Eu adoraria ser uma mosca pousada na parede da sala onde funciona o Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos [Office of Science and Technology Policy, OSTP], na Casa Branca, quando os funcionários do órgão discutiram como responder ao requerimento do Paradigm Research Group (PRG) para que a Administração Obama reconhecesse formalmente a existência de “uma presença extraterrestre aproximando-se da raça humana”, segundo os termos da petição. Afinal, como o abaixo-assinado foi publicado no site We the People [www.whitehouse.gov] — um canal de comunicação que o governo norte-americano mantém com a sociedade —, tinha que haver uma resposta oficial de sua parte quanto ao pedido. O requerimento também pedia a liberação de arquivos ufológicos secretos nas mãos de agências governamentais.
Suspeito que ninguém lá chegou sequer a cogitar o grande número de informações atualmente disponíveis que indicam não só que alienígenas estão visitando a Terra, mas também que os Estados Unidos e outros governos têm escondido essa informação da população durante muitas décadas. A bizarra resposta do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia é certamente uma mentira intencional, uma minimização dos fatos ou uma total ignorância por parte dos funcionários do órgão.
O abaixo-assinado, preparado e submetido pelo PRG, tendo à frente seu diretor e ativista ufológico Stephen Bassett, é claro quanto ao que se pretende: “Os indivíduos abaixo-assinados requerem que o presidente dos Estados Unidos reconheça formalmente a existência de uma presença extraterrestre engajando a raça humana, e libere imediatamente para o domínio público todos os arquivos de todas as agências e serviços militares do país que contenham informações relevantes sobre o Fenômeno UFO”. Apesar de um pedido justo, esse autor não foi um dos mais de 12 mil indivíduos que assinaram a petição, e por uma simples razão. Tendo trabalhado com questões de segurança nacional por durante 14 anos e desenvolvendo pesquisas do Fenômeno UFO há 53 anos — e aqui ressalvo que a maioria dos UFOs não são naves alienígenas —, acredito que a questão tenha sérias implicações com a segurança do estado.
Presença alienígena
O que quero dizer é que não consigo enxergar a possibilidade de os Estados Unidos liberarem informações e dados técnicos sobre a presença alienígena na Terra que poderiam ser usados por outros países que também pesquisam esse fenômeno — que, afinal, também desejam conhecer e duplicar a extraordinária capacidade de voo dos discos voadores para propósitos militares. Em outras palavras, a Administração Obama, como as anteriores, não irá entregar os segredos que já conhece sobre a tecnologia alienígena para outras nações, o que fatalmente ocorreria se fosse atendido o pedido do Paradigm Research Group (PRG).
Mas a resposta emitida por Phil Larson, especialista em política espacial e comunicações do referido Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos, merece uma reflexão. Ele afirmou o seguinte: 1) que o governo dos Estados Unidos não tem evidência alguma de que exista fora de nosso planeta qualquer forma de vida; 2) que também não tem evidências de que qualquer presença extraterrestre tenha contatado ou esteja tentando contatar algum membro da raça humana; e 3) que não existe informação confiável de que esses fatos estejam sendo escondidos do público. Apesar de tão categórica resposta, Larson não se deu ao trabalho de oferecer qualquer indicação de fontes consultadas ou avaliadas por ele, se alguma de fato foi, para se chegar a essas conclusões.
Além disso, em sua resposta [Veja texto nesta edição], Larson fala como se fosse suficiente que existam “vários projetos operando no sentido de entender se alguma outra forma de vida pode ou não existir fora da Terra”, e cita como exemplos o projeto SETI, de busca por vida extraterrestre inteligente, a sonda Kepler e o laboratório de ciência marciana, já denominado de Curiosity — que ainda deverá ser enviado ao Planeta Vermelho. Ocorre, no entanto, que nenhuma dessas atividades tem qualquer coisa a ver com a possibilidade de uma presença extraterrestre aqui na Terra, que foi o tópico da petição! Todas têm a ver com a busca de vida fora da Terra, no espaço exterior. E se é assim, por que mencioná-las?
Arquivos secretos
Mas o especialista Phil Larson, em seu comunicado no site da Casa Branca, generosamente aceita que “as chances são bem altas de que em algum lugar, dentre os trilhões de estrelas no universo, haja um planeta além do nosso onde a vida exista”, mas se esquece de que tais chances — ou probabilidades — não podem ser determinadas quando não há nenhum dado disponível no qual se basear. Ele também afirma tolamente que “as chances de fazermos contato com qualquer uma dessas formas de vida — especialmente aquelas inteligentes — são extremamente baixas, dadas às distâncias interestelares envolvidas”.
