A BÍBLIA E OS DISCOS VOADORES, de Fernando Cleto Nunes Pereira, 5ª edição (Edição Ediouro, Rio de Janeiro, 1984)
O questionamento da Bíblia com os discos voadores é sempre um assunto polêmico, porém necessário. Fernando Cleto expõe, neste trabalho, ligação profunda das passagens bíblicas com acontecimentos identificados como sendo ufológicos; se Daniken defende a presença extraterrestre no passado através de argumentos científicos, este autor acompanha tal raciocínio, porém um pouco mais à frente da história, analisando com profundidade os relatos e testemunhos lavrados na Bíblia. Promulgar que Jesus seria um extraterrestre pode parecer, para alguns, inominável heresia; se, contudo, mantiver-mos nosso bom senso e agudez de raciocínio, tal idéia cede seu lugar a um pensamento lógica, plausível e não tão surpreendente. Por isso, tal obra não surpreende, porque tudo é apresentado de maneira muito clara, direta e francamente honesta. (Carlos Reis)
OS INTRATERRESTRES, de Marie Thérese Guinchard (Editora Europa-América, São Paulo, SP).
Costuma-se atribuir aos discos voadores, tão comumente e ininterruptamente observados em todo o mundo, a origem extraterrestre ou extraplanetária, ou seja: viriam de outros corpos estelares, outros planetas, deste ou de outros sistemas estelares.
Marie-Thérese Guinchard, no entanto, opta por esta outra alternativa: a intraterrestre. Em seu livro, a autora brilhantemente apresenta versões e provas de que nossos visitantes podem também estar vindo do interior de nosso próprio planeta. Aliás, inclusive como aborda Marie-Thérese, esta tese divide a Ufologia contemporânea: os mais ortodoxos não a aceitam de maneira alguma .
A autora vai mais longe: pretende que nossos visitantes vivam em uma espécie de “humanidade paralela”, de alguma forma vivendo c convivendo conosco, sem que sequer percebamos… Convém checar o livro e ver até onde a autora quer nos conduzir. (Luiz C. Franken)
INTERVENÇÃO EXTRATERRESTRE EM FÁTIMA, de Joaquim Fernandes e Fina D\’Armanda (Livraria Bertrand, Portugal)
Quando um jornalista competente e uma historiadora notável resolveu investigar um fato, o resultado só pode ser auspicioso. Quando este fato mantém vínculos profundos com a Igreja, com a história da Humanidade e com a Ufologia propriamente dita, temos então um trabalho memorável, e este adjetivo é muito pouco para “Intervenção Extraterrestre”, dado ao seu valor principalmente social e cultural.
A manipulação das informações, a doutrinação de uma ocorrência de natureza insólita para o âmbito da Religião, a omissão de certas verdades, a fabricação de muitas mentiras, tudo isto faz (fez) parte do teatro encenado desde 1917 em torno da Virgem de Fátima e que nesta obra 6 mostrado com clareza, com base histórica, documentada, interpretada sob o rigor de dois ufólogos extraordinários. Uma pesquisa que levou 6 anos e os conduziu ao interior de documentos jamais revelados, que, como os próprios autores frisam na Introdução, “Fátima acabaria por cair sob a alçada da Ciência…” Que o leitor passe da curiosidade crescente à reflexão ponderada. E só o que os autores podem. (Carlos Reis).
DISCOS VOADORES: MISTERIOSAS NAVES NO ESPAÇO, de Felipe Machado Carrión (editado pelo próprio autor, em 1984, no RS).
Um dos mais fantásticos livros sobre Ufologia que já se produziu no Brasil é, sem dúvida, a obra literária e de pesquisa do prof. Felipe Machado Carrión, um gaúcho dedicado à pesquisa ufológica e que, além deste título, lançou, antes de falecer, outro clássico da literatura ufológica nacional: Discos Voadores: Imprevisíveis e Conturbadores.
Carrión se notabilizou pelo estudo profundo que efetuou sobre o Fenômeno UFO e este seu livro tem como característica fundamental uma pesquisa extensiva, onde aborda o fenômeno sobre vários aspectos, principalmente o estatístico, tratando cada estágio do assunto pesquisado. Alguns dos capítulos do presente volume tecem estudos sobre efeitos psico-biológicos ou biológicos dos UFOs sobre pessoas e outros seres vivos; outros capítulos são sobre luzes conduzidas, fenômenos além das técnicas terrestres, cortinas, barreiras, laços, garras invisíveis, aparecimentos e desaparecimentos instantâneos: humanóides parecendo atravessar paredes: materializações e desmaterializações; mundos ultradimensionais; forças superiores as dos UFOs, etc…
Além desses tópicos que constituem o livro de Carrión, há também um outro muito importante e que serve de desfecho para a obra, e que suscita grandes debates no setor: Os discos voadores poderão tornar-se invasores da terra? Por esta razão, o livro, que em sua totalidade merece uma atenção acurada – sem falar que é uma leitura agradável – é importante para o tema ufológico. Vale a pena conferir. (Adelaido dos Anjos).
CONTATOS COM EXTRATERRESTRES NA AMAZÔNIA, de Antônio Jorge Thor (editado pelo próprio autor, em 1980, pela Série Amazônia-Pesquisa)
Um dos mais interessantes estudos-documentos da região amazônica, este livro de Antonio Jorge Thor, nascido e criado em Belém, professor de ensino médio que há alguns anos se dedica ao estudo do Fenômeno UFO, merece uma atenção toda especial pelo assunto que aborda com profundidade e seriedade.
