
Diz a filosofia, mãe de todas as ciências, que para se ter um comportamento eticamente responsável e aceitável perante os olhos da sociedade, quando se tem um determinado fato a ser estudado, é necessário muita leitura, instrução e erudição, sem esquecer a junção de dados – especialmente os obtidos mediante a observação e experimentação com métodos próprios. Além disso, é necessário muito bom senso nas conclusões a que se pretende chegar. Enfim, sabedoria é adquirida através da soma e da meditação do conjunto do conhecimento humano relativos a tal fato. Este comportamento se resume em fazer ciência, em ser cientista.
Em um breve resumo da polêmica em questão, sobre o alegado contato oficial e definitivo com seres extraterrestres, segundo vaticinado por Jan Val Ellam, e a posição dos opositores à tal idéia, é preciso ter uma noção clara do que se configura e quais são as características do Fenômeno UFO. É seguro concluir, pela imensa quantidade de dados levantados em pelo menos 50 anos de atividade da Ufologia Moderna, que o fulcro do fenômeno e de seu estudo é a vida inteligente em outros planos de existência, sua interação com a Terra e influência sobre seus habitantes. Na melhor das expressões físicas, este conceito converge literalmente para o que se pode chamar de “fator extraterrestre”.
Do estudo deste fato concretiza-se o pensamento de quem o faz, ou seja, dos ufólogos. Apesar de não serem todos, a maioria destes estudiosos, em determinado estágio de seus levantamentos, acabou por concluir que estamos sendo visitados há milhares de anos por inteligências alienígenas, cujos corpos, ou veículos que expressam sua existência, requerem um abrangente entendimento, assim como o constante exercício da filosofia sobre a origem e razão da existência e do destino do homem. Reverberando o que disseram os grandes e antigos filósofos na nascente do pensamento científico, trata-se de uma noção sobre a existência da expressão física, de um corpo. E assim, como um complemento subliminar, sua bagagem espiritual, conceituado nesta mesma linha de pensamento como “extracorpo”, uma forma de pensamento que não morre, a alma. Os que chegam a essa conclusão, dificilmente voltam atrás. Pura filosofia.
Reprovando a discriminação — Isto posto, antes de analisarmos o centro da questão que dá origem a esta crítica, deveremos colocar preliminarmente duas certezas, ainda que este termo não seja muito apropriado e aceito quando se estuda Ufologia. A primeira, é a de que esta disciplina não se debruça, em absoluto, sobre a capacidade ou mensurabilidade de qualquer ufólogo poder prever o futuro. E nem sobre como uma previsão desse tipo deva ser divulgada nos meios disponíveis – eletrônicos ou impressos – por uma das principais, mais respeitadas e o mais antigo veículo de divulgação ufológica no Brasil e no mundo, a Revista UFO.
Aliás, deve-se defender diretamente este direito, tanto o dos ufólogos de exprimirem suas conclusões e informações, surjam elas da origem que for, quanto do corpo editorial de UFO de publicá-las. É reprovável qualquer tipo de discriminação neste sentido, venha de onde vier, por se achar que as informações ou os métodos não estejam de acordo com o que este ou aquele pensam. Mesmo porque, a publicação não tem, e nem nunca teve, a pretensão de se tornar uma revista voltada apenas a um lado da percepção e da prática filosófica na Ufologia. Ela é universalista pela própria natureza do seu objeto de estudo.
UFO não é uma publicação de cunho religioso, como tantas que existem nas bancas de jornais. Tampouco é científica, nos moldes de uma Nature, Science ou New Scientist. Talvez, se pretenderem os nobres pseudocéticos, céticos verdadeiros, os crentes ou religiosos, algum dia lançarem uma série de edições especiais da revista, que direcionem suas informações para seus respectivos modos de visão – desde que relacionados ao tema Ufologia –, estejam à vontade. Nada os impedirá, pois o papel de UFO é e sempre foi o de informar, e assim continuará a ser.
