Um dos casos ufológicos mais espetaculares de todos os tempos envolveu uma série de incidentes ocorridos em duas instalações militares anglo-americanas vizinhas instaladas em Suffolk, na Inglaterra, em dezembro de 1980, as bases da Força Aérea Real Britânica (RAF) em Bentwaters e Woodbridge. O episódio foi estudado, entre outros, pelo ufólogo inglês Nick Pope, ex-funcionário do Ministério da Defesa britânico (MoD) e consultor da Revista UFO, apresentado no II Fórum Mundial de Ufologia, em Curitiba (PR), em novembro de 2007, sob o nome de Caso Rendlesham. Conhecido também como Caso Bentwaters, o incidente foi exaustivamente pesquisado também pelo ufólogo norte-americano Robert Hastings, que entrevistou, entre outros indivíduos, a principal testemunha dos fatos, o coronel Charles Halt, em 2006.
No dia 27 de dezembro de 1980, dois oficiais da segurança da Força Aérea Norte-Americana (USAF) viram luzes estranhas do lado de fora dos portões da base de Bentwaters. Pensando que se tratava de um avião acidentado, os homens pediram permissão para investigar aquilo. O que viram, ao se aproximarem, foi um objeto brilhante que descreveram como tendo aparência metálica e formato triangular. O UFO tinha uma luz pulsante na parte superior e uma série de luzes azuis embaixo. Parecia estar pairando ou pousado sobre alguma espécie de trem de aterrissagem. Quando os dois patrulheiros se aproximaram, a nave manobrou entre as árvores e desapareceu. Nesse exato instante, os animais numa fazenda vizinha entraram em verdadeiro alvoroço. O UFO foi visto novamente cerca de uma hora depois, perto do portão dos fundos do mesmo complexo militar.
Há uma ligação entre o desenvolvimento de armas nucleares no planeta, na década de 40, e a grande incidência de avistamentos de UFOs desde aqueles anos até hoje. Creio que seja um dos motivos pelos quais os EUA mantêm uma política de acobertamento em torno do Fenômeno UFO
No dia seguinte foram encontradas três depressões com cerca de quatro centímetros de profundidade e 18,5 cm de diâmetro no local onde o objeto foi visto. A área foi inspecionada e tanto o solo quanto uma árvore próxima apresentaram índices alterados de radiação. Mais tarde, naquela noite, outra luz vermelha redonda foi observada passando entre as árvores. Era pulsante e em determinado momento disparou partículas cintilantes, dividiu-se em cinco fragmentos brancos, para finalmente desaparecerem. Logo depois, três objetos com aspecto de estrela foram observados no céu, dois ao norte e um ao sul. Todos se moviam rapidamente em movimentos angulares acentuados e exibiam luzes vermelhas, verdes e azuis. Os objetos ao norte tinham forma elíptica, o do sul permaneceu visível por duas ou três horas. Dos UFOs eram disparados ocasionalmente raios de luz, alguns dos quais desciam na direção de um depósito onde eram guardadas armas nucleares táticas. As bases de Bentwaters e Woodbridge ficam próximas de instalações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Este caso é o ponto central da pesquisa do ufólogo Robert Hastings. Segundo ele, há uma notável ligação entre o desenvolvimento de armas nucleares no planeta, na década de 40, e a grande incidência de avistamentos de UFOs desde aqueles anos até a atualidade. Ele acredita que um dos motivos pelos quais o governo dos Estados Unidos mantém uma política de acobertamento em torno do Fenômeno UFO é a relutância em reconhecer a existência de seres inteligentes e superiores monitorando e, às vezes, interferindo no funcionamento de suas armas nucleares. Haveria evidente interesse destas inteligências alienígenas em vigiar nosso progresso nesta área e nossa capacidade de nos autodestruirmos.
Desde 1973, Hastings já entrevistou mais de 80 militares da Força Aérea Norte-Americana (USAF), tanto da ativa quanto da reserva, que tiveram algum envolvimento em casos do gênero. Essas testemunhas relatam contatos extraordinários com UFOs, cujas implicações têm óbvia relevância para a segurança nacional dos Estados Unidos e até para todo o planeta. Desde 1981 ele já fez palestras em mais de 500 faculdades e universidades de seu país, sempre apresentando farta documentação para sustentar suas afirmações – particularmente após a liberação de documentos secretos por intermédio da Lei de Liberdade de Informação [Freedom of Information Act, FOIA]. O extenso trabalho de Robert Hastings está publicado em seu recente livro UFOs and Nukes [UFOs e Armas Nucleares, Author House, 2008], com mais de 600 páginas de sólida documentação, que em breve será lançado no Brasil pela coleção Biblioteca UFO, do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV). Robert Hastings é uma das grandes estrelas do III Fórum Mundial de Ufologia, a ser realizado em Curitiba, em junho deste ano. Seus artigos estão disponíveis em seu site www.ufohastings.com. Recentemente o entrevistado aceitou e passou a fazer parte do Conselho Editorial da Revista UFO, na condição de consultor. Vamos à entrevista.
