
Resolvi incluir neste trabalho um contatado que houvesse, pelo menos até o presente momento, mantido – se anônimo e distante do grande público, de modo a apresentar um exemplo diferenciado. Surgiu-me então o nome de Gênesis Moreira, caso que pesquisei durante dois anos – período em que convivi de perto não só com o próprio protagonista, mas igualmente com seus familiares. Depois disso, passei a acompanhar à distância os desdobramentos do que me relatara. Gênesis seria um raro contatado que dera outro curso a suas experiências, não as convertendo em produto de superexposição pública na mídia ou de exploração comercial e financeira.
Um exemplo que deveria constituir a regra, e não a exceção, mostrando que o contatado necessariamente não precisa formar seitas, tornar-se um guru, exigir adoração de um séquito ou explorar desmedidamente a fé alheia. Talvez seja lícito de minha parte supor que haja mais contatados assim entre nós, pessoas que nem desconfiamos que o sejam, e que preferem guardar para si as experiências vividas. Isso não significa, contudo, que Gênesis, ou outros que se encontrem na mesma condição, sejam mais criveis ou destoem radicalmente em certos traços de perfil, já que, no fundo, são muito parecidos com os demais, Nada garante que amanhã não venham também a enveredar pelos mesmos caminhos, não resistindo aos apelos da tentação de serem adulados.
Para Gênesis, tudo começou quando ele tinha sete anos de idade. Eram por volta de 23h00 de uma noite quente e estrelada, seus colegas já haviam se recolhido, mas ele insistiu em brincar sozinho na rua, apesar dos reclames de sua mãe. Em dado momento, ao dirigir seu olhar para o céu, viu uma bola amarelada maior que a lua cheia, com uma cauda que desprendia labaredas de fogo e fagulhas, passar por cima de sua cabeça, a uns dois quilômetros de altura. O objeto seguiu em linha reta, como se estivesse caindo. Em sua mente, Gênesis ouviu um som bem agudo, o qual tornou-se uma constante, .precedendo os contatos telepáticos que passaria a ter algum tempo depois.
INFORMAÇÕES GERAIS – Aos nove anos, ele começou a ouvir vozes, as quais diziam para que ele não temesse, pois se comunicariam a partir dali com bastante freqüência. As vozes, em tom ameaçador, proibiram-no de contar o que presenciara para qualquer pessoa, até mesmo para seus pais. E ele obedeceu: só foi comentar tais fatos aos 20 anos de idade, quando então foi consentida a sua divulgação. Elas (as vozes) se identificaram como sendo quatro seres diferentes, cada um ligado a um ramo específico do conhecimento. O chefe seria o responsável por transmitir-lhe informações gerais.
Kelly, um ser do sexo feminino, orientava seu lado sentimental, em assuntos como o amor e o sexo. Pribo, mais eclético, cuidava da parte de suas habilidades físicas, defesa pessoal e desenvolvimento tecnológico. E Alfa-5 atendia às necessidades psicológicas do contatado. Gênesis conta que às vezes, quando estava com dificuldades na escola ou no trabalho, pedia auxílio e o recebia. Escutava o habitual som de sustenido e, em seguida, instruções de um dos tais seres.
Esses contatos telepáticos, que duram em média três minutos e ocorrem sem lugar e hora definidos, induzem-no a uma espécie de transe letárgico, desligando-o parcialmente do ambiente ao redor. O tempo que decorre entre uma comunicação e outra varia muito, podendo levar alguns dias ou até meses. Mas Gênesis já chegou a ter até três contatos num só dia. Só mais recentemente começou a anotá-los com detalhes. Nos anos de 1990 e 1991, contabilizou 25 encontros. Entre as mensagens recebidas, Gênesis destaca uma fórmula matemática, denominada Fator 302.4.
Cada uma das quatro entidades com as quais mantém diálogo transmite conhecimentos em diversas áreas. O chefe, mais repressor, é responsável pelo repasse de informações gerais. Kelly, do sexo feminino, orienta o lado sentimental, Pribo cuido da saúde e Alfa-5 atende à psique
Segundo ele, essa fórmula relaciona- se a uma autodefesa natural que os seres humanos teriam no cérebro, a qual serviria para que sobrevivessem num ambiente hostil, onde não conseguissem respirar, por exemplo. Ele alimenta a esperança de que um dia algum cientista saberá como desenvolver essa fórmula. Quanto à origem, os seres revelaram que provêm de um planeta da estrela do meio da constelação de Órion, mais conhecida como Três Marias, que estaria inclusive saindo de sua órbita normal, segundo Gênesis.
