por Renato A. Azevedo
Velocidade de dobra pode ser mais viável do que antes se pensava
Celebrizada pela série Jornada nas Estrelas, a chamada velocidade de dobra foi um recurso para driblar a limitação imposta pelas leis da física em nosso universo, que postulam ser impossível superar a velocidade da luz. Contudo, o próprio espaço-tempo pode ser alterado pela presença da gravidade, como provou Albert Einstein com sua Teoria da Relatividade. Baseado nessa premissa, o físico mexicano Miguel Alcubierre propôs, em 1994, uma teoria para tornar esse recurso da ficção científica uma realidade. Cálculos subsequentes, porém, pareciam comprovar a necessidade de quantidades impraticáveis de energia para fazer o conceito funcionar. Entretanto, durante o recente simpósio 100 Year Starship, realizado no Texas, de 13 a 16 de setembro, Harold White, do Centro Espacial Johnson, da NASA, apresentou uma nova série de argumentos para a teoria de Alcubierre. A ideia é basicamente criar uma bolha ao redor de uma nave, dobrando o espaço diante do veículo e expandindo atrás deste. A nave então “surfaria” uma onda no espaço-tempo contínuo, deslocando-se mais depressa do que a velocidade da luz — mas em conformidade com as leis da física. Os cálculos iniciais davam conta de um dispêndio de energia comparável à massa do planeta Júpiter, mas as correções de White preveem que uma massa de energia de poucas centenas de quilos já seja suficientemente capaz de fazer o serviço. Ele e seus colegas iniciaram experimentos em laboratório para colocar a teoria em prática, tentando criar minúsculas dobras espaciais com raios laser. Esses podem ser os primeiros passos no domínio de uma tecnologia que possivelmente nossos visitantes extraterrestres já utilizem há muito tempo.
Bill Clinton participa de simpósio sobre nave estelar
O ex-presidente norte-americano Bill Clinton foi convidado de honra da organização do simpósio 100 Year Starship, realizado no Texas, de 13 a 16 de setembro. O projeto, iniciado pela Agência de Pesquisa de Projetos Avançados de Defesa (DARPA), destina-se a estudar meios de incentivar o desenvolvimento tecnológico em várias áreas de atuação humana, de modo que a tecnologia e os meios de enviar uma nave além do Sistema Solar estejam disponíveis dentro de um século. “Esse esforço auxilia o avanço do conhecimento e das tecnologias necessárias para explorar o espaço, ao mesmo tempo em que gera as ferramentas essenciais para melhorar nossa qualidade de vida na Terra”, disse Clinton. Do simpósio participaram também os atores Nichelle Nichols e LeVar Burton, de Jornada nas Estrelas, além de autores, cientistas, religiosos e entusiastas. Em um painel foi debatida a validade de embarcar em uma missão interestelar religiões organizadas, com os defensores da tese ressaltando que a espiritualidade faz parte da humanidade.
Localizada a mais distante galáxia conhecida
Trabalhando com imagens dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer, astrônomos liderados por Wei Zhang, da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, localizaram a galáxia MACS1149JD, situada a 13,2 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Os astrônomos puderam detectar o conjunto estelar graças ao fenômeno das lentes gravitacionais. Observando o aglomerado de galáxias vizinhas, eles verificaram como tais corpos muito massivos distorciam e amplificavam, por meio de sua gravidade, a luz de objetos mais distantes — assim, o brilho da antiga galáxia pode ser percebido. Graças ao achado, cientistas esperam poder compreender melhor a evolução do universo em seus primeiros milhões de anos de existência.
Pedidos de dados secretos sobre ETs são maioria
Desde que a Lei de Acesso à Informação entrou em vigor, em maio, de 293 pedidos de requerimentos recebidos pela Aeronáutica, 59 foram solicitações de informações sobre UFOs. Já no Exército os números são mais modestos: de 410 pedidos, a arma recebeu 14 solicitações de divulgação de documentos sigilosos relacionados a discos voadores — a maioria sobre o Caso Varginha. Entre os pedidos há um que trata de um avistamento ocorrido a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em Minas Gerais, em 30 de janeiro de 1985, além de uma requisição para o Exército liberar documentos sobre casos de UFOs registrados em Lins, no interior de São Paulo, em 1968. Sobre Varginha, o Exército desconversou e alegou que o caso foi “devidamente esclarecido à época pelo Comando da Escola de Sargentos das Armas, situada em Três Corações (MG), com a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM), que, após sua conclusão, foi encaminhado à 4ª Circunscrição Judiciária Militar”. Ponto final? Não para os ufólogos!
Asteroide Vesta tem hidrogênio
Lançada em setembro de 2007, a nave Dawn, da NASA, chegou ao asteroide Vesta, de 530 km de extensão, em julho de 2011. Após um ano em órbita, ela rumou para seu próximo alvo, o planeta anão Ceres, também situado no Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter. Os cientistas prosseguem analisando a profusão de dados enviados pela sonda — um dos achados foi a presença de hidrogênio no corpo. A Dawn utilizou seu detector de raios gama e nêutrons e localizou uma inesperada abundância do elemento na superfície, que pode explicar certas características vistas próximas a crateras de impacto nele. Outro achado foi a composição de Vesta, que é muito similar a uma classe de meteoritos chamados de HED, sigla para howardite, eucrite e diogenite, em honra aos cientistas que os descobriram. Com isso, os cientistas podem estudar rochas provenientes do asteroide, determinando como foi sua evolução — eles esperam também determinar como Vesta, formado nos primeiros milhões de anos de existência do Sistema Solar, não se tornou um planeta. A Dawn acionou seus propulsores iônicos para deixar a órbita de Vesta em 05 de setembro rumo a Ceres, onde deve chegar em fevereiro de 2015.
Localizado o quinto melhor candidato à vida alienígena
Utilizando o espectrógrafo HARPS [Sigla em inglês de Buscador de Planetas de Velocidade Radial de Alta Precisão], do Observatório La Silla, pertencente ao consórcio europeu ESO e localizado no Chile, astrônomos da equipe liderada por Xavier Bonfills, da Universidade Joseph Fourier, identificaram o exoplaneta Gliese 163c. Situado na zona habitável de sua estrela, a 50 anos-luz de distância da Terra, esse mundo — cujo ano dura 26 de nossos dias — é um dos melhores candidatos a abrigar vida extraterrestre, de acordo com o Laboratório de Habitabilidade Planetária (PHL), ligado à Universidade de Arecibo, de Porto Rico. Com sete vezes a massa de nosso planeta, Gliese 163c se enquadra na categoria das superterras e pode ser um mundo oceânico, com temperaturas médias ao redor de 60º C em uma atmosfera 10 vezes mais densa do que a nossa. Isso seria quente demais para criaturas complexas, mas os cientistas acreditam que formas simples poderiam sobreviver e prosperar nesse mundo. Bonfills e sua equipe pretendem continuar utilizando o HARPS a fim de encontrar outros mundos habitáveis.