do universo. Na ciência isso acontece quando trocamos os conceitos newtonianos de um universo mecanicista-materialista pela cosmovisão holística e quântica de Einstein. Na religião e na filosofia sentimos isso quando entendemos o sentido unitário do cosmos e da divindade em que estamos inseridos. Se antes tínhamos a noção de um Deus externo e controlador, agora concebemos a necessidade de uma ordem e harmonia universais. Essas, geridas por uma consciência maior, da qual somos a centelha, mas dispondo de livre-arbítrio para subverter essa ordem, colocando em perigo a organização maravilhosa que os filósofos chamaram de cosmos: beleza e perfeição.
As teogonias antigas projetam para o futuro um cenário de julgamento, fechando um ciclo em que os valores são reciclados e uma nova etapa de experiências se inicia. A história, mais propriamente a oculta, registra mecanismo com clareza e não podemos estranhar o adágio que reza: “Nada de novo sob o Sol”. Um simples jogo de raciocínio nos mostra que os textos bíblicos, ao anunciarem profecias em cerca de um quarto de seu conteúdo, naturalmente projetam os mesmos personagens, motivações e causalidade. Pois necessariamente haverá um elo causal, linearidade funcional e convergência de finalidades entre o ontem, hoje e o amanhã, assim como entre a semeadura e a colheita, a missão heróica dos antigos profetas, de Cristo e o epílogo desse grande drama, comumente chamado apocalipse, que é sinônimo de revelação e renovação.
Dessa forma, estaremos trazendo para o nosso tempo a conclusão da odisséia celeste que movimentou o cenário palestino desde os eventos do Sinai, com Moisés contatado por um merkabah – o equivalente a UFO em hebraico – até a misteriosa ascensão de Jesus, quando uma nuvem o ocultou dos estupefatos discípulos. A presença atual dos discos voadores em nosso planeta, na visão dos antigos profetas, representa um segundo ato do mesmo drama. E seu clímax ocorrerá num futuro próximo, quando se desencadearão os três magnos acontecimentos, que seriam a volta de Jesus, com seus anjos, o arrebatamento dos escolhidos e a presença, em nossa atmosfera, da cidade celeste – a grande nave-laboratório descrita por João, na Bíblia, que a chamou de Nova Jerusalém Celestial.
Parúsia, a volta de Jesus — Peço desculpa aos leitores de linhagem cristã e evangélica por estar, aparentemente, blasfemando contra sua fé, que é também a minha. Mas infelizmente, isso ocorre sempre que tentamos trazer a realidade do fundo dos tempos para os nossos dias. Assim como podemos nos sentir chocados com esses fatos, nossos antepassados se surpreenderam quando acontecimentos futuros lhes foram revelados. Os adeptos da Ufologia certamente terão menos dificuldades em estabelecer a clara semelhança entre a chegada de um Jesus triunfante na Terra e a presença entre nós de entidades alienígenas. Ou ainda, entre o arrebatamento bíblico e a abdução, que já ocorre em todo o planeta e, finalmente, entre a descrição bíblica de uma cidade celeste pairando no espaço e a visão fantástica das grandes naves-mãe, hoje registradas na casuística ufológica do mundo todo.
A literatura ocultista nos dá conta de que Jesus já cumpriu, no passado, sete missões em diferentes mundos da galáxia, sendo a última aqui na Terra há dois mil anos, segundo o Livro de Uranthia [1955], um dos nomes siderais da Terra, com variantes pela coleção Harpas Eternas [Editora Cultrix, 1994]. Com tal precedente, podemos admitir que esse personagem galáctico retorne, ainda mais sendo verdadeira a alegação, no citado livro, de que Jesus assumiu para si a responsabilidade de velar pela evolução da Terra e da humanidade. A Bíblia assegura que sua volta ao nosso mundo acontecerá por ocasião dos acontecimentos finais. Ele voltará triunfante com poder e majestade, cercado por anjos. Não virá mais como um humilde pregador, mas como um rei, um comandante supremo que vai ao campo de batalha inspecionar e dar suas ordens. Narra o texto bíblico, mais precisamente em Atos, capítulo 01, versículo 09, que, estando no alto de um monte, após despedir-se dos discípulos, o filho de Deus “foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos”.
