Logo após o contato com a nave alienígena na lagoa do Mondubim, no bairro da Maraponga, em Fortaleza, os investigadores do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU) entrevistaram as testemunhas João Lira Neto, sua cunhada Rejane, seu irmão Roberto Vasconcelos e o amigo Plínio Souza, a partir do que ficou evidente ter havido uma abdução alienígena no local. O principal suspeito de ter passado pela experiência era o protagonista central do caso, Lira Neto, falecido em decorrência de um misterioso afogamento. Ele teve um lapso de memória — o conhecido missing time — de pelo menos duas horas. Mas algo semelhante pode ter ocorrido aos demais integrantes do grupo. Veja a seguir os principais trechos das entrevistas com Lira Neto e Souza.
Conte o que ocorreu naquela noite. Vimos alguma coisa muito clara sobre a lagoa. Era redonda, tinha muitas luzes e janelas. Dava para ver pessoas ou seres se movimentando dentro. Nesse momento, corremos de medo. Chegamos ao apartamento onde os meninos nos esperavam e contamos a história, quando todos resolveram voltar ao local.
O artefato voador ainda estava lá? Sim, mas em outro lugar da lagoa e havia alguém fora dele. Eram pessoas grosseiras que andavam lentamente, parecidas, de longe, com gente coberta por plásticos e lençóis sobre as cabeças — eles eram três e pegavam algo no chão. A nave piscava, desaparecendo e reaparecendo sem sair do lugar. Parecia que se desintegrava e se reintegrava em um piscar de olhos. Era fantástico o que vimos, e em uma ocasião deu duas piscadas fortes e desapareceu misteriosamente. Aproveitamos para fugir, mas, sem saber como, o objeto reapareceu sobre nossas cabeças e sumiu repentinamente.
O que aconteceu a vocês, então? Fomos para casa, mas não consegui dormir. Parece que algo me monitorava para voltar ao lugar. Daí, levantei-me sorrateiramente da cama, para que meus pais não me vissem, e fui ao local. Lá estava o “bichão” ao lado da lagoa, aterrissado. Olhei bem e resolvi ir até lá — eu precisava ir. Então, tentei saltar a cerca de arame farpado, mas desmaiei, acordando somente duas horas depois perto do campo de futebol. Não sei como fui até lá, pois não me lembro de nada.
Você aceitaria se submeter a uma hipnose regressiva? Não, eu tenho medo disso. Pelo menos agora não quero fazer a hipnose, mas vou pensar no assunto.
O que acredita que era aquilo que vocês viram? Não tenho dúvida de que era uma nave. Não sei de onde veio, mas era uma nave. E pelas características, não poderia ser terrestre. Se for, trata-se de algo ultrassecreto, pois nunca ouvi falar em naves que se evaporam e reaparecem misteriosamente. Era sólida, metálica e silenciosa — e parecia que apenas flutuava. Aquilo não tinha motor e era incrível.
Alguma coisa mudou em sua vida depois do contato? Tudo está mudando e não aguento essa situação. Não falo aos meus pais sobre o fato porque não adianta. Tenho a impressão de que alguém me vigia permanentemente. Será que estão realmente me controlando? O que será que eles queriam naquela lagoa? Já voltei lá e não vi nada. Também tento me lembrar de alguma coisa, mas não consigo…
Quando você passa perto da lagoa, sente medo? Sim, embora saiba que eles não voltarão mais. Aquilo foi uma coincidência — o que eles tinham que fazer, já foi feito. Mas o que me preocupa é não saber o que fizeram comigo naquelas duas horas…
No dia seguinte ou depois, você sentiu algo de anormal? Não, somente um mal-estar geral, nada sério. Uma ansiedade muito grande por não saber o que houve comigo naquele período em que perdi os sentidos e os recobrei lá no campo de futebol.
A mais esquiva das testemunhas
Dos rapazes entrevistados, Plínio Souza, que estava na garupa da moto de João Lira Neto, foi a mais arisca das testemunhas. Ele achava que não era interessante divulgar a experiência por que passaram e somente com muita insistência concordou em responder algumas perguntas.
Você poderia descrever o que aconteceu? Eu seguia com o João na garupa da moto quando notamos que algo estava errado lá perto da fábrica de postes — era um silêncio fora do comum. Não se ouvia nada, nem o vento, as luzes piscavam e o transformador não zunia. Aí o motor da moto foi apagado e nós não conseguimos mais fazê-lo funcionar.
E depois disso? Resolvemos ir empurrando a moto até a casa do João, enquanto íamos comentando sobre o silêncio fúnebre daquele trecho da rua. Deixamos a Yamaha, pegamos uns discos e voltamos para o apartamento onde estavam a Rejane, o Roberto e outros amigos, festejando. Ao chegarmos perto dos trilhos, observei que o clima continuava estranho ali. Daí vi uma claridade para o lado da lagoa e olhei — lá estava o objeto, uma coisa redonda, metálica e com janelas. Era como dois pratos grandes emborcados um sobre o outro e com um espaço entre eles, onde se viam janelas redondas e claras. Era muito claro dentro e saíam luzes pelas aberturas, mas por fora não tinha luzes. Tinha pessoas dentro.
Você notou mais detalhes? A coisa parecia desaparecer de vez em quanto, como uma imagem projetada. Dava para perceber que era sólido, que estava iluminado e que seu formato refletia na água escura da lagoa. O luar não era muito forte e ficamos amedrontados, resolvendo ir embora para chamarmos mais alguém.
Qual é sua sensação sobre aquilo tudo? É algo muito além do que se possa imaginar. Eu não gosto de comentar o fato, pois as pessoas pensam que é mentira e que inventamos tudo. Mas pode acreditar, é uma história fantástica e verdadeira.
Você sentiu alguma coisa anormal em seu corpo? Apenas senti a língua seca, mas não sei se devido ao estado emocional ou algo que vinha do objeto — todos sentimos a mesma coisa, menos o João. Não conseguíamos engolir a saliva, pois a garganta estava emperrada e a língua, grossa.
E agora, como você se sente? Sinto-me muito bem. Estou bastante normal. Apenas me lembro do fato e gostaria de ver a nave novamente, pois agora acho que não ficaria tão nervoso.