A sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, descobriu em Marte um ambiente capaz de sustentar algum tipo de vida, com depósitos de um mineral que comprovam esta possibilidade, segundo divulgaram cientistas em uma reunião da União Geofísica Americana, em San Francisco, Estados Unidos. O carbonato se forma quando a água e o dióxido de carbono se misturam com cálcio, ferro ou magnésio. O jornal português Diário de Notícias informou que os carbonetos encontrados indicam que Marte teve águas neutras que passaram a alcalinas, quando os minerais se formaram há mais de 3,6 milhões de anos. Segundo o diário, como os carbonetos se dissolvem rapidamente nos ácidos, os cientistas acreditam que alguns ambientes se mantiveram imunes aos efeitos dessa substância.
O achado estava na base de uma cratera com 1.490 km de largura. “Isto é muito excitante. É um material branco, bulboso e quebradiço“, afirmou John Mustard, da Universidade Brown, em Rhode Island. Para Bethany Ehlmann, estudante graduada da Universidade de Brown que liderou o estudo publicado na revista Science, “era um ambiente bastante brando, bom para uma vida marciana desde cedo“. Na Terra, os carbonatos como a pedra calcária e o cal, às vezes preservam material orgânico. No entanto, os pesquisadores não encontraram tal evidência em Marte.
Anteriormente, a sonda espacial Phoenix também detectou quantidades pequenas da substância em amostras de solo. Apesar disso, esta é a primeira vez que os cientistas encontram um local de formação. Os depósitos possuem o tamanho de campos de futebol e ficaram visíveis nas imagens captadas pela Mars Reconnaissance Orbiter. Os filosilicatos, que se formam em baixas condições semelhantes às do carbonato – mas que não se dissolvem em ambientes acidificados -, também são abundantes no planeta vermelho. “Existiam estes distintos ambientes de água na história antiga de Marte, aumentando as possibilidades de que tenha existido vida“, analisou Richard Zurek, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA.