Depois de passar anos admirando os esforços da Revista Ufo na investigação científica e documentação da presença extraterrestre em nosso planeta, tive a satisfação de ser procurado por seu mentor, Gevaerd, que buscava transferir a Ufo para a Mythos Editora, e assim reativar e revitalizar a publicação. Aceitei na hora. A Ufo tem tudo a ver com uma das linhas centrais das atividades da Mythos. Sem as preocupações inerentes ao gerenciamento de uma editora e livre para se concentrar unicamente na elaboração do conteúdo da revista, nosso Gevaerd conseguiu aperfeiçoar a Ufo em todos os sentidos. Na verdade, a cada edição a revista fica melhor. E o maior beneficiado nisso tudo é você, caro leitor. Que esta edição 100 – número jamais atingido por qualquer outra publicação do gênero no mundo – seja a primeira de muitas outras centenas, que com certeza virão e continuarão sendo referência internacional para todos os que acreditam que o ser humano não está sozinho no universo.
Helcio de Carvalho,
sócio-proprietário da Mythos Editora
A Revista Ufo surgiu de um sonho que tomou forma, corpo e movimento, e pôs-se a andar sem parar, 20 anos atrás, numa direção totalmente incerta. Até onde chegaríamos, nunca consegui avaliar nem estimar. E quase nem acredito que atingimos, duas décadas depois, a edição número 100. Mas aqui estamos e eis a prova.Foram 100 edições que significaram imenso trabalho, dia após dia, tropeçando em obstáculos ao longo do caminho, vencendo outros com persistência e contando sempre com a providência divina. Publicamos mais de 5 mil páginas, que contiveram perto de mil artigos e umas 4 mil fotos. Mais de 300 ufólogos viram seus trabalhos publicados na revista, e 7 vezes mais leitores nela se manifestaram. A edição número 100 de Ufo é a consagração inequívoca da força da Ufologia de nosso país, a prova material inquestionável de que trabalho e esforço, aliados a muita paciência e perseverança, dão efetivamente resultado. Esta edição é dedicada à Comunidade Ufológica Brasileira, a todas aquelas pessoas que deram no passado e ainda dão no presente um pouco de si para que esse projeto seja sempre possível.
A. J. Gevaerd,
fundador e editor
A valorização de um fenômeno ainda incompreendido
Ubirajara Franco Rodrigues,
ex-co-editor da Revista Ufo, atualmente consultor, na Equipe Ufo há 20 anos
A chamada nova geração de ufólogos pode encarar, naturalmente, a Revista Ufo como um periódico gerado através de um projeto editorial súbito, destinado a ocupar um mercado restrito e para satisfazer um público especial. Assim, trata-se de uma revista criada pela oportunidade aberta por uma fatia do mercado editorial. Muitos não tiveram a chance de conhecer a verdadeira trajetória desta revista, principalmente em virtude de terem nascido durante as recentes e fascinantes eras da evolução tecnológica, da qual, sob aspecto filosófico restrito, o próprio fenômeno ufológico é uma espécie de “subproduto”. Estes têm ao seu dispor, portanto, como interessados e entusiastas dos discos voadores, uma publicação elaborada com esmero e boa atratividade gráfica, de conteúdo significativo e satisfatório.
No entanto, os aspectos discutíveis e ainda não acadêmicos desses estranhos acontecimentos que compõem o Fenômeno UFO constituem uma espécie de agravante para a continuidade e a periodicidade de uma publicação como esta. O que se enfrenta, através dos tempos, representa uma heróica trajetória. Pode-se afirmar que a Ufologia, nesses cerca de 50 anos de estudos que tentam sistematizar-se, enfrentou durante a década de 1980 instantes cruciais de sobrevivência. No mundo todo, principalmente no Brasil, as grandes fontes de informação e troca de dados para estudos na área foram os boletins de grupos privados e pesquisadores individuais, confeccionados com precários recursos.
