ETs, Virgem Maria e anjos nos céus do Nordeste
Odilon Corrêa Pires
Desejo parabenizar a Revista UFO pela publicação do trabalho dos ufólogos do Ceará, encabeçados por Reginaldo de Athayde, a respeito das aparições marianas em Quixadá e redondezas (UFO 34). Estamos vivendo momentos importantíssimos na história da Humanidade, o final de um milênio e, o que é mais importante, o final de uma era. Fenômenos insólitos têm despertado nossa atenção: enquanto de um lado pesquisadores sérios buscam melhor compreendê-los, de outro, autoridades constituídas procuram distorcê-los e mesmo desacreditá-los.
As chamadas aparições marianas são manifestações atribuídas à Virgem Maria e muitas vezes acompanhadas de fenômenos ufológicos claros, como naves, sondas, luzes e nuvens estranhas. Algumas vezes esses fenômenos são descritos como contas do rosário, pombas da paz, flores luminosas etc, pelos observadores extasiados. Somente neste século, a Igreja Católica aprovou, após estudos prolongados, diversas aparições marianas e ainda pesquisa as muitas outras ocorrências, com o intuito de posicionar-se a respeito (veja quadro). Nessas ocorrências, os sensitivos contatados transmitem as mensagens recebidas, dando ênfase aos constantes pedidos de orações. Qual seria a razão desses pedidos? A revista Planeta, edição n° 184, publicou um artigo em que cita as experiências científicas efetuadas pelo Dr. Randy Bird com pacientes do Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia, comprovando que a oração de fato funciona, ajudando na recuperação de muitos casos e fazendo bem às pessoas. As preces repetitivas como o terço e o rosário, por exemplo, atuam como mantras.
Mutação Genética — Segundo o Dr. James J. Hurtak, fundador da Academia para a Ciência Futura, entoando-se os mantras sagrados ativamos as energias e as formas de pensamentos originais que estão codificadas em nós, propiciando até uma possível mutação genética para a transformação de nosso corpo mortal em corpo de luz (ressurreição?). Yvonne Trubert, criadora do Invitation a la Vie, um movimento surgido em Paris no ano de 1983 e hoje existente em 70 países, prega o uso intensivo da oração (com o terço e o rosário), para ajudar na transformação interior do indivíduo e propiciar a alteração do ator DMA, possibilitando a passagem para uma dimensão superior. James RedField, com seu bestseller Profecia Celestial, também aborda essa mudança dimensional. E segundo o estudioso José Arguelles, em seu livro O fator Maia, o desaparecimento repentino de grande parte dos integrantes da civilização Maia, por volta de 830 d.C., pode ser atribuída à estimulação do DNA.
A Virgem Maria e os seres que junto a ela trabalham têm demonstrado profundo empenho na ajuda à humanidade para o grande salto quântico que se aproxima, possivelmente favorecido por influencias cósmicas que afetarão o campo eletromagnético do planeta. Os seres aliados à Maria, visando reforçar as comunicações extra-sensoriais, empregam recursos tecnológicos avançados para nossa compreensão (considerados como milagres), pois são conhecedores do comportamento emocional dos terráqueos e sabem criar o clima propício para atrair o maior número possível de pessoas, através do impacto, da atenção e do interesse. Podem ser extraterrestres de dimensões superiores ou anjos – quanto a esses últimos, não podemos nos esquecer que, embora poderosos e belos, existem os “caídos”, liderados por Lúcifer. E eles sabem muito bem como usar as vestes do cordeiro, razão pela qual devemos tomar muitos cuidados nesses assuntos.
Assim, Reginaldo de Athayde, em sua pesquisa ufológica pelo sertão nordestino, não desprezou o aspecto transcendental da ocorrência e teceu esse interessante comentário: “Resta-nos, assim, a indagação: seriam os UFOs os objetos avistados antes da aparição da Virgem ou informantes na preparação da vinda de um ser superior pertencente a alguma Corte Cósmica?”. Não podemos nos esquecer que os fenômenos ufológicos ocorrem principalmente em dimensões superiores à nossa e, para bem compreendê-los, precisaríamos ter acesso a essas dimensões. Oxalá isso ocorra em breve.
Endereço do autor: R Teodoro Sampaio 1704/74, 054406100 São Paulo (SP).
