Com o lançamento do telescópio espacial Tess da NASA, o futuro lançamento do James Webb também da agência espacial norte-americana, além dos grandes telescópios em terra que devem entrar em serviço nos próximos anos, está se intensificando a busca por vida extraterrestre em exoplanetas. Um estudo muito promissor, publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters, aponta que o estudo das atmosferas de mundos alienígenas, bem como suas alterações sazonais, dependendo das estações do ano nesses astros, poderão ser de grande auxílio na busca pelos alienígenas.
O estudo fez uma comparação com o que acontece na Terra, onde o hemisfério norte tem mais terras e mais vegetação. Assim no verão há menos dióxido de carbono na atmosfera e mais oxigênio, e os pesquisadores afirmam que um fenômeno similar deverá ser observado em mundos distantes. A líder do estudo, Stephanie Olson, estudante de graduação da Universidade da Califórnia em Riverside, afirmou: “Buscando vida baseando-se na sazonalidade não necessita um entendimento detalhado da bioquímica alienígena, porque será uma resposta biológica a mudanças de estações no ambiente, e não consequência de uma atividade biológica específica que pode ser única da Terra”. A equipe construiu modelos de computador para várias moléculas importantes para a vida, como oxigênio, monóxido de carbono e metano. Estas são formadas por processos biológicos e inorgânicos, e suas alterações sazonais em um ambiente alienígena são úteis para determinar suas origens.
Stephanie Olson prossegue: “Um bom método de determinar a habitabilidade de um exoplaneta é observar sua atmosfera ao longo de sua órbita, e tentar detectar mudanças em gases de bioassinaturas durante o ano. Em algumas circunstâncias, tais mudanças seriam difíceis de explicar sem a presença de vida, e nos permitiriam não somente reconhecer mas caracterizar a vida alienígena em um exoplaneta”. Os modelos ainda mostram que verificar variações na presença de ozônio seria simples, mesmo com níveis baixos de oxigênio. Isso seria importante em planetas novos, com vida unicelular e onde seres complexos ainda não tiveram tempo de evoluir. O professor Timothy Lions, coautor do estudo, complementa que caracterizando os níveis de oxigênio em planetas recém-formados abre novas perspectivas: “Variações sazonais reveladas pelo ozônio seriam facilmente detectáveis em um planeta que fosse como a Terra há bilhões de anos, quando a maior parte da vida era microscópica e vivia no oceano”. A equipe adiantou que os novos instrumentos que entrarão em serviço nos próximos anos poderão se beneficiar dos resultados de sua pesquisa.
Leia o artigo no The Astrophysical Journal Letters
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