Como o senhor começou a se interessar pelo Fenômeno UFO? Meu pai serviu na Força Aérea Norte-Americana (USAF) durante 20 anos. Em 1966 ele foi transferido para a Base Aérea de Malmstrom, em Montana, que era e ainda é um complexo de mísseis nucleares do tipo Minuteman. Eu tinha apenas 16 anos na época e ainda estava na escola, mas trabalhava como zelador três noites por semana na torre de controle de tráfego aéreo daquela base. Certa noite, em março de 1967, testemunhei quando os controladores da Administração Federal de Aviação (FAA) acompanharam cinco UFOs pelo radar. Fiquei sabendo que aqueles objetos estavam realizando manobras perto dos locais de mísseis, a sudeste da base. Foi assim que surgiu meu interesse pelas aparições de discos voadores sobre regiões onde há armas nucleares.
Em suas pesquisas, o senhor descobriu que bases de mísseis nucleares, como a de Malmstrom, têm sido sobrevoadas por UFOs em caráter intenso. O que mais descobriu sobre esses episódios? Muita coisa. Sobre este caso de Malmstrom, por exemplo, soube que o ex-oficial de lançamento de mísseis, capitão Bob Salas, e seu comandante, coronel Fred Meiwald, hoje na reserva, confirmaram a presença de UFOs durante o que chamamos de oscar flight [Vôo oscar, que significa um grupo de 10 mísseis lançados e controlados por uma instalação de controle de lançamento ou launch control facility, LCF]. Oscar, echo, índia etc, do jargão aeronáutico, são nomes dados para identificar cada vôo por uma letra, como se faz no controle de tráfego aéreo, e foram usados na noite de 24 para 25 de março. Os dois militares estavam 20 m debaixo da terra, na cápsula de lançamento, que é subterrânea, mas Salas recebeu um chamado que dizia que um UFO discóide vermelho estava pairando bem acima do portão de segurança do controle de lançamento. Segundos depois, a maioria ou todos os mísseis entraram em status de alerta, ou seja, pararam de funcionar. O coronel Meiwald confirmou que dois outros militares foram enviados ao local para investigarem e viram um segundo ou talvez o mesmo UFO. Ambos os oficiais foram posteriormente interrogados por agentes do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea [Air Force Office of Special Investigations, AFOSI] e se comprometeram a guardar segredo sobre o incidente. Salas nada revelou até 1995, quando começou a falar publicamente sobre o caso. Meiwald confirmou o relato de Salas, mas ainda hesita em falar sobre o assunto.
O senhor também teve a confirmação destes fatos a partir de outras fontes? Sim. Entrevistei também o ex-tenente Bob Jamison, na época oficial de alvo de mísseis, que ajudou a reiniciar o programa de mísseis do oscar flight. Há um resumo de seu relato em meu artigo UFO Sightings at ICBM Sites and Nuclear Weapons Storage Areas [Observações de UFOs em Locais de Mísseis ICBM e em Áreas de Armazenamento de Armas Nucleares, em fase de preparação para publicação na Revista UFO], publicado em meu site. Jamison diz que ele e os outros oficiais que trabalhavam na seção de alvo foram informados da atividade ufológica que teria levado à paralisação do hangar de manutenção de mísseis, antes de irem para o campo. Um blecaute anterior, em pleno vôo, ocorreu na manhã de 16 de março, durante o echo flight. O coronel aposentado Walter Figel, um dos oficiais de lançamento naquele dia, confirmou que recebeu o chamado de um guarda da segurança relatando um UFO grande e redondo pairando acima de um dos mísseis do echo flight. Segundos depois, os 10 mísseis ali armazenados começaram a falhar, um após outro. O comandante de Figel, Eric Carlson, disse que não se lembra do evento, mas confirmou que no decorrer dos anos recebeu muitos chamados dos guardas sobre alerta de mísseis em Malmstrom, enquanto avistamentos de UFOs lhe eram relatados.
Quem mais contribuiu para a revelação destes fatos espantosos? Também entrevistei um antigo membro da equipe de alvo, na época o sargento técnico N. Henry Barlow, a respeito de seu envolvimento com o reinício dos mísseis do echo flight. Sua declaração completa está em meu livro, mas resumidamente foi isto que ele me disse: “Quando voltamos ao Controle de Lançamento do echo flight soubemos do que aconteceu. Uma equipe havia chegado ao local aquela tarde e não conseguia fazer funcionar a segurança através da antena parabólica ou da instalação de suporte. Por isso, colocaram ali dois homens da polícia aérea. Houve um momento em que um deles saiu para urinar e notou que não estava caindo neve em sua cabeça, mas caindo em toda a volta”. Ele olhou para o alto e observou um círculo de luzes bem acima. Levou um susto e tanto, voltou correndo ao trailer e acordou seu parceiro. O colega saiu com uma câmera, que eles, aliás, não tinham permissão de usar – mas os rapazes, às vezes, quebravam algumas regras. “O objeto tinha saído de cima da cerca e tirei algumas fotos. Mas quando fomos interrogados na base, confiscaram a câmera e o filme”, disse Barlow. Há um texto excelente sobre a paralisação de mísseis nestes dois casos escrito por Bob Salas e pelo pesquisador Jim Klotz, que fez a investigação inicial dos incidentes, no endereço www.cufon.org/cufon/malmstrom/malm1.htm. Os incidentes também são extensivamente abordados no livro de Salas e Klotz, Faded Giant [Gigante Obscurecido, Book Surge, 2005], e em meu livro, UFOs and Nukes, já mencionado, e que logo estará em português.