Se, entre a grande quantidade de abordagens ufológicas existentes, a revista entender que um determinado ufólogo e seu método possuem sustentação suficiente para embasar uma tese, e desta surjam resultados que possam esclarecer uma parte dos questionamentos que permeiam o mistério do Fenômeno UFO, ela deve, sim, ser publicada
A outra certeza, que vem em apoio à primeira, é a de que, se entre a grande quantidade de abordagens ufológicas existentes, a revista entender que um determinado ufólogo e seu método possuem sustentação suficiente para embasar uma tese, e desta surjam resultados que possam esclarecer uma parte dos questionamentos que permeiam o mistério do Fenômeno UFO, ela deverá, sim, ser publicada. Não importa que envolva ciência ou religião, passado ou presente e, sobretudo, futuro.
Preconceituosa generalização — E mais: se o conteúdo de tal tese for impactante, como é o caso da entrevista concedida por Jan Val Ellam – pseudônimo literário de Rogério de Almeida Freitas – em UFO 126, contendo afirmações sobre um possível futuro contato global com extraterrestres, a revista deve veiculá-la da forma que achar mais conveniente, especialmente quando tais previsões falem de um futuro muito próximo, doa a quem doer. Portanto, como um dos principais focos dos comentários críticos à referida entrevista foi a atitude da revista em publicar o que alguns chamaram de “profecias de mais um guru”, acreditamos que, estando estes dois pontos de vista esclarecidos, pretendemos colocar um ponto final nessa discussão e na enorme celeuma que se criou logo após – e mesmo antes – do lançamento da UFO 126.
O cerne da questão recai sobre as ilações que vêm sendo feitas em relação à pessoa de Ellam, suas previsões e o método que o levou a chegar aos vaticínios informados por ele na entrevista, não só por colaboradores e ex-colaboradores da Revista UFO, mas também nas listas de discussão na internet. Em conseqüência da enxurrada de críticas dirigidas à publicação e as ditas previsões, outros colegas que já se utilizaram de métodos semelhantes para buscar informações sobre as inteligências extraterrestres acabaram sofrendo, por preconceituosa generalização das alas mais radicais do meio ufológico, os mais descabidos comentários e ofensas. Ressaltemos que, em sua maioria, os ataques vêm de indivíduos que sequer leram todo o conteúdo da matéria, muito menos os livros de autoria do entrevistado – e, portanto, nada entendem sobre as razões que levaram o autor a conceder a entrevis
ta e o editor a publicá-la.
A função desta crônica é chegar a algumas conclusões que, indelevelmente, podem nos fazer refletir sobre quais devam ser as melhores linhas de pensamento a serem adotadas dentro do complexo estudo da Ufologia. Pretendemos também fazer uma revisão do deplorável estado de tratamento mútuo que alguns segmentos da Comunidade Ufológica Brasileira vêm se dando em tão pouco espaço de tempo e convivência, mais ou menos 20 anos. As desavenças entre os integrantes do meio ocorrem, geralmente, quando os defensores de uma postura cientificista se digladiam e defendem seus métodos exclusivos com unhas e dentes contra os de linhas menos ortodoxas. Não raro, surgem os piores impropérios, como estamos vendo dentro e fora dos ambientes onde circula a Revista UFO, antes mesmo dos envolvidos conhecerem o pensamento do entrevistado da edição 126. Assim, esta crítica recai principalmente sobre alguns tópicos levantados por um dos lados da polêmica, notadamente a ala que defende exclusivamente pressupostos e posturas científicas na interpretação do Fenômeno UFO, em moldes e metodologias restritivamente acadêmicas, que podem, a grosso modo, serem identificados com os postulados cartesianos.
Contundente crítica — Tal segmento exige dos ufólogos, de maneira geral, e da Revista UFO e seu editor, em especial, uma postura menos condescendente com aqueles que possuem – como eles próprios dizem – “uma pecha irreparável na Ufologia”, pois “insistem por estabelecer relação entre a Ufologia e o Espiritismo”. Tal postura, de repudiar quem tenta estabelecer conexões entre o estudo dos discos voadores e o da espiritualidade, segundo os integrantes do referido segmento, deve ser tomada “em nome do respeito” que a Ufologia deve galgar entre as demais ciências e entre a opinião pública. A ala científica da Comunidade Ufológica Brasileira – que talvez pudesse ser chamada de ortodoxa, para não o ser de cientificista, o que dá no mesmo – está nesta presente edição representada principalmente pelos respeitados ufólogos Ubirajara F. Rodrigues e Carlos A. Reis. Este último é ex-ombudsman da UFO, ainda que tenha preferido, quando fazia parte de nossos quadros, ser tratado como “ex-ufólogo”. Mas vamos, assim mesmo, tratá-lo como ufólogo, posto que está sempre opinando sobre o assunto, além de co-assinar com Rodrigues uma contundente crítica à longa entrevista concedida por Ellam, um outro ufólogo que não deve ser menos respeitado, mesmo por ser representante da chamada ala espiritualista da Ufologia – ou holística, como alguns de nós preferem.
