Como o leitor reagiria se importantes amigos de um distante país começassem a contatá-lo e o informassem que iriam lhe fazer uma visita em tempos futuros? E se eles lhe pedissem para avisar isso aos membros de sua família, aos seus vizinhos e, posteriormente, a toda a sua comunidade, qual seria sua atitude? Talvez o leitor começasse a divulgar essa notícia aos conhecidos mais próximos e iniciasse uma preparação de condições adequadas para acolhê-los, principalmente se a data da chegada desses visitantes estivesse sendo fixada para muito breve. Imagine agora que os forasteiros pedissem ainda que fosse anunciada a tão aguardada data, pois, de acordo com eles, em um passado muito remoto, nós e eles pertencíamos a uma mesma e grande “família” – mas, naquele tempo, nós contraímos uma certa doença vibratória que os obrigou a afastarem-se de nós, e ficamos então numa espécie de quarentena ou isolamento temporário de sua convivência. Por fim, esses visitantes nos informam que o problema está passando e que estaria chegando a hora de ocorrer uma reintegração, um reencontro, entre eles e nós.
Outras realidades dimensionais — Dentro destas perspectivas, que mal poderia haver em ser cumprido o que os tais visitantes solicitaram, visto que, durante todo o tempo no qual estiveram afastados, os contatos conosco foram cordatos e éticos – e, principalmente, demonstraram um grande cuidado em nos fornecerem dados que explicassem de modo consistente nossa origem comum? Acrescente-se a isso o fato de que sempre se referiam a alguns membros de sua distante “família”, que vez ou outra vinham disfarçadamente conviver conosco, aqui em nosso meio, apesar da referida quarentena. Pois é assim, desse modo, que o médium potiguar Rogério de Almeida Freitas, que assina suas obras e palestras como Jan Val Ellam, vem sendo contatado há mais de 20 anos por amigos de outras realidades existenciais, para que fosse o porta-voz de uma iminente visita que chegaria junto da grande comitiva, viajando em naves comandadas por um “suserano cósmico”, considerado por eles como uma espécie de “irmão maior”. Desde a adolescência, ao ser envolvido neste processo por seres de outras realidades dimensionais, Freitas – ou Ellam – teve abertos certos centros memoriais de sua alma, e não teve outra alternativa senão atender o “chamado”.
Foi por orientação desses futuros visitantes que adotou seu pseudônimo literário e passou a divulgar a fantástica futura visita desses seres, que ocorreria durante a geração da maioria dos leitores de seus textos e das palestras que profere em auditórios e em programas de rádio pelo Brasil afora. Tudo isso dentro de rigorosas normas de ética e moral ilibadas, e de profundo senso de respeito por caminhos diferentes de seu próprio trajeto. Ao aceitar essa missão, designada por mentores de outras dimensões, jamais se fez de guru, de mestre ou de qualquer título que eventualmente alguém quisesse que assumisse, rechaçando, portanto, que algum de seus ouvintes se tornasse seguidor ou discípulo. Também jamais fez alarde de coisa alguma que pudesse colocá-lo em posição de profeta, o que nunca foi de seu feitio.
Os críticos simplesmente desejaram que suas opiniões fossem as melhores, as mais bem escritas e as mais comentadas, e para isso seu ego, que turva em sua consciência, se exacerbou, fazendo-os atacarem com virulência quase doentia tudo e todos
Entretanto, a partir de março de 2006, segundo afirma, esses visitantes cósmicos pediram enfaticamente que ele anunciasse sua aproximação iminentes da Terra, com data pré-fixada e a ele informada. Dessa maneira, como parte de uma tarefa há muitos anos aceita, Ellam começou a divulgar em seus contatos com o público tal solicitação, dentro daquilo que ele próprio havia prometido a esses mentores, que há muito o acompanham. É importante entender que suas declarações quanto a isso, especialmente cristalizadas na entrevista que concedeu à edição 126 da Revista UFO, não são um sonho, uma profecia ou sequer premonição. Ellam entendeu as manifestações dos seres com quem se comunica simplesmente como o anúncio do mais maravilhoso e esperado acontecimento de todos os tempos, que poderia ocorrer ao planeta Terra. Para o meio ufológico, em particular, seria a realização do maior de todos os anseios: a comprovação da existência de vida extraterrestre e o contato oficial e definitivo com seres de outros orbes.