Mas a quais distâncias ele está se referindo? Seriam bilhões de anos-luz, onde estão da Terra as distantes galáxias? Ou os 39,3 anos-luz que nos separam de Zeta Reticuli, por exemplo, um conjunto estelar relativamente perto? Onde estariam os dados usados por Larson para apoiar afirmações como as suas, totalmente sem base? Será que o funcionário da Casa Branca teria as agendas de viagem de outras civilizações extraterrestres? Ora, nem ele e seguramente nem a comunidade astronômica sabe qualquer coisa sobre viagens interestelares.
Seja como for, gostaria de abordar o terceiro item da declaração do membro do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia, de que “não há informação confiável que sugira que qualquer evidência nesse sentido esteja sendo escondida dos olhos do público pelo governo”, segundo suas próprias palavras. Se Larson realmente acredita no que escreveu, então ele desconhece completamente uma infinidade de documentos governamentais classificados como top secret por órgãos como a Agência Central de Inteligência (CIA), que vazaram para a comunidade ufológica e que contêm, inclusive, em muitas de suas página
s, a expressão deny in total [Negar por completo], para o caso de tais arquivos chegarem ao conhecimento da imprensa.
Isso sem falarmos de documentos que já foram liberados pela Lei de Liberdade de Informação (FOIA), nos quais quase todas as linhas estão pintadas com tinta preta, para ocultar o que neles está escrito [Veja imagens na página 48]. Ou seja, o governo foi legalmente obrigado a liberar tais documentos, mas não permitiu que seu conteúdo fosse conhecido. É possível que Phil Larson não esteja sequer ciente de que uma corte norte-americana tenha acatado um pedido submetido com base na FOIA e forçado a Agência Nacional de Segurança (NSA) a liberar nada menos do que 156 documentos top secret sobre a presença alienígena na Terra. Mas quando esse calhamaço de papel chegou às mãos dos ufólogos, só se podia ler uma única linha por página, porque todo o resto passou pelo processo descrito acima, de pintura do conteúdo com tinta preta.
“Proteger informações”
O governo justificou àquela corte que assim agiu para “proteger informações de fontes e métodos”, como se fosse cabível nos querer fazer crer que 95% de todo aquele material fosse inteiramente composto de informações de fontes e métodos! Na ocasião, arguido a respeito, o juiz federal Gerhard Gesell concordou que documentos não deveriam ser liberados ao público. “O interesse público na divulgação desses documentos é menor do que o potencial perigo [Que sua liberação causaria] à segurança dos Estados Unidos”, escreveu Gesell, simplesmente admitindo a relevância do material.
Mas isso tudo é pouco. Será que um funcionário na posição de Larson realmente desconhece a seguinte afirmação, feita pelo general Carroll Bolender, da Força Aérea Norte-Americana (USAF), quando indagado sobre o futuro do Projeto Blue Book [Livro Azul]: “Registros de observações ufológicas que podem afetar a segurança nacional são feitos de acordo com as instruções do documento Janap 146 ou do Manual da Força Aérea número 55-11, e não são partes do Projeto Blue Book. Com seu encerramento, nenhum escritório do governo dos Estados Unidos ficou incumbido de receber tais registros. Mas aqueles que podem afetar a segurança nacional continuarão a ser manuseados de acordo com procedimentos da Força Aérea criados para esse propósito”.
Ora, o que o militar admite aqui é que, mesmo após o encerramento do Blue Book, registros de avistamentos ufológicos potencialmente perigosos à segurança nacional continuaram a ser recebidos e examinados. Sabemos que o Blue Book foi encerrado em dezembro de 1969, com a afirmação ultrajante de que os UFOs não existem ou, se existirem, não são extraterrestres — e, em qualquer dos casos, não representam qualquer risco à segurança nacional dos EUA. No entanto, o que se deduz da afirmação do general Bolender é que por pelo menos 40 anos a sociedade norte-americana vem sendo mentirosamente informada de que o governo não tem mais nenhum interesse por relatos de observação de discos voadores.
Quanta hipocrisia! Ainda mais sabendo-se que de lá para cá têm sido emitidas novas diretrizes para se lidar com a questão ufológica em nível governamental, inclusive instruindo pilotos militares sobre como relatar avistamentos de UFOs. Agora, a pergunta que fica no ar é: onde estão todos os dados desses casos? Como o funcionário da Casa Branca tem a coragem de dizer que nada está sendo escondido do público sobre a ação na Terra de outras espécies cósmicas?