Abordagem universalista — Não deveríamos ter a pretensão de citar um ou outro nome específico, que pensa dessa ou daquela forma. Contudo, diante do grande debate que se gerou a partir da crônica dos ufólogos críticos e cientificistas supracitados, esta menção tornou-se inevitável. Pensamos que o verdadeiro papel da crítica deve ser o de elevar o nível dos debates acima do que a Ufologia já atingiu, ou seja, aquele em que ela é estudada levando-se em consideração sua abordagem universalista. Assim agindo, devemos dar prosseguimento a uma séria discussão sobre alguns dos aspectos que, a nosso ver, levam-nos aos verdadeiros erros que infelizmente se repetem. Aqueles que solapam as bases dessa disciplina e mantêm, de fato, determinadas alas da Ufologia estagnadas, na visão dos mais céticos.
Neste contexto, não comungamos de forma alguma da afirmação de que a crítica é condição imprescindível ao avanço do conhecimento, como quis supor a crônica dos colegas da ala ortodoxa. Ela pode até servir de amparo, como realmente serve, mas jamais ser colocada como seu pilar de sustentação. Aliás, este tipo de condição é, dentro da filosofia moderna – aquela que rejeita que regras metodológicas restritivas devam ser adotadas para todas as áreas do conhecimento –, um raciocínio ultrapassado. Nada poderia ser mais aplicável a esta lamentável realidade quanto a visão do estudo ufológico que têm Rodrigues e Reis, além de vários outros críticos que pensam como eles.
Uma verdadeira hipocrisia se instala na hora de julgarem aqueles que pensam diferentes. Criticam impiedosamente quem busca o entendimento holístico, sem sequer perceberem que o que todos querem mesmo é buscar respostas satisfatórias
Não vamos entrar no cerne do entendimento que tais ufólogos demonstram ter sobre assunto tão espinhoso, como a fenomenologia extraterrestre. Contudo, comentamos que a assertiva acima é ainda mais válida quando a crítica à postura da revista, por eles proferida, vem acompanhada de entendimentos distorcidos sobre determinados assuntos, como, por exemplo, o caso da manifestação espiritual e suas implicações práticas dentro da Ufologia. É importante ressaltar que os resultados originários de contatos mediúnicos são reconhecidos tanto por ufólogos quanto por cientistas de várias áreas. Por mais que alguns tentem dizer que fatos previstos por manifestações mediúnicas nada mais são do que prognósticos estatísticos, temos exemplos positivos da influência espiritual na medicina, na psicologia e na parapsicologia, assim como na política e na economia. Inclusive, com efeitos sobre decisões relativas à ciência forense, colocação que fazemos por um dos críticos ser advogado e professor de direito.
O fato de não se poder medir tal influência, nem de experimentá-la com métodos que a ciência acadêmica costuma utilizar, não significa que devemos abandonar por completo este caminho de investigação, que também leva ao conhecimento – e muito menos criticar ou defenestrar quem o segue. Somos da opinião que quem assim se comporta deverá, pelo menos, ter o caráter de permanecer calado até que todas as conclusões ou previsões advindas de informações colhidas da espiritualidade se confirmem, ou não. Caso contrário, não se estará agindo de forma científica, exatamente aquilo que defendem os mais ortodoxos. A crítica, no sentido de se observar e levar em consideração apenas o que já deu errado, ignorando o que pode vir pela frente, é preconceituosa e maléfica. Aliás, preconceito não é uma novidade quando se aborda a Ufologia partindo de postulados cristãos ou espirituais.
Dois pesos e duas medidas — Espiritualidade, Ufologia e Cristianismo estão intimamente ligados, como sempre sugeriram as obras de respeitadíssimos ufólogos, como o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, Fernando Cleto Nunes Pereira, Ademar Eugênio de Mello e o próprio Jan Val Ellam, que definitivamente concretizou a ponte entre os ensinamentos ditados por Allan Kardec e a Ufologia. O problema é que as conclusões lógicas dessa união trin
a podem causar um verdadeiro frisson nos ufólogos cientificistas, tal qual uma patologia endêmica.
Por muito menos, este autor já foi dura e antecipadamente criticado por Reis, ao ter ousado supor que a constituição genética de Jesus, quando encarnado na Terra, poderia ser em sua maior parte de origem alienígena, dadas as inúmeras evidências contidas na Bíblia e nos evangelhos apócrifos. Antes mesmo de ler a matéria Os Evangelhos Segundo a Ufologia, publicada em UFO 89, o então ombudsman da revista, totalmente avesso a análises deste naipe, já se precipitava e criticava tanto o autor quanto o editor com o falho argumento de que “Jesus e extraterrestres nada têm a ver”. Graças ao tempo e a um concurso comemorativo dos 20 anos da publicação, os leitores de UFO provaram que o ombudsman estava redondamente equivocado. Em outra ocasião, não pelo mesmo motivo, mas por discordâncias metodológicas semelhantes, Reis criticara a suposta guinada de um dos co-editores da revista, ufólogo notável e até então tido como científico que estaria se valendo de “picaretagens” ao relacionar suas experiências pessoais com o Fenômeno UFO. Foi este o fato que levou o ombudsman a se desligar definitivamente do quadro do Conselho Editorial da publicação.
É engraçado notar que esse tipo de comportamento crítico dos ufólogos ortodoxos tem dois pesos e duas medidas, especialmente quando se confronta a Ufologia moderna com a chamada Ufoarqueologia, área que tem como pano de fundo teorias retiradas de livros e escrituras, enfim, informações que servem de guia para as religiões. Uma verdadeira hipocrisia se instala na hora de julgarem aqueles que pensam diferentes.
Disciplina ufológica — Criticam impiedosamente quem busca o entendimento holístico, sem sequer perceberem que o que todos querem mesmo é buscar respostas satisfatórias, que dêem linhas finais a uma ciência extremamente volátil aos paradigmas estabelecidos, como é o estudo da milenar presença alienígena na Terra. Vejamos alguns casos. Uma das teorias mais respeitadas dentro da disciplina ufológica é a de que tanto o homem quanto as principais religiões tiveram origem não apenas em uma única, mas sim em uma série interminável de incursões e de manifestações de seres não terrestres em nosso planeta, fartamente relatados na Antigüidade. Não precisamos citar os nomes de uma lista interminável de estudiosos que defendem esta tese, mas vale lembrar que até um agraciado com o Prêmio Nobel há nela. O fenômeno dos discos voadores continua a ocorrer, mas percebe-se que houve uma sensível queda nas ocorrências de uns 10 anos para cá – pelo menos no que tange as manifestações físicas, principalmente no Brasil. Ou então, as aparições estão cada vez mais camufladas, por assim dizer.
Fenômeno exposto pelas circunstâncias — Contudo, no plano “não físico”, notamos que tudo parece ocorrer como antes, e talvez as manifestações nesta área até tenham sofrido um leve incremento. Baseados nesse tipo de ocorrência, diversos livros informativos e instrutores surgiram nos últimos anos, sobretudo os que foram escritos através da mediunidade psicografada. Também não é necessário citar nomes aqui, pois que tantos serviriam de exemplo, mas temos pessoas sérias – alguns conselheiros da Revista UFO – que atestam este fato, inclusive com obras de sua autoria. Neste conjunto de nomes inclui-se Jan Val Ellam, que viveu tanto experiências físicas quanto espirituais com o Fenômeno UFO.
Este autor está longe de ser um cego adepto das teorias conspiracionistas, mas tem informações seguras de que há um terrível processo de acobertamento dos fatos relativos aos discos voadores, como é de conhecimento geral. Tal política, como se sabe, é colocada em prática por governos, membros isolados dentro deles e por organizações de finalidades obscuras. Não sabemos bem ao certo qual é seu modus operandi, nem a origem e as intenções das forças e indivíduos que promovem esse absurdo. Mas as razões alegadas por alguns para implementar tais manobras vão desde o desconhecimento e a incapacidade de dar informações definitivas sobre os UFOs à sociedade, até a busca pela obtenção e controle de tecnologia alienígena superior, passando, pela dominação das massas através do controle de informações.
Deve-se levar em consideração que tal atitude está partindo de uma categoria de pessoas que não podem ser chamadas de ufólogos. Mas, apesar de seus métodos de manutenção do sigilo não ser aceitável por nós, eles têm seus motivos, e seus fins os levam a agir dessa maneira. Ou seja, seus fins justificam seus meios. Entretanto, em se tratando de ufólogos assumidos, o reconhecimento das premissas resumidamente colocadas acima é, à luz da lógica e da ética, uma obrigação! Não se deve jamais acovardar-se atrás de críticas preconceituosas matreiramente escondidas em palavreado erudito, o qual apenas se sustenta enquanto não é profundamente esmiuçado e entendido, uma vez que surge de postulados filosóficos falaciosos que não oferecem mais respostas para um fenômeno totalmente exposto pelas circunstâncias. Assim sendo, quanto às ditas previsões de Ellam, se não se deve condenar seu método, por que condenar antecipadamente seu usuário, tomando como base e comparando-o a falsos profetas? Se isso for válido e ético, nada mais será na Ufologia.
Uma boa alusão que podemos fazer para exemplificar este tipo de atitude, no mínimo ingênua e no máximo hipócrita – e que deve ser aqui colocada para se ter idéia de onde estão saindo tais críticas –, é justamente a inércia ou omissão de alguns ufólogos na batalha que se travou em 2004 e 2005 pela liberação de informações ocultadas durante anos no processo de acobertamento em que também está engajado o Governo Brasileiro. Foi a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, movida corajosamente pela UFO, cujos resultados, ainda que iniciais, provaram definitivamente que o Fenômeno UFO é real, tanto quanto o envolvimento governamental e militar com a questão.
É certo que devemos respeitar a posição de cada um, inclusive a de quem não quer participar ativamente de um movimento como esses, justificando para isso a discordância de alguns termos e pontos de vista pressupostos pela campanha – como a certeza de que estamos sendo visitados por inteligências extraterrestres, item do chamado Manifesto da Ufologia Brasileira que desagradou alguns ufólogos, a ponto de optarem por não participarem do movimento, ou fazerem-no passivamente. Contudo, cooperar para que a campanha logre sucesso deveria ser uma obrigação de qualquer ufólogo, de qualquer linha de pensamento, ligado ou não à UFO, já que todos sairiam ganhando com
o livre acesso às informações sigilosas. Mas não foi isto que fez o crítico Ubirajara Rodrigues, provocando um impasse na campanha que se mantém até hoje.
Liberdade de informação — É do conhecimento de todos os integrantes bem informados da Comunidade Ufológica Brasileira que três das principais ocorrências de nossa rica casuística foram investigados detalhadamente pelas Forças Armadas, tal como consta do referido Manifesto: a Operação Prato, a chamada Noite Oficial dos UFOs no Brasil e o Caso Varginha. Estes três casos foram inúmeras vezes e detalhadamente abordados nesta revista e são a base de sustentação da campanha acima referida. A abertura para divulgação e estudo das três ocorrências está na lista de prioridades do movimento, sendo que as duas primeiras, investigados pela Força Aérea Brasileira (FAB), tiveram seus arquivos reservadamente liberados aos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), autora da campanha.
Isso foi mostrado minuciosamente em UFO 111 e apresentado inclusive em um quadro especial do programa Fantástico, de 22 de maio de 2005, quando os integrantes da CBU, convidados pelos militares, visitaram a sede do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, após o intenso trabalho de difusão da campanha e de longas negociações, que duraram quatro meses. Resta, agora, a confirmação da existência de arquivos sobre outra principal ocorrência que está na mira da CBU, o Caso Varginha, que teve participação direta e investigado pelo Exército. A instituição, como se sabe, a despeito de todas as tentativas, continua negando seu envolvimento e qualquer informação sobre o caso, apesar de já haverem tantas documentadas claramente. Mesma atitude tomada pela FAB antes da campanha.
Causa nobre e importante para a Ufologia — Rodrigues, autor do livro O Caso Varginha [Código LIV-008 da Coleção Biblioteca UFO], descobridor da ocorrência e um dos principais ufólogos envolvidos na investigação da captura – pelo Corpo de Bombeiros daquela cidade mineira e do Exército – de pelo menos duas criaturas humanóides após um suposto acidente com seu veículo, foi procurado por este autor, integrante ativo da CBU, para auxiliá-lo nos contatos junto ao Exército. O pedido de ajuda visava à abertura de negociações com militares de altas patentes que possibilitariam um acesso, inicialmente também reservado, às pastas do caso, assim como ocorrera nas dependências da Aeronáutica. O motivo para o contato e a solicitação do auxílio a Rodrigues partiu da possibilidade, analisada pelos membros da referida comissão de ufólogos, do uso de uma fita de vídeo gravada pelo ufólogo à época das ocorrências, contendo depoimentos detalhados de alguns dos militares que participaram da operação de captura das criaturas.
Esta peça, caso pudesse ser usada com responsabilidade como instrumento da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, poderia dar munição extra e garantida para seu sucesso. E nos mais reservados círculos da Ufologia Brasileira a existência dessa fita é certa, assim como seu conteúdo é tido como bombástico. Sem dúvida, o vídeo tornou-se um artigo de valor inestimável em argumentações favoráveis à abertura dos arquivos secretos, ainda que devêssemos tomar enorme cuidado ao usar esse expediente, uma vez que os depoimentos ali contidos poderiam comprometer seriamente os depoentes, quando confrontado com os de seus superiores. Evidentemente, todas essas medidas de segurança seriam pensadas antes de se colocar em prática os planos.
Entretanto, foi enorme a surpresa deste autor diante da atitude de Rodrigues, após um longo telefonema feito à sua residência, em uma noite de junho de 2005, em que pedia que cedesse a valiosa fita de vídeo para uma causa tão nobre e importante para o futuro da Ufologia Brasileira. O ufólogo não só se recusou terminantemente a colaborar, como também teceu as piores críticas aos caminhos adotados e aos resultados alcançados pela campanha. E pior, ainda chamou a atitude dos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) de “infantil”. O que o impediu de ajudar e por que de suas críticas tão ácidas?
A nós, integrantes da comissão, só restou fazer uma reflexão e especular sobre quais motivos levaram nosso colega – ativo integrante da Revista UFO desde seu surgimento, 22 anos atrás – a tomar uma atitude tão nociva aos intuitos de trazer luz e progresso ao estudo da Ufologia no país, e quiçá no mundo. Perplexos, chegamos a supor que ele tivesse sofrido alguma pressão dos militares. Ou seria uma vontade subconsciente de manter apenas para si informações fundamentais sobre um caso tão importante? Seja lá qual for o motivo, Rodrigues poderia até negar ceder o vídeo, mas não poderia jamais criticar o esforço dos membros à frente da campanha por quererem fazer da melhor forma possível o que ele não fez.
Lavar a roupa suja — Apesar de ser considerado um dos maiores ufólogos do país, um genuíno representante da ala cientificista e ortodoxa, Rodrigues peca gravemente ao criticar os colegas que não comungam de seus métodos, sem ter ele mesmo os revisto. Esconder informação nunca foi um comportamento científico. E certamente, essa é uma das razões para a sociedade continuar imaginando, e certos ufólogos continuarem repetindo, que “não há provas suficientes para afirmarmos que estamos sendo visitados por extraterrestres”. O que parece quererem esses críticos, senão que sejamos marionetes de suas doutrinas, com movimentos ditados por fios que claramente nos ligam ao passado e aos seus egos? Não estaria aí a verdadeira razão para continuar “tudo com antes… no quartel da Ufologia”, conforme suas palavras ao fim de seu texto crítico?
É imprescindível dizer que não era intenção inicial deste texto promover aquilo que se chama popularmente de lavar a roupa suja em público. Fatos citados, envolvendo os ufólogos Reis e Rodrigues, já ocorreram há mais de um ano e deveriam continuar reservados, pois não são positivos no sentido de elevar o estudo da Ufologia. A crítica só contribui para o conhecimento quando ela soma, nunca quando subtrai. Entretanto, nesta situação, fez-se necessária a intervenção da c
rítica sobre a crítica, dada a contundência daquela que originou esta, e que veio em reação ao que nos pareceu ser um divisor de águas dentro da Ufologia Brasileira. Sim, porque estamos tratando de uma nova etapa na forma de abordar esse estudo, posto que envolve o futuro – e não precisamos de críticos para julgar sobre um futuro tão próximo. Quem assim se comporta, da forma como foi feito, quer atenção. O próprio Ellam, o “guru” alvo da crítica, como foi chamado, já colocou sua cabeça na forca do tempo e assumiu as conseqüências. Não parece, mas é simples fazê-lo: basta esperar por seis meses, até abril de 2007. A caça à sua cabeça estaria liberada, mas apenas após isso.
Os fatos aqui relatados, analisados e julgados do ponto de vista deste autor, visam revelar um pouco da personalidade de dois dos principais críticos do conteúdo, do método e da fé colocados na entrevista do médium e espiritualista Jan Val Ellam. Pretendeu-se também expor a fragilidade e, por conseguinte, a injustiça com a qual se julga o comportamento da Revista UFO. É lamentável, mas os fatos servem um pouco para mostrar que todos somos humanos suscetíveis à falibilidade científica ou profética, inclusive e principalmente os ufólogos cientificistas.
A contenda é essa, pois um escritor profetizou, um editor publicou e dois ortodoxos “desprofetizaram”. E todos acabaram por se relacionar com o futuro, coisa mais que lógica quando se fala em Ufologia. Se a nova lógica deverá ser seguida ou não, no presente não importa. O importante é que, cedo ou tarde, paradigmas de uma nova ciência devem ser delineados, já que ela não pára. E obedecendo a lógica que segue neste sentido, não se furtará este órgão de imprensa de acatá-la, pois é o seu papel primordial, enquanto divulgador de informações.
A profecia se concretizou, mas em outra data e local
As previsões de Jan Val Ellam – ou Rogério de Almeida Freitas –, publicadas em entrevista publicada em UFO 126, proporciona-nos um momento que requer de todos um elevado grau de discernimento e equilíbrio. Não podemos nos deixar levar por nossas convicções religiosas e, com muito mais razão ainda, pelo cientificismo ortodoxo enraizado em nossa forma de agir e pensar. Não é hora de fazermos pré-julgamentos sobre previsões desse ou daquele paranormal, médium, sensitivo ou contatado. A ação mais sensata é aguardarmos a verificação – ou não – dos acontecimentos vaticinados. Isso é especialmente indicado quando o autor das previsões é pessoa reconhecidamente honesta e respeitada, caso do referido entrevistado.
Muita gente na Comunidade Ufológica Brasileira já expressou suas “convicções” de que as previsões de Ellam não se consolidarão. Sobre esta questão de convicções, vejamos o que nos diz um de nossos mais respeitados cientistas, Einstein: “Convicções são necessárias para orientarem o nosso agir e garantirem os valores da existência, não podendo ser adquiridas exclusivamente no plano das pesquisas científicas. Porquanto, o método científico nada nos pode ensinar além dos fatos e a relatividade dos seus conceitos. O que me parece característico e decisivo, nessa atitude, é o impacto desse conteúdo supranormal e a firme convicção de sua soberana importância. Não importa que esse conteúdo seja ou não relacionado com alguma entidade divina. Do contrário, não poderíamos incluir Buda e Spinoza entre os homens religiosos. O homem religioso é, pois, um homem espiritual no sentido de não pôr dúvida a importância e sublimidade dessa realidade suprapersonal e seu escopo. A importância disso não é susceptível nem carece de demonstração científica. Essa realidade existe para ele com a mesma necessidade e evidência com que ele mesmo existe” [In Einstein: O Enigma do Universo, de Huberto Rhoden, Editora Martin Claret, 2005].
Como se vê, Einstein, provavelmente o maior homem de ciência que tivemos, foi também um homem místico, apesar de não seguir esta ou aquela religião por razões próprias, bem esclarecidas em suas entrevistas e palestras. E se ele tinha a capacidade de entender as entrelinhas da espiritualidade, também devemos nós. Por isso, uma segunda análise dos vaticínios de Ellam se faz necessária, especialmente a profecia de que uma bomba nuclear, química ou biológica explodiria no Oriente Médio, entre 03 e 05 de outubro.
Importante previsão — Para muita gente, o fato não se deu, mas a verdade é que, apesar da data e local estarem errados, uma explosão nuclear realmente aconteceu – na Coréia do Norte, em 09 de outubro. E muitas outras podem se seguir, complicando ainda mais a situação planetária. De qualquer forma, vamos aguardar a mais importante previsão do entrevistado, o contato oficial e definitivo com seres extraterrestres. Torço para que aconteça, pois já é tempo. Que nossos visitantes se mostrem de vez.
Roberto Affonso Beck, co-editor da Revista UFO
As previsões de Ellam coincidem com as de outros contatados
Quando iniciei meus estudos ufológicos, comecei como um cético. Logo percebi que estava diante de um fenômeno complexo e com muitas faces. Vi que precisava estar preparado para aceitar coisas que pudessem entrar em contradição com conceitos que até então tinha como sólidos. Aprendi a não duvidar de nada – o que não significa acreditar em tudo –, pois estava em um campo onde qualquer coisa é possível. Até algumas leis da física são simplesmente quebradas pelo Fenômeno UFO. Foi dessa forma que encarei as declarações de Ellam, em entrevista concedida à Revista UFO. Não as tomei como verdadeiras, mas também não as desacredito. Tal como o entrevistado afirma, eu também sei da existência de espíritos e extraterrestres, o que está muito longe de ser uma questão de crença. Também sei que é possível se comunicar com esses seres, tanto que com espíritos e ETs tal comunicação tem sido feita até pela transcomunicação instrumental (TCI), embora essa não seja a única forma.
Uma notícia divulgada há cerca de dois anos mencionava que um monge tibetano viu, através da chamada visão remota, que no ano de 2012 nosso planeta seria salvo da destruição por uma guerra nuclear através de uma intervenção extraterrestre. O ano de 2012 também aparece como uma espécie de “data limite” em diversas profecias, notadamente nas da extinta civilização maia, assim como nos escritos de São Malaquias, que contêm uma lista de todos os papas que termina, misteriosamente, na r
eferida data. Diversos prenúncios e visões mostram turbulências, alterações e até mesmo cataclismos nos dias que vivemos. Mas algo que chama especial atenção na citada entrevista é que, embora a Terra seja alvo de preocupações e cuidados por parte de “amigos extraterrestres”, aqui não existiria, sob a perspectiva cósmica, “nenhum ser humano bonzinho”, nas palavras do entrevistado, “e que somos todos farinha do mesmo saco”. Mas será que não existe um único que seja bom? Somos todos ruins, sem exceção? E quanto aos seres que já estão atuando em nosso planeta, inclusive na forma encarnada?
Informações ao público — Por qual motivo um trabalho conjunto com humanos estaria sendo realizado, se somos todos tão ruins? Só o tempo poderá dizer se o que tem sido transmitido a Ellam durante esses 20 anos – segundo ele, por extraterrestres –, é verdade. Esteja certo ou errado, ele cumpriu seu papel de pesquisador e de receptor ao levar tais informações ao público, e a Revista UFO cumpriu seu papel ao publicá-las. Sabemos que ETs interagem conosco de uma forma secreta, há décadas. É previsível que mais cedo ou mais tarde essa presença se tornará pública. Não sabemos se será pela chegada de imensas naves, como profetiza o entrevistado, se será algo mais sutil ou mesmo se isso de alguma forma já esteja ocorrendo. Só o tempo dará a resposta. Pelo menos não teremos de esperar muito.
Cláudio Brasil, consultor da Revista UFO