Ascensão e arrebatamento — E enquanto todos olhavam ansiosamente para o céu, tentando descobrir sinais do Mestre, eis que dois homens vestidos de branco se aproximaram deles e disseram: “Homens da Galiléia, porque estais a olhar para o céu? Esse Jesus que foi arrebatado dentre vós para o céu, assim virá do mesmo modo que o
vistes partir para o céu”. Essa descrição nos fornece alguns dados interessantes. O primeiro é que a ascensão, que a Bíblia de Jerusalém chama de arrebatamento, aconteceu no alto de um monte – assim como outros fatos importantes da vida de Jesus –, local adequado para a operação de uma nave. A seguir, temos a presença de uma nuvem, que é constante em todos os casos em que ocorre uma teofania, fato aceito por teólogos e exegetas, mas não explicado. A palavra nuvem é tão importante na Bíblia – na qual aparece 169 vezes – que a volumosa Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de Russel Norman Champlin [Editora Hagnos, 2000], lhe dedica uma página inteira, finalizando com a seguinte observação: “Nesses casos, não devemos pensar em nuvens formadas por vapor d’água, mas em manifestação mística, de energias que ainda não conhecemos”.
Os estudiosos do Fenômeno UFO sabem que são comuns casos em que nuvens ocultam o aparecimento das naves alienígenas, o que nos resta descobrir é se esse fenômeno é natural ou artificial. O fato de Jesus ter se escondido numa nuvem sugere fortemente que dentro dela havia uma nave que o recebeu em seu interior. Caso idêntico aconteceu em Fátima, Portugal, quando a vidente Lúcia conversou com um ser flutuando, ocultando-se numa nuvem que pairava à baixa altitude sobre uma azinheira – veja narrativa no livro Intervenção Extraterrestre em Fátima [Editora Bertrand, 1981], de Fina d’Armada e Joaquim Fernandes. E o fato de os anjos dizerem que o mesmo Jesus voltaria “do mesmo modo que o vistes partir para o céu” deixa claro que sua volta também envolverá uma nuvem ou nave. Isso pode ser confirmado em Apocalipse, capítulo 01, versículo 07: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o transpassaram”. Essas referências causariam estranheza, desde que se tratassem de simples nuvens meteorológicas, mas caberiam perfeitamente se, por trás dos acontecimentos, se ocultasse um aparelho transportador.
Nave em órbita da Terra — Para finalizar esse item, é conveniente analisar a informação divulgada por sensitivos que trataram o assunto. Segundo eles, Jesus, na verdade, não desembarcaria na Terra, mas ficaria em órbita terrestre a bordo de uma nave. Então, seria projetada sua imagem, que aparecia misteriosamente nos vídeos eletrônicos de todo o mundo, quando “todos os olhos o verão”, segundo o texto original. É bom lembrar que esse fenômeno de interferência nas ondas de televisão já aconteceu na Terra, quando em 1977, uma transmissão da locutora Iva Mills, em Southampton, Inglaterra, foi subitamente interrompida e deu lugar à extensa mensagem de uma criatura possivelmente extraterrestre. O caso nunca foi explicado.
Dentro dos fenômenos da escatologia planetária, o arrebatamento é, sem dúvida, o mais discutido. Ele consistiria na operação em que Deus retira da Terra os seus escolhidos, poupando-os de terríveis tribulações. Se por um lado há um consenso quanto à finalidade desse resgate, o mesmo não ocorre quanto ao modus operandi, ou a forma como se concretizará esse fantástico acontecimento. Algumas correntes cristãs, sem melhores dados de referência, crêem num miraculoso e sobrenatural arrebatamento das pessoas que simplesmente somem em frações de segundo, estejam andando nas ruas ou no comando de um avião. Algo insólito, mesmo vindo de uma tecnologia superior ou do poder de Deus. Preferimos analisar a história, onde podemos observar uma casuística que nos ajuda a compreender como operam esses seres do espaço, usando meios bem próximos das leis que regulam a nossa tecnologia, própria de um mundo tridimensional.
A exemplo disso, temos o primeiro caso de arrebatamento em grande escala, que seria o bíblico salvamento de Noé, com sua família e a fauna existente na época. Não numa grande arca de madeira, mas em naves extraterrestres. O antigo Atlas Catalão [Índice cartográfico da Idade Media composto por folhas de pergaminho, assentadas sobre madeira], de 1375, mostra o curioso desenho de um grande objeto piramidal, apoiando em dois cumes de montanha, tendo ao lado da inscrição em latim medieval “Archa denoe. Mons Sinai sup qo archam noe post diluvi”. Erro de localização? Por que Monte Sinai e não Ararat, na Armênia? Segundo Zecharia Sitchin, estudioso dos petroglífos sumério-babilônicos, o Sinai tornou-se a base central dos povos anunnaki após destruição diluviana, de onde continuaram a operar na Terra. Há ainda outros casos famosos de arrebatamento, como os de Enoque e Elias, levados ao céu num carro de fogo. Também Felipe passou por essa experiência, afora outros relatados nas sagas mitológicas de diversos povos, sendo o mais famoso a Epopéia de Gilgamesh [Editora Madras, 2004].