Ordens para abater UFOs
Desde 1969, com o encerramento do Projeto Blue Book — supostamente o último dos programas oficiais de pesquisa ufológica do governo norte-americano —, a sociedade tem recebido as seguintes informações: 1) que nenhum caso de UFO relatado, investigado ou avaliado pela Força Aérea ofereceu qualquer indicação de que haja uma ameaça à segurança nacional; 2) que não há evidências submetidas ou descobertas pela Força Aérea de que objetos voadores não identificados representam algum desenvolvimento tecnológico ou princípio além do conhecimento cientifico atual; e 3) que também não existem provas de que casos desse tipo sejam de veículos de procedência extraterrestre. Ora, esse conjunto de afirmações não passa de uma ardilosa e enganosa fabricação.
Estatísticas apontam a mentira
Por esse esquema de funcionamento, o governo dos Estados Unidos, seja qual for a administração, simplesmente se fecha para a questão e nem sequer admite uma discussão a respeito, como se viu na resposta vaga e negativa do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia da Casa Branca. O que se pretende, com isso, é impedir que a população saiba que os registros de avistamentos ufológicos abundam e têm sido investigados pelas mais variadas entidades do governo, como a Marinha, a CIA, a NSA, a Agência de Inteligência e Defesa (DIA) e até o Majestic 12, além da Força Aérea Norte-Americana (USAF).
Como afirma o governo dos Estados Unidos, se os discos voadores não representam qualquer ameaça à segurança nacional — aliás, eles nem existem —, por que então pilotos militares foram ordenados a tentar abatê-los em várias ocasiões, especialmente em 1952, como parte de uma norma diretiva em vigor na época? Ela previa a possibilidade de se abrir fogo contra as naves caso seus ocupantes se recusassem a atender às ordens de pousar e se identificar. Mas, como assim, se UFOs não existem? E nesse caso, por que um certo general da USAF afirmara em uma ocasião que mais de 300 caças a jatos já tinham recebido tais instruções?
Como é possível que, diante de tudo isso, o senhor Phil Larson queira nos fazer crer que nenhuma evidência da existência e ação de discos voadores na Terra esteja sendo escondida? E se é assim, então porque o secretário da USAF Donald Quarles fez a seguinte afirmação em uma nota de imprensa amplamente distribuída, em 25 de outubro de 1955, ao se referir a um novo e significativo programa de investigação ufológica oficial: “Com base nesse estudo, acreditamos que nenhum desses objetos popularmente descritos como discos voadores tenha sobrevoado os Estados Unidos, e ape
nas 3% dos casos analisados ficaram sem explicação”. Mesmo que fossem apenas 3% dos casos, isso faria uma grande diferença — especialmente se considerarmos o volume total de casos como sendo da ordem de milhares de ocorrências. No entanto, o que sabemos é que os episódios inexplicados chegaram a 21,5% das 3.201 ocorrências ufológicas investigadas pelo Instituto Memorial Battelle, por encomenda da Força Aérea.
Mas ainda há mais. Além dos casos sem explicação, no relatório há outra expressiva quantidade de episódios classificados como tendo dados insuficientes para análise, e esses chegam a 9,3% das 3.201 ocorrências investigadas. E observe o leitor que estamos nos referindo a estatísticas antigas, dos anos 50 e 60, quando ainda vigia um tipo de política de acobertamento ufológico bem menos aperfeiçoada do que passou a vigorar nas décadas seguintes. Quantos casos sem explicação e com dados insuficientes para análise teriam as inúmeras agências hoje envolvidas secretamente em investigações ufológicas? Ou melhor: e se desenvolveram métodos que possibilitem tanto colher mais dados das ocorrências como taxá-las como legítimas manifestações de naves de procedência alienígena?
Outra grande fonte de mentiras e desinformação governamental dos EUA está em relatórios sobre o Caso Roswell, de 02 de julho de 1947. O mais ridículo deles — que foi cegamente aceito até mesmo pelo prestigiado e exigente The New York Times — é o de que as criaturas observadas por testemunhas do incidente e tidas como seres extraterrestres mortos na queda do disco voador no deserto seriam, na verdade, apenas bonecos de teste arremessados de aeronaves sobrevoando a região de Roswell, no Novo México, para ver em que estado chegavam à superfície. O Times não apenas engoliu essa falácia como ainda a publicou na página de capa de uma edição dominical. A mando do governo? Para acabar com os debates sobre a queda de uma nave alienígena em solo norte-americano?
