O país e o mundo acompanham estarrecidos o noticiário internacional, que apresenta uma Amazônia como nunca se viu antes. Desfigurada por uma seca jamais registrada, a região padece de problemas que nunca sonhou existir. Chega a faltar água potável em muitos municípios amazônicos, que sempre tiveram nos rios ao redor abundante fonte do líquido. É que os mananciais, muitas vezes, se encontram contaminados pelas toxinas dos peixes que morrem a cada instante, por falta de oxigênio. Nunca se viu isso antes, nesta proporção. Nem perto. Jamais foram apresentadas pelos jornais imagens tão chocantes quanto as que estampam as edições de setembro e outubro. Queimadas sufocantes, aridez marroquina. Nem especialistas no efeito estufa mais pessimistas, que andam por aí, projetaram uma situação dessas. E quando o fizeram, em tons bem menos graves, estimaram que sua futurologia só se concretizaria entre 2020 e 2030. Que nada. Em plena seca de 2005, muito antes do esperado, o planeta Terra agoniza e o Brasil mostra suas chagas. A Amazônia que vemos hoje certamente não é a mesma que tínhamos há poucos anos atrás.