Discos voadores e a interpretação da bíblia
Maurício José de Mattos
Sou um leitor e admirador da Revista UFO, com formação superior e ex-sacerdote católico doutorado em teologia na Itália. O motivo que me leva a contatá-los é para chamar sua atenção acerca do artigo Plantão Religioso, de autoria de Orlando de Souza Barbosa Jr. e publicado em UFO 31. O referido artigo fala de relatos bíblicos em contradição, desmentindo a totalidade divina. Por exemplo, o autor diz que o profeta Esdras revela sua falta de onisciência em Gênesis 1,31, na citação: “… os signos pelos quais tu perguntas só posso contar-te parcialmente. A respeito de tua vida nada posso dizer, porque eu próprio não sei “. Errado!!! Em Gênesis 1,31 consta o seguinte: “… e viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom e foi tarde e a manhã, o dia sexto”.
Certos fatos mencionados na Bíblia são de natureza extraterrestre e não de procedência divina. Por exemplo, Noé, no Dilúvio, recebeu de Deus instruções precisas sobre a Fabricação da Arca (Gênesis 6:14). A destruição de Sodoma e Gamorra foi feita por seres que retiraram Ló e sua família da cidade (Gênesis 18:17). No apocalipse, há a citação de que João, confinado na Ilha de Patmos, foi arrebatado para um lugar em que teve visões assombrosas quanto ao futuro da Igreja e da Humanidade
O autor desliza novamente ao dizer que foi Esdras quem escreveu tal citação. Jamais! Quem escreveu Gênesis foi Moisés, no ano 1513 a.C. Esdras viveu em 460 a.C., ou seja: mil anos após Moisés. O que foi publicado em UFO é um erro grave para uma revista bem conceituada. Por outro lado, sou defensor de que fatos mencionados na Bíblia, em grande parte, são de natureza extraterrestre e não de procedência divina, conforme é defendido pela tradição. Poderia enumerar dezenas de fatos desde Noé, no Dilúvio, que recebeu de Deus instruções precisas sobre a fabricação da arca (Gênesis 6:13), ou a destruição de Sodoma e Gomorra por seres que retiraram Ló e sua família da cidade (Gênesis 18:17), ou ainda a descrição da luta de Jacó com um anjo (Gênesis 32:22) etc. Isso tudo além do Apocalipse, onde João, confinado na ilha de Patmos, foi arrebatado para um lugar em que teve visões assombrosas quanto ao futuro da Igreja e da Humanidade.
Por mais de 20 anos me envolvo em discussões a respeito desse assunto com diversos teólogos, tanto pelo lado católico como pelo evangélico. Às vezes me silenciei para não passar por ridículo ou louco, mas já tive até a oportunidade de avistar um UFO por 4 vezes. Duas delas quanto ainda era criança, juntamente com meu pai, e as outras depois de adulto. Foram realmente experiências marcantes, principalmente a última, quando avistei diversos UFOs voando a baixa altura na Serra do Rola Moça.
Endereço do autor: Rua Dr. Caniano 50, 32372-000
Contagem (MG)
Agressões de ETs e ética na pesquisa ufológica
Albert Eduardo
Queremos parabenizá-los pela publicação do Caso Guarapiranga, em UFO 25. Não resta dúvida de que tudo o que foi documentado por Encarnación Zapata Garcia é uma pura realidade. Temos plena consciência de que estes seres extraterrestres que aqui se infiltram não têm a menor intenção de resolver qualquer problema do nosso planeta, como pensam alguns pesquisadores. Suas atitudes violentas e egoístas, como já foi constatado pelo testemunho de vários casos comprovados de seqüestro, confirmam que se utilizam da raça humana como cobaia em benefício de suas experiências, em atos tão maquiavélicos que fariam inveja a Hitler e Mussolini. Este talvez tenha sido o principal motivo pelo qual alguns colegas ufólogos cotaram relações com nossa entidade.
