Rods, espiritualismo, vibração, flotillas e encontro com militares
Começo a seção deste mês tratando da edição 110 e questionando o controvertido assunto da matéria Rods: Uma Nova Forma de Vida. É prudente destacar que os rods podem mesmo ter uma explicação prosaica e simples, além das hipóteses mencionadas no artigo. Se eles já podem ser filmados em locais fechados e com pouca iluminação, como poderiam se mover a “altíssimas velocidades”, segundo alega o texto? Aliás, na matéria deduz-se que os rods possam viajar entre “250 e 1.650 km/h”! Sendo a velocidade de quebra da barreira do som [Mach 1] de 1.255 km/h, isso significaria que os rods podem viajar a velocidades supersônicas sem causar estrondos e nem perturbações atmosféricas. Como isso seria possível? Mesmo sendo cineasta e editor de vídeo profissional com muita experiência, José Escamilla deve estar preparado para aceitar que os rods podem ser qualquer coisa, até aquilo que se oponha ao que ele acredita que eles sejam.
Subprodutos alienígenas — O artigo de Alonso Valdi Régis na mesma edição, ETs na Criação, explora um assunto polêmico – qual não é em Ufologia? – e recorrente em debates ufológicos: seriam os seres humanos meros subprodutos de uma experiência exógena que não deu certo? Embora contenha muitas informações, algumas baseadas em fatos históricos e outras em especulações, o texto parte de premissas que devem obrigatoriamente ser aceitas, para se tornarem válidas. Mas isso ainda, e infelizmente, não pode ser corroborado de forma efetiva. Já o artigo Novas Frotas de UFOs no México continuou o hábito de utilizar adjetivos inadequados para classificar o fenômeno, o que tem criado um atrito desgastante entre os pesquisadores. Sem entrar em considerações sobre as qualificações do controverso Arturo Robles Gil, destaco que até o momento nenhuma das partes envolvidas na questão – ufólogos e céticos – apresentaram um estudo técnico de qualidade das alegadas flotillas. Ainda, os ufólogos envolvidos devem fornecer as informações técnicas necessárias para se estudar os vídeos e os relatos.
Parece existir uma constante necessidade de forçar uma situação nas declarações do ufólogo mexicano Santiago Yturria Garza na utilização de termos como “comoção”, “alarmante”, “gravidade” etc, como se vê em seus textos. O mesmo se observa em listas de debates na internet e contatos com pessoas que residem no México. Ele afirma que as críticas vindas do exterior, principalmente – e curiosamente – do Brasil e EUA, não se sustentam perante as evidências de que os objetos são “grandes” e estão a “distância considerável”, de acordo com as análises efetuadas. Mas que análises? Porém, o último parágrafo do artigo escrito pelo ufólogo é louvável e digno de destaque. Sem dúvidas, algumas das filmagens são curiosas e merecem cuidadosa pesquisa e análise, e também é muito importante a observação de que ainda não se tem qualquer hipótese sustentável para explicar o fenômeno – sendo o mesmo, por enquanto, considerado UFOs.
Visão espírita — Yturria Garza ainda alega que a regra geral incorretamente utilizada pela Ufologia, até hoje, é a de que qualquer coisa relacionada a UFOs seja sinônimo de atividade alienígena. Porém, observo que a culpa desse erro, que se arrasta por décadas, é dos próprios ufólogos! Já a matéria UFOs no México, sobre o mesmo tema, escrita por Ana Luísa Cid, está pontual e muito bem direcionada, mostrando que uma boa pesquisa realmente foi conduzida e concluída. Continuando, o artigo de Pedro de Campos Uma Visão Espírita dos Alienígenas nos remete a um aspecto ainda mais polêmico do estudo da Ufologia. Antes de se apelar para termos incompreensíveis, como “ultraterrestres”, para explicar comportamentos aparentemente impossíveis – como o de UFOs que atravessam o solo, entidades que desaparecem no ar etc –, precisamos descobrir se esses fatos realmente ocorrem ou se são algo implantado na mente das testemunhas para acreditarem em algo considerado impossível?
Sempre me questiono se entidades vivas de consistência sutil necessitariam de ambientes densos para viver. O que você acha, prezado leitor? Por fim, o artigo de Nelson Granado Mudança Vibratória do Planeta Terra chama a atenção para a questão da mudança de conduta e conquista de uma consciência baseada em princípios mais universais. É um assunto interessante, mas o senti completamente deslocado dentro de uma publicação que visa o estudo da Ufologia.
Sobre a edição 111, que retrata o histórico encontro entre ufólogos civis e representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) em visita ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), essa é realmente digna de destaque. E em minha opinião, o melhor resultado desse encontro foi registrar, sem dúvidas e especulações, o que eu já vinha afirmando há anos: as Forças Armadas não possuem pessoal qualificado e nem procedimentos específicos para tratar de casos envolvendo o Fenômeno UFO. Isso foi claramente afirmado pelo comandante do Comdabra, major brigadeiro-do-ar Atheneu Francisco Terra de Azambuja. O encontro de 20 de maio foi realmente um fato inédito no Brasil. E mostrou também que casos envolvendo os militares e pessoal capacitado podem estar sujeitos a erros de avaliação e julgamento. Agora, o procedimento seria formar uma equipe de nível científico dentro da Ufologia para se estudar esses casos quando – se forem – de alguma forma liberados.