Existem em nosso país inúmeras cidades e vilarejos que têm grandes riquezas culturais, naturais e sobrenaturais desconhecidas do grande público. A cidade de Antonina, no litoral do Paraná, é um exemplo típico. Situada a 77 km da cidade de Curitiba, tem aproximadamente 18 mil habitantes e muita história para contar. Uma das cidades mais antigas do estado, Antonina surgiu por volta de 1714 com a instalação de um pequeno povoamento voltado à captura de índios e à mineração. Com o desenvolvimento, surgiram fazendas alimentadas pelo trabalho escravo. Esses aspectos contribuíram para a formação de diversas lendas, algumas relacionadas aos cativos e a tesouros enterrados, e outras voltadas ao mito folclórico da Mãe d’Ouro, que hoje sabemos tratar-se de um fenômeno ufológico, do qual falaremos adiante.
A natureza exuberante do local impressiona. A cidade, localizada às margens da Baía de Antonina, é cercada de pequenos morros que oferecem vista tanto para o oceano quanto para a Serra do Mar, que surge imponente a alguns quilômetros do centro da cidade. A montanha mais alta do sul do Brasil, o Pico Paraná, com 1.922 m de altura, está localizada no trecho da serra que pertence ao município. Originados ali, inúmeros rios cortam a região, ideais para esportes de aventura, pesca e lazer. Com tantos atrativos, Antonina é única e recebe todos os tipos de turistas. E é difícil alguém por lá que não tenha uma história para contar sobre algo estranho, anômalo, ufológico ou sobrenatural. É uma cidade onde qualquer pesquisador de temas insólitos se sentiria em casa. Embora o povoamento de Antonina tenha começado apenas no século XVIII, a região já era habitada há aproximadamente 10 mil anos por índios de várias etnias.
Povos antigos
A maioria das tribos era nômade e deixou diversos registros de sua passagem pela região. Entre eles se destacam os chamados sambaquis — aterros formados por moluscos e ossos de animais consumidos pelas tribos. Esses aterros, alguns com até 25 m de altura, eram considerados sagrados e neles ocorriam eventos religiosos e sepultamentos. Um dos mais importantes sambaquis situa-se na Ilha do Corisco, na Baía de Antonina. Nele, ainda hoje são encontrados restos humanos que aguçam a imaginação dos moradores e estimulam o surgimento de novos mitos e lendas. A aura de mistério que paira sobre a cidade influi até mesmo em atividades humanas bem atuais.
Instalada a 30 km de Antonina, a Usina Hidrelétrica Parigot de Souza, por suas particularidades de construção — que incluem um túnel de aproximadamente 15 km escavado em rocha e com desnível de 756 m —, tornou-se também fonte de histórias. Devido a tais características, boatos relacionados à usina misturam-se com lendas de cavernas subterrâneas que começariam na Serra do Mar paranaense e terminariam nos Andes. Conta-se até que por esses caminhos indígenas brasileiros teriam mantido relações com os incas em períodos anteriores ao descobrimento do Brasil.
Outra polêmica da região refere-se a uma suposta pirâmide que existiria em um local ermo na área do município, escondida pela densa vegetação. Para uns, ela estaria oculta nos pés da Serra da Farinha Seca, que é apenas uma entre as várias cadeias de montanhas que compõem a Serra do Mar. De fato, quem fizer o passeio de trem entre Curitiba e Morretes, em um dia claro, pode ver uma formação piramidal aos pés dessas formações. Para outros, porém, ela estaria próxima à cadeia de montanhas da Serra Ibitiraquire, onde se situa o Pico Paraná. Em ambos os casos, a tal pirâmide não estaria muito longe da sede da usina. Alguns dos montanhistas mais antigos, profundos conhecedores dos segredos da Serra do Mar, afirmam que tal pirâmide realmente existe e estaria em local de difícil acesso — um deles, que não deseja ser identificado, afirma categoricamente que esteve próximo à base da construção e que, ao perceber que estava sendo seguido, escondeu-se. Pouco tempo depois, avistou militares armados andando pela mata. O que seria mito e o que seria real em relação a tal pirâmide?
Lendas ufológicas
Outras lendas antoninenses relacionam-se mais diretamente com fatos ufológicos, como a da Cigana Bartira. Segundo a história, um grupo de ciganos montou acampamento na cidade e Bartira, filha do chefe do grupo, ao sair para cavalgar com sua égua, sofreu um acidente e faleceu. O padre da cidade não permitiu que a moça fosse enterrada no cemitério local e Bartira foi sepultada no próprio acampamento. Pouco tempo depois, o grupo partiu de Antonina deixando para trás a égua, que ficou vagando nas proximidades do túmulo da sua dona até morrer. Não tardou para os moradores da região começarem a ver um equino sem cabeça que aparecia pela área em determinadas noites. Essa lenda é similar à da Mula sem Cabeça, conhecida no Brasil inteiro. Segundo o veterano ufólogo Antônio Faleiro, consultor da Revista UFO e autor de UFOs no Brasil [Biblioteca UFO, 2002], este mito seria, na verdade, um fenômeno ufológico mal interpretado. Para ele, o que a população teria visto seria um objeto voador à baixa atitude emitindo luz direcionada ao solo.