Estes colegas, infelizmente, parecem ignorar casos como o de João Prestes F°, do soldado José Antônio da Silva (mais conhecido como Caso Bebedouro) e muitos outros que foram abafados pelos “cartolas” da Ufologia Brasileira. Esses parecem nunca ter ouvido o relato patético e comum de pobres-coitados da área rural que foram estupidamente agredidos por seres extraterrestres – muitas vezes cultuados por pesquisadores, até veteranos, como se fossem verdadeiros anjos. Esquecem tais pesquisadores que estes contatos se fazem em vários níveis de agressão. Nos casos de contato de 2° grau, por exemplo, causam interferência na rede elétrica ou pane nos motores dos carros. Noutros casos – especialmente em avistamentos na área rural – é muito comum um sertanejo contar que, a caminho de sua casa, depois de um dia duro de serviço na lavoura, viu um objeto luminoso em vôo rasante sobre sua cabeça e teve seu cavalo jogado para cima. Ou então, este infeliz teve que correr em qualquer direção, às cegas, rasgando o braço no arame farpado ou caindo num despenhadeiro.
Aqueles que fazem pesquisa de campo no Brasil sabem o quanto são comuns essas histórias no interior do país. Os contatos de 2° grau podem ser ainda piores, pois algumas evidências físicas trazem seqüelas indiscutíveis, tais com queimaduras, perda temporária ou permanente da visão, amnésia parcial e até mesmo completa. Por fim, ainda causam danos que podem levar à morte. Já os casos de 3° grau, em que acontece desde um seqüestro (que já em si é uma agressão) até experiências dolorosas com as vítimas, há um processo que os extraterrestres infringem todo tipo de direito que uma pessoa pode ter. Em alguns casos, realizam ainda lavagem cerebral, fanatização ou robotização dos indivíduos para fins nebulosos. Pode parecer bastante repetitivo, mas será que todos os leitores sabem disso? Será que conhecem verdadeiramente o outro lado da moeda? Como é que poderemos formar um código de ética na Ufologia lado-a-lado de pesquisadores que conseguem ver apenas beleza nos fatos citados aqui?
Achamos que a idéia da ética na Ufologia, para dar certo definitivamente, precisa se basear na separação desta turma de deslumbrados (que preferimos chamar de ingênuos) daqueles que fazem pesquisa séria. Aliás, estes não precisam de um código de ética, pois conseguem encontrar a sua própria (ética) cm coisas absolutamente anti-éticas! Finalizando, gostaríamos de esclarecer que não temos a pretensão de nos colocarmos como donos da verdade. Entretanto, contra fatos não há argumentos, e eles ai estão.
Endereço do autor: Associação Mineira de Pesquisa Ufológica,
Caixa Postal 1113, Agência Abrão Reis, 30161-970
Belo Horizonte (MG)
UFOS acidentados e polêmica na Ufologia
Luciano Álvaro de C. Cunha
Para mim não houve surpresa alguma ao ver a polemica sobre a questão dos UFOs acidentados, manifestada pela carta do ufólogo Fernando Pereira Nunes Pereira e a subseqüente resposta do editor A. J. Gevaerd, na UFO 35. A única surpresa foi constatar a demora para que um assunto tão polêmico quanto esse gerasse tal confronto. Todas as pessoas que se interessam realmente por Ufologia, no Brasil, sabem quem são Fernando Cleto e Gevaerd – ambos ufólogos de grosso calibre que muito contribuem para a pesquisa ufológica nacional. A obra de Fernando Cleto, A Bíblia e os Discos Voadores, é indispensável em qualquer biblioteca ufológica. Igualmente, a Revista UFO é leitura obrigatória para todos os interessados no assunto. A UFO é, na atualidade, a maior publicação nacional de Ufologia, reconhecida inclusive por ufólogos de renome internacional.
