Aumentam as revelações sobre Marte… E também a miopia científica sobre vida extraterrestre
Tempos interessantes estes que estamos vivendo. Mas também de muita reflexão e perplexidade. Nos últimos meses, tivemos grandes personalidades de diversos setores da sociedade se manifestando quanto à vida extraterrestre. Por exemplo, em 12 de maio, o cientista e jesuíta José Gabriel Funes, diretor do Observatório do Vaticano, para espanto de todos, afirmou “que Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas do mesmo jeito que criou o universo e os homens”. Uma declaração assim, partindo de um destacado integrante da Santa Sé, não ocorre todo dia. Está certo que ela não contém exatamente uma novidade para os ufólogos, que lidam com a materialidade do Fenômeno UFO em caráter rotineiro. Mas o que se analisa é o estrondoso efeito – positivo – que uma declaração como esta tem sobre a população, especialmente os católicos. A afirmação do religioso tem sido vista por setores da Igreja como uma espécie de “senha”, para que a comunidade católica passe a ser mais tolerante com certas realidades que nos esperam. “Não reconhecer a existência de outras espécies cósmicas é menosprezar a capacidade criativa de Deus”, arrematou Funes, para quem ainda não tinha entendido.
Pouco depois, em 24 de julho, o astronauta Edgar Mitchell, sexto homem a pisar na Lua, tendo chegado lá na Apollo 14, também surpreendeu o mundo com suas declarações. Mitchell, que há décadas ensaia uma apresentação mais bombástica de seus pensamentos sobre vida extraterrestre – e que volta e meia causa um furor aqui e ali –, disse desta vez, em alto e bom tom, primeiro à imprensa norte-americana e depois para a mundial, que ETs já mantêm contatos com a humanidade há pelo menos 60 anos, e que este fato vem sendo mantido sobre sigilo pelas autoridades mundiais desde então. Para ele, a política de acobertamento, tão execrada por ufólogos do mundo inteiro, muitos dos quais já a tinham como obsoleta – um ledo engano –, continua não somente em vigor, mas fortalecida com recentes informações de que teria aumentado o número de registros ufológicos nos últimos meses. “As autoridades mundiais, principalmente as norte-americanas, sabem muito bem disto e têm mantido a população na ignorância”, declarou ao âncora da CNN, Larry King, em programa de explosiva audiência.
Na esteira de Mitchell, seu colega da Apollo 11, Buzz Aldrin, também reforçou declarações feitas anteriormente, alusivas a observações de UFOs no espaço. Aldrin e Mitchell fazem parte de um seleto grupo de personalidades espaciais, as que foram pioneiras na área e, portanto, têm “direito adquirido” de falarem o que bem entenderem. Mas o fazem com muita prudência. Mitchell, por exemplo, ainda reluta em dar detalhes de avistamentos que teve de naves alienígenas durante o vôo da Apollo 14. “Ele tem se manifestado à vontade sobre generalidades da vida extraterrestre, mas não entra no âmago da questão e não revela em detalhes suas próprias experiências”, disse recentemente um grande ufólogo dos EUA, para quem isso tudo é uma “cortina de fumaça”. Que seja, mas não se pode ignorar que Mitchell, como Funes, chamou a atenção da platéia. Infelizmente, pouca atenção no Brasil. Mas, no resto mais civilizado do mundo, as declarações de ambos tiveram grande repercussão.
Lendo nas entrelinhas
Some-se a elas um número cada vez maior de pequenas revelações sobre as verdadeiras características de Marte, que, isoladas, parecem pouca coisa, mas, se somadas, apenas nos últimos 36 meses, praticamente renovam tudo o que se sabia sobre o Planeta Vermelho. A mais recente e interessante delas é a de que Marte tem água em estado líquido, condição básica para haver microorganismos talvez ainda vivos no vizinho. Isso, quando constatado, causará um reboliço nos meios científicos. Pode parecer um dado insignificante, mas não é. A constatação da existência de vida em Marte, ainda que microbiana, é a confirmação de que há vida fora da Terra. Isso muda muita coisa para os pobres terráqueos. Numa analogia básica, se até alguns anos atrás era patente que o planeta era completamente estéril, e agora já não é mais, conceitos em todas as pontas da ciência podem e precisam ser revistos. O catecismo cartesiano sai arranhado desta experiência. Mas, depois, fortalecido.
A nova informação, no entanto, precisa ser lida desde suas entrelinhas. O que se anunciou agora é que os técnicos da missão Phoenix, uma sonda que explora o solo de Marte desde 25 de maio, descobriram água líquida no planeta. Uma semana antes, a sonda havia confirmado a existência de gelo lá, mas a nova descoberta é muito mais auspiciosa. E por que ler isso nas entrelinhas? Simples: a sucessão de revelações sobre nosso inquieto vizinho cósmico tem produzido a idéia, cada vez mais clara, de que há ainda muito a se falar sobre Marte. É como se as autoridades soubessem de “algo mais”, com a sensação adicional de que já sabem disso há bastante tempo, tendo sempre evitado revelar tais fatos. E agora, na iminência de alguma coisa mais impactante acontecer, correm atrás do prejuízo apressando o ritmo de suas “descobertas”, talvez conhecidas há bem mais tempo. Mitchell e Aldrin, apenas para citar estes dois, concordam que as autoridades sabem demais e falam de menos, e que estão arrependidas de manterem sigilo por tanto tempo, mas não têm muitas opções de quebrá-lo agora sem ferir princípios importantes para a sociedade.
No entanto, o que chama mais atenção ainda, quando se lê as entrelinhas de todas estas recentes revelações, de Funes a Mitchell, de Aldrin a Marte etc – e aqui tratamos apenas de umas poucas –, é que, enquanto aumentam em número, parecem fazer aumentar também em intensidade a miopia científica quanto à vida extraterrestre. Não falamos aqui de vida microbiana, primitiva, como se revelará muito breve existir em Marte – querem apostar? Falamos aqui de vida inteligente, estruturada em sociedades alojadas em planetas em avançado estágio tecnológico e espiritual. Esta que, para os ufólogos, é tão óbvia, visto que já somos visitados por outras espécies cósmicas há milênios, documentadamente e com tremenda intensidade, principalmente nas últimas seis décadas. Eis o problema. Seis décadas de fabulosa movimentação alienígena em nossos céus, milhões de avistamentos de credibilidade registrados pelas forças armadas de dezenas de países, pousos e evidências físicas, detecções feitas por radares do mundo inteiro e, principalmente – a ponta do iceberg –, milhares de abduções alienígenas inquestionáveis. Tudo isso parece não ter qualquer significado para a maioria dos segmentos da ciência acadêmica, assim como parece não importar também para a mídia.
Sono letárgico
Exemplos deste descaso acompanham, justamente, as manifestações dos indivíduos citados acima. O astrônomo oficial do Vaticano diz que não estamos sós no universo, e isso atrai menos interesse da ciência do que algumas gotas de água em Marte. Dois astronautas da elite da NASA afirmam que as autoridades sabem sobre a presença alienígena na Terra, e isso atrai menos interesse do que o parafuso engripado da roda esquerda da Phoenix. O que está acontecendo? Vejam, por exemplo, as edições das revistas Superinteressante, de agosto, e Istoé, do dia 11 do mesmo mês. Ambas são dedicadas às recentes descobertas, e ambas tratam do assunto com seriedade. A Superinteressante chega a afirmar em sua capa que não estamos sozinhos, e a Istoé se questiona se estamos mesmo. Mas nenhuma delas faz alusão à espetacular casuística registrada em todo o globo por ufólogos civis e autoridades militares, que não deixam margens para dúvidas justamente quanto ao que ambas as publicações tratam – a existência de outras espécies. Chega a ser frustrante que seja assim, mas, talvez, apenas o pouso de uma nave na Praça dos Três Poderes, em Brasília, vá acordar a ciência e a mídia de seu eterno sono.
TOME NOTA
Setor editorial da UFO é transferido para Curitiba
Já está funcionando na capital paranaense, desde o fim de setembro, a parte editorial da Revista UFO. Este editor montou em Curitiba uma sucursal da publicação, de onde as revistas são produzidas agora e algumas outras atividades são organizadas. A mudança se deu para que fosse possível a operacionalização do Instituto Carl Sagan (ICS), lançado recentemente, que tem sede naquela cidade. Os demais setores da UFO permanecem em Campo Grande (MS), e os e-mails, fax e fones de contato continuam inalterados até o final de 2008, quando novas mudanças serão comunicadas e toda a estrutura da revista esteja definitivamente transferida para o Paraná.
NPU prepara terceira edição do Fórum Mundial
A entidade ufológica brasileira que mais organiza eventos na área no país, o Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), de Curitiba, anuncia a realização, no Carnaval de 2009, da terceira edição do Fórum Mundial de Ufologia. O primeiro encontro da série ocorreu em Brasília, em dezembro de 1997, sendo organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), com apoio da Legião da Boa Vontade. O segundo ocorreu em novembro de 2007, em Curitiba, já como realização do NPU e apoio do CBPDV e da Revista UFO. Para o terceiro evento, Rafael Cury [Foto], co-editor da UFO e presidente do NPU, pretende reunir cientistas, militares, autoridades e astronautas, ao lado de ufólogos de vários países, para debater o Fenômeno UFO em alto nível. Alguns cosmonautas russos já estão sendo contatados e confirmaram presença.