De acordo com testemunhos que obtive de militares e até mesmo de documentos liberados pela própria Força Aérea Norte-Americana(USAF), naves alienígenas já foram avistadas sobre muitas áreas de depósito de armas em várias partes dos Estados Unidos, onde são guardadas bombas e ogivas nucleares
Há outros casos de UFOs que paralisaram mísseis nucleares nos Estados Unidos? Segundo minhas fontes, todas oficiais na ativa ou na reserva da Força Aérea Norte-Americana (USAF), sim, houve outros casos do gênero e em outras bases também. O ex-oficial de alvo de mísseis Bob Jamison, que ajudou a realizar o programa de mísseis oscar flight na Base Aérea de Malmstrom, relatou-me que vários testes de lançamento foram paralisados por UFOs mais ou menos duas semanas depois. Ele não se lembra do vôo exato em que isso ocorreu, mas possivelmente foi o india flight. Além disso, outro membro da equipe de alvo, o sargento técnico John Mills, de plantão na Base Aérea de Ellsworth, em Dakota do Sul, contou-me que um vôo inteiro, o echo, e um parcial, o delta, foram paralisados por UFOs em dezembro de 1978. Na época do incidente ele estava trabalhando na base de mísseis Delta-3, quando um objeto em forma de losango pairou sobre o local, emitindo um profundo zumbido. Logo depois, o míssil no silo parou de funcionar. Quando Mills voltou à base, oficiais de alta patente interrogaram vários membros da seção de alvo e o pessoal da manutenção, obrigando-os a manterem silêncio quanto ao ocorrido. Ele soube que uns 13 ou 14 mísseis pararam de funcionar naquela noite em circunstâncias semelhantes. Um resumo deste caso também está disponível em meu site, com o título de Like a Diamond in the Sky [Como um Diamante no Céu]. Suspeito que muitos outros incidentes semelhantes tenham ocorrido, mas é uma tarefa extremamente difícil encontrar as testemunhas, verificar seus registros militares e credibilidade, e mais ainda convencê-los a falar.
Há outros tipos de incidentes envolvendo UFOs e arsenal nuclear? Sim, já foram avistados UFOs sobre muitas áreas de depósito de armas em várias partes dos Estados Unidos, onde são guardadas bombas e ogivas nucleares. De acordo com testemunhos de militares e até mesmo documentos liberados pela Força Aérea Norte-Americana (USAF), isso aconteceu em bases aéreas em Malmstrom, Loring e Wurtsmith, no outono de 1975. Também nas unidades de Kirtland, Warren e Bentwaters, em 1980. Como nos casos envolvendo mísseis, desconfio que UFOs sobrevoaram depósitos de armas em outras ocasiões no decorrer dos anos, mas não temos dados de tais incidentes. Conforme explico em meu livro UFOs and Nukes [UFOs e Armas Nucleares, prestes a ser lançado pela coleção Biblioteca UFO], discos voadores sobrevoaram também laboratórios nucleares em Los Alamos e Sandia, além das usinas de produção de material radioativo de Oak Ridge, Handford e Savannah. Já foram vistos também perto de navios da Marinha norte-americana que participavam de testes termonucleares no Oceano Pacífico, na década de 50, e em locais de experimentos atômicos menos poderosos no Nevada. Igualmente, já acompanharam caças B-52 em vôo, que, como se sabe, portam armas nucleares. Em suma, os UFOs monitoram praticamente cada aspecto do programa de armas atômicas dos Estados Unidos e os locais onde elas são instaladas e guardadas, desde o fim da década de 40 até hoje.
Qual é o caso ufológico mais surpreendente que o senhor conhece, vindo de uma fonte militar? Acho que o Caso Big Sur, ocorrido naquela região da Califórnia, foi o mais dramático. Em 15 de setembro de 1964, um UFO desativou uma ogiva nuclear que estava em um míssil lançado da Base Aérea de Vandenberg, em pleno vôo. Dois ex-oficiais, o tenente Bob Jacobs e o major Florenze Mansmann, confirmam o caso. Jacobs filmou o incidente através de uma câmera telescópica de alta potência e Mansmann analisou o filme. Ambos disseram que depois que a ogiva se separou do míssil um UFO com cúpula apareceu e voou ao redor dela, disparando quatro raios de luz contra a mesma. Segundos depois, a ogiva parou de funcionar e caiu no Oceano Pacífico a centenas de quilômetros de seu alvo. O major disse ainda que a CIA confiscou o filme [Veja detalhes deste caso e o filme no DVD Destino Terra, código DVD-024 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Minha investigação do caso está disponível em meu site. Parece, portanto, que os UFOs podem desativar ogivas nucleares em vôo também, pelo menos em casos isolados. Se ocorresse um confronto nuclear em alta escala entre os Estados Unidos e a Rússia, por exemplo, não se sabe o que poderia acontecer, pois haveria milhares de ogivas em vôo. Será que uma frota de UFOs poderia ou desejaria intervir para neutralizar tal evento? Simplesmente não sabemos. Eu me pergunto se os soviéticos, hoje russos, também tiveram problemas semelhantes durante seus testes com mísseis, todos estes anos.