Seres de 1,3 m de altura
Bem, seja qual for a razão, não funcionou, porque há erros crassos na versão apresentada pelo governo e aceita pela imprensa. O primeiro é o simples fato de que nenhum boneco de testes havia sido desenvolvido e lançado até 1953 — seis anos após Roswell. E o segundo é que tais bonecos eram fabricados com dois metros de altura, pesavam quase 80 kg, tal como pilotos reais, e eram lançados em uniformes preparados para se testar o aquecimento causado pelo atrito com o ar durante a descida. Enquanto isso, todas as testemunhas do Caso Roswell que viram as criaturas, aparentemente de carne e osso, informam que eram magras e tinham menos de 1,3 m de altura, além de cabeças e olhos grandes. Phil Larson certamente não deve saber de nada disso…
Mas se sua intenção foi mesmo digna e ele está convencido do que afirmou no site We The People, oficial da Casa Branca — e, portanto, em nome da Administração Obama —, então ele foi no mínimo negligente ao não ter consultado dois outros relatórios oficiais de seu próprio governo, um deles o documento oficial resultante do Simpósio sobre Objetos não identificados, setor Audiências Perante o Comitê de Ciências e Aeronáutica, de 29 de julho 1968 [Symposium on Unidentified Flying Objects: Hearings Before the Committee on Science and Astronautics, House of Representatives]. Esse relatório contém o testemunho de 12 cientistas, todos com títulos de Ph.D. — exceto esse autor, que não tinha o título, mas participou do evento. No material se pode encontrar casos ufológicos bem documentados, incluindo de testemunhas múltiplas, observações acompanhadas de detecção por radares, avistamentos de UFOs por astrônomos e cientistas etc.
Dados de radar confiscados
Outro documento significativo é o estudo realizado pela Universidade do Colorado e normalmente conhecido como Relatório Condon, encomendando pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) àquela instituição ao custo de meio milhão de dólares. Nele estão contidos casos ufológicos de grande envergadura, que simplesmente não podem ser desconhecidos de Larsen e do staff do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia dos Estados Unidos.
Se continuarmos nessa linha, também indicaremos aos senhores de tal órgão que se informem sobre os resultados do estudo promovido por um comitê especial montado dentro do maior grupo de cientistas espaciais do mundo, o Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica [American Institute of Aeronautics and Astronautics, AIAA]. O trabalho dessa gente chegou à conclusão de que 30% dos 117 casos ufológicos estudados em detalhes não podiam ser esclarecidos — entre eles o que envolveu o voo 1628 da companhia Japan Airlines, ocorrido em 16 de novembro 1986, durante o qual os pilotos avistaram e os radares detectaram um UFO sobre o Alasca. Aliás, é importante que se diga que os dados do radar dos centros de controle foram confiscados pelo governo. O UFO tinha o dobro do tamanho de um porta-aviões. E agora, senhor Larson?
Outra fonte substancial de informações ufológicas são os extensos arquivos da entidade civil National Aviation Reporting Center on Anomalous Phenomena [Centro Aeronáutico Nacional de Registros de Fenômenos Anômalos, Narcap], que contêm dezenas de casos de avistamentos feitos por pilotos — indivíduos treinados para manejar aeronaves militares e civis carregando centenas de pessoas a bordo. Alguns desses episódios são descritos no livro recém-lançado da jornalista Leslie Kean, consultora da Revista UFO, OVNIs — Militares, Pilotos e o Governo Abrem o Jogo [Idea Editora, 2011], e eles não podem ser ignorados pela OSTP [Leslie é a entrevistada da edição UFO 180 e seu livro pode ser obtido na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
ETs e as abduções alienígenas
Mas Phil Larson também fala sobre evidências do Fenômeno UFO — ou melhor, da falta delas — em seu comunicado em resposta ao requerimento do Paradigm Research Group (PRG) para que a Administração Obama reconheça formalmente a existência de “uma presença extraterrestre aproximando-se da raça humana”. Não seria de se esperar que ele levasse em consideração pelo menos algumas dúzias dos literalmente milhares de casos de traços físicos deixados por UFOs em sua passagem, colecionados por pesquisadores de todo o mundo, como o norte-americano Ted Phi
llips [Veja edição UFO 097, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]? Mas não, Larson nada fala sobre isso, e ainda afirma que não existe informação de que “qualquer presença extraterrestre tenha contatado ou esteja tentando contatar algum membro da raça humana”.