Além da lenda da Cigana Bartira, existem histórias envolvendo a Mãe do Ouro no local, surgidas nos tempos de garimpo e repassadas de geração em geração, até os dias de hoje. Assim como a Mula sem Cabeça, esta lenda, que tem sua origem em um foco de luz noturno, seria um fenômeno ufológico mal compreendido pelos moradores. Um dos contos existentes na região descreve a lenda da seguinte maneira: um escravo, chamado Jerônimo, trabalhava em um garimpo na região de Antonina e teria visto a Mãe do Ouro descendo em um pequeno morro da região. Jerônimo então subiu até o local, onde se deparou com uma mulher resplandecente que lhe deu pepitas de ouro, as quais ele entregou ao seu senhor.
Casos impressionantes
Atualmente, Antonina continua sendo palco de eventos ufológicos e sobrenaturais. Embora a maioria da população seja evangélica e alegadamente cética em relação a estranhas histórias, relatos envolvendo espíritos e assombrações são comuns tanto em ambientes urbanos, como em ambientes rurais. Em 2007, por exemplo, pescadores locais estavam assustados com boatos de uma cobra gigante que estaria sendo vista à noite na Baía de Antonina — as aparições duraram aproximadamente seis meses e terminaram abruptamente sem que ninguém pudesse
capturar ou identificar o estranho animal.
Ocorrências do Fenômeno UFO são constantes naquele local. Entre os meses de fevereiro e maio de 2007, por exemplo, um objeto de grandes dimensões foi observado no distrito rural de Rio Pequeno, situado aos pés da Serra do Mar. O aparelho era esférico, com aproximadamente 80 m de diâmetro e extremamente silencioso. Uma das testemunhas, o senhor Antônio Pinheiro, avistou o artefato em pelo menos três ocasiões. Em cada uma dessas aparições animais da região surgiram mortos e sem os olhos. Em um dos episódios, Pinheiro pôde observar duas pessoas a bordo da nave, que em dado momento emitiu um facho de luz forte o suficiente para iluminar grande parte das montanhas.
Contatos de terceiro grau
Impressionado com tais fatos, o sitiante procurou a sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do município, acreditando que os funcionários teriam interesse em investigar tais fatos, o que não ocorreu. Mas uma representante do órgão contatou o Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX) e o Grupo de Investigação de Fenômenos Marítimos Aéreos e Terrestres (Gifmat), que investigaram casos ufológicos na região na área da Usina Parigot de Sousa.
Próximo do distrito de Rio Pequeno também fica o bairro do Saivá, onde ocorreu um importante caso de pouso e contato com tripulantes no ano de 1982. O episódio permaneceu desconhecido por alguns meses, até ser publicado na revista Planeta, edição Especial Ufologia, de março de 1984. Veja o depoimento da testemunha principal do caso, senhor Gustavo Salik: “Em meados de julho de 1982, um amigo da família, o senhor Wildegart, e meus dois filhos, Daniel e Paulo Augusto, ao fazerem um passeio pelo campo, se depararam com uma clareira na mata virgem. A vegetação estava morta e inteiramente seca até as raízes, e a clareira era exatamente circular”. Ele informou ainda que a área queimada tinha a forma de um cone truncado, tendo o círculo superior um diâmetro de aproximadamente 14 m e, o inferior, de 7 m.
Haveria uma pirâmide em um local ermo na área do município, escondida pela densa vegetação. Para uns, ela estaria oculta nos pés da Serra da Farinha Seca, que é apenas uma entre as várias cadeias de montanhas que compõem a Serra do Mar
Continua Salik: “Via-se nitidamente que o círculo superior tinha, na parte externa, árvores verdes, sendo que os galhos em seu interior estavam secos. A vegetação rasteira permaneceu morta e seca por seis meses, mas as árvores – de 10 m de altura – estão secas até esta data, 29 de novembro de 1983”. Agora, no solo do círculo interno nasceu uma nova vegetação rasteira. E, ao longo de uma picada, pode-se notar alguma vegetação seca, esporádica, a uma distância de até 100 m do círculo. “Convém lembrar que essa região litorânea, com chuva frequente, está recoberta de um verde abundante, não existindo vegetação seca”, adverte.
A origem do círculo permaneceu um mistério até final de outubro do mesmo ano, quando a esposa de Gustavo Salik, seu filho e um amigo da família ouviram um zumbido penetrante que os assustou. De modo repentino, Paulo Salik recebeu, telepaticamente, a informação de que uma nave com três tripulantes havia descido ao solo, a 60 m da casa da família — um dos tripulantes se aproximou e informou que estavam ali colhendo amostras de plantas para estudos e permaneceriam por aproximadamente 45 minutos.