Nos tempos modernos a casuística ufológica relata inúmeros casos de arrebatamento, que seriam as abduções, em que pessoas, animais e até aviões são levados para dentro de naves, aparentemente sob gravidade zero. Isso é feito por meio de um cone antigravitacional, existente em seu interior, do qual também já foram vistos tripulantes de UFOs descerem ao solo, como se flutuassem. Daí surgiu a idéia, muito explorada por escritores místicos, de que o arrebatamento descrito por Paulo, na primeira epístola ao povo da Tessalônica [Tessalonicenses, capítulo 14, versículo 17], se dará quando as naves abduzirão seletivamente os escolhidos para tal. “Depois nós, os que ficarem vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares”. A palavra eles no texto se refere aos que já estiverem mortos. São sempre intrigantes as expressões “nas nuvens” ou “nos ares”, que sugerem um fenômeno físico dentro do nosso espaço dimensional, o que, dados os precedentes, pode caracterizar uma ação ufológica. Alguns autores insinuam que esse arrebatamento bíblico já estaria acontecendo no planeta, pois milhares de pessoas teriam sido levadas misteriosamente. A exemplo disso, teríamos o controvertido caso do Triângulo das Bermudas, onde centenas de navegantes desapareceram sem deixar rastros.
Grande transformação global — Embora não tenhamos a pre
tensão de enfatizar demasiadamente a literatura bíblica, é oportuno lembrar que certa passagem de Paulo, na primeira carta aos Coríntios, abre margem para uma explicação plausível ao mistério das experiências genéticas promovidas por extraterrestres – objeto, hoje, de uma monumental discussão no mundo inteiro. Diz ele: “Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados…” Essa transformação em corpo físico, tem constituído enorme obstáculo à interpretação bíblica. Mas, providencialmente, o homem descobre aos poucos que seu corpo material depende vitalmente de um suporte magnético de energia sutil, já demonstrado por aparelhagens especiais. Estas, capazes de alterar e redimensionar os campos internos, que transferem tais mudanças para o corpo somático. Uma descoberta que promete abrir horizontes no campo da medicina futura, pois possibilitaria neutralizar um fenômeno patológico ainda na sua fonte, antes mesmo de sua manifestação no corpo físico. A literatura esotérica estuda esses corpos sutis, denominando-os de corpo etérico, astral, causal etc.
O homem do terceiro milênio poderia obter um novo código genético, de elevados padrões, melhorando significativamente sua idade, saúde, inteligência e intuição. Isso se torna cada vez mais possível com o avanço da engenharia genética, procedimento certamente rotineiro em culturas avançadas da galáxia. Não me surpreenderia se a transformação, prevista por Paulo há dois mil anos, que ele rotula de mistério, estivesse inserida num contexto ufológico, atrelado a esse esquema de hibridação que envolve os extraterrestres.
Tenho a forte impressão de que Jesus foi um ser extraterrestre, porém da estrutura cósmica mais sutil, a ponto de poder tomar a natureza humana através da encarnação num corpo feminino, que foi o de sua mãe telúrica, Maria
– Dom Fernando Pugliesi
Imaginemos um colossal quadrilátero pairando no espaço, com dezenas de quilômetros de extensão, habitado por estranhas criaturas. Essa imagem nos lembra as naves gigantes, já vistas e detectadas por instrumentos. De acordo com ele, os discos voadores tinham cerca de 40 km de largura. Já os vistos pelos russos em 1967, entre os quais estava o astrônomo Anatoli Sazanov, mediam entre 500 e 600 m de diâmetro. Um imenso objeto piramidal, com cerca de 100 m de base e 60 de altura, também foi visto pelo piloto brasileiro Haroldo Westendorff, em 1996, quando voava em seu avião sobre a Lagoa dos Patos (RS). Mas a descrição que abre este parágrafo não é de um artefato de casuística moderna. Foi escrita por João, quando ele exilado em Patmos, teve visão do final dos tempos – e as chamou apocalipse [Apocalipse 21].
Por certo ele ignorava a existência das naves-mãe que singram o espaço e, ante aquele insólito espetáculo, imaginava estar vendo uma cidade celeste, que chamou de Nova Jerusalém. Nota-se que o profeta usa a expressão “e tinha a glória de Deus”, o mesmo que se dizia merkabahs que pousavam sobre o Sinai. O sentido primitivo da palavra glória era de brilho ou esplendor, um halo luminoso que cercava pessoas e objetos, idéia compatível com a luminescência que cerca os UFOs, sobretudo à noite.
Uma abdução coletiva — Mais uma vez, a visão mirabolante de uma cidade pairando no céu e recebendo, num passe de mágica, os escolhidos do Senhor, pode ser explicada pela ação perfeitamente possível e tecnologicamente correta de uma abdução coletiva através de uma plataforma espacial, nave mãe ou nave laboratório. Ela eventualmente se aproxima da Terra, entra em órbita estacionária e promove, através de UFOs menores, a operação de resgate. Essa é a idéia defendida por diversos estudiosos dos temas escatológicos e adeptos da Ufologia Bíblica. Outra palavra, assim como nuvem, encontrada com bastante freqüência e de maneira intrigante na Bíblia é trono. Ela é citada 208 vezes, o que, conforme Champlin, deixa claro que por trás da idéia de um vulgar assento o termo oculta outros significados bastante estranhos. Imagine, por exemplo, um trono no céu, cercado por um arco-íris, expedindo relâmpago e trovões, emitindo vozes e, no meio de tudo isso, alguém comodamente sentado. E, às vezes, esses tronos aparecem às dezenas, todos com o mesmo aspecto ígneo e fumígeno, singrando os ares. É o que descreve João no início do capítulo 04, em Apocalipse.
Efas [Cesto], rolos [Pergaminho], chaleira, lençol, colunas, carro, vespas, nuvem, trono, essas denominações representavam toscas alegorias de um objeto voador que por acaso irrompia ante os olhos espantados do povo hebreu, cuja primitiva tecnologia desconhecia a arte de voar pelo espaço. À falta absoluta de uma terminologia adequada, eles se valiam de comparações nem sempre apropriadas para denominar o que viam. Quem melhor definiu um desses objetos, talvez por tê-lo visto de perto e estado em seu interior, foi Ezequiel. Ele o chamou de merkabah, palavra que designava máquina, afinal, já se utilizavam rústicas aparelhagens nas artes da guerra, da fundição, do transporte e da navegação. Ao observar o estranho torvelinho que dele se aproximava, Ezequiel viu no centro da nuvem algo que denominou hahhash-mál, traduzido às vezes por metal, outras por eletro e, ainda, por âmbar. Na época, esses termos significavam uma liga brilhante de ouro e prata.
É de se atentar para o fato de que o céu antigo foi povoado por seres e objetos estranhos, como carruagens, luzes, animais, escudos e diversas outras figuras. Isso também dificultou a criação da nomenclatura para esses UFOs contemporâneos, num tempo em que era inconcebível a possibilidade de se construir equipamentos que pudessem voar ou transportar pessoas.
O tapete voador de Aladin — Um tapete voador, por exemplo, criou a bonita história de Aladin, enquanto as bruxas usavam uma vassoura voadora para se transportar nas noites de lua cheia. Há quem veja por trás dessas inocentes metáforas a presença de naves e seres extraterrestres, numa correlação com os acontecimentos ufológicos atuais. Os historiadores do futuro certamente destacarão, sob a perspectiva do tempo, esses diferentes estágios de aproximação e entendimento do Fenômeno UFO. Num primeiro momento, eles foram considerados deuses. No segundo, final do século XX, houve uma grande confusão: ora são vistos como invasores, ora como amigos, anjos ou demônios, cientistas, turistas etc. E sem qualquer pretensão profética, podemos afirmar que virá o dia, finalmente, em que o conceito de vida universal se imporá sobre todos os preconceitos, consagrando ao termo cosmopolita seu verdadeiro e literal sentido: habitante do cosmos. Não somente a Terra, mas a galáxia e os superuniversos são uma grande sementeira de vida, o cenário multiforme de evolu&cce
dil;ão da consciência. A nossa experiência telúrica se torna pequenina e efêmera, exigindo que novos degraus se sucedam, em planos imateriais, em outros mundos, noutros níveis de consciência, possivelmente por algumas hierarquias de extraterrestres que por aqui aportam.
O Apocalipse, com suas surrealistas visões, nos remete a um futuro tão obscuro quanto à linguagem crítica que o descreve, pois o futuro pode ser aqui e agora. Aqueles que o estudam afirmam que os sinais já estão cumpridos e o cenário montado para o início do grande drama. Muitos tentam desvendar a estranha mensagem de João, uns pelos símbolos herméticos da Gnose, outros se valendo das chaves cabalísticas dos hebreus. Há ainda aqueles que preferiram a via fácil da letra, mesmo contrariando o preceito de que “a letra mata”, e outros creditando tudo ao estilo figurado da linguagem típica da parábola. E dentro dessa algaravia teológica, achamos por bem implantar a versão singularmente atípica de um apocalipse ufológico, valendo-nos de elementos reais do nosso tempo, o que nos dá vantagens sobre aqueles que dispuseram apenas de conceitos subjetivos de um tempo que já passou.