Alvo das críticas — Ora, se “eles” estavam pedindo que fosse anunciada a chegada dessa comitiva de naves alienígenas, segundo acreditou Ellam, por que não fazê-lo? E ele, com muita coragem e determinação, assim o fez, consciente de que seria alvo das críticas, às vezes contundentes, provenientes de todas as frentes: dos céticos, dos científicos, dos espiritualistas, dos esotéricos, dos ufólogos de carteirinha, enfim, de todos! Não se intimidou com a enorme pressão recebida e disse ainda que tal contato oficial e iminente com tais seres seria inquestionável e conclusivo, pois seria percebido e documentado por todos os habitantes da Terra. As naves seriam fotografadas, filmadas e talvez até houvesse entrevistas com ETs ao vivo para todos os canais de TV e emissoras de rádio. E quando seria este grande acontecimento? A princípio, como registrado na entrevista para a UFO, no intervalo entre meados de novembro e abril de 2007. Só que, logo no início do período, Ellam redefiniu a data para o dia 18 de novembro, às 17h30. Ou seja, era um aviso de algo iminente mesmo! A expectativa foi grande. Foi a maior vigília ufológica já realizada. Mas, no entanto, nada ocorreu. Foi uma frustração total!
Amigos cósmicos e espirituais — Não importa agora discutir porque o fato não se deu. Mas sim enfatizar que Jan Val Ellam julga que, se não tivesse levado essa informação ao público, estaria falhando com sua própria consciência, com aqueles a quem chama de “amigos cósmicos e espirituais”, que o acompanham, com o meio ufológico e até com a população terrestre. Na verdade, desde que publicou seu primeiro livro – Reintegração Cósmica [Editora Zian, 2000] –, Ellam vem anunciando sistematicamente a chegada desses seres, conjuntamente com o esperado e prometido retorno de Jesus à esfera terrena. Ele viria na condição de autoridade cósmica de um grande número de sistemas estelares vinculados à nossa história planetária e marcaria o início do processo da volta da humanidade terrestre ao convívio com povos de outras moradas espalhadas pelo universo.
Quando a entrevista com Ellam foi anunciada como matéria de capa de UFO 126, e até antes da edição ser lançada, o assunto se espalhou por todo o país, causando uma quase comoção, tamanha a surpresa desencadeada pela corajosa temática. Como pôde a Revista UFO, velha e austera senhora, abrir suas por
tas para que um desconhecido médium brasileiro anunciasse o iminente contato oficial de civilizações extraterrestres com o planeta Terra?, perguntavam os ufólogos mais resistentes. E ainda por cima, a tal comitiva de naves alienígenas ser capitaneada por uma autoridade celeste que há 2 mil anos viveu na Terra com o nome de Jesus?, completavam os céticos. Essas declarações feriam muito a “pureza doutrinária” da Ufologia Brasileira, representada por esta mesma publicação, que, do alto de seus quase 23 anos de existência, é a mais antiga na área em todo o globo. Não é possível!, bradaram os puristas. Jamais!, atacaram os céticos. Alguns críticos passaram a se referir ao autor de uma maneira até deselegante e com algum escárnio. Outros foram agressivos até de modo mesmo doentio.
Mas, passada a estupefação, veio a reação dos mais conscientes, dos mais sóbrios e comedidos, como também dos que acreditavam nos anúncios feitos pelo médium. Respostas emolduradas de seriedade e consistência passaram a se misturar com o ainda resistente ambiente de surpresas. UFO 126 ainda estava por sair… Afinal, por que tanta agressão e ataques, por parte dos céticos e puristas, se nem mesmo tinham lido a matéria publicada? No dia 21 de setembro, quinta-feira, a edição ganhou as bancas de revistas no Rio de Janeiro e em São Paulo, quando começou a aumentar enormemente a quantidade de e-mails que a publicação e os autores da referida entrevista receberam – o editor A. J. Gevaerd, os consultores Reinaldo Prado Mello e Miriam Heder, e o conselheiro especial que assina este texto. Sua capa estampava: “Eles estão chegando”. Era uma alusão clara à vinda dos seres extraterrestres anunciada por Ellam. O site de UFO, de acordo com informações, atingia níveis raramente vistos – chegou-se a mais de 20 mil acessos por dia. E as listas de discussão especializadas em Ufologia e Espiritualismo na internet recebiam muitíssimos comentários, com as mais diversas tendências e opiniões.