Sendo assim, ambos os ufólogos merecem nosso respeito. Contudo, ninguém é perfeito e exageros podem ocorrer em ambas as partes, quando se trata de Ufologia. Mas a visão de Fernando Cleto em relação à situação abordada, envolvendo – agentes secretos, militares etc – chega aos limites da inocência. Como pode uma pessoa que acredita no Projeto Cristão, que é algo muito mais difícil de ser compreendido e do qual ele mesmo é defensor, duvidar de segredos guardados pelas forças armadas das mais variadas nações do mundo. Como pode ele não acreditar num simples acidente aeronáutico envolvendo um disco voador? O ufólogo nos fala de uma época antiga, quando a Ufologia praticamente nascia entre nós. Em sua carta à UFO, inclusive, usa termos arcaicos como zona aérea, por exemplo, desconhecendo que essa denominação não existe mais dentro da FAB…
Fernando Cleto não deve ter lido a UFO 34, em que o controlador de tráfego aérreo Álvaro Carvalho fala sobre alguns dos recursos hoje disponíveis na FAB, como modernos equipamentos de radar, e a existência de documentos de caráter confidencial. Entre eles está o NPA-09-C, que talvez nunca venha a público. Como militar, pelo que pude constatar em minhas pesquisas, realmente não existe nenhuma comissão do Governo Brasileiro estudando os objetos aéreos não identificados no momento
Certamente, Fernando Cleto não deve ter lido a edição 34 da UFO, em que alguns dos textos vencedores do I° Concurso Nacional de Ufologia foram publicados. No artigo de autoria de Álvaro Carvalho, O controle de tráfego aéreo e os UFOs, naquela edição, o autor fala sobre alguns recursos hoje disponíveis, como os modernos equipamentos de radar. Fala também sobre a existência de documentos de caráter confidencial, como por exemplo o NPA-09-C, que talvez nunca venha a público. Sendo assim, é fácil concluir que a visão de Ufologia de Fernando Cleto está a um passo dos limites da inocência. Por outro lado, como oficial da FAB, pelo que pude constatar em minhas pesquisas que ele tem razão quando diz que “… não existe nenhuma comissão do governo brasileiro estudando os objetos aéreos não identificados”.
Quanto a Gevaerd, que é um dos maiores ufólogos nacionais, de renome até internacional, temos que considerar que, apesar do elevado nível de seu trabalho e de sua luta em favor da Ufologia, sua aceitação taxativa dos fatos apresentados nos artigos de Robert Dean e Bob Lazar pode ser prejudicial. O método científico condena veementemente a posição de se acatar tudo que seja dito por uma pessoa envolvida cm algum projeto, seja quem for. Isso é especialmente sentido no caso da Ufologia, ainda que a aceitação demasiada parta de Gevaerd. Se a Ufologia ainda requer o reconhecimento da comunidade científica internacional, e porque ainda não atingiu seu próprio status de ciência. E o envolvimento da pesquisa ufológica com grupos esotéricos é um dos fatores que contribuem para que tal reconhecimento ainda não exista, apesar do trabalho sério e exaustivo de muitos ufólogos.
Provação Cabal — A pesquisa científica requer comprovação cabal, sob pena de cair no ridículo – tal foi o caso da fusão a frio, por exemplo, imensamente alardeada e depois não comprovada. No que diz respeito às declarações do editor de UFO, realmente foram formadas comissões de pesquisas ufológicas dentro da FAB, como o antigo SIOANI e a Operação Prato. Contudo, tais comissões surgiram na época da ditadura militar, em que os recursos da União eram controlados pelas Forças Armadas e, sendo assim, sempre haveria verba para qualquer tipo de pesquisa, inclusive a ufológica.
Como membro das Forças Armadas, sei que o envolvimento dos militares brasileiros com a Ufologia só veio à tona graças a um descuido, quando alguns oficiais envolvidos com o assunto foram flagrados analisando o surgimento de estranhos objetos no céu. Foi assim que alguns raros ufólogos tiveram acesso aos documentos do SIOANI, como o próprio Fernando Cleto, que foram liberados como um ato de desespero em busca de respostas. Hoje em dia, até mesmo os militares entendem a gravidade do Fenômeno UFO e são muito mais cautelosos na liberação de informações. É um absurdo se pensar que a Força Aérea, o Exército ou até mesmo a Marinha brasileira não se interessem por tal fenômeno!
A Força Aérea, por exemplo, tem por obrigação principal garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro e, a princípio, tudo o que estiver voando dentro do território nacional deve ser identificado e monitorado. Sendo assim, Gevaerd está correto ao afirmar que os militares têm melhores condições para estudar o Fenômeno UFO e que os arquivos da FAB são maiores que os de todos os ufólogos brasileiros juntos. Basta lembrarmos que um único radar de terminal pode cobrir o espaço aéreo de 60 milhas náuticas e que no Brasil há aproximadamente uma centena deles. E o que dizer, então, dos radares de rota que podem cobrir centenas de milhas náuticas, pois trabalham associados a diversas antenas instaladas em vários pontos do país? Isso tudo sem falar nas torres de controle dos aeroportos, que se constituem nos melhores observatórios que podem existir, pois foram construídas justamente com a finalidade de proporcionar visão total do espaço circunvizinho.