Esta publicação, que agora atinge o número 100, firma-se em definitivo, em todo o mundo, como uma das maiores e mais estáveis publicações do gênero, atingindo um marco jamais conseguido por qualquer outra
Na ocasião, em meados de 1978, dentre os boletins mais constantes e sobreviventes, destacava-se o da Organização de Pesquisas e Estudos Teóricos sobre Objetos Voadores Não Identificados (Opetovni), distribuído pelos correios de Maringá (PR). Até que, após anos de luta para manter a circulação, aquele boletim editado por Ademar José Gevaerd representou para os militantes da época, dentre eles o autor desses comentários, o sinal de que um velho sonho começava a se concretizar. Transformou-se numa revista, que de imediato tornou-se o orgulho da Ufologia Brasileira, a Ufologia Nacional & Internacional. Apesar de todas as dificuldades, provocadas pelas constantes variações e instabilidade econômica do país, a publicação pioneira deu origem a uma outra, a revista PSI-UFO, que procurava englobar, pela falta de melhores recursos, os estudos da parapsicologia e da Ufologia. Até que surgiu a Revista Ufo.
Esta publicação, que agora atinge o número 100, como mais um sinal do heroísmo de seu editor e idealizador, firma-se em definitivo, em todo o mundo, como uma das maiores e mais estáveis publicações do gênero, atingindo um marco jamais conseguido por qualquer outra – inclusive as mais festejadas, como a inglesa UFO Magazine, a alemã Magazin 2000, a italiana Notiziario UFO e tantas outras. Pelo número de assinantes, distribuição em todo o Território Nacional e envio para várias partes do mundo, fazendo chegar aos ufólogos de todo o globo o que se passa na Ufologia Brasileira, Ufo, com segurança, é atualmente um veículo mais importante que o famoso e respeitado boletim da Mutual UFO Network (MUFON), considerada a maior organização de estudos ufológicos do planeta.
O estilo editorial da Revista Ufo é variado, o que provoca constantes discussões e debates entre os pesquisadores, como só se poderia esperar de um periódico dedicado a um fenômeno ainda incipiente na sua própria compreensão, e completamente ausente de metodologia no enfrentamento pelos que por ele se interessam. Assim, seguindo a linha de que “a Ufologia é uma só”, preferindo não separar a postura mística daquela de cunho cientificista, a revista se mantém como fonte de fascínio para o leitor, como oportunidade de publicação para aqueles de postura objetiva e como ponto de registro para os que preferem transcender as exigências da metodologia, bem como o enfoque chamado esotérico da questão.
Importa, entretanto, que a Revista Ufo chegou até o início do século 21 como real arauto desse pioneirismo de pensamento, que valoriza a inegável existência de um f
enômeno totalmente incompreendido, por ausência de recursos dos próprios pesquisadores, mas que será sem dúvida a base de um futuro ainda imprevisível da atenção e da dedicação dos meios acadêmicos. Não se pode calcular o futuro da Ufologia, nem, portanto, de uma publicação desse gênero. Até lá, cabe à Ufo aprimorar a seriedade das informações que divulga e evitar a omissão dos que trabalham em favor da verdade, ainda que nós, ufólogos, tenhamos o mau costume de não cuidarmos em separar nossa subjetividade do que possa caracterizar a realidade objetiva do Fenômeno UFO. Realidade que almejamos alcançar, mesmo que sempre relativa e parcialmente, na trilha constante de um futuro construído aos poucos, que, tomara, garanta para esta publicação seu justo lugar de nosso maior veículo – o inquestionável e maior veículo da Ufologia Brasileira.
Abrindo caminho em meio a uma densa floresta de incertezas
Carlos Alberto Reis,
ombudsman da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 20 anos
Em março de 1985, surgia no Brasil a primeira publicação genuinamente ufológica, a Ufologia Nacional & Internacional, germinada por um ideal e nascida com um objetivo: disseminar pelos quatro cantos do país um tema complexo, revestido de muito preconceito e de um cientificismo que não lhe cabia inteiramente. Era uma tarefa espinhosa e de resultados totalmente imprevisíveis. Se o futuro era incerto, a proposta era clara: mostrar que o assunto não podia mais ficar circunscrito aos grupos de pesquisa escondidos e espalhados pelo mundo afora. Era preciso aglutinar a informação, a experiência e o potencial que estavam guardados em uma bolha invisível de atuação e redistribuí-los da forma mais ampla e democrática possível.
Lá se vão 20 anos desde que isso começou, e o tempo encarregou-se de mostrar que o ideal era válido, que o objetivo foi alcançado e que a proposta se aprimora a cada dia, com erros e acertos. Alcançando hoje a histórica marca de 100 edições, a Revista Ufo reafirma-se como o principal veículo de comunicação de uma disciplina nada convencional. E por isso mesmo, compreensivelmente, vista com reservas pelos meios acadêmicos e pela sociedade de um modo geral. Nisso reside seu maior mérito: abrir caminho em meio a uma densa floresta de incertezas. Difícil é encontrar o ponto de equilíbrio entre a verdade dos fatos e os fatos da verdade.
