Por Renato A. Azevedo
Radiotelescópios do SETI voltam a operar com doações de celebridades
Depois de desativados por problemas financeiros, os radiotelescópios do SETI no chamado Arranjo Allen, localizado próximo a São Francisco, na Califórnia, voltaram a funcionar em setembro. O Projeto SETI conseguiu arrecadar 200 mil dólares em doações após anunciar a crise por que passava — um dos doadores foi a atriz Jodie Foster, que interpretou Ellie Arroway em Contato [1997], baseado no livro homônimo do saudoso Carl Sagan e no próprio programa. “O SETI pode transformar ficção científica em fato científico, mas somente se estiver ativamente vasculhando os céus”, disse. O Arranjo de Telescópios Allen é formado por 42 antenas de 6 m de diâmetro cada, trabalhando juntas no rastreio de sinais de rádio enviados por civilizações extraterrestres. O instrumento foi batizado em homenagem a Paul Allen, fundador da Microsoft, que financiou sua construção.
Seth Shostak, cientista sênior do SETI — que recentemente ressaltou a incoerência de as sucessivas descobertas de exoplanetas não motivarem maior interesse pelo programa —, disse que é encorajador ver a sociedade apoiar a procura por inteligências extraterrestres. “O SETI, apesar de não ter garantias de sucesso, motiva as pessoas a doar seu dinheiro por interesse na questão”, afirmou. Outros que contribuíram foram o escritor de ficção científica Larry Niven e o astronauta da missão Apollo 8 Bill Anders, que foi duro contra os pessimistas: “É irresponsabilidade da raça humana não vasculhar os céus à procura de evidências de inteligência extraterrestre”.
Brasil à procura de planetas similares à Terra
Um grupo de pesquisadores brasileiros — liderados pelo astrônomo peruano radicado no país Jorge Meléndez — irá realizar um projeto de análise de estrelas similares ao Sol, buscando encontrar planetas semelhantes à Terra. Os pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram programar 88 noites de observação, divididas em quatro anos, no telescópio Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile. O grupo utilizará o espectrógrafo Harps do ESO para analisar 66 estrelas semelhantes ao Sol em tamanho e temperatura. Usando ainda um segundo telescópio, a equipe brasileira analisará a composição química desses astros, esperando determinar a quantidade de elementos mais pesados em cada um deles, como o ferro, e como isso se relaciona ao surgimento de planetas do tipo terrestre.
Teoria dos universos paralelos cresce entre cientistas
O tema dos universos paralelos sempre foi popular na ficção científica, mas agora começa a atrair também o interesse dos cientistas. Dois artigos publicados no jornal Physical Review defendem a ideia de que, na verdade, habitamos um multiverso onde existiriam infinitos universos paralelos — muitos deles com leis físicas bem diferentes das nossas. Para tentar comprovar a ousada afirmação, cientistas procuram por sinais de radiação cósmica de micro-ondas de fundo, aquela residual que ecoa desde o Big Bang. Choques entre nosso universo e outro paralelo, tal como duas bolhas de sabão se tocando, deixariam sinais dessa radiação que nossos instrumentos poderiam detectar. A hipótese dos universos paralelos surgiu a partir da teoria da “inflação eterna”, que postula que, após o Big Bang, o espaço-tempo se expandiu em diversas frentes e níveis, formando outros “universos-bolha”. Isso resolveria também o problema de nosso universo parecer tão propício para a formação de galáxias, estrelas, planetas e vida. Se há um infinito número de universos, então é mais provável que uma boa quantidade deles exiba essas características benignas, como o nosso. A teoria também permite a constatação de que em um universo paralelo possa existir outro planeta Terra — onde viveriam cópias exatas de cada um de nós, também tecendo especulações sobre essas mesmas ideias…
José Gabriel Funes fala sobre extraterrestres no Rio
O diretor do Observatório do Vaticano, José Gabriel Funes, esteve no Rio de Janeiro em agosto para o evento O Universo em Evolução, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Fundação Planetário, e voltou a afirmar que não existe incompatibilidade entre a fé católica e a existência de vida e inteligência extraterrestres. Para Funes, o Big Bang e o gênese bíblico não são contraditórios, mas caminhos diferentes do ser humano em busca do conhecimento. O astrônomo disse que ciência e fé têm seus próprios métodos e linguagens, mas que podemos aprender com ambas. “A Bíblia não é um livro de ciências, e, portanto, não se deve interpretar literalmente o que ali está escrito”, afirmou ao criticar a equivocada crendice do criacionismo e a tese do “design inteligente”. Disse também que ainda não existem provas de vida alienígena, mas que ela deve existir com certeza, dada à imensidão do universo. “Não há conflito entre a existência de vida extraterrestre e a doutrina da Igreja”.
Prêmio Nobel afirma que invasão ativaria a economia
Falando ao programa Global Public Square, apresentado por Fareed Zakaria na CNN, o economista e ganhador do Prêmio Nobel Paul Krugman afirmou que a atual crise econômica norte-americana seria debelada se houvesse uma ameaça de invasão extraterrestre. “Nesse caso, haveria grande aumento na despesa pública com a defesa e as pessoas produziriam e consumiriam bens para se proteger, reativando a economia”, afirmou. Diante do investimento em massa para conter supostos ETs invasores, Krugman afirmou que a inflação e o déficit orçamental se tornariam secundários, e a recessão terminaria em 18 meses. “Minha ideia veio de um episódio da série de TV Beyond Reality, e mesmo que a invasão alienígena se revelasse um problema, de qualquer forma a economia estaria melhor e estabilizada”. Kenneth Rogoff, ex-diretor do FMI e que também participou do programa, disse, sarcástico, que os Estados Unidos então necessitariam de um Orson Welles para implementar o plano de Krugman — referindo-se ao realizador da famosa transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, que causou pânico no país em 1938.
Série literária Perry Rhodan completa 50 anos
A maior série literária de ficção científica do mundo completou 50 anos em setembro. Publicada ininterruptamente na Alemanha desde 1961, Perry Rhodan foi pioneira ao abordar viagens espaciais mais velozes do que a luz e a mostrar pessoas dotadas de poderes extraordinários — anos antes de Jornada nas Estrelas na TV [1966] e X-Men nos quadrinhos [1963]. A série inovou na crítica contra a Guerra Fria descrevendo como Rhodan conheceu os alienígenas arcônidas no primeiro voo lunar, ocorrido na trama, em 1971, e como usou sua tecnologia para fundar a Terceira Potência, impedindo a eclosão de uma nova guerra mundial. No Brasil, a série foi publicada pela Ediouro e SSPG, e os livros podem ser encontrados em sebos. Foi anunciado recentemente que um novo produto, Perry Rhodan Neo, será lançado em setembro e marcará um reinício da trama. Dessa vez, o personagem que dá nome ao título faz sua viagem lunar em 2036, e a nova linha será publicada paralelamente à já existente. Para mais informações, consulte o blog desse consultor no Portal da Ufologia Brasileira [ufo.com.br].