Em suas pesquisas sobre o Caso Bentwaters, ocorrido em 1980, e de acordo com os depoimentos das testemunhas, o senhor nota alguma semelhança entre a descrição do UFO aterrissado na Floresta Rendlesham e a nave resgatada em Roswell, em 1947, ou algum outro detalhe de todo o incidente – manobras por parte da nave, possível acobertamento das autoridades, reação das testemunhas etc – que o faz pensar no Caso Roswell? De todas as pessoas que alegam ter visto os destroços do UFO acidentado em Roswell, penso que o relato do ex-tenente da USAF Walter Haut é o mais digno de crédito. É bom lembrarmos que as evidências sugerem que o objeto atingiu o solo 120 km a noroeste de Roswell, onde se despedaçou, criando um campo de detritos. Depois disso, levantou-se de novo por um breve período de tempo, antes de cair definitivamente, 65 km a norte da cidade. A declaração de Haut, liberada após sua morte, confirma todos esses fatos e afirma que o comandante da base da Força Aérea do Exército em Roswell, coronel William Blanchard, chegou inclusive a mostrar os destroços a ele [Naquela época ainda não existia a Força Aérea Norte-Americana (USAF) e a Aeronáutica do país estava incorporada ao Exército]. Ele disse que teve permissão de observar a uma distância segura o objeto recém recuperado no deserto. Tinha aproximadamente 5 m de comprimento e não era muito largo, além de cerca de 2,5 m de altura e formato oval. Sua superfície parecia metálica e não tinha janelas, nem vigias, asas, calda ou qualquer trem de aterrissagem visível.
O Caso Roswell é certamente um dos mais contundentes da história da Ufologia Mundial. Mas o de Bentwaters, na Inglaterra, também é bastante impactante. Por favor, fale-nos um pouco mais dele. Sim, sem dúvida. O episódio é espantoso, assim como o Caso Bentwaters. Neste evento, de dezembro de 1980, o objeto que aterrissou na Floresta Rendlesham tinha um formato triangular, segundo o ex-oficial de segurança da USAF Jim Penniston. Entretanto, outros militares que faziam guarda no depósito de armas também afirmaram ter visto UFOs no mesmo local, pelo menos em duas outras noites daquela semana, entre o Natal e a véspera do ano novo. Um deles, cujo nome não posso revelar, disse que o objeto era tão brilhante que não se podia olhar diretamente para ele. Por isso não viu sua forma. Notou, porém, a luz voar subitamente na direção da torre de guarda do depósito, quase raspando nela, antes de sumir na floresta. Outra testemunha, Robert Charlie Waters, também viu um UFO perto do prédio, em outra noite daquela semana, e disse que percebeu aquele objeto multicolorido girando e pairando sobre a base, quando então começou a descer lentamente em direção à mata. Era grande e tinha uma luz na parte de baixo que se projetava até o chão, como um bastonete ou alguma coisa assim.
Consta que, no decorrer do avistamento na Base de Bentwaters, o objeto disparou raios de luz que pareciam laser antes de se afastar em alta velocidade. É verdade que o depósito de armas foi danificado pelos raios? Quando entrevistei o coronel Charles Halt, hoje na reserva, ele me disse que esta informação equivocada partiu de Peter Robbins, em seu livro Left at East Gate [À Esquerda em East Gate, Marlowe, 1998]. Disse-me também que jamais afirmou que qualquer estrutura da base fora penetrada ou danificada por raios de luz. Pelo que pôde ver, um ou mais raios foram projetados de cima para perto do depósito, mas Halt não soube dizer se chegaram a atingi-lo. Ele ouviu pelo rádio que os raios iam na direção do local. Quando isso aconteceu, os objetos estavam próximos do depósito de armas da Base de Bentwaters, ao norte da instalação, mas só um deles pairou acima e lançou rapidamente um raio sobre o prédio. Os outros permaneceram a oeste de onde estavam as testemunhas, bem distantes.
O que mais o senhor descobriu sobre este incidente que poderia nos revelar agora? Em 1994, bem antes de minha entrevista com Halt, outro oficial da reserva da USAF me relatou que, após o incidente ufológico em Bentwaters, duas ogivas nucleares foram removidas do depósito para inspeção. Essa testemunha já trabalhou para o Programa de Segurança de Armamentos Nucleares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele afirmou ter lido um relatório que declarava que duas bombas táticas tinham sido retiradas de um dos depósitos pouco depois do incidente e despachadas para os Estados Unidos, para vistoria. Ele comentou ainda que não sabia dos resultados da inspeção porque havia ocorrido muitos anos antes de seu período na OTAN. Seja como for, se levarmos em conta esse depoimento, parece que a USAF se preocupou muito com as condições das bombas após o incidente, a ponto de removê-las do depósito. Infelizmente, não tenho autorização para revelar a identidade do oficial que me confidenciou isso. Suas credenciais relacionando seu envolvimento com o Programa de Segurança de Armamentos Nucleares da OTAN são respeitáveis e considero seu testemunho altamente fidedigno.
