por Fábio A. Gomes
A Física da Alma
Amit Goswami
Editora Aleph, 2005

Conhecido e respeitado em todo o mundo, o autor é um físico nuclear indiano que deu aulas na Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, por 32 anos. Goswami afirma que foi materialista dos 14 aos 45 anos de idade, quando então mudou sua forma de pensar — e o fez radicalmente. Na presente obra, ele propõe uma forma de explicar fenômenos considerados não científicos pela ótica acadêmica utilizando principalmente fundamentos de física quântica. O autor criou uma teoria que busca explicar com este viés questões como a reencarnação, sobrevivência da alma, transporte de memórias entre encarnações, evolução das espécies, entre outros assuntos. Ele conjectura, por exemplo, que as espécies sofrem saltos evolutivos, mudando algumas características de forma mais repentina do que a ciência pressupõe. Segundo Goswami, isso explicaria eventuais furos nas datações de ossadas e fósseis com pouca diferença de datas. Ele também pensa que a mente e a alma são integradas, diferente do pensamento compartimentado que a ciência apregoa. O conteúdo de A Física da Alma serve para repensarmos dois tópicos caros à Ufologia. Um é o contraponto entre ciência e duas formas de pensar, a pseudocética e a que tenta mudar paradigmas. O outro se refere aos limites e fronteiras do conhecimento científico. Certamente, o modo de pensar de Goswami vai além da ciência — e justamente por isso gera polêmica. O quanto podemos beber na fonte de fundamentos científicos para explicar assuntos onde ainda não podemos alcançar? Para os pseudocéticos, a abordagem do autor é uma forma de heresia. Porém, o próprio método científico pressupõe que paradigmas podem — e devem — serem quebrados, desde que, claro, haja cuidados metodológicos, reflexão e comprovação efetiva. É nessa segunda linha que Goswami atua — e é onde a Ufologia também pode se inserir. Afinal, ela tenta mudar paradigmas, testando os limites do conhecimento como instrumento de mudanças na forma de pensar o mundo e o universo. Embora não seja um livro sobre discos voadores, A Física da Alma nos faz refletir sobre questões metodológicas e filosóficas que são comuns ao estudo do tema. Por isso, é possível fazer uma leitura comparada que pode nos levar a rever a Ufologia sob outros ângulos, ajudando a enriquecer nosso repertório sobre o assunto.
Abduções
John E. Mack
Educare, 1994
Falecido em 2004, o catedrático em psiquiatria da Universidade de Harvard foi conhecido pelo seu extenso trabalho com abduzidos. Quando começou, ele acreditava que as abduções eram resultado de distúrbios mentais, o que acabou não se comprovando. Em toda sua carreira acadêmica, pesquisou mais de 200 casos, sendo que na obra ele trata de 13 deles, ocorridos com pessoas de ambos os sexos, de dois a 57 anos e de diversas profissões. Mack mostra como estudantes, secretárias, músicos, psicólogos, policiais etc são todos iguais perante os ETs — que podem ser bastante democráticos quando abduzem humanos.
Mack concluiu que o padrão das abduções e dos abdutores parece sólido: são ocorrências que geralmente envolvem lapsos de tempo, transformação pessoal e recepção de mensagens sobre o futuro da humanidade, passadas por seres com olhos negros, grandes e oblíquos. Além disso, suas ações envolvem o uso de instrumentos misteriosos e eventuais abusos sexuais, que causam traumas profundos e consomem horas das vidas dos abduzidos bloqueando suas mentes mesmo durante sessões de regressão hipnótica.