Astrônomos da Universidade do Arizona nos Estados Unidos anunciaram hoje que descobriram uma gigantesca estrela rica em oxigênio e em moléculas necessárias para o desenvolvimento de vida como a que conhecemos na Terra. A estrela foi chamada de VY Canis Majoris e foi identificada mediante o uso de radiotelescópios e fica a cerca de 5.000 anos luz da Terra. O astro é meio milhão de vezes mais luminoso que o Sol, mas brilha só na banda infravermelha porque é uma estrela fria, segundo um comunicado emitido pela Universidade do Arizona. Acrescenta que a VY Canis Majoris é uma “supergigante”, tem uma massa 25 vezes superior ao Sol e é tão grande que seu volume encheria toda a órbita de Júpiter.
No entanto, essa estrela perde sua massa de forma tão acelerada que desaparecerá em um milhão de anos, um lapso de tempo brevíssimo em termos astronômicos. Parte de sua atmosfera já desapareceu e está rodeada por uma mistura de oxigênio e carbono, dois dos elementos indispensáveis na formação da vida. “Não acredito que ninguém tivesse previsto que a VY Canis Majoris fosse uma fábrica de moléculas. Foi realmente algo inesperado”, disse Lucy Ziurys, diretora do Observatório do Arizona e professora de química e astronomia.
Entre as moléculas descobertas na estrela estão as de cloreto de sódio que é o sal comum, assim como outras nas quais há uma mistura de fósforo e nitrogênio. “Achamos que estas moléculas fluem da estrela para o meio interestelar que é o gás difuso que há entre as estrelas. Em última instância, este gás se condensa em nuvens moleculares”, segundo Ziurys. “A origem do material orgânico da Terra, os compostos químicos que formam cada pessoa, provavelmente chegaram do espaço interestelar. Por isto, podemos dizer que a origem da vida está na química de objetos como a VY Canis Majoris”, disse.