É claro que com essas facilidades, e ainda levando-se em conta que o controle de vôo é um serviço prestado 24 horas por dia nos 365 dias do ano, ninguém é capaz de deter um registro maior de UFOs que a FAB. E ainda nem discutimos, aqui, o fato de que atualmente os militares são muito mal pagos e que as verbas destinadas às operações militares, manutenção de equipamentos, treinamento de cadetes, técnicos etc estão totalmente escassas – tanto que a FAB já cortou mais de 50% dos vôos de treinamento dos pilotos, inclusive os responsáveis pela defesa aérea do país. Justamente por essa mesma razão, é ilógico pensar que as Forças Armadas de nosso país disponham de condições para uma pesquisa considerada como supérflua como a dos UFOs.
Quanto aos agentes secretos que vêm a público revelar tudo o que sabem, eis um fato que deve ser considerado como normal, pois deve ser extremamente difícil para alguém guardar por muito tempo um segredo que diz respeito a toda a Humanidade. O Fenômeno UFO é, foi e sempre será muito polêmico e altamente abstrato. Confrontos como o que ocorreu entre Fernando Pereira e Gevaerd voltarão a acontecer, e isto é salutar. Apesar de tudo, é bom que a comunidade ufológica brasileira se advirta e tome cuidado para não instaurar uma nova guerra de opiniões, tomando partido a favor de um ou outro ufólogo.
Endereço do autor: R. Ministro Hermenegildo de Barros 150-B, 31710-230,
Belo Horizonte (MG)
Fernando Cleto em novas críticas à Revista UFO
Fernando Cleto Nunes Pereira
O Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) está de parabéns, já que a UFO 34 retomou sua linha anterior, apresentando bom noticiário com fatos e fotos, além de artigos premiados por novos ufólogos. Critiquei severamente a UFO 33, em carta ao editor, mas globalmente a edição 34 está boa. Não podemos imaginar que tudo seja como se deseja. O ideal seria quando qualquer ufólogo pudesse divergir da opinião da revista – inclusive da de seu editor – e encontrar nela espaço para divulgar sua posição.
Fiquei encantado com o artigo exclusivo de Reginaldo de Athayde, publicado em UFO 34. Trata-se de um relato sério, feito por um pesquisador mais sério ainda. A reportagem inteira é um primor de competência e equilíbrio. Vejamos, por exemplo, o que informa Athayde na página 12 da referida edição: “O fato foi presenciado por mais de 5.000 pessoas e algumas, depois, quando entrevistadas por nós, declaram que de fato foi a Virgem Maria quem desceu dos céus e que nunca aquele fenômeno poderia ler sido provocado por discos voadores. Os UFOs foram identificados pelos crentes ora como \’lágrimas\’ da Virgem, ora como \’contas\’ do seu cotar”.
Velho Testamento — Quero informar aos jovens ufólogos que, em 1970, quando alguns ainda não tinham nascido, escrevi o livro A Bíblia e os Discos Voadores. No capítulo 14 desse livro se encontra a seguinte citação: “Como vimos, os discos voadores, depois de Jesus Cristo, passaram a apoiar seus discípulos de forma sutil, deixando de participar ostensivamente como faziam no tempo ao Velho Testamento”. Em nosso século, vamos encontrar um ou mais casos ufológicos assombrosos, classificados como milagres pela Igreja Católica. Entre eles está o caso de Nossa Senhora de Fátima, ocorrido em Portugal. Nesse caso, é importante destacar que o menino português via a Senhora mas não a ouvia, enquanto as meninas a viam e a ouviam. Não é preciso relembrar que as crianças foram ameaçadas de morte em caldeira de azeite fervendo e que foram motivos de zombaria em sua vila…
Segundo descrevi em meu livro, o fato principal de Fátima aconteceu em 13 de outubro de 1917, e é narrado pelo escritor português Marques da Cruz como sendo vivido por “… um povo rústico, pessoas de cidades, crentes, descrentes, ateus, comunistas, representantes das profissões liberais, jornalistas dos grandes diários de Lisboa e do Porto e cientistas (mais de 20.000 pessoas)”. A chuva caía ao meio dia em ponto, quando Lúcia, a menina mais velha (então com 10 anos) que estivera de joelhos em colóquio com a Senhora, levanta-se e diz em voz alta: “Fechem seus guarda-chuvas e olhem para o céu!” Nesse momento, a chuva parou de repente, o céu ficou azul e o sol apareceu com uma leve nuvem branca, não ferindo a vista.
