Os mais reconhecidos cientistas do mundo, incluindo aqueles que estudam e admitem a existência de vida inteligente extraterrestre, e até muitos ufólogos, não aceitam mais a possibilidade de que os alienígenas que nos visitam sejam de planetas do nosso sistema estelar. Se até cerca de 50 anos atrás era admissível a existência de vida em Marte, com seres baixinhos e verdes, ou de lindas venusianas com corpos esculturais, com o passar do tempo, quando uma dezena de sondas pousou nesses planetas e outras ainda orbitam ao seu redor, essas teorias e suposições caíram por terra. Hoje sabemos que a vida inteligente, como a conhecemos, não é possível em nenhum planeta do Sistema Solar.
Atualmente, conhecemos cerca de 50 estrelas à distância de apenas 16 anos-luz da Terra — algo relativamente perto, o que torna mais fácil detectar planetas em tais astros. Entretanto, foram encontrados somente seis planetas em quatro deles. Se estendermos a distância para 20 anos-luz, já serão mais de 100 estrelas próximas ao nosso Sistema Solar, mas somente uma estrela com planeta foi encontrada, a VB 10, à 19 anos-luz. Isso não significa que não possam existir outros astros com planetas ao redor, já que, desde 1993, ano em que foi encontrado o primeiro exoplaneta [Planeta fora do Sistema Solar], é impressionante o número deles descobertos a cada ano. Até 15 de abril de 2010, já eram conhecidos 452 planetas localizados ao redor de 385 estrelas, sendo que, em 45 delas, há sistemas multiplanetários com até cinco planetas em suas órbitas. Isso não quer dizer que não existam outros, pois mensalmente estão sendo encontrados, em média, sete novos exoplanetas.
Para além de 20 anos-luz da Terra, até 30 anos-luz, já foram detectadas pelo menos cinco estrelas com planetas, e muito além disso há um grande número de estrelas com planetas já sendo observados. A cada 10 anos-luz de distância estão sendo contados, em média, de 10 a 15 novas estrelas com pelo menos um planeta ao redor. E essa distância chega aos 1.000 anos-luz da Terra, pouco se considerarmos que o diâmetro da Via Láctea é de 100 mil anos-luz. Continuando nosso raciocínio, até próximo de uns 20 mil anos-luz já foram detectadas estrelas com planetas gigantes, geralmente equivalentes a seis vezes o tamanho de Júpiter.
OUTROS SISTEMAS ESTELARES
Utilizando as melhores e mais favoráveis condições, aproveitando totalmente a maior e mais potente energia que conhecemos, que é a energia atômica [O que ainda não é possível com a tecnologia conhecida atualmente], levaríamos 80 anos para atingir Alfa Centauro, a estrela mais próxima da Terra, localizada a apenas cerca de 4,3 anos-luz daqui. Mas, provavelmente, seria uma viagem inútil, pois trata-se de um sistema estelar triplo e a atração entre os astros é tão intensa que dificilmente um planeta poderia manter órbita estável ao redor de qualquer um deles. E mesmo estando tão perto, ainda não foi detectado o menor indício da existência de planetas em Alfa Centauro. Assim, as probabilidades são mínimas de encontrarmos algo lá, como também é improvável que haja planetas na maioria das 11 estrelas que estão a apenas 10 anos-luz da Terra.
Devemos imaginar como alienígenas muito mais evoluídos do que nós, vindos de estrelas 10, 20, 50 ou 100 vezes mais distantes do que Alfa Centauro e dispondo do mesmo tipo de energia atômica que possuímos na Terra — embora com aproveitamento de 100% de seu potencial —, fariam uma viagem tão longa? E isso, somente considerando a energia mais poderosa conhecida, que é a nuclear, pois outras são realidade somente na ficção científica ou em teorias quânticas e matemáticas sobre as quais apenas elucubramos, impossibilitados de produzir ou de usá-las face aos nossos rudimentares conhecimentos no campo da mecânica quântica, área em que estamos apenas engatinhando. Mas, se as distâncias interestelares inviabilizam viagens para outros sistemas planetários, o mesmo não acontece com o tempo. Ao contrário da distância, que podemos percorrer, em tese, e depois retornar ao ponto de partida, o tempo só avança, inexoravelmente. Não há possibilidade de se voltar no tempo, principalmente porque, embora variável, ele é imutável. Se pudermos planejar o futuro e em algum tempo de nossas vidas modificá-lo para seguirmos outros rumos, mesmo assim vamos sempre andar para frente. Nunca podemos retroagir para começar de novo. Isso já está estabelecido na Teoria da Relatividade Geral, mesmo que, pelo fato de ser apenas uma hipótese, ainda pode sofrer modificações. No que diz respeito ao tempo, todos os testes e experimentos já realizados demonstram que ele é irreversível.