Particularmente, sinto-me duplamente gratificado pela oportunidade de poder expor minha experiência, minhas idéias e minhas vivências através de suas páginas, atuando como seu ombudsman. Por um lado, porque escrever é uma atividade que dá imenso e inesgotável prazer, e por outro, porque os frutos desses escritos invariavelmente revelam o reconhecimento, estimulam a reflexão, instigam a discussão e alimentam a polêmica. Não necessariamente nessa ordem. Assim, cumprimento a todos que, no passado, acreditando naquele ideal, deram sua parcela de contribuição para que se tornasse realidade, e aos que hoje seguem alimentando o sonho de dar à Ufologia o respeito que lhe é devido, ratificando a Ufo como sua legítima representante.
Uma publicação que é referência mundial em Ufologia
Marco Antonio Petit,
co-editor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 20 anos
No ano de 1985, publicava meus artigos com certa freqüência na revista Planeta, da mesma forma que acontecia com a maioria dos pesquisadores da área. Foi nesse período que recebi um telefonema de A. J. Gevaerd passando a informação que iria iniciar um projeto editorial e que lançaria a revista Ufologia Nacional & Internacional. Naqueles dias, apesar das idéias e objetivos de seu editor, era evidente a restrição que havia no mercado editorial brasileiro.
Ao me convidar para escrever na revista, Gevaerd chegou mesmo a ressaltar que, ao contrário da Planeta, não poderia pagar pelos direitos de publicação de meus artigos. Mas a verdade é, que além de nossa amizade, senti naquele momento que estávamos diante do nascimento de algo realmente importante para a Ufologia Brasileira, e aceitei prontamente o convite. Acabei sendo responsável pela principal matéria publicada em sua primeira edição, em março de 1985. O próprio evento de lançamento, realizado no centro cultural da Academia Brasileira de Letras, foi promovido por meu grupo, a Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU).
Da Ufologia Nacional & Internacional, passamos para a revista PSI-UFO, numa tentativa de unir nossa área de atuação com a parapsicologia. Foi em seguida que surgiu a Revista Ufo, que desde o seu início, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, passou a ser o órgão oficial de manifestação do movimento ufológico brasileiro. Tenho orgulho de fazer parte dele e de ter tido, desde seu início, a percepção de sua importância. Ufo vive hoje, sem dúvida, seu melhor momento – não só no que diz respeito à sua qualidade gráfica, mas principalmente o nível de maturidade de sua linha editorial e influência em nosso meio. Sem qualquer interesse particular, ou algo que possa ser visto como uma fuga da realidade, acredito que, ao completar 100 edições, ela é a principal e melhor revista ufológica do cenário mundial.
Em busca da internacionalização da Ufologia Brasileira
Nelson Vilhena Granado,
consultor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 3 anos
A Revista Ufo está em sua centésima edição – eis um marco dos mais notáveis a ser atingido por qualquer instituição, publicação, agrupamento ou tipo de estrutura. Só que, agora, este excepcional patamar foi alcançado por uma revista cuja base filosófica está firmada na pesquisa, incentivo, estudo e divulgação dos temas relacionados aos objetos voadores não identificados. Esse tipo de assunto, pelo fato de ter sido escondido, abafado e tratado por grandes instituições – tais como a mídia, os governos e o academicismo universitário – como algo marginal, dá à Revista Ufo uma valorização muito maior do que ocorre com outras publicações que também possam ter chegado ao número 100.
Para conseguir esse feito, seu corpo editorial teve que vencer todos os preconceitos advindos da propaganda da intolerância, da visão restrita e da ignorância que acompanham as estruturas acomodadas ao status quo do pretenso saber e da miopia mental. Nesses quase 20 anos, a Ufo passou por todas as provas que uma estrutura que veio para ficar poderia enfrentar. É claro que, apesar de estar comemorando sua 100ª edição, e tudo parecer festa, houve muitos momentos de dificuldades e dúvidas. A publicação sofreu muitos ataques e seus editores e colaboradores foram alvo de inúmeras ofensas, mentiras e maldades. Cada uma dessas tentativas de des
estabilizar aquele grupo idealista de ufólogos e buscadores serviu como mola impulsionadora, como potencializador para esclarecer os fatos da Ufologia.