Cruz ainda narra que “o povo olhou para aquilo e, de súbito, o sol começou a girar vertiginosamente, com todas as cores do arco-íris e como uma roda de fogo em noites de São João. Um deslumbramento!” Depois, o povo se ajoelhou, rezou, gritou e soluçou. “O sol agora balanceia: parece aproximar-se da Terra, depois continua a girar. O fenômeno durou 15 minutos e, nesse lugar, inteiramente sáfaro, onde ninguém nunca viu água, brotou uma fonte abundante”, completou o escritor. Em 1927, Marques da Cruz visitou Fátima para melhor estudar o acontecido e interrogou intelectuais de todas as classes. Alguns descrentes cultos lhe disseram: “Eu vi aquilo, mas não sei – explicar. Talvez um dia a ciência explique…” Será que no começo do século alguém poderia explicar o acontecimento como tendo sido provocado por uma nave extraterrestre?
Todos sabiam que o fenômeno atingiu um raio de 20 km. Os intelectuais consultados e o Vaticano sabiam que o sol verdadeiro não havia sofrido qualquer alteração. Assim, Marques da Cruz consultou os grandes jornais portugueses dos dias 14 e 15 de outubro de 1917 e constatou que todos relatam os fenômenos da maneira como foi exposta acima. Pode-se dizer que o fenômeno foi tratado como uma ilusão coletiva. No entanto, várias pessoas tiraram fotografias daquilo, evidência que elimina tal hipótese. Os observatórios, porém, nada registraram – o da Universidade de Coimbra, por exemplo, fica perto de Fátima. Marques da Cruz finalmente concluiu seu relatório sobre Fátima da seguinte forma: “Como se vê, não houve ilusão coletiva e não foi um fenômeno natural. O caso fugiu às leis de Kepler. Foi, pois, um milagre”.
Quando escrevi meu livro, terminei o capitulo de Fátima escrevendo que o problema foi local e, sem dúvida, uma nave espacial dirigida por super-homens esteve intimamente ligada ao aparecimento de Nossa Senhora em Fátima. Na época, não tínhamos uma explicação para o caso e o fenômeno teria que ser classificado como milagre pelo povo. Porém, hoje temos que meditar nas relações de Jesus Cristo e Santa Maria – que subiram em corpo aos céus, com outra raça, extraterrena, interessada na vida espiritual de nosso planeta.
Voltando à Revista UFO, que publicou matérias a respeito de Fátima, como pode um ufólogo competente dizer que “… a estudiosa portuguesa Fina d Armada apurou que a Igreja sabia que o sol ficou intacto no céu?” Os jornais de Lisboa e da cidade do Porto sabiam, em 1917, que o verdadeiro sol não entrou no evento e registraram o fato.
Seção Opinião
Como a Igreja ou os jornais da época iriam pensar em naves interplanetárias ou superastronautas? Como é possível que algum bolsista tenha acesso a certos arquivos herméticos do Vaticano? Se os arquivos são herméticos, a Fina d\’Armada ou qualquer outro bolsista da UNESCO não poderia ter acesso a eles… Muitos ufólogos acreditam agora que a estrela de Belém e o sol de Fátima foram UFOs, mas aqueles que presenciaram tais fatos não poderiam manipular coisa alguma.
A única explicação para os religiosos seria mesmo o milagre. Para os intelectuais e cientistas da época, o fenômeno seria uma ilusão coletiva provocada por algum agente desconhecido. Nenhuma igreja ou cientista poderia, naquele momento, imaginar a existência de UFOs ou ufonautas. A água jorra em Fátima da mesma forma como pode vir a jorrar em Baturité (CE)! Os ufonautas fizeram isso em muitas passagens bíblicas, inclusive com Agadir e Ismael no deserto. O livro A Bíblia e os Discos Voadores sustenta a existência de um projeto para a Terra feito do lado de fora do planeta. Trata-se do Projeto Cristão, que estaria sendo executado por ufonautas. Quem entender o Projeto Cristão poderá entender melhor o que está ocorrendo com os UFOs.
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