por Carlos Alberto Reis
Tomei por empréstimo o título do editorial da edição passada justamente para cumprimentar alguns leitores que estão de olhos atentos ao que fazemos aqui, começando com a jovem Andréia N. Borges, que, do alto dos seus 12 anos, usou do mesmo raciocínio e a mesma expressão [“Bichinho de estimação”] que utilizei para comentar o caso da estranha criatura encontrada no Chile [Criatura Misteriosa é Encontrada no Chile, Ufo 84]. Depois, os leitores Eumário Teixeira e Rodrigo Branco, que corrigiram as legendas das fotos dos astronautas e a data da destruição da Mir, respectivamente, publicadas em Ufo 83. O ombudsman que se cuide ou sua função não terá razão de ser!
Mas, ao que tudo indica, não são só os leitores que estão atentos. A excelente matéria Ashtar, Um Alien de Olho nos Terrestres, assinada por Rogério Chola, nos mostra que tem mais gente interessada no que estamos fazendo, e numa escala cósmica. Através de um texto inteligente e objetivo, Chola dá um banho de informação, demonstrando conhecimento, imparcialidade e muita ponderação nas análises. Na esteira desse artigo, o box de Andréia Tscheidel, Terrestres, Resolvam seus Próprios Problemas, não fica atrás. Com humor fino e ironia, ela coloca as coisas no seu devido lugar. Andréia, escreva djá.
Por isso cabe aqui uma pergunta ao editor: em seu editorial, ele alimenta a expectativa de que, se depender de Ashtar Sheran, o tão esperado contato com os ETs está próximo. Próximo quando? Há décadas ouço a desgastada expressão “o contato está próximo”. É especulativo brincar com o tempo, pois próximo tanto pode ser amanhã, o mês que vem ou o ano de 2100. É só uma questão de tempo… Outro que precisa expor seus pensamentos com mais tempo é o entrevistado de Ufo 85, Roberto Affonso Beck [Diálogo Aberto]. Há um amargor em suas palavras muito pertinente, quando se refere não só à estagnação da Ufologia como também à postura de alguns de seus colegas.
UFOs Registrados Atrás do Sol e Marte: Novos Mistérios, Novas Polêmicas são dois outros assuntos no mínimo intrigantes, cujas respostas, muito provavelmente, jamais saberemos. Mas a matéria de Pedro Paulo Cunha levanta uma questão: na página 24 ele menciona o fato de um UFO ter sido registrado movendo-se em “linha reta por trás do Sol”. Ora, se o diâmetro do Sol é em torno de 1.400 mil km, de quanto terá sido a extensão do rastro que o suposto UFO teria deixado? Mas a questão não invalida o bom conteúdo do texto. Outro tema extremamente polêmico é Entrantes. Uma Nova Geração de Seres Está Chegando à Terra, de Eustáquio Patounas.
Obviamente, não vamos entrar no mérito da questão, mas perguntar não ofende: uma transformação de consciência significa, necessariamente, a participação de um entrante? O indivíduo não pode sofrer essa transformação fruto simplesmente de uma tomada de consciência, um despertar de suas potencialidades espirituais latentes? O box assinado por Luciano Stancka, Transtorno de Personalidade Múltipla, é oportuno e esclarecedor, embora breve e analisado pelo ponto de vista clínico…
Mas nem tudo são flores na ótima edição 85 de Ufo. Algumas falhas foram detectadas: na publicidade sobre o I Diálogo com o Universo, de novo lemos “cosmonauta russo”. Na ilustração da matéria Entrantes, o correto é câmara gravitacional e não câmera. Na referida participação de Rogério Chola, ele menciona a Navalha de Occam, postulado nomeado pelo filósofo William Ockham. Só gostaria de saber qual a grafia correta. Para finalizar, é regra toda publicação ter um índice completo, contendo as matérias, reportagens especiais e seções fixas. Ufo precisa adotar essa prática.