VIDA INTELIGENTE NA VIA LÁCTEA
Tais análises nos levam a Frank Drake, que nasceu em Chicago, Estados Unidos, em 28 de maio de 1930. Depois de concluir o ensino secundário, Drake candidatou-se a uma bolsa de estudos em eletrônica. Durante a especialização, em 1951, conheceu uma das maiores autoridades em astrofísica da época, Otto Struve, que já naquele tempo tratava da probabilidade de existência de sistemas planetários em pelo menos metade das estrelas da nossa galáxia. A partir daquele momento, Drake apaixonou-se pela astronomia e, depois de ter concluído o serviço militar na Marinha norte-americana, onde permaneceu três anos como especialista em eletrônica, inscreveu-se na Universidade de Harvard para formar-se em astronomia ótica, especializando-se em radioastronomia.
Terminado o curso, em 1958, Drake conseguiu uma colocação no Observatório Nacional da Radioastronomia (NRAO), em Green Bank, West Virginia, em 1960. Foi lá que instituiu o Projeto Ozma, com duração de duas semanas e objetivo de detectar sinais de rádio supostamente emitidos por civilizações extraterrestres existentes nas estrelas Tau Ceti e Épsilon Eridani. Em 1972, em parceria com Carl Sagan, Drake criou a célebre placa com a mensagem sobre quem somos, como somos e onde estamos no universo, enviada a bordo da nave Pioneer 10, lançada para o espaço em 02 de março de 1972, para exploração do Sistema Solar e em direção ao infinito. Atualmente, a Pioneer 10 encontra-se a 14 bilhões e 40 milhões de quilômetros do Sol, o que equivale a mais de 96 vezes a distância da Terra ao astro, mais de três vezes a distância de Netuno ao Sol e quase duas vezes e meia a distância de Plutão ao Sol.
Numa conferência apresentada em 1961 na Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos, patrocinada pelo recém formado programa SETI, o cientista apresentou uma célebre equaç
;ão, perfeitamente atual, que ficou conhecida como Equação de Drake e cuja fórmula é a seguinte: N = R*. fp . ne . fl . fi . fc . L. Usando estimativas moderadamente otimistas aplicadas à esta fórmula, podemos esperar que haja cerca de 900 civilizações alienígenas em nossa galáxia, com as quais, a princípio, seríamos capazes de nos comunicar. Este número deriva da substituição das variáveis acima pelos valores 50 x 0,5 x 0,4 x 0,9 x 0,1 x 0,1 x 10.000. Contudo, embora otimistas, alguns desses parâmetros podem estar equivocados. Ainda assim, essa equação é tão instigante que não há nenhum físico, astrofísico ou astrônomo no mundo que não tenha se debruçado sobre ela para tentar decifrá-la. E mesmo os resultados e conclusões mais pessimistas que produz são interessantes e apontam até quatro civilizações com condições de comunicar-se com outros planetas. As estimativas medianas vão de 40 a 400 civilizações nessas condições.
38 MIL PLANETAS COM VIDA
O astrofísico Duncan Forgan, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, também realizou um interessante estudo a respeito, baseado em novos dados e descobertas astrofísicas. Segundo ele, há muitas formas de vida fora da Terra e elas podem estar presentes em até 38 mil planetas da galáxia, com qualquer estágio de evolução, não necessariamente sendo vida inteligente. A descoberta de mais de 452 planetas fora de nosso Sistema Solar, identificados até 15 de abril deste ano, ajudou a redefinir o provável número de planetas habitados por alguma forma de vida, segundo um artigo de Forgan publicado na revista especializada International Journal of Astrobiology. De acordo com cálculos atuais e otimistas do astrofísico, é possível que haja pelo menos 360 civilizações inteligentes na Via Láctea e cerca de 38 mil planetas com outros tipos de vida não inteligente. Assim, é muito pouco provável que seja estabelecido qualquer contato com outras espécies cósmicas avançadas.