Fazer a UFO é uma tarefa espinhosa e de resultados imprevisíveis. Se o futuro é incerto, a proposta é clara: mostrar que o assunto não pode ficar circunscrito a grupos de pesquisa escondidos e espalhados pelo mundo afora
Com isso, diversos agentes aproveitadores da ingenuidade e da fé popular começaram a se sentir pressionados, ao perceberem que suas falsas pregações e engodos estavam sendo desmascarados. Determinados mistificadores viram seus ganhos desonestos e desleais minguarem. Sem dúvida, no campo ufológico surgiram muitos homens de bem por esse mundo afora, mas também apareceram muitos oportunistas. E aproveito para ressaltar que os editores de Ufo, que amiúde tinham relacionamento de amizade com todos, às vezes se viam em situação nada confortável em ter que denunciar ou desmascarar desvios de procedimentos de posturas ou filosóficos, que envolviam pessoas afins. Não foi fácil.
Hoje, já refeita de muitos terremotos e tempestades, e com a consciência voltada ao estudo de uma Ufologia mais abrangente, aRevista Ufo se apresenta numa fase belíssima, com novo perfil, cores fortes, capas notáveis, artigos de grande profundidade e tiragem cada vez maior. Nesse novo tempo, introduziu um leitor crítico – o ombudsman – e com isso demonstrou que queria melhorar ainda mais. Quando se conhece a publicação, tem-se a impressão que ela já está perfeita – esse é o comentário de todos. Mas para A. J. Gevaerd, editor, não está. Ele tem conseguido superar todas as expectativas e nos surpreende sempre. Até mesmo na publicação de temas ligados à dita Ufologia Esotérica, o que, em minha opinião, demonstra maturidade e uma visão mais ampla da realidade. Considero que esse é o caminho: entender que a Ufo representa a Ufologia em todos os aspectos, não apenas esse ou aquele segmento.
Na atualidade, fazendo parte do corpo de consultores desta revista, me atrevo a dizer que ela é, seguramente, a melhor publicação especializada em Ufologia de todo o mundo – e por isso representa muito para a Ufologia Brasileira. Faço votos, e pretendo trabalhar para que isso aconteça, que a Ufo cresça não só em nosso país e em Portugal, onde já está circulando, mas que comece a dar os primeiros passos no sentido de ficar mais internacionalizada. Creio que falta pouco para isso, pois a procura tem sido intensa por parte de irmãos não somente da América Latina, mas também de diversos pontos da Europa e de outros continentes. A todos que fizeram e estão fazendo a grandeza da Revista Ufo, meus parabéns! Vamos continuar batalhando para que sua bandeira de luta chegue a todos os rincões e que os nossos objetivos – levar a verdade ao conhecimento de todos – sejam atingidos.
Sonho, sim! Mas não apenas um sonho…
Reginaldo de Athayde,
co-editor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 20 anos
Há aproximadamente 22 anos o jovem e dinâmico A. J. Gevaerd veio à Fortaleza trazendo a idéia de lançar um informativo, um jornal que se dedicasse exclusivamente ao Fenômeno UFO, com repercussão nacional. Depois da troca de idéias, optamos não por lançar mais um jornalzinho ufológico, e sim uma revista que dignificasse a Ufologia como uma ciência do futuro. E deu certo! Nos seus 100 números, não só no Brasil, como almejava Gevaerd, mas também no exterior, a agora imprescindível Revista Ufo – outrora Ufologia Nacional & Internacional, PSI-UFO e mais outros nomes – é o veículo de comunicação ufológica que congrega leigos e experts no assunto.
A Revista UFO foi responsável pela abertura de espaço a todos os ufólogos brasileiros, que apresentaram nela seus trabalhos e se tornaram conhecidos do público. Isso é um ato que representa verdadeira democracia
A Ufologia Cearense, através do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), com seus 44 anos de atuação e 3.480 casos estudados, muito deve à esta revista. Teve e a tem como defensora de seu trabalho, por este Nordeste sofrido, onde os mais bizarros casos ufológicos acontecem. A Revista Ufo, a continuar com a trajetória séria e objetiva a que se propõe, nos trará explicações a esses acontecimentos. Esperamos que seu editor continue inspirado e com toda força e apego na divulgação da Ufologia. Não podemos enxergar o Fenômeno UFO no Brasil sem a revista que traz a sua sigla no nome, assim como não poderemos entender a Ufologia sem o desbravador A. J. Gevaerd, que a levou aos quatro cantos do mundo.