Muitos incidentes envolvendo UFOs e armas nucleares foram oficialmente \’esquecidos\’ e as pessoas envolvidas receberam instruções do tipo \’isso nunca aconteceu\’. É por isso que não são interrogadas a respeito dos fatos que testemunharam. Ora, não se interroga uma pessoa sobre algo que não tenha ocorrido
Quando o senhor entrevistou o tenente-coronel Halt, em fevereiro de 2006, ele lhe disse que nunca fora proibido oficialmente de falar sobre sua experiência, e que quando saiu da Força Aérea Norte-Americana (USAF), foi interrogado dentro dos padrões normais de segurança, mas que o incidente com o UFO não foi sequer mencionado. Acrescentou também que os indivíduos que o interrogaram pareciam nem sequer saber do caso. Fiquei intrigado com esta última informação. Significa que o fato foi muito bem abafado ou revela completa falta de interesse pelos UFOs por parte da USAF? Acho que toda a série de incidentes em Bentwaters foi tão marcante e assombrosa que só aqueles militares da USAF que realmente precisavam saber dos fatos foram informados deles, ninguém mais. Alguns oficiais de alta patente, incluindo o próprio tenente-coronel Halt, não receberam informações da situação total, sabendo apenas aquilo que seus superiores achavam que deviam. Halt declarou que outras agências governamentais estavam investigando os incidentes, mas ele não foi oficialmente informado sobre o trabalho delas. Soube apenas da presença de agentes na área por meio de rumores que circulavam na base. Muitos incidentes envolvendo UFOs e armas nucleares foram oficialmente “esquecidos” e as pessoas envolvidas receberam instruções do tipo “isso nunca aconteceu”. É por isso que não são interrogadas a respeito dos UFOs. Não se interroga uma pessoa sobre algo que não tenha ocorrido.
O cético norte-americano James McGaha insistiu em afirmar que a luz vista na Floresta Rendlesham era apenas da torre de um farol, embora o tenente-coronel Halt tenha deixado claro que tanto o farol quanto a luz foram vistos ao mesmo tempo. Em seu artigo The UFO Chronicles [Crônicas Ufológicas], o senhor diz que muitas pessoas, cientistas e leigos, que não conhecem o testemunho de Halt sobre o incidente aceitaram passivamente a “explicação” de McGaha. Parece que, infelizmente, isso acontece em muitos casos, inclusive no Brasil. Será que o medo do desconhecido é o motivo para essa prontidão em aceitar explicações convencionais para fenômenos não identificados, e mais ainda, essa propensão para difamar os pesquisadores e as testemunhas por eles entrevistadas? Penso que há muitas razões por trás da reação difamatória dos céticos e dos debunkers [Ridicularizadores] em relação ao Fenômeno UFO. Em parte, é uma questão de ego. Isto é, quando oferecem suas explicações, apresentam-se como pessoas que sabem todas as respostas, mas a verdade é que nunca investigaram os fatos que combatem. O ego desses indivíduos é tão grande que se dão o direito de acreditar que resolveram o mistério dos UFOs usando apenas sua suposta argúcia intelectual, que só eles vêem. Essas pessoas são apenas preconceituosas, existem aos montes por aí e não merecem que percamos tempo com eles. Argumentar com essas auto-intituladas autoridades, independente de sua formação acadêmica e habilidades intelectuais, é inútil. Mas há outra categoria de debunkers na Ufologia, um grupo que, se investigarmos suas origens, veremos que tem estreitos vínculos com o governo dos Estados Unidos. Como venho afirmando, décadas de pesquisa da conexão entre UFOs e arsenais nucleares revelaram dezenas de casos em que objetos voadores aparentemente monitoraram e às vezes até interferiram em armas atômicas. O grupo mais ativo de céticos nos Estados Unidos hoje é o Comitê de Investigação Cética [Committee for Skeptical Inquiry, CSI], cujo nome anterior era Comitê para Investigações Científicas de Alegados Fenômenos Paranormais [Committee for the Scientific Investigations of Claims of the Paranormal, CSICOP]. O CSI publica a revista Skeptical Inquirer, que tenta desmascarar os UFOs.
Há outros céticos que combatem ardentemente a Ufologia, alguns até sem formação científica e que ainda assim se aventuram a condenar a presença alienígena na Terra. E de fato, a maioria sequer se dá ao trabalho de investigar os casos ufológicos que combatem ou atuam a mando do governo. É verdade. Quando comecei a investigar a vida dos líderes do CSI, descobri que o editor da Skeptical Inquirer, Kendrick Frazier, trabalhou por mais de 20 anos como especialista em relações públicas – em outras palavras, um defensor pago – para o Programa Nuclear Norte-Americano, instalado nos laboratórios de Sandia. No mesmo período, Frazier desmentia que houvesse um acobertamento do Fenômeno UFO por parte do governo, incluindo o incidente de Big Sur, no qual, segundo dois ex-oficiais da USAF, um UFO disparou raios de luz para derrubar uma ogiva nuclear em pleno vôo. Se lermos sua revista, veremos que Frazier é citado como redator científico, numa referência aos seus livros relacionados à ciência. Foi preciso ir mais a fundo para descobrir que Frazier também trabalhou para o governo por duas décadas, porque sua autobiografia não menciona tal fato. Uma omissão muito curiosa, em minha opinião.