Pesquisadores apresentam com freqüência estimativas de vida inteligente fora da Terra, mas chegar a estes números é quase um processo de adivinhação. Os números recentes variam entre 40 mil a até apenas um planeta com alguma forma de vida na galáxia — a Terra. “É um processo para quantificar nossa ignorância”, disse Forgan. Mas os números levantados por ele nos levam à outra questão: se considerarmos os 200 bilhões de estrelas existentes na Via Láctea, onde encontraríamos essas 360 civilizações ou estes 38 mil planetas com qualquer forma de vida? Na pior hipótese, haveria vida em apenas um planeta a cada 555 milhões de estrelas. E na hipótese mais otimista, um planeta em cada 19 milhões de estrelas teria vida inteligente, seja igual ou diferente da nossa. Então, encontrar essas civilizações seria como procurar uma agulha em um palheiro ou a cabeça de um alfinete numa praia. E, com certeza, elas estariam espalhadas por toda a galáxia, em estrelas até 100 mil anos-luz do Sol ou até no lado extremo da Via Láctea, não visíveis por nós.
As questões sobre a natureza do tempo intrigam filósofos e cientistas há séculos. O que é o tempo? Será que ele tem princípio e fim? Personalidades reconhecidas mundialmente, desde Santo Agostinho até Albert Einstein, passando por Galileu Galilei e Isaac Newton, destinaram horas incontáveis a esse estudo. Embora uma pesquisa aprofundada sobre o tempo exija conhecimento funcional de cálculos, física teórica e várias disciplinas matemáticas, certos conceitos, como o da Flecha do Tempo, por exemplo, podem ajudar a entender os fundamentos desse complexo tema. A idéia da Flecha do Tempo demonstra o movimento constante e aponta a direção do tempo, distinguindo o passado do futuro. À medida que a avança, a forma ordenada se deteriora, convertendo-se em disforme e desarranjada. Sugerida pela primeira vez no século XX, pelo astrônomo britânico Arthur Eddington, a idéia baseia-se na Segunda Lei da Termodinâmica. De acordo com ela, em qualquer sistema isolado as desordens aumentam com o tempo. Um exemplo clássico de sistema isolado com alto grau de ordem é um copo comum de vidro colocado em cima de uma mesa. Se o copo cai e quebra-se, a desordem aumenta. O contrário nunca ocorre, ou seja, os cacos de vidro nunca saltarão no ar para juntar-se novamente em cima da mesa. Assim, os acontecimentos deslocam-se constante e irreversivelmente para o futuro, sem jamais voltar para o passado.
“Pelo que sabemos, nosso universo pode ter sido feito no porão de alguém”
— Alan Guth, cientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)
A mecânica quântica, que estuda as partículas subatômicas, levou alguns teóricos a postularem que o universo surgiu do nada, embora o nada dos cientistas seja bem diferente do nosso. Para os físicos quânticos, nada é um material rico e fértil, e mesmo no espaço vazio, em níveis subatômicos e em períodos infinitesimais de tempo, as partículas elementares surgem e se extinguem nas chamadas flutuações de vácuo. “O espaço vazio não está de fato vazio. Ele é o local da física mais violenta”, analisou o físico John Wheeler. Levando em consideração esse vazio repleto de partículas, o físico Alexander Vilenkin propôs sua Teoria da Espuma de Espaço-Tempo, na qual minúsculos universos subatômicos sejam criados e extintos ininterruptamente, em um inquietante caldo de flutuações de vácuo. A maioria desses universos-bolhas malogram, mas, segundo as probabilidades, de vez em quando um deles é viável. Na verdade, a nossa pode não ser a única bolha que se tornou um universo. Outros podem existir ao lado do nosso, mas em outro espaço-tempo, de modo que não podem ser detectados.