É nesse ponto, o dos contatos diretos com ETs e as abduções alienígenas, que o funcionário da Casa Branca erra feio. Tivesse ele e sua equipe feito uma leitura pelo menos superficial de tantas obras sobre o tema já publicadas por eminentes estudiosos [Veja artigo nesta edição], talvez não fosse tão desinformado. Sobre isso, aliás, sugiro ao menos que leia meu livro Captured! The Betty and Barney Hill UFO Experience [Capturado! A Experiência Ufológica de Betty e Barney Hill, New Page Books, 2007], onde descobrirá que as abduções vêm ocorrendo há décadas — desde setembro de 1961, no caso de Betty e Barney. Larsen veria, na obra, a grande quantidade de testemunhos de contatos com ETs que foi obtida pelo psiquiatra Benjamim Simon, que hipnotizou os Hill. E talvez o levasse a sério, porque Simon foi um coronel do Exército dos EUA encarregado em gerenciar 3.000 leitos em hospitais que tratavam de veteranos de guerra.
Enfim, poderia se discorrer aqui, interminavelmente, a respeito de uma vasta quantidade de evidências que a equipe da Casa Branca chefiada por Phil Larson desconhece, mas que deveria conhecer antes de dar aquela infame resposta ao abaixo-assinado do PRG, fatos que eles simplesmente ignoraram. Seja por ignorância, incompetência ou dolo — e acredito nessa hipótese.
O que temos na declaração publicada em novembro no site We The People é um atentado e um desrespeito à inteligência do público, uma agressão contra a imprensa e contra muitas testemunhas que decidiram quebrar seu silêncio e revelar experiências ufológicas que viveram, algumas traumatizantes. Parece que o que pretendeu Larson foi reproduzir o clássico exemplo da manobra de “pegar e soltar”: tentar redirecionar a atenção para fora do tema de alienígenas visitando a Terra, dando-lhe um caráter algo hipotético e sem sentido, que distraia a opinião pública. Mas, em uma corte de justiça, Phil Larson seria facilmente condenado por perjúrio.
Contraponto: a opinião da jornalista Leslie Kean
Para a ativista pela liberdade de informações ufológicas Leslie Kean, o que ocorreu recentemente nos Estados Unidos foi muito barulho e pouco resultado prático. Logo após a rejeição da petição — abaixo-assinado — publicada pelo Paradigm Research Group (PRG) no site We The People, da Casa Branca, a jornalista já analisava as respostas dadas pelo funcionário Phil Larsen, do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia daquele país. Ela achou exageradas as críticas que ele e o órgão em que trabalha receberam da Comunidade Ufológica Norte-Americana. Para Leslie, o problema está principalmente no formato e nas palavras usadas no documento apresentado para colher assinaturas dos simpatizantes da causa.
“Evidentemente, nenhum funcionário da Casa Branca emitiria uma resposta oficial em nome da Administração Obama dizendo reconhecer que existe uma ‘presença extraterrestre engajando a raça humana’, como está no abaixo-assinado”, disse Leslie Kean. Ela não condena a tentativa do PRG, tendo à frente Stephen Bassett, mas acha que os termos empregados pelo grupo foram infelizes. Quanto ao pedido, no mesmo documento, para que o governo norte-americano “libere imediatamente para o domínio público todos os arquivos de todas as agências e serviços militares do país que contenham informações relevantes sobre o Fenômeno UFO”, a jornalista também não viu futuro, por saber que essa é uma Caixa de Pandora. “Não há chances de isso ocorrer nem na presente administração, nem em futuras”. Ela recorda que outros presidentes anteriores — de Jimmy Carter a Bill Clinton — estiveram sob pressão das mais variadas formas, e nenhum deles teve condições de atender ao clamor popular.
“Não será dessa maneira”
Autora de um livro que virou bestseller imediato em seu país, OVNIs — Militares, Pilotos e o Governo Abrem o Jogo [Idea Editora, 2011], a ativista teve sua posição de precaução aplaudida pelos principais pesquisadores dos EUA, mas reafirmou seu desejo de ver a questão ufológica colocada a limpo. “Apenas sei que não ocorrerá dessa maneira”. Entrevistada da edição UFO 180, de agosto de 2011, ela sabe o que fala. Leslie lembrou os importantes apoios que o movimento ufológico mundial recebeu recentemente, alguns totalmente espontâneos, como o do festejado cientista Michio Kaku, hoje considerado um dos maiores pensadores científicos de todos os tempos.
Kaku não apenas aceita a presença alienígena na Terra como acha de fundamental importância que instituições acadêmicas se integrem na sua pesquisa. “Mas certamente isso não ocorrerá com ações em que se afirme que estamos praticamente convivendo aqui na Terra com ETs disfarçados”, finalizou Leslie — cujo principal receio, segundo admitiu, é ver tais atos mais repelindo do que atraindo membros da comunidade científica.