Há outros céticos que também estão tentando denegrir a pesquisa ufológica devido à sua ligação com o governo dos Estados Unidos? Sim, outro líder do CSI, James Oberg, também já trabalhou em segredo para o programa nuclear dos EUA, prestando serviços à Força Aérea Norte-Americana (USAF). Uma de suas tarefas era supervisionar a segurança do trabalho realizado por seu grupo. Quando o Caso Big Sur foi divulgado pelo tenente Robert Jacobs, hoje na reserva, Oberg o criticou. Depois que Jacobs divulgou a história do UFO que disparou contra a ogiva, Oberg o censurou por revelar informações ultra-secretas. “Ele me escreveu e se identificou como porta-voz de certos projetos da NASA. Criticou minhas afirmações e insinuou que eu revelaria também outros segredos nucleares, como os relacionados com a ogiva nuclear”, disse-me Jacobs, que é um patriota e jamais faria isso.
A trajetória do CSI surgiu com o falecido Philip J. Klass, que até hoje é considerado o maior combatente que a Ufologia já teve. O que o senhor pode nos falar dele? Ele foi um dos principais debunkers do CSI, quando a entidade ainda era CSICOP. Klass tratou Jacobs com agressividade após ele ter publicado a história da ogiva. Durante a correspondência áspera entre Jacobs e Klass, após o primeiro ter ignorado as repetidas exigências para responder às acusações, Klass citou algumas referências para se sustentar, entre as quais o almirante Bobby R. Inman, ex-diretor da Agência Nacional de Segurança, que também foi diretor assistente da CIA e da Agência de Inteligência da Defesa (DIA), e o tenente-general Daniel O. Graham, também ex-diretor da DIA. Klass não só deu os nomes desses homens a Jacobs, mas também seus endereços postais, e lhe disse: “Ambos trabalharam comigo e me conhecem, bem como os meus trabalhos para a revista Aviation Week”. Todas essas autoridades citadas pelo arquicético Philip Klass são, sem dúvida, interessantes, se considerarmos sua resposta sempre pronta àqueles que questionavam seus motivos. Sempre que o acusavam de não ser um cético quanto ao Fenômeno UFO, mas agente de desinformação a serviço do governo norte-americano, Klass se fazia de indignado e ridicularizava tal idéia. E quem ele escolheu para apresentar como referência para apoiá-lo em sua carta dirigida a Jacobs? Dois dos mais altos oficiais de inteligência no governo dos Estados Unidos!
O que os céticos dizem a respeito de suas afirmações? Bem, como eu expliquei, existem os verdadeiros céticos e os debunkers. O primeiro grupo tem dúvidas quanto ao que afirmo, mas pelo menos eles consideram os dados apresentados. A maioria diz que, como os documentos não são empíricos, não comprovam a realidade dos UFOs. Aceito a crítica, mas digo que mesmo as evidências não empíricas são necessárias na tentativa de analisar o que está ocorrendo fora do conhecimento público e da comunidade científica, sob o manto de segredo de estado. Já os debunkers rejeitam minhas descobertas sem nem sequer examinarem os fatos e os documentos liberados. São arrogantes e se dizem científicos. Mas a história revelará o que são de fato. Neste aspecto, admiro muito o doutor Bernard Haisch, um astrônomo e verdadeiro cético. Ele próprio define um cético nestes termos: “Trata-se de um indivíduo que pratica o método de suspender o julgamento, que aplica um raciocínio lógico e imparcial próprio do método científico, mostra-se disposto a considerar explicações alternativas sem preconceito baseado em crenças prévias e busca evidências para verificar sua validade”. Pela definição de Haisch, poucos cientistas são verdadeiros céticos do Fenômeno UFO.
E quanto às suas fontes militares, incluindo as da reserva, como elas reagiram quando o senhor trouxe a público as histórias que lhes contaram? Deram-me apoio total. Eles acreditam, assim como eu, que o povo norte-americano e a população mundial merecem saber a verdade acerca da conexão entre UFOs e arsenais nucleares. Essa é obviamente uma informação muito importante, que o governo dos Estados Unidos vem mantendo em acirrado clima de segredo. Chegou a hora de expor os fatos como eles são. Penso que a humanidade precisa saber que os seres que pilotam os UFOs estão interessados em nossas armas atômicas, as têm monitorado e até interferido em seu funcionamento. Isso obviamente denota não apenas interesse, mas preocupação pelo que fazemos em nosso planeta.
Através da Lei de Liberdade de Informação, arquivos da USAF, do FBI e da CIA sobre a conexão de UFO com arsenais nucleares foram liberados e confirmam a contínua e inegável presença alienígena em locais onde estão armas atômicas nos Estados Unidos. Esse tipo de atividade ufológica acontece em outras partes do globo, como no Paquistão, França e Índia, além da Grã-Bretanha, obviamente, onde também há tais armamentos? Sei de alguns incidentes dramáticos que ocorreram na antiga União Soviética graças a documentos liberados pela KGB e ao testemunho de oficiais do exército daquele país, hoje na reserva. Por exemplo, segundo o tenente-coronel Vladamir Plantonev, um UFO foi visto em 04 de outubro de 1982 perto de uma base de mísseis balísticos intercontinentais próxima do vilarejo de Byelokoroviche, na Ucrânia. Plantonev me relatou que parecia um disco como dos filmes de ficção científica. Não tinha janelas e sua superfície era totalmente lisa. O disco fez uma curva como um avião e não emitiu qualquer ruído.