O assombroso é que as flutuações de vácuo não violam leis da física. O físico Alan Guth, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), descreve a primeira expansão do universo primevo como tendo o tamanho de um próton, com uma mudança de fase, como a transformação da água quente em vapor, na qual a energia se tornou matéria. Guth diz que isso foi a “suprema boca livre”, quando se conseguiu tudo do nada. Essas ricas teorias do nada parecem ter mais afinidade com a ficção científica do que com a ciência. Wheeler especulou até que, um dia, os seres humanos podem ter meios para criar um universo. “Afinal de contas, pelo que sabemos, nosso universo pode ter sido feito no porão de alguém”, disse. Ou então, quem sabe, não possamos acessar esses outros universos através de nossa consciência, através de viagens quânticas ou projeções astrais?
MECÂNICA QUÂNTICA E CONSCIÊNCIA
Uma das teorias mais controversas sobre a consciência foi divulgada em 1989, pelo físico e matemático inglês Roger Penrose, professor da Universidade de Oxford. Ele é especialista em mecânica quântica, a ciência das leis do mundo subatômico, que somente à primeira vista parece não estar relacionada com a consciência. Em seu livro A Mente Nova do Imperador [Editora Sextante, 1989] ele argumenta que a habilidade da mente humana de compreender intuitivamente algumas verdades sobre o universo é resultado de um tipo especial de computação, criado por efeitos quânticos que ocorreriam em microtúbulos no cérebro. Segundo ele, tais efeitos também podem agir para unificar a atividade cerebral coerentemente e criar uma consciência. Apesar de sua repercussão, a teoria de Penrose, chamada de Redução Objetiva Orquestrada, obteve pouco apoio dos pesquisadores da consciência.
Críticos afirmam que os efeitos quânticos necessários seriam fugazes demais para motivar a atividade das ondas cerebrais observadas em cérebros reais. Além disso, danificar os microtúbulos, supostamente essenciais, não teve efeito algum sobre a consciência. Mas, essa é mais uma das múltiplas teorias que aliam a física quântica à consciência ou às projeções de consciência estudadas na parapsicologia e nas viagens astrais. Há mais hipóteses para a comunicação com outras civilizações do universo, como a que versa sobre a tese dos chamados “buracos de minhocas”, criada pelo físico norte-americano John Wheeler, em 1957. A tese já havia sido mencionada em 1921 pelo matemático alemão Hermann Weyl, ao relacionar a pesquisa com sua análise da massa em termos da energia do campo eletromagnético. Segundo Wheeler, viagens no espaço-tempo ocorreriam através de tubos como os buracos de minhoca — uma nave que entrasse por uma de suas extremidades e sairia imediatamente pela outra em local e tempo diferentes.
Numa analogia, um viajante que passasse por um buraco de minhoca pegaria um “atalho” para o lado oposto do universo, através de um túnel topologicamente incomum. Mas eles só existem na teoria, pois nunca foi comprovado que possam existir além da ficção científica. Mesmo se alguém encontrasse um buraco de minhoca e viajasse através dele, os cientistas não têm certeza sobre como isso afetaria o indivíduo — alguns acreditam que tal atalho não se manteria estável por tempo suficiente para permitir a travessia. E existem teorias que sugerem que, mesmo que ele permanecesse estável, o viajante seria alterado de forma indeterminada e poderia ter seqüelas irrecuperáveis, que poderiam, inclusive, levá-lo à morte. Com certeza, o retorno pelo mesmo caminho ou por outros seria impossível.
Em 1982, o físico francês Alain Aspect e seus colegas descobriram a primeira grande evidência de um “emaranhamento quântico”, um fenômeno que permite que dois ou mais objetos estejam de alguma forma tão ligados que um não possa ser corretamente descrito sem que a sua contraparte seja mencionada, mesmo que ambos estejam espacialmente separados. Trata-se de um fenômeno enigmático e de implicações difíceis de serem compreendidas, inclusive entre a maioria dos cientistas. As origens desse supreendente fenômeno estão na teoria quântica e, em particular, nas tese de doutorado de Louis de Broglie, de 1924. De acordo com ele, experimentos recentes à época tinham demonstrado que a luz, usualmente considerada como onda, às vezes se comportava como se fosse uma partícula, denominada fóton. Ele considerou também que partículas como os elétrons poderiam, em determinados momentos, se comportar como ondas.