Destarte, nunca quiseram entrar em detalhes acerca da vida naquele planeta nem justificar o porquê de estarem aqui. De qualquer forma, a constelação de Orion, curiosamente, é apontada preferencialmente pelos contatados como o lugar de origem de seres invariavelmente revestidos de características messiânicas e voltados à orientação espiritual. Na madrugada de 02 de abril de 1990, Gênesis conta que teve a oportunidade de ver fisicamente um dos seres com quem se comunica.
UMA FORTE PRESSÃO – Por volta das 03h00, estava deitado ao lado de sua esposa na cama, desperto, sem sentir sono. Pela fresta da janela começou a notar uma luz azulada vindo do lado de fora. De súbito, essa luz apareceu num dos cantos do quarto, soltando flashes que lhe ofuscavam a visão. Queria acordar sua esposa, o que tomou-se impossível, pois estaria inteiramente paralisado. Então, Gênesis viu um ser saindo do meio da luminosidade, o qual deixava entrever apenas a cabeça e o busto. Tentou levantar o corpo, sentindo imediatamente uma forte pressão contra o peito, impelindo-o a permanecer imóvel. A entidade se aproximou, flutuando, até chegar a uns poucos centímetros de seu rosto.
Fitando-o o tempo todo, o ser pronunciou, sem mexer os lábios: “Eu sou Pribo. Não se assuste. Não acredite no tigre se não acreditar em si mesmo”. Dita a frase, começou a afastar-se e sumiu na luz, que se desvanecia, feito uma tela de televisão antiga quando desligada. Gênesis sentiu um formigamento no peito e o corpo foi retomando, aos poucos, os movimentos. Pribo tinha a cabeça bem arredondada, proporcional, queixo quadrado, maxilar reto, nariz afilado, lábios finos e crânio um pouco mais abaulado como se usasse um capacete. Uma espécie de visor negro ou máscara cobria inteiramente seus olhos e uma pele metálica semelhante a alumínio revestia todo o corpo do ser que, dessa vez, expressou-se oralmente, e não telepaticamente.
O sotaque dele era arrastado, parecido com o de um norte-americano falando Português, e a voz microfonada. Durante o contato, Gênesis disse ter experimentado uma sensação de paz e alegria, apesar do desconforto físico. O modo como ocorreu a aparição desse ser é deveras semelhante ao caso pesquisado pelo ufólogo Carlos Reis envolvendo uma contatada de pseudônimo Liz de Albuquerque – que, no futuro, revelar-se-ia também uma abduzida por alienígenas.
Em 1972, quando tinha oito anos de idade, na Vila Cisper, limítrofe a Ermelino Matarazz
o, também na zona leste de São Paulo, estando sentada em seu beliche, Liz notou uma forte luminosidade formando-se sob a mesa da cozinha. De dentro dela saiu uma pequena criatura que foi se movimentando até ficar com o rosto bem próximo ao dela. A entidade disse alguma coisa inaudível, ao mesmo tempo em que a garota gritava assustada, dirigindo-se rapidamente à cozinha, embrenhando-se na luminosidade que persistia sob a mesa.
Passado pouco mais de um ano, exatamente no dia de seu aniversário. Gênesis acredita que esteve em companhia de um homem de preto. Segundo o contatado, poderia ser um dos extraterrestres disfarçado. Na época trabalhava com pinturas em camiseta e, por esse motivo, resolveu ir ao centro da cidade na parte da manhã comprar material. Alguns amigos lhe deram uma carona, deixando-o no centro comercial. Dali, teria que caminhar um bocado até a loja em que encontraria o que precisava.
Mas, ao atravessar uma avenida, um Escort conversível preto parou ao seu lado. O homem que o guiava perguntou-lhe como chegar a uma certa rua. Gênesis respondeu que, por coincidência, ele também se dirigia para lá. Então o homem convidou-o a seguirem juntos no carro. No curto trajeto, o condutor do automóvel encheu-lhe de perguntas – a maioria referente a seu trabalho e família. O que chamou-lhe mesmo atenção é que além do carro ser preto, aquele senhor também usava terno preto.
Dentro do carro, que era novo, não havia nada, a não ser uma pasta preta tipo 007 no banco traseiro. O homem, que não falava fluentemente, forçando o Português, aparentava uns 35 anos de idade, era alto, branco, de porte atlético, pele lisa, imberbe, queixo quadrado, olhos grandes e claros. O cabelo, meio esbranquiçado, era cortado rente, no estilo militar. Não guiava bem, pois chegou a subir no acostamento quando estacionou.
Ao chegarem à referida rua, despediram-se amigavelmente, e cada um tomou seu ruma. A tarde, descansando em sua casa, Gênesis teve então um dos tradicionais contatos telepáticos, e os seres perguntaram se havia gostado de seu presente de aniversário. Só aí é que se deu conta de que o homem vestido de preto talvez fosse um deles, disfarçado de humano, o qual ficou encarregado de o ciceronear nesse dia especial. Os seres pediram ainda para que ele saísse de sua casa assim que anoitecesse. Então, às 18h30, o contatado olhou para o céu e pôde observar, junto com sua esposa, o que julgou ser um disco voador.
Os entes comportam-se de modo exageradamente paternalista, não descuidando de nenhum aspecto da vida do contatado. Pribo, o que mais se aproximou de Gênesis, tem-lhe ensinado a cuidar melhor de sua saúde, técnicas de defesa pessoal e habilidades diversas, além de repassar-lhe cálculos e equações. Já o chefe raramente se comunica, e quando o faz costuma ser repressor. O que menos entra em contato é o Alfa-5, responsável por infundir-lhe força interior para enfrentar momentos difíceis.
Kelly o tem manipulado sexual e emocionalmente, como o próprio Gênesis admite, resignado. Na adolescência, ela era o tipo de mulher com quem se casaria. Alguém com uma personalidade forte, agressiva, tal como sua esposa. Foi dito ao contatado que dessa relação nasceria uma filha, que também se chamaria Kelly. E assim que eia nasceu, em 1981, batizaram-na com esse nome. A entidade vaticinou ainda que o casal teria apenas dois filhos e que o último seria homem.
SÉRIE DE FENÔMENOS – Em 1984 nasceria Gênesis Júnior – dessa vez o nome ficou a critério do contatado. Apesar dos avisos de Kelly, de que de maneira alguma deveriam conceber mais um filho, sua esposa voltou a engravidar em outras duas ocasiões, por não ter tomado as devidas precauções. E em ambas ela foi obrigada a abortar em decorrência de uma série de complicações. Não obstante, Kelly é contrária aos métodos anticoncepcionais artificiais. Para evitar a gravidez indesejada, ela ditou uma tabelinha que difere das nossas apenas por prescrever um hiato maior sem relações sexuais entre as menstruações, evitando os períodos férteis.
A esposa de Gênesis, Maria Eloisa de Souza Moreira, nascida em 1963, sugestionada com tantos contatos, vem testemunhando uma série de fenômenos. Em 21 de julho de 1992, por volta das 21h00, viu três esferas prateadas e alaranjadas fazendo evoluções no céu, praticamente em cima da casa onde moram. Elas pareciam encaixar-se umas nas outras. Uma vizinha o extremamente religiosa, a comerciante Josefa Batista da Cruz, quando saía de sua avícola, conta que também viu as três esferas, assustando-se a ponto de gritar que “o mundo estava se acabando” (talvez pensando no apocalipse).
Noutra ocasião, Maria Eloisa preparava o jantar e ao sair viu no céu o que achou ser um disco voador. Amedrontada, falou a Kelly que os seres teriam vindo para buscar seu pai. A menina começou a chorar, e dali foram à casa da mãe de Maria, que disse-lhes que aquilo era apenas uma estréia cadente. “Mas nunca tinha visto nada parecido.” Fiquei com medo, porque pensei que tinham vindo buscá-lo”, justifica Maria, confessando ainda que fica nervosa com as coisas que acontecem. “As vezes, acordo no meio da madrugada e meu marido está fora da cama. Se ele está parado, imóvel, sei que são os seres comunicando-se, então eu nem me aproximo”. A esposa do contatado ressalva, porém, que nem tudo o que se relaciona com alienígenas é ruim. “Os seres ajudam muito também. Eles até avisam quando alguém faz algum trabalho de macumba contra nós”.
O irmão mais velho de Gênesis, Douglas Moreira, nascido em 19 janeiro de 1952, mecânico e motorista de caminhão, casado e pai de três meninas, conta, por sua vez, que quando tinha 15 anos de idade, ao voltar à noite do cinema junto com colegas, viu um gigantesco UFO próximo de um morro alto, em Guaianazes, Segundo recorda, o aparelho era cinza, com formato discóide, rodeado de luzes verdes e vermelhas, voava rente ao chão, sem fazer barulho. A visão, contudo, não lhe trouxe maiores conseqüências, como ocorreu com o irmão.
Os contatos com fenômenos estranhos na família remontam à época em que Henrique Moreira, pai de Gênesis, já falecido, namorava sua futura esposa, Pasqualina Gumieiro. Com a ajuda dela reconstituímos a história, juntando e confrontando outros detalhes contados pelos seus filhos. Numa noite de 1947, no interior de Minas Gerais, Henrique vinha andando por um pasto e, ao chegar numa clareira, percebeu uma pequena esfera saltitante. Outras esferas, nas cores branca e preta, surgiram atacando-o. A testemunha acabou entrando numa espécie de luta corporal contra elas. Ao livrar-se, correu até a estação de trem, aonde
chegou todo rasgado e machucado.
FENÔMENOS CONGÊNERES – O bilheteiro, vendo-o naquelas condições, perguntou se havia atravessado uma cerca de arame farpado, pois as marcas estavam bem definidas. Depois do incidente, Pasqualina conta que Henique começou a evitar sair de casa à noite. Entretanto, não faltam nesta família inúmeros outros relatos de fenômenos congêneres, como premonições, poltergeists e fantasmas, que há décadas vêm sucedendo-se ininterruptamente. Em Gênesis, essa tendência tem se manifestado com mais força. Como todo contatado, não foge do discurso habitual, reafirmando que os seres são bons e que as mensagens que recebe servem de alerta para a Humanidade, que caminha para a autodestruição.
Sente-se especial, imbuído de uma importante missão. Por outro lado, sua mãe, adepta dos Testemunhas de Jeová, pensa de maneira totalmente inversa: “Para mim os extraterrestres são espíritos iníquos. O Diabo é que se transforma num disco voador, num ET, pois ele tem o poder da ilusão, é astucioso. Eles são maus, não há nada de bom neles. Temo que meu filho não obtenha a salvação da alma e seja impedido de viver no Paraíso. Para livrar a si mesmo e a sua família disso, ele deveria orar fervorosamente a Deus… “
Gênesis Moreira
NÃO SE TRATA DE um pseudônimo, mas do nome de batismo que consta em suo identidade. Caçula de quatro irmãos, Gênesis Moreira nasceu em 30 de maio de 1964, na periferia de Guaianazes, extremo leste da cidade de São Paulo, onde tem passado praticamente toda sua vida Por conseguinte, o local tornou-se palco da maioria de suas experiências. De instrução média, passou por diversos empregos, entre eles o de auxiliar administrativo e de cobrança.
É casado com Marta Eloísa de Souza Moreira e pai de duas crianças (Kelly e Gênesis Júnior). Seu cotidiano comum, marcado pela faina diária por uma vida mais confortável, esconde uma série de fenômenos cuja origem remonta à época em que seus pais se conheceram Alias, os acontecimentos por vezes não ficaram restritos apenas ao ambiente familiar, estendendo-se inclusive a vizinhos.
Para Gênesis, tudo começou quando ele tinha sele anos de idade Eram por volta de 23h00 de uma noite quente e estrelada, seus colegas já haviam se recolhido, mos ele insistiu em brincar sozinho na rua, apesar dos reclames de sua mãe Passado algum tempo, dirigiu seu olhar para o céu e viu uma bola amarelada, a uns dois quilômetros de altura, seguindo em linha reta. Em sua mente, Gênesis ouviu um som agudo, assim que o aparelho se distanciou.
Dois anos mais tarde, o garoto passou o escutar mensagens telepáticos recomendando que não tivesse medo, porque dali em diante os seres se comunicariam constantemente Mas com uma condição: a de que não contasse suas experiências o ninguém, nem mesmo para suo família Ate os 20 anos de idade, Gênesis guardou segredo sobre os encontros casuais que tinha com entidades provenientes de Órion.
Somente após o permissão de seus guias, Kelly, Pribo e Alfa-5, ele tornou público seu caso. Cada um desses seres era responsável por transmitir instruções especificas sentimental, física ou psicológica para o contatado, que se desligava do mundo ao redor numa espécie de transe letárgico. Suas comunicações telepáticas não ultrapassavam três minutos de duração e ocorriam aleatoriamente, sem hora ou local definidos.
Um resquício de salvação
A COMUNICAÇÃO ENTRE OS HUMANOS e entidades extraterrestres não é um fenômeno homogêneo. Constitui-se de mensagens de linhas filosóficas e ideológicas diversificadas. Sua natureza pode variar de um caso para outro, mas é possível classificá-las conforme seu conteúdo, Normalmente, servem de alerta à Humanidade no sentido de evitar a destruição do planeta. Em casos mais específicos, podem influenciar o conhecimento do receptor em assuntos que exigem maior capacidade intelectual. Via de regra, retratam intenções pacificas e o desejo de ajudar nosso processo evolutivo. Contudo, nem todos os contatantes expressam o mesmo sentimento para com os terráqueos. Alguns são difusores de idéias totalitárias e de um iminente e devastador apocalipse.
Tal circunstância provoca questionamentos entre os pesquisadores. Eles cogitam a multiplicidade das