O ônibus espacial Discovery decolou no dia 04 de julho para uma missão de 12 dias, em meio a dúvidas sobre sua segurança e após dois adiamentos causados pelo mau tempo na região de Cabo Canaveral no fim de semana. Depois de entrar em órbita, a Discovery modificou levemente sua trajetória rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). O acoplamento com o complexo em órbita deverá acontecer na próxima quinta-feira – 06 de julho -, segundo o programa previsto pela Nasa para a missão. Existe a possibilidade de a missão, que também incluirá dois passeios espaciais, se prolongar por um dia para realizar uma terceira atividade extraveicular. “A tripulação está realizando as últimas confirmações e se dispõe a abrir a comporta de carga”, indicou o controle em Houston, onde o clima era de comemoração. Na primeira missão espacial tripulada, realizada no período de um ano pela Nasa, a nave com sete tripulantes decolou às 14h38 (15h38 de Brasília) do Centro Espacial Kennedy sem o registro de problemas.
“A aventura começou. O lançamento aconteceu de acordo com as previsões”, disse o controle da missão depois que o motor principal da nave foi desprendido. Esta foi a primeira decolagem de uma nave da Nasa e ocorreu no Dia da Independência dos Estados Unidos. Câmeras instaladas na nave e em terra para acompanhar de perto a decolagem não detectaram nenhum desprendimento de espuma isolante, o que preocupava a Nasa, já que nesta segunda-feira foi descoberta uma fissura nesse material, que cobre o tanque externo do Discovery.
O desprendimento de um pedaço de espuma isolante fez com que a nave Columbia se desintegrasse, matando seus sete tripulantes no dia 01 de fevereiro de 2003. O problema repetiu-se, sem conseqüências, durante a missão realizada pela Discovery rumo à ISS em julho do ano passado, e as autoridades cancelaram as viagens das naves para realizar uma série de modificações no tanque externo. Além de levar carga e um novo tripulante para a ISS, o astronauta alemão Thomas Reiter, a missão STS-121 do ônibus espacial deve testar as remodelações feitas na nave, que custaram US$ 1,3 bilhão para a Nasa. Essas modificações incluem um novo desenho do sistema de isolamento do tanque, a inspeção em vôo do sistema de proteção térmica e a capacidade de realizar uma missão de resgate caso seja necessário.