Incidentes envolvendo UFOs e arsenais nucleares na antiga União Sovética também foram registrados e são conhecidos graças a documentos liberados pela KGB e ao testemunho de oficiais do exército daquele país. Um caso notório é o de um UFO perto de uma base de mísseis balísticos intercontinentais na Ucrânia
O que ocorreu então? Enquanto o UFO estava próximo da base, um número desconhecido de mísseis nucleares subitamente se ativou. Diante dos olhos apavorados da equipe de lançamento, que não sabia o que fazer, a seqüência automática se iniciou e prosseguiu durante 15 segundos, até voltar também enigmaticamente ao modo stand by. Outro oficial da reserva, o coronel Igor Chernovshev, declarou que as luzes sinalizadoras dos dois painéis de controle acenderam – tais luzes são as que mostram que os mísseis estão sendo preparados para lançamento. “Normalmente, isso só aconteceria se fosse transmitida uma ordem de Moscou”, disse-me Chernovshev [Veja detalhes deste caso e o filme no DVD UFOs: Conexão Russa, código DVD-027 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Um incidente muito parecido ocorreu pelo menos uma vez nos Estados Unidos, na Base Aérea de Minot, em meados da década de 60, segundo uma de minhas fontes, o ex-oficial da USAF e lançador de mísseis Minuteman David Schuur. Quanto à possibilidade de tais incidentes em outros países detentores de armas nucleares, embora eu tenha certeza de que ocorreram, é muito difícil obter informações. De vez em quando aparecem artigos na internet a respeito de avistamentos de UFOs perto de locais de arsenais nucleares no Paquistão, na Índia ou Irã, mas não posso garantir a veracidade de tais relatos.
Em sua opinião, quais seriam os motivos por trás da presença tão insistente de UFOs em locais onde há armas nucleares? Assim como a maioria de minhas fontes pensam, também creio que os tripulantes dos UFOs estão tentando alertar as potências mundial quanto ao perigo potencial dessas armas para o futuro da raça humana. Talvez também estejam demonstrando seus poderes superiores ao governo dos Estados Unidos e da Rússia, principalmente, com a intenção de intimidá-los, para que os militares de cada um desses países saibam que eles, os ETs, são capazes de lidar facilmente com qualquer reação hostil de nossa parte. Há outras explicações possíveis para o que tem ocorrido, mas creio que este cenário é o que melhor apresenta os fatos.
O senhor já foi assediado ou ameaçado pelo governo norte-americano devido às suas atividades e revelações? Em 1982, pouco depois de eu ter começado a falar em faculdades e universidades dos Estados Unidos a respeito da presença dos UFOs em locais de arsenais nucleares, comecei a ter problemas estranhos com meu telefone, geralmente enquanto conversava com militares ou outros pesquisadores. Inúmeras vezes, pouco depois de falar com essas pessoas, o telefone tocava e, quando eu atendia, ninguém dizia nada, embora ouvisse barulho de fundo, e a pessoa, então, desligava após alguns segundos. Penso que alguma agência, a CIA ou a Agência de Segurança Nacional, tentava me intimidar, ou pelo menos fazer com que eu soubesse que estão monitorando minhas atividades. Mas não me preocupo com tais coisas. Acho que são ossos do ofício, por assim dizer. Houve uma ocasião, em 1985, em que uma pessoa me seguiu sem se disfarçar, provavelmente tentando me amedrontar. Era um homem grande, com cabelos brancos ou loiros, vestindo um terno escuro e dirigindo um Chevrolet branco. No dia anterior, eu tinha dado uma palestra na Universidade de Nevada, em Las Vegas, e perguntei à platéia se alguém sabia da existência de uma base secreta – nem se conhecia o nome na época – no Deserto do Nevada. Isso foi três anos antes da Área 51 chegar às manchetes dos jornais em todo o mundo. Creio que o sujeito no Chevrolet tinha ordens de me seguir abertamente para me desencorajar a visitar a Área 51 ou de me encontrar com alguém que soubesse de sua localização e atividade. Naquele dia fiquei um pouco nervoso, mas sei que procurei encrenca quando fiz aquela pergunta na noite anterior. Assim que saí dos limites de Las Vegas, o homem no Chevrolet acelerou e me seguiu de perto a mais de 100 km por hora. Se eu freasse, seu carro bateria atrás do meu. De repente, ele desacelerou, deu a volta e retornou a Las Vegas. Estava apenas tentando me dizer algo como “fica esperto”, imaginei na hora.