O físico austríaco Erwin Shrödinger montou uma equação para descrever esse comportamento das “ondas de matéria”. Entretanto, a fórmula posteriormente causou estranheza. Ela implicava que as partículas não têm estado definido, mas existem em seus estados possíveis ao mesmo tempo, até serem de algum modo persuadidas a assimilar as propriedades únicas e bem definidas, observadas em laboratórios. Em 1997, equipe comandada por Aaron Zeilinger, atualmente na Universidade de Viena, teve sucesso em “teletransportar” as propriedades de um único fóton por mais de um metro, usando o tal emaranhamento. Mais recentemente, em 2008, uma equipe liderada por Steven Olmachenk, da Universidade de Maryland, conseguiu transportar, também pelo trajeto de um metro, informações de uma partícula carregada para outra. Contudo, é preciso lembrar que o processo de emaranhamento é incrivelmente ineficiente: apesar das milhões de tentativas, nos novos experimentos houve apenas uma bem sucedida.
O FENÔMENO DA ABDUÇÃO UFOLÓGICA
Estas estranhas conclusões têm levado alguns cientistas a suspeitarem que o emaranhamento quântico teorizado por Aspect pode ter papel importante no funcionamento da mente humana. O físico Brian Josephson, da Universidade de Cambridge e vencedor do prêmio Nobel, foi ainda mais longe, sugerindo que o processo pode ser a causa da telepatia, há tanto tempo pesquisada, e, quem sabe, de outros fenômenos paranormais, talvez mesmo ufológicos.
As idéias do psiquiatra Carl Gustav Jung influenciam até mesmo a Ufologia. Hoje, pesquisadores de todo o mundo se debruçam, intrigados, sobre o drama psicológico dos contatados e abduzidos, atualmente encarados de outra forma, o que também abre novos caminhos à pesquisa ufológica. Já em 1958, no livro Um Mito Moderno Sobre Coisas Vistas no Céu [Reeditado no Brasil pela Editora Vozes, 2001], Jung alertava que era preciso pensar nos discos voadores de forma mais abrangente, compreendendo o aspecto metafórico das aparições, sejam ou não verdadeiras. Segundo ele, era necessário entender o drama dessas pessoas à luz dos arquétipos e da mitologia, como o chamado mito da “jornada do herói”. Muito além da importância de se tentar provar a realidade física da fenomenologia ufológica estaria a necessidade de entender que contatados e abduzidos são como heróis que a vida escolheu como pioneiros. Eles protagonizam certas experiências que conduzirão a humanidade a uma nova e ampliada compreensão da realidade e de si mesma.
“O fenômeno dos discos voadores, mito recente do século XX, será então uma projeção, nos céus, de um intenso anseio coletivo de salvação, num momento crucial de desespero. Será a representação simbólica do mais profundo arquétipo de unificação e to
talidade psíquica dos homens de todos os tempos e lugares: o círculo”, analisou Jung. Com isso, ele não pretendia subestimar o fenômeno, mas alertar para a relação entre o que ocorre na humanidade e nos céus de nosso planeta.
Após dezenas de entrevistas com contatados, Bryan e Helen Reeve, afirmam no livro Flying Saucer Pilgrimage [A Peregrinação dos Discos Voadores, Amherst Press, 1957] que “o contato com ETs é feito basicamente através de holografia, telepatia ou de outras formas psíquicas”. Uma das características mais difíceis de se explicar sobre a materialidade do Fenômeno UFO é a gama de espetáculos produzidos por essas naves. Por exemplo, elas fragmentam-se em objetos múltiplos que aparentam ter inteligência própria, mudam de tamanho e de direção bruscamente, assumem variadas formas e cores, atravessam barreiras sólidas e fundem-se num só corpo. Noutras situações, emitem raios de luz flexíveis, desmaterializam-se e tornam-se visíveis, inexplicavelmente. Segundo a abduzida Helen White, a nave que a levou era maior pelo lado de dentro do que pelo lado de fora. Muitos outros abduzidos disseram a mesma coisa. Como isso é possível?
PROJEÇÕES ASTRAIS E EXTRATERRESTRES
Jacques Vallée, um dos mais renomados ufólogos da atualidade, acredita que aquilo que ele chama de “hipernaves holográficas interdimensionais” seriam capazes dessa inversão topológica do nosso contínuo espaço-tempo, provocando fenômenos similares. Nada no universo está desligado de um conjunto, e tudo faz parte do todo. O universo, na verdade, é um holoverso, ou seja, tem natureza holográfica, e nele o todo está nas partes, ínfimas que sejam, assim como essas partes interagem com o todo. O psiquiatra norte-americano Berthold Schwarz, inicialmente cético quanto ao assunto, se dedicou a decifrar essas indagações, e encontrou na Ufologia elementos necessários para reavaliar a visão crítica sobre fenômenos desconhecidos. Hoje, Schwarz acredita que a grande maioria dos contatados reúne pessoas sensitivas, que têm experiências com energias cósmicas ou sofrem com alguma manifestação do tipo poltergeist.
Estas avaliações nos levam ao médico, odontólogo brasileiro Waldo Vieira, talvez o principal estudioso dos casos de projeções astrais da atualidade. No começo dos anos 80, quando lançou o livro Projeciologia [Edição particular do autor, 1980] — que hoje está na quarta edição e totaliza cerca de 1.000 páginas —, Vieira já havia realizado mais de 1.100 projeções lúcidas auto-analisadas. Para produzir a obra, utilizou 5.388 fontes de referência, muitas delas da biblioteca particular, que reúne mais de mil livros sobre projeção astral. Na terceira edição do livro, de 1990, Vieira elaborou 475 capítulos, cada um tratando de um campo ou de uma visão da projeciologia, de acordo com aspectos científicos, filosóficos ou religiosos. É o mais amplo trabalho no ramo já feito no mundo. No capítulo 434, Projeção Consciente e a Nafologia, ele trata da Ufologia, além de outras matérias de cunho exotérico ou místico. “Os fenômenos projeciológicos estão direta ou indiretamente envolvidos em muitas áreas da vida e do comportamento humano”, escreveu o autor.
Para Vieira, a natureza, os efeitos psíquicos e a energia psicocinética investigados pela parapsicologia, em geral, e a projeciologia, em particular, têm relação principalmente com a Ufologia, ou o que chama de Paraufologia. “A acumulação de dados de um campo poderá sempre ser de interesse em outro”, disse. Ele também cita 15 observações e características semelhantes entre as experiências de projetores, projetados extrafisicamente e os indivíduos que alegam ter sido raptados ou abduzidos, segundo os relatos ufológicos. Entre elas temos amnésia de períodos inteiros das ocorrências extrafísicas ou extraterrestres, a translocação instantânea, inclusive interplanetária, e a paralisia do raptado, muito semelhante à catalepsia projetiva e ao estado de slow motion.
Vieira vai além e também menciona, como características semelhantes, o aparecimento de luzes em diversas cores e manifestações variadas, o surgimento de focos de luz e a flutuação dos corpos ou veículos de manifestação da consciência. Sua pesquisa também relaciona local extrafísico ou não terrestre para onde se é levado, que não tem arestas ou linhas retas, com superfícies curvilíneas. Fala das criaturas encontradas, que têm aparência ou forma diferentes das humanas, observadas tanto nos contatos extrafísicos com “amparadores” como com extraterrestres. E descreve seus olhos, maiores que os humanos. Sobre os diálogos passados tanto em experiências de projeção como de raptos ou abduções, cita a telepatia, a recorrente visão do planeta Terra em tamanho menor, como que a distância, e ainda discorre sobre a perda da noção exata do tempo cronológico.
Sobre isso, Vieira ainda trata, em seu livro, do tempo de translocação do “experienciador”, que é diverso do tempo decorrido no local da experiência incomum, fala de sua expansão da consciência com a potencialização da elaboração do pensamento e da intensificação dos atributos ou faculdades paranormais de quem passa por tais situações. O estudioso lembra que não se pode deixar de registrar as freqüentes descrições e relatos de contatos com UFOs por meio da projeção consciente, que corrobora a idéia de que o fenômeno ufológico surge em um plano de consciência, não procedendo de outros planos ou dos confins mais distantes do espaço sideral.