Para ilustrar isso será transcrito a seguir o texto da chamada Quinta Trombeta [Apocalipse, capítulo 09, versículo 07 e seguintes]. Passível de outras interpretações, a teoria apresentada pode também explicar os estranhos seres de faces humanas que teriam caído do céu numa estrela, vestidos com roupas esquisitas e armados para batalha. João diz que os seres invasores são liderados por um personagem cujo nome misterioso tem baratinado os intérpretes da escatologia planetária, que inutilmente buscam o significado de abaddon [Apollyon em grego]. E ao chamá-lo de gafanhotos, temos a correlação com o aspecto de certos alienígenas vistos atualmente na Terra: “E o quinto anjo tocou… Vi então uma estrela que havia caído do céu sobre a Terra e: foi-lhe entregue a chave do poço do abismo. Ela o abriu e dali subiu uma fumaça, como de uma grande fornalha, de modo que o sol e o ar ficaram escuros por causa da fumaça do poço. E da fumaça saíram gafanhotos pela Terra, dotados de um poder semelhante ao dos escorpiões da Terra. Disseram-lhes que não danificassem a vegetação da Terra, nem o que estivesse verde, mas somente os homens que não tivessem o selo de Deus sobre a fronte. Foi-lhes dada a permissão, não de matá-los, mas de atormentá-los durante cinco meses com um tormento semelhante ao do escorpião quando fere um homem”.
Asas, ferrões e calda — Continua: “O aspecto dos gafanhotos era parecido com o de cavalos preparados para uma batalha. Sobre sua cabeça havia coroas de ouro e suas faces eram como faces humanas. Tinham cabelos semelhantes ao das mulheres e dentes como os de leão. Tinham couraças como que de ferro e o ruído de suas asas era como o de carros com muitos cavalos, correndo para um combate. Eram ainda providos de caudas semelhantes a dos escorpiões, com ferrões, e com o poder de atormentar os homens durante cinco meses. Como rei tinha sobre si o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é abaddon e, em grego, apollyon”.
Fica evidente que essa descrição se presta múltiplas interpretações, como é comum aos autores que estudaram o texto. Certamente essa visão ufológica do apocalipse choca e revolta as mentes mais ortodoxas. Mas essa reação será amenizada se avaliarmos no contexto geral das lendas, tradições, sagas e mitologias dos antigos povos, dos épicos religiosos da Índia, Egito e Grécia antigos, das culturas indígenas de todo o mundo e, finalmente, de registros sagrados que formam a base de grandes religiões. Essas, ainda hoje são cultuadas com fervor, na qual está explícita a intervenção extraterrestre.
O grande problema é que um fato novo dentro da nossa estrutura de fé, sobretudo se mexe com seus fundamentos, provoca gigantescas reações. No fundo, porém, elas são de natureza puramente psicológica, pois não têm substância em si, sendo meros conceitos virtuais, fruto de simulacros induzidos por processos culturais. A evidência disso é que pessoas que cultivavam os conceitos tradicionais de fé assumiram serenamente os novos parâmetros de um universo quântico, mas nem por isso se viram demolidas. Antes, muito pelo contrário, se estruturaram solidamente numa visão holística do todo, deslumbrando-se diante dos novos conceitos de Deus, da vida e do cosmos. Foram levadas a profundas transformações, descobriram novas realidades, motivações e, sobretudo, um sentido de viver, obtendo grande ajuda em seu relacionamento. Com o próximo, com a natureza e consigo mesma.
É desnecessário citarmos nomes de grandes personagens que absorveram todas essas infinitas possibilidades, dentro e fora do nosso contexto dimensional, e que nem por isso se desnortearam ou perderam as coordenadas de suas vidas e de seu destino. Antes, se tornaram luzeiros na senda multiface da caminhada humana, testemunhando a sua transcendental metanóia [Mudança de consciência], seu crescimento e sua realização interior, objetivo maior de toda filosofia, religião e experiência de vida. Mas que a ênfase dessas palavras não pareça justificativa para a imposição de uma idéia. Pois ela, assim como a semente nasce, cresce e frutifica ou perece, conforme encontra no solo a seiva da vida ou da verdade!