O tripulante aparentava ter 1,9 m de altura, corpo aparentemente humano e usava algo semelhante a um par de óculos de natação. O homem pediu para que as testemunhas não saíssem de casa, porque a radiação emitida pelo aparelho seria nociva a elas. Ele também forneceu alguns detalhes sobre a nave que utilizava, que teria aproximadamente 7 m de diâmetro e estaria pousada sobre três hastes. O acesso ao objeto se dava por um sistema de levitação. Através das janelas da casa, as testemunhas puderam observar apenas vultos na escuridão, não podendo identificar muitos detalhes.
A investigação do caso
Ao final de 45 minutos, o aparelho decolou emitindo luzes multicoloridas de grande intensidade. Nos meses que se seguiram, Gustavo Salik e alguns membros da família continuaram recebendo mensagens dos tripulantes do aparelho, que lhes ensinaram técnicas de cura através de radiestesia e cromoterapia, o que veio a ser sua principal atividade nos anos seguintes. Em 21 de junho de 1984, uma equipe do Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX) esteve na clareira recolhendo amostras de solo e vegetação e foi possível constatar que ainda havia árvores mortas. No interior do círculo crescia somente uma vegetação rasteira — da área foram coletadas amostras de folhas secas e verdes, gravetos, cascas de árvores mortas e terra.
Em 25 de junho, todo o material coletado foi analisado no Laboratório de Análises Clínicas Frischmann Aisengart, em Curitiba, obtendo-se os resultados expressos na tabela destas páginas. Posteriormente foi recolhida uma segunda amostra nas proximidades da clareira para comparação, mas nada foi constatado. Não se conhece qualquer fenômeno natural que produza radioatividade no meio de uma mata virgem. Os dados fornecidos pelo laboratório foram bastante significativos e, com certeza, os índices de radiação gama deveriam ser bem maiores em 1982, quando o círculo foi encontrado. O solo e as folhas que cresciam dentro da clareira, à época da pesquisa, apresentavam elevado índice de radioatividade gama, o que torna o local bastante perigoso.
Os relatos continuam
Os pousos na chácara dos Salik não foram os únicos ocorridos no município. Anos antes ocorreu outra aterrissagem em um sítio nos arredores de Antonina. O solo onde o objeto pousou desta vez ficou calcinado e durante um longo tempo nada nasceu no local. O então proprietário da chácara, um dos mais importantes jornalistas do Paraná, dono de uma grande rede de comunicação no Estado, impediu a divulgação do incidente. O caso permaneceu em sigilo até 2007, quando o caseiro da chácara revelou os detalhes. Infelizmente, devido ao tempo já decorrido entre o caso e sua divulgação, nenhum vestígio físico pôde ser encontrado no local.
Outro acontecimento, este mais recente, ocorreu às margens da Rodovia Miguel Bufara (PR-408), que dá acesso à cidade de Antonina. A testemunha de
sse episódio morava em uma chácara às margens da estrada e em determinada noite, enquanto assistia à TV, um clarão intenso entrou pelas janelas, iluminando todo o ambiente. No dia seguinte, pela manhã, ela observou que havia três sulcos no solo formando um triângulo no campo próximo à sua casa. Na parte interna das marcas a vegetação estava levemente mais seca do que na parte externa. Alguns dias depois, uma equipe do CIPEX esteve no local. Durante a investigação, amostras de solo e de vegetação foram coletadas para análises em laboratório. Os resultados não revelaram quaisquer anormalidades nas amostras.
Os casos relacionados neste texto são apenas uma pequena parcela que chegou ao conhecimento dos estudiosos. Existe ainda uma quantidade muito maior, jamais relatada a outras pessoas fora dos círculos íntimos e familiares das testemunhas. Cabe aos pesquisadores o trabalho de garimpar tais casos, investigando-os minuciosamente, eliminando erros, fraudes e mistificações. A seriedade na pesquisa ufológica, o respeito às testemunhas, a firmeza para discernir fatos de fantasias e a superação dos anseios pessoais em prol da verdade dos acontecimentos são obrigações para aqueles que se dedicam à pesquisa do desconhecido. Só assim poderemos descobrir quem são os seres que nos visitam e o que pretendem com suas incursões em nosso planeta.
RESULTADOS DAS ANÁLISES LABORATORIAIS
Material Índice Observação
Folha verde 18 CPM (10% CV) Primeiro maior índice de radiação gama
Folha seca 00 CPM (11% CV) Ausência de radiação gama
Primeira amostra de Terra 13 CPM Segundo maior índice de radiação
Segunda amostra de terra 10 CPM Terceiro maior índice de radiação
Madeira/gravetos 0,4 CPM Ausência de radiação ou índice tolerável