A valorização dos pioneiros que construíram a história da Ufologia Brasileira
Além da diligente investigação da presença alienígena na Terra e da responsável divulgação dos resultados obtidos à toda a sociedade, a Revista UFO também tem como meta a constante valorização dos personagens envolvidos neste processo, sejam eles veteranos ou iniciantes. Nesta última categoria, a publicação regularmente incorpora ao seu Conselho Editorial novos talentos recém descobertos, pessoas que, muitas vezes de forma anônima, contribuem significativamente para o avanço no entendimento da fenomenologia ufológica. E por sua comprovada atuação na área, são convidados para ingressar na Equipe UFO [Em quase todas as nossas mais recentes edições temos anunciado novas aquisições].
Mas a Revista UFO também tem a perene preocupação de valorizar aqueles personagens que, na primeira categoria acima, deram forma e conteúdo à investigação dos discos voadores no país, nos anos 40, 50 e 60, quando o tema era quase desconhecido ou muito mal entendido por todos. A estes pioneiros da Ufologia Brasileira coube a árdua tarefa de iniciar o processo de implantação da idéia de que não estamos sós no universo, lutando contra arraigados preconceitos e inúmeras adversidades para estabelecer no país a consciência de que estamos sendo visitados por outras espécies, provenientes de outros mundos do firmamento. Eles tiveram que trilhar caminhos ainda selvagens e tatear a ponta do iceberg, que era o ainda incipiente fenômeno ufológico, que já lhes causava paixão.
Um de nossos maiores pioneiros, o professor de história mineiro Húlvio Brand Aleixo, ainda na década de 50, recorria à carona dos amigos que iam para as áreas rurais de seu estado, para encontrar novas testemunhas, que juravam que o que haviam visto “era coisa do capeta”. Outro destes valorosos veteranos, o médico alemão radicado no Rio de Janeiro Walter Karl Bühler percorria o Brasil inteiro em seu fusquinha, atingindo tanto longínquas regiões do Nordeste como do Rio Grande do Sul para levantar novos casos. E a grande “matriarca” da Ufologia Brasileira, a professora de inglês carioca Irene Granchi, que foi educada na Europa e desde menina, já no Brasil, se apaixonou pelos UFOs e subia e descia morros do Rio, em plenos anos 60, empunhando um pesado gravador, com o qual gravava impressionantes depoimentos de testemunhas.
“Abrindo picadas na mata” — Mas estes e muitos outros pioneiros da Ufologia Brasileira – não citados, mas igualmente reverenciados neste artigo – fizeram muito mais do que apenas “abrir picadas na mata”, por onde depois passariam novas gerações de estudiosos e pesquisadores do Fenômeno UFO. Eles deram às tais novas gerações, além do imprescindível exemplo de como fazê-lo, também o conhecimento necessário e o devido incentivo para que chegassem lá. Os ufólogos que sucederam estes veteranos já encontraram um cenário trabalhado, com um formato relativamente definido, esculpido com o labor pelos pioneiros. Encontraram o terreno já semeado para a colheita e tiveram apenas que aperfeiçoar os métodos que lhes foram ensinados, para obter mais e melhores resultados.
A atual geração de estudiosos do Fenômeno UFO, a que mais realiza em nosso país, recebeu herança direta daqueles veteranos. Os principais fundamentos da Ufologia Brasileira estão apoiados nas colunas que eles ergueram. Esta publicação, por exemplo, foi erigida tendo como exemplos dois personagens de nossa história. O primeiro foi o ufólogo açoriano radicado no Rio Grande do Sul José Victor Soares, que transmitiu a este editor e à boa parte do Conselho Editorial da UFO, métodos investigativos e modelos de organização no lido com a informação ufológica, além da importância do contato “olho no olho” com as testemunhas, a chamada investigação de campo. O segundo foi a “matriarca” Irene Granchi, que, além de transmitir os mesmos valores de Soares, ainda deu o exemplo da persistência e da luta obstinada pelas respostas para a fenomenologia ufológica, inclusive em níveis além dos convencionais. Se a Revista UFO chegou a duas décadas e meia de existência, foi seguindo o legado destes dois pioneiros, assim como recebendo o apoio de muitos outros.
O processo de valorização daqueles que construíram e ajudaram a manter em pé a Ufologia Brasileira deve ser constante. E foi isso que se viu no encerramento do I Encontro de Ufologia do Rio Grande do Sul, realizado conjuntamente pelo Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU) e pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Espaciais e Ambientais (GEPEA) em 12 e 13 de abril, em Porto Alegre (RS). Na ocasião, a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), a Revista UFO e as entidades organizadoras ofereceram uma merecida homenagem aos pioneiros José Victor Soares, Ernesto Bono e Atílio dos Santos Oliveira, todos residentes naquele estado e ilustres conhecidos da Comunidade Ufológica Brasileira, e em especial da gaúcha.