VIDA NOS DIVERSOS PLANETAS E UNIVERSOS
Baseando-se nos cálculos mais recentes de astronomia, astrofísica, cosmologia, geologia, física e outras ciências, o universo físico conhecido tem cerca de treze bilhões e setecentos milhões de anos, e a nossa galáxia um pouquinho menos, cerca de 13 bilhões de anos [Número estimado medindo-se a idade das estrelas mais antigas da Via Láctea]. O Sol, de acordo com essa contagem, teria cerca de cinco bilhões de anos e a Terra, cerca de quatro bilhões e meio de anos. Portanto, nosso planeta tem aproximadamente 1/3 do tempo do universo — ou seja, é um jovem de uns 25 anos comparado com a média da vida humana, de 75 anos. Isso nos faz supor que devem existir no mínimo 2/3 de estrelas e planetas muitos bilhões de anos mais velhos que a Terra e o Sol, e talvez 1/3 muito mais novos que nosso Sistema Solar.
O aglomerado das Plêiades, na Constelação do Touro, com cerca de mais de 1.000 estrelas, tem pouco mais de 100 milhões de anos. Portanto, antes de surgirem estrelas lá, os dinossauros já dominavam o planeta Terra. A vida aqui surgi
u há cerca de 3,5 bilhões de anos, embora seres somente tenham sido detectados há 7 milhões de anos — tais como os símios, com características humanóides, que se moviam apenas com as pernas. Seres com as mesmas características humanas e genéticas que as nossas somente puderam ser identificados há cerca de 180 mil anos. Vale lembrar que o início da civilização terrestre data de 5 mil anos em várias partes do mundo, ao mesmo tempo, e que somente há 100 anos é que começamos a ter um desenvolvimento científico intenso. Analisando essas informações podemos compreender o tamanho da nossa pequenez diante do universo. Os avanços tecnológicos de uma civilização um bilhão ou mesmo alguns milhões de anos mais antiga do que a nossa estão muito além do que possamos sequer imaginar.
Waldo Vieira conclui o capítulo 434 de seu livro afirmando que, para civilizações evoluídas, vivendo em planetas habitados e mais antigos, cujos habitantes já passaram por etapas que estamos iniciando agora, sem dúvida, nossas características físicas, mentais e espirituais, dentre outros assuntos que ainda ignoramos, de todos os ramos do conhecimento, deixaram de ser obscuros há muito tempo. “Até atingirmos tais estágios evolutivos avançadíssimos, resta-nos tão somente produzir as projeções de consciência para fora do corpo humano, a fim de ajudar as pesquisas da ciência e, assim, chancelar as nossas suposições teóricas e decifrar os nossos enigmas pouco a pouco”.
PORTAIS E UNIVERSOS PARALELOS
Com todas estas ponderações, é possível perceber que já não faz mais sentido procurar nossos visitantes, seja em planetas próximos ou longínquos dessa ou de outras galáxias, utilizando as metodologias tradicionais. Além da possibilidade de que haver vida inteligente em outros planetas seja uma evidência incontestável, de acordo com a Lei das Probabilidades, a possibilidade de nos comunicarmos é praticamente nula, levando em consideração nossos conhecimentos da física tradicional. Então, devemos direcionar essa procura para outros ramos da ciência e, principalmente, da física quântica, onde essa possibilidade se abre em vários leques. E como nosso planeta é relativamente novo, se comparado com o tempo da galáxia, provavelmente planetas mais antigos do que a Terra podem dispor de inteligências que já dominam técnicas nas quais engatinhamos, ou sobre as quais ainda estamos teorizando, como os portais dimensionais, universos paralelos, emaranhados quânticos, teletransporte ou projeções astrais com capacidades de materializações através do ectoplasma ou mesmo de hologramas. Eles podem estar nos visitando de formas não convencionais e que passam despercebidas por nossa atual tecnologia e até mesmo por nosso raciocínio mental.
Essa talvez seja a razão de não termos feito contato direto com eles. Nossos conhecimentos e desenvolvimento científico são incompatíveis com os deles, a ponto de inviabilizarem um contato direto e material, no momento. Talvez, com novas descobertas científicas nos campos da física quântica, em algum momento chegaremos ao estágio desse contato, através de portais dimensionas, universos paralelos, teletransporte, dos emaranhados quânticos, holográficos ou em planos astrais interdimensionais. O melhor caminho ou o caminho correto para essa questão, somente o futuro nos mostrará.