Outros povos do espaço — Na contundente entrevista, Jan Val Ellam previu esses eventos para conhecimento público amplo e irrestrito, com profunda repercussão planetária, e ainda alertou para o fato de que seria reconhecida a fisionomia cósmica de Jesus. Apesar da grande expectativa pela tão aguardada interação com outros povos do espaço, que há muito tempo conviveram conosco, o entrevistado também anunciou um evento que poderia abalar fortemente o equilíbrio da raça humana. Como se sabe, tratou-se do anúncio de possíveis atentados terroristas nas terras da Palestina, onde bombas nucleares, químicas ou biologias seriam detonadas no dia 04 de outubro de 2006 – que, constatou-se depois, também não se confirmou. A Comunidade Ufológica Brasileira muito debateu as previsões de Ellam e sua capacidade de interpretar as informações passadas pelos seus contatos espirituais e extraterrestres. No início das discussões houve artigos que, mesmo reconhecendo as virtudes comportamentais e a credibilidade do médium, não pouparam críticas contundentes quanto às suas previsões, principalmente ao designar datas para eventos de tão grande magnitude. Talvez este tenha sido seu grande erro, e o maior deles, o de antecipar para 18 de novembro o momento do encontro cósmico, que acabou por não ocorrer.
Outros articulistas se manifestaram com desdém e expressões de desacato, às vezes tentando induzir os leitores à impressão de que os fatos anunciados não poderiam ocorrer simplesmente porque fugiam daquilo que os autores das críticas consideravam razoável, em sua única e exclusiva análise. Interessante foi notar, novamente, que grande parte das diversas opiniões registradas em artigos e e-mails veiculados foi tecida sem que os autores tivessem lido na íntegra a entrevista publicada. E ainda, após lida a reportagem, houve críticas encimadas por padrões calcados em uma visão nublada pelos egos inflados e delimitados próprios dos autores, muitas vezes contaminados pela impressão de tudo conhecerem e saberem – condição que lhes pareceu única necessária para tentar desacreditar as afirmações do entrevistado.
Cultivo de esperanças e sonhos — No rol das críticas, houve de tudo. Desde aquelas que enalteciam as qualidades inegáveis de pudor ético e elevada moral de Ellam, associados a um profundo senso de equilíbrio consciencial, até as que atribuíam a ele momentos de “surto de delírio imaginativo, ilusão de grandeza, ausência de discernimento, fuga da realidade e sandice crônica”. Na verdade, muitos críticos simplesmente desejaram que suas opiniões fossem as melhores, as mais bem escritas e as mais comentadas. E para isso, seus egos, que turvam sua consciência, se exacerbaram, fazendo-os atacarem com virulência doentia a tudo e a todos. Jan Val Ellam não foi poupado. Outros não tiveram a singeleza, ensinada há séculos, de não julgar para não serem julgados com a mesma moeda, mas continuaram a fazê-lo mesmo tendo o ego como espelho para assim proceder. O fato é que não precisamos agredir inquisitoriamente a imagem e a honra de alguém para que haja legitimidade em nossos argumentos. Usemos nossos conhecimentos com a prudência necessária para não opinarmos sobre campos do conhecimento que não nos compete, ou sobre os quais não temos o aporte suficiente para fazê-lo – como, por exemplo, nos quesitos espiritualidade e contato com seres extraterrestres.
Ellam, com a postura corajosa de abrir os arquivos de sua consciência e ao utilizar o livre-arbítrio associado ao compromisso espiritual com irmãos cósmicos como diretriz, o fez com seriedade e desprendimento, mesmo sabendo que poderia ser “linchado” se alguma coisa não viesse a acontecer
Também houve muitos questionamentos quanto aos anúncios de Ellam, principalmente devido ao passado recente da Ufologia Brasileira, machucada por condutas distorcidas de indivíduos desprovidos de pureza de intenções. Como se sabe, aproveitadores se valeram da ingenuidade dos que buscavam informações sobre a vida fora da Terra, os quais, afoitos na ânsia de encontrar respostas para suas indagações íntimas, foram interceptados por pessoas de mau caráter e má índole, que os levaram a ambientes de engodo e de ilusão, apresentando explicações falsas e de conteúdo discutível. Em paralelo, outros indivíduos, com facilidade de comunicação e possuidores de carisma, após arrebanhar grande número de seguidores, terminaram por guinar-se por caminhos estranhos do comportamento humano, confundindo e decepcionando seus adeptos. Há até aqueles que formam seitas. Que seja! Cada um segundo suas obras…
Rogério de Almeida Freitas ou Jan Val Ellam certamente não tem esse perfil. Possuidor do mais alto grau de dignidade, mesmo não vendo realizadas suas previsões, seguramente
continuará seu caminho de plantio das sementes do amor fraterno, sem se vincular a aspectos religiosos ou institucionais para entregar sua mensagem ao destinatário. Continuará portando esse modo nobre e equilibrado de não julgar e de agir com moderação e prudência, sempre no sentido de não ferir a quem quer que seja. Se houve divergências de opiniões, excessos ou desvios por parte do entrevistado, não é necessário que os denunciemos com as armas da intolerância, pois cedo ou tarde, pelo próprio desenrolar dos acontecimentos, a verdade virá à tona. Não é preciso que haja ofensas e julgamentos ao autor da entrevista, principalmente os antecipados, que mais parecem ser o retorno dos tribunais inquisitórios em pleno século XXI. Como queremos um mundo melhor se nós, aqueles que se acham cultivadores de esperanças e de sonhos, não fazermos nada para merecê-lo?