Um constante alerta sobre o extremismo na Ufologia
Rafael Cury,
co-editor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 20 anos
Como co-editor da Revista Ufo, quero aproveitar a oportunidade em que comemoramos nossa centésima edição para destacar algumas situações e vivências que me vêm à memória – faço parte da “Família Ufo” desde seu número inicial. Em primeiro lugar, não temos como separar a história da publicação da de seu editor, A. J. Gevaerd. Uma complementa a outra. E ainda assim, em nenhum momento dessa trajetória de 100 edições, a vida da revista foi fácil. A cada novo número, os integrantes da Equipe Ufo gastaram muito suor e apenas com bastante sacrifício conseguiram manter sempre acima de tudo um ideal maior: conduzir a revista e a Ufologia dentro de padrões da mais alta ética e seriedade. Ufo abriu espaço para a divulgação de pesquisas nacionais e estrangeiras, criando um vínculo entre um país e o mundo, jamais conseguido por outra publicação em todo o planeta. Não tenho dúvidas que nossa revista é hoje uma das principais, senão a principal publicação mundial no gênero, quer por sua periodicidade, representatividade, amplitude ou importância.
A Revista Ufo foi responsável por trazer ao Brasil dezenas de importantes nomes da Ufologia mundial, e por levar a outros países o trabalho dos incansáveis ufólogos nacionais. A credibilidade da revista e de seu editor é reconhecida em todos os cantos do mundo, fazendo da Ufologia Brasileira uma das mais respeitadas. Ufo nunca faltou com a verdade e seu ideal ético. Além disso, a revista foi responsável pela abertura de espaço a todos os ufólogos brasileiros, que apresentaram nela seus trabalhos e se tornaram conhecidos do público. Isso é ato de verdadeira democracia, pouco encontrada em qualquer outra publicação no Brasil.
Ufo abriu a possibilidade de oferecer ao público interessado no tema um vasto material de pesquisa, tanto nacional como internacional. Lançou dezenas de livros, vídeos, CDs etc, enriquecendo nossos conhecimentos e nos mantendo atualizados na temática ufológica. Foi através da Biblioteca Ufo que alguns autores puderam eternizar na
forma de livros suas pesquisas ufológicas. Finalmente, é também importante registrar que a publicação tornou-se o ícone principal da Ufologia Brasileira, seu verdadeiro coração. Seu editor e co-editores, consultores e tradutores, colaboradores e funcionários são os pulmões da revista, assim como seus leitores são a energia que movimenta este corpo.
A Revista Ufo sobreviveu a dificuldades financeiras, ao preconceito de uma sociedade ainda cética quanto aos UFOs, a todos os contratempos impostos a uma publicação única no Brasil. Sobreviveu graças à inigualável competência de seu editor, ao dinamismo de seus funcionários, à dedicação e fidelidade de seus colaboradores e, principalmente, graças ao apoio de seus leitores. Tenho orgulho de fazer parte desta história de sucesso, e quero dizer ao meu amigo e irmão Gevaerd que suas noites mal dormidas, seu desgaste físico e mental, sua coragem de continuar encarando esse sonho e ideal, comprometendo inclusive seus bens materiais, assim como suas preocupações éticas e morais na condução da Ufologia, valeram muito a pena.
A tarefa de editar uma revista sobre Ufologia
Claudeir Covo,
co-editor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 18 anos
Para a grande maioria das pessoas, editar uma revista qualquer parece algo relativamente fácil. Mas nada poderia estar mais errado. É algo extremamente difícil, pois envolve muitos fatores que o público não conhece. Somente quem faz uma revista sabe das grandes dificuldades que devem ser vencidas em cada uma das etapas que o processo envolve, principalmente numa economia desordenada como a brasileira. No passado, diversas pessoas tentaram produzir uma revista, mas não conseguiram ir muito longe. A pioneira foi nossa querida Irene Granchi, que entre 1978 e 1980, através da Editora Hunos, editou a saudosa revista OVNI Documento, que foi apenas até o número 8. Houve também a professora Neythe Rodrigues de Abreu, que em 1979, através da Editora Soma, lançou a revista Disco Voador, que chegou até o número 6. Outros colegas também tentaram, mas não passaram do número um ou dois. Apenas a Revista Ufo chegou onde hoje está.