O livro, que é um verdadeiro documento ufológico e de folclore, refere-se à temas que estão verdadeiramente marcando a Ufologia Brasileira. Vejamos: a edição nº 7 de UFO, que dá um enfoque especial aos casos de UFOs conturbadores no Nordeste brasileiro – principalmente sobre mortes oriundas das ondas ufológicas – pode ter como complementação este livro de Thor, onde, no capítulo X, através de uma linguagem solta e bem trabalhada, versa sobre “Fenômeno Chupa-chupa” ou “Vampiro Extraterreno”.
Thor vai mais além, pois se dedica inteiramente a pesquisar e a tentar desvendar enigmas ufológicos da Amazônia, narrando considerações sobre extraterrenos alienígenas do chamado “2º Grupo”; os seres de bronze; pavor e sintomas de doenças provocadas por extraterrestres, etc.
Com o objetivo de ilustrar a linguagem, vejamos um trecho do primeiro capítulo do seu livro, que diz justamente como teve início seu interesse pelo assunto UFO: “Tudo começou um pouco antes de 1966. Ainda estava no Território Federal do Amapá com meus pais, e bastou o boato que um Objeto Voador Estranho (OVE) caiu atrás de uma das extensas serras de minério (Manganês)! Algumas pessoas afirmaram que viram uma espécie de bola em fogo “navegar\’\’ entre as nuvens e chocar-se com a encosta de uma das serras. A região ficava longe e o difícil acesso ao locaI limitou a curiosidade dos que viram. Este boato (ou caso verídico, mas não pesquisado devidamente), despertou-me atenção e a partir dal comecei a relacionar casos, coletar informações e apoiar a pluralidade de inteligências no Universo que conhecemos (por vários motivos)”.
Enfim, é um livro de linguagem e tema acessíveis a todos que se dedicam ao estudo UFO, especialmente o folclore. (Adelaido dos Anjos)
BREVE HISTÓRIA DO TEMPO, de Stephen W. Hawking (Editora Rocco, São Paulo (SP), 1988).
Entre os estereótipos que a figura do cientista carrega estão o gênio louco que quer dominar o mundo e o sábio ingênuo que sonda mistérios impenetráveis. Stephen W. Hawking, 46 anos, professor de Matemática na Universidade de Cambridge, dificilmente poderia escapar da imagem, a segunda citada, que lhe criaram. Ocupando o cargo um dia exercido por Newton e Dirac, dois grandes exploradores do macro e microcosmo, respectivamente, seu trabalho se faz na fronteira entre essas duas áreas: Gravitação e Teoria Quântica. Portador da “doença de Lou Gehrig”, uma doença neuromotora que paralisa todos os movimentos, falando apenas através do sintetizador de voz acoplado a um microcomputador, ele vem nos contar que tipo de resposta a moderna Cosmologia pode dar àquelas perguntas que as crianças cedo aprendem a não fazer: de onde surgiu o Universo, como e por que ele começou? Por que ele é como é, e não de outro jeito? E o seu final, como será? Por que nos lembramos do passado mas não do futuro? E o Tempo, pode ele andar para trás?
O livro trata, além das já velhinhas teorias da Relatividade Geral e Mecânica Quântica e das maduras teorias do Big Bang e dos Quarks, de assuntos recentes como a Termodinâmica de Buracos Negros e Teoria de Supercordas. Best-seller nos Estados Unidos, está repelindo a dose no Brasil, sendo o livro mais vendido na última Bienal. Entretanto, se você pretende comprá-lo, é bom estar de sobreaviso: o livro é uma tradução de terceira mão!
Você vai aprender palavras que só existem na cabeça de quem traduziu o livro: prisma de luz, partículas carregadas de força, vetores de superfície maciça, teoria de filamentos, lençol do mundo do filamento (argh!…), etc, lermos que ou estão errados ou não são usados no Brasil. Algumas frases estão bastante confusas, às vezes impenetráveis, e acho que não é culpa do Hawking. Por outro lado a revisão até que não está má, porém você vai aprender que Newton recusou aceitar o espaço absoluto e que o Universo tem 100 bilhões de anos (um zero a mais, coisa trivial).
Estou imaginando a pobre tradutora enredada em termos técnicos que nunca tinha ouvido antes e pressionada por um prazo muito curto (provavelmente o editor queria lançar o livro a tempo para a Bienal). Ela deve ter passado noites em claro tentando descobrir que raio de efeito chamado “bird dropping” era aquele que ocorreu no rádio telescópio de Penzias e Wilson, os descobridores da radiação remanescente do Big Bang. Ficou assim mesmo, sem tradução,e você perdeu a história do casal de pombos que fez. ninho no tal radiotelescópio c seus mal cheirosos “bird droppings”.
“Contraí pneumonia em 1985, depois de ter escrito a primeira versão”, conta Stephen Hawking. “Precisei me submetera uma traqueotomia que me inibiu a fala, tornando minha comunicação quase impossível. Cheguei a pensar que não conseguiria acabar o livro, mas Brian Whitt, um de meus alunos, me ajudou a revisá-lo”. Que pena! Um trabalho feito com tanto esforço e paciência merecia sair na versão brasileira com menos “bird droppings” editoriais… (Osame Kinouchi Fº).