Um retorno esperado mas talvez diferente do anunciado
Profetas nós conhecemos desde os tempos bíblicos. Quer por termos lido alguma coisa sobre eles, quer por termos ouvido histórias contadas ao longo dos tempos. Profetas existiram no Antigo e no Novo Testamento, assim como outros, independentes, entre os quais Nostradamus e Edgar Cayce, para mencionarmos alguns que tiveram bons índices de acerto em suas previsões. Recentemente, fui surpreendido pela polêmica entrevista da edição UFO 126, na qual o místico Rogério de Almeida Freitas – também conhecido como Jan Val Ellam – nos diz que está próximo o contato oficial e definitivo com seres extraterrestres, o que significaria, na visão do entrevistado, que Jesus estaria voltando. Nada melhor que a pessoa – divina e humana – de Jesus para representar o comando das forças alienígenas que se apresentariam a nós. Pelo menos, assim o impacto de tal evento seria bastante reduzido, uma vez que grande parte da humanidade já estaria ciente de seu retorno.
Cunho religioso e doutrinário — Mas a questão que fica no ar é: nós somos guiados por alguém ou guiamos nós mesmos as nossas vidas? Caso se dê o cumprimento das previsões de Ellam, acreditarei que somos guiados. Isso talvez explicasse por que, desde o início da trajetória da raça humana, surgem e desaparecem raças e não conseguimos entender seus primórdios ou sua criação. Existe, no entanto, o dado indicado pelo próprio Jesus na Bíblia, quando tratou da data de sua volta à Terra: “Quanto ao dia e a hora, somente o Pai que está no céu sabe”. Acho que o momento, então, é de reflexão sobre o que foi dito pelo médium na contundente entrevista. E também de buscarmos saber quem – se de fato ele recebeu orientações superiores – estaria lhe comunicando tais acontecimentos. Quem está “do lado de lá?” Devemos, entretanto, estar atentos a qualquer distorção de cunho religioso e doutrinário, assim como pronunciamentos exagerados, que surjam até a data para a qual os fatos foram previstos. Ellam informou originalmente que o encontro cósmico se daria entre a segunda quinzena de novembro e abril de 2007. Mas repentinamente mudou tudo e definiu o grande momento para 18 de novembro de 2006, às 17h30. Seria este o momento do surgimento de extraterrestres por todo o planeta Terra.
Como tanta gente, esperei aquele instante, mas nada aconteceu. Assim, vejo que muitas direções se perdem na contramão da história. Não acredito que o retorno de Jesus seja anunciado da maneira como foi descrita por ele, mesmo porque já foi expresso anteriormente, pelo próprio Jesus, em escritos hoje aceitos, como se dará sua volta. Que o Oriente Médio é o termômetro da humanidade, disso não tenho dúvidas. Que um contato oficial já ocorreu entre humanos e ETs, em algum grau, também não se questiona, pois não se conhece anjo algum que tenha nascido na Terra. E se os escritos bíblicos estão corretos, então só temos pela frente o caminho da reunião cósmica com nossos irmãos de esferas superiores. Sabedores da existência de dimensões espirituais da humanidade, além das físicas, temos neste momento que esperar que a transcendência nos traga a resposta, não pelo aviso fracassado de Ellam, mas pelo próprio desenrolar comportamental da raça humana, com vistas à ocupação de seu devido lugar no universo no futuro.
Pedro Paulo Luz Cunha Filho, consultor da Revista UFO