Mais de 600 casos — José Victor Soares, sobre quem já falamos há pouco, estabeleceu-se no Rio Grande do Sul há cinco décadas, e de lá para cá investigou pessoalmente nada menos do que 600 ocorrências ufológicas, inclusive algumas que ficaram mundialmente conhecidas, como o ataque de um UFO a um soldado de Alegrete, no sudoeste do estado. Ainda nos anos 70, Soares fundou a Irmandade Cósmica Cruz do Sul (ICCS), através da qual ensinou legiões de jovens a fazerem pesquisas. Hoje a entidade se chama Grupo de Estudo das Naves Extraterrestres (GENA) e está localizada na cidade de Gravataí (RS). Atílio dos Santos Oliveira é outro desbravador da Ufologia Gaúcha, além de militante em várias outras áreas que há mais de 50 anos se dedica a difundir o conhecimento paracientífico. Fundador do Instituto de Cosmobiologia Social (ICS), Oliveira pesquisou e revelou o caso de perseguição por um UFO que aconteceu com o deputado estadual Paulo Azeredo.
E Ernesto Bono é o outro grande conhecido da Comunidade Ufológica Brasileira, em especial dos leitores da UFO. Um dos maiores especialistas brasileiros em religiões orientais, Bono migrou para a para-psicologia e, conseqüentemente, para a Ufologia como resultado da intensificação de seus avançados estudos. Autor de dezenas de livros em todas estas áreas – entre os quais É a Ciência uma Nova Religião? [Editora Civilização Brasileira, 1971], A Grande Conspiração Universal [Zenda Editora, 1994] e O Apocalipse Desmascarado – Nem Anjos nem Demônios, Apenas ETs [Editora Renascença, 1997] –, Bono tem um afinado raciocínio sobre nossos visitantes extraterrestres. A todos estes valorosos buscadores, que tiveram a generosidade de nos ensinar o caminho, nossa sincera homenagem e agradecimento.
A Revista UFO ganha novos membros
Novos ufólogos passam a integrar o Conselho Editorial da Revista UFO a partir desta edição, fazendo com que a Equipe UFO ultrapasse a marca de 100 consultores. Desta vez, quatro novos estudiosos se incorporam ao grupo na condição de consultores, auxiliando na produção de cada nova edição da publicação. São eles o paulista Osmar Freitas, o paranaense Inajar Antonio Kurowski, a carioca Gilda Moura e o gaúcho Rafael Amorim.
Gilda Moura é uma das mais experientes e respeitadas pesquisadoras de abduções alienígenas do país, com reconhecimento também no exterior, graças à palestras e trabalhos realizados em vários países, em espacial Portugal e Estados Unidos. É autora de importantes livros, como Transformadores de Consciência [Nova Era, 1996] e O Rio Subterrâneo: A História de um Caminho [Editora Best Seller, 1999].
Veterano em investigações ufológicas, com quase 30 anos de experiência, Osmar Freitas se especializou na análise casuística do estado de São Paulo. Foi um dos fundadores da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB), em 1983, e do Grupo de Estudos de Objetos Não Identificados (GEONI), que dirigiu por mais de duas décadas ao lado do saudoso Marcos Silva. Freitas ainda esteve envolvido em inúmeras pesquisas e realiza pequenos eventos e atividades na área. Foi apadrinhado por nosso co-editor Claudeir Covo.
Inajar Antonio Kurowski, um nome relativamente novo no meio, é um ativo estudioso do Fenômeno UFO que se especializou numa das áreas de maior carência da Ufologia, a análise de imagens. Médico veterinário formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-graduado em metodologia da ciência pelas Faculdades Integradas Bezerra de Menezes, Toni, como é conhecido, é perito do Instituto de Criminalística do Paraná, em Curitiba. Ele se especializou em fotografia forense, entre outras áreas, e tem prestado relevantes serviços à Revista UFO na interpretação de fotos e vídeos de supostos UFOs.
O ufólogo gaúcho Rafael Amorim é presidente do Núcleo de Estudos Ufológicos de Santa Cruz do Sul (NEUS), localizado na cidade homônima, no centro do Rio Grande do Sul. Habilidoso investigador de campo e competente conferencista, Amorim é ainda chefe escoteiro e publicitário, e realiza reuniões regulares em sua cidade, nas quais ensina método de pesquisa ufológica a estudantes e interessados. Sejam todos muito bem-vindos à Família UFO.