Em sua opinião, quem são os pilotos, os ocupantes dos discos voadores, que alguns ufólogos chamam de ufonautas? Se analisarmos muitos relatos sérios de avistamentos dos tripulantes de UFOs, em casos de aterrissagens próximas ou quando os objetos pairam a baixa altura, parece óbvio que estamos sendo visitados por seres de raças diferentes, provenientes de outros mundos. Serão eles extraterrestres, interdimensionais ou talvez até humanos de um futuro distante em viagem no tempo? Quem sabe? Veja que hoje nossos físicos teóricos acreditam que a viagem interestelar, talvez por toda a galáxia ou até pelo universo inteiro, ou ainda entre universos paralelos, logo será possível. O conceito de hiperespaço, que hoje ganha popularidade, permite viajar a uma velocidade superior à da luz e até no tempo. Claro que nossos cientistas ainda não têm evidência empírica de tais feitos, pois nossas descobertas científicas estão aquém disto, mas pelo menos alguns agora já consideram estas situações como possíveis realidades. Creio que outras espécies já descobriram como funciona o cosmos na questão da viagem interestelar, e podem chegar aqui com relativa facilidade, até rotineiramente.
Além do caso ocorrido na Base Aérea de Malmstrom, o senhor já viu um disco voador? Como meu pai trabalhou na Força Aérea Norte-Americana (USAF) por duas décadas, sempre estive por perto de aeronaves desde muito jovem, e aprendi a reconhecer vários tipos delas, tanto aterrissadas quanto em vôo. Ainda sou muito bom para identificar a maioria dos aviões comerciais e militares que vejo, mesmo a distância. Além disso, passei a me interessar por astronomia aos 12 anos, em 1962, e gosto de observar as estrelas desde aquela época. Em outras palavras, conheço aeronaves e fenômenos astronômicos. Além do mais, adoro olhar formações de nuvens quando faço caminhada pelas montanhas. Eu provavelmente olho para o céu mais do que a maioria das pessoas e, por isso mesmo, tenho uma oportunidade muito maior de ver algo realmente incomum, se aparecer. Entre 1971 e 2001, observei seis objetos aéreos não identificados, cada um em uma ocasião diferente, que certamente não eram aviões nem fenômenos naturais. Três deles eram bolas de luz de variadas cores movendo-se silenciosamente e de modo errático, dois eram discos prateados e o outro era um artefato prateado em forma de charuto. Todos estes casos me deixaram bastante impressionado e descobri que muitos vizinhos também tiveram experiências semelhantes, o que indica que aquela região é bastante proeminente em ocorrências ufológicas.
O que o senhor deduz de tamanha atividade? Todos esses avistamentos foram notáveis, por um motivo ou por outro. Por exemplo, uma das bolas de luz se movia lentamente quando a vi, bem acima das Montanhas Sandia, perto de Albuquerque, Novo México, em fevereiro de 1993. De repente, ela fez um retorno acentuado, uma curva em U, e acelerou. Como o objeto sobrevoou dois pontos separados na montanha e eu os conhecia, usei um mapa para calcular que o UFO percorreu cerca de 14 km em dois ou 3 segundos!
Qual é a reação das platéias quanto às estarrecedoras informações que o senhor passa em suas palestras? Já me apresentei em mais de 500 faculdades e universidades nos Estados Unidos, em 27 anos. Como meu programa de pesquisas se baseia em informações liberadas dos arquivos do governo norte-americano e nos testemunhos de oficiais que entrevistei, minhas palestras são fartamente documentadas. Especulo muito pouco quando apresento o conteúdo dos documentos e das declarações que me são dadas pelos militares, da ativa ou na reserva. Meu público aprecia esta abordagem factual do acobertamento ufológico e geralmente se impressiona quando lhes revelo como os UFOs se interessam pelas armas nucleares. Muitas pessoas jamais ouviram falar deste aspecto do fenômeno e ficam perplexas.
Quais são seus planos para continuar divulgando suas descobertas? Quero que minhas pesquisas sejam conhecidas pelo maior número de pessoas possível, e espero que meu livro UFOs and Nukes seja traduzido e publicado no maior número possível de países, a exemplo de como ocorrerá agora no Brasil, sob comando da Revista UFO, com a qual fechei contrato para publicação da obra. Não tenho problemas de ego e não preciso ver meu nome nos jornais ou na internet, nem preciso ver meu rosto na televisão. Na verdade, sou um sujeito bastante discreto que gosta da solidão do deserto do Novo México. Mas as informações que minhas fontes me deram todos estes anos são importantes demais para ficarem comigo e merecem ser divulgadas a todo mundo. Por isso, continuarei a usar a internet, a mídia, as palestras e as entrevistas, como esta, para apresentar os fatos. Espero que aqueles que lerem este texto me ajudem, pedindo a outras pessoas que pesquisem a atividade ufológica em locais onde há arsenais nucleares. Isso é algo muito real e que precisa ser exposto. O possível uso dessas armas numa futura guerra afetará todos os seres humanos, de uma maneira ou de outra. Todos os países e todas as culturas do mundo estão sob ameaça. Penso que os alienígenas estão tentando dizer às potências nucleares que elas devem se livrar de seus arsenais atômicos. Claro que o Pentágono e o Kremlin querem manter tudo isso em segredo. Entretanto, farei de tudo para que este segredo seja compartilhado com todas as pessoas que encontrar pela frente, em todos os países da Terra. Esta é uma missão que levo muito a sério.