Em 21 de maio de 1983, dentro do Museu da Aeronáutica, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP), reuniram-se diversos ufólogos para a criação da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB), cujo atual presidente é o pesquisador Rafael Cury. Nesse dia, um jovem de apenas 21 anos começou a pensar no futuro. Sua mente se voltava para o difícil trabalho de fazer uma revista ufológica. Seu nome? Ademar José Gevaerd. Após vários meses de programação, em 1984, saía a primeira edição da Ufologia Nacional & Internacional, seguida pela Parapsicologia Hoje, um ano mais tarde. Depois, as duas se fundiram e deram lugar à PSI-UFO e, finalmente, em 1988, à Revista Ufo – que agora atinge o número 100.
Milhares de páginas digitadas, textos, fotos, desenhos, explicações, legendas, créditos, detalhes etc. Ufo bate um recorde mundial ao chegar à edição 100. Nenhuma revista ufológica de qualquer outro país conseguiu essa façanha. Nesses 20 anos de trabalho ininterrupto, a revista passou por diversas dificuldades, mas conseguiu superá-las. Divulgou inúmeros trabalhos inéditos, documentos confidenciais, casos do exterior, revelações bombásticas etc, além de abrir oportunidade para dezenas de novos ufólogos, que hoje fazem parte de seu Conselho Editorial e do cenário ufológico nacional e internacional. Sinto orgulho de ser co-editor da Revista Ufo. Como amigo e irmão de Gevaerd, desejo que o futuro da publicação continue sempre tendo muito sucesso. Sei que não estaremos juntos para comemorar a edição número 1000, mas com certeza estaremos juntos comemorando a de número 200.
UFO, uma das poucas revistas ufológicas ativas no mundo
Pablo Villarrubia Mauso,
consultor da Revista Ufo, na Equipe Ufo há 12 anos
Aproveitei um desses finais de semana para pôr em ordem velhas revistas de Ufologia, aqui no meu apartamento em Madri. Encontrei a mítica Cuarta Dimensión, do argentino Fábio Zerpa, a não menos importante revista mexicana Contactos Extraterrestres e a espanhola Mundo Desconocido, do saudoso Andreas Faber Kaiser. Todas tratavam com seriedade o Fenômeno UFO. Também encontrei as revistas italianas – estas sim dedicadas somente à Ufologia – Notiziario UFO, do veteraníssimo Roberto Pinotti, e a muito bem elaborada Dossier Alieni, que Pinotti realizou junto a Maurizio Baiata. São todas revistas maravilhosas, mas infelizmente já não existem mais.
Para a grande maioria das pessoas, editar uma revista qualquer parece algo relativamente fácil. Mas nada poderia estar mais errado. É algo extremamente difícil, pois envolve muitos fatores que o público não conhece
Porém, passados tantos anos, descobri em meu acervo uma publicação ufológica que não se extinguiu, a Revista Ufo, feita por um visionário – eu diria quase um “utopista”, para usar uma expressão espanhola. Dizem que estas pessoas desapareceram, pois a sociedade atual, que tudo devora, não cede espaço para quem sonha com projetos não lucrativos e que não sigam a corrente daqueles que têm o poder e em tudo mandam. Felizmente, existem utopistas, como aqueles que fazem da Ufo um modelo de pensamento alternativo, um projeto que se consolida com o número 100. Mais que naves de metal, feitas de sonhos ou alucinações, os UFOs são uma realidade catalisadora de pensamentos que, bem orientados, acabam produzindo efeitos muito positivos.
Folheando a Revista Ufo, uma coisa me surpreendeu em relação a outras revistas do gênero, publicadas em outros países. Não se trata de uma publicação com linha editorial rígida. Há uma grande variedade de linhas, opiniões e tendências inseridas no seio da publicação. Alguns diriam que isso é um caos, mas eu diria o contrário: é a manifestação democrática da informação. Além do mais, uma revista como a Ufo oferece aos leitores uma seleção organizada de material informativo, que, por mais tempo que disponhamos para navegar pela internet, seríamos incapazes de dispor para tal fim. Trata-se de um espaço onde aparecem matérias inéditas feitas por especialistas – e não são poucos. Posso dizer que, lendo revistas do mundo inteiro, ao longo de quase 30 anos de Ufologia, encontro muito mais seriedade na Ufo que em muitas das revistas norte-americanas, infelizmente carregadas de sensacionalismo e falsidades. Por isso é uma pena que revistas como a do saudoso Graham Birdsall tenham desaparecido. Ela, junto da Ufo, são muito escassas em nosso planeta.