É uma abordagem difícil a que me propus neste trabalho. Uma abordagem que já era insinuada por trabalhos anteriores de minha autoria e que, indubitavelmente, propunha uma forma direta demais em relação ao próprio título do artigo. Um paradigma espiritual na Ufologia soa, paradoxalmente, quase uma heresia na atualidade e de certa forma resulta em dividendos intelectuais antes de hastear as bandeiras da metodologia científica. Ademais, confunde não tanto com rigor expositivo, mas com profusão do materialismo ao qual muitos dos meus colegas de grupos ufológicos são tão apegados.
Sem dúvida, no campo midiático de pesquisadores que disseminam esta disciplina, concedendo-lhe um cartaz de séria e responsável postura, é necessário propor um estudo conduzido em laboratório, mas acrescido do famoso tapinha nas costas, se possível de alguém com título acadêmico, como endosso de nosso cientificismo, em vez de especular sobre as causas e implicações de considerar os UFOs como uma questão de abordagem espiritualista.
Há um perigo, sempre latente, de cair na confusão de interpretar erroneamente o espiritualismo como algo parecido com o messianismo, ou propor leitura de comunicação com o Fenômeno UFO. Novamente enfatizo que, quando escrevo sobre o paradigma espiritual ao qual me proponho, me refiro à especulação em torno de uma etiologia, uma gênese do fenômeno talvez não tanto extraterrestre, e sim proveniente de uma ordem da realidade não física, empregando espiritualidade como uma antítese do materialismo.
Racionalizando a espiritualidade
Vivemos em um mundo dominado por uma concepção em que a verdade científica se opõe à verdade do espírito. Um mundo que, por um lado, reúne fundamentalistas que temem que as luzes da ciência invadam o território de seus dogmas. E, por outro lado, aqueles que se arvoram na convicção de que é apenas uma questão de tempo até os instrumentos do laboratório descartarem os vestígios do que eles chamam de superstições. Essa concepção dividida do mundo tem consequências perigosas porque levanta a suspeita de que apenas uma das verdades pode se tornar realidade. Isso faz com que os cientistas — e todas as pessoas cuja concepção do real é conformada em suas características essenciais, pelas modernas ciências que também cada vez fazem isso — recorram cada vez mais para o ateísmo na tentativa de lidar somente com suas próprias motivações.
O exemplo mais clássico disso é a dicotomia Evolução versus Criação. Temos a ideia de que Evolução é sobre uma natureza capaz, por meios aleatórios, de escolher a mutação mais ideal para as gerações seguintes. Algo que não é explicável, em sua raiz finalista, pelo cálculo das probabilidades, pois já sabemos que seria impossível para um macaco ou para toda a população de macacos reescrever todo o trabalho de William Shakespeare.
Evolução versus criação
A Evolução consiste em uma natureza que experimenta permanentemente novas opções, mutações e testes, a maioria dos quais caem em um poço sem fundo onde são dadas as condições que o fazem impor sua supremacia. Mas a Evolução não funciona nem deve funcionar dessa forma. Por exemplo, imaginemos experiências aleatórias que criem lobos albinos esporádicos em uma floresta de temperatura temperada. Normalmente, o lobo enfrenta uma dificuldade notável para sobreviver, pois esse animal exposto à visão de sua natureza seria um tanto antagônico em uma região onde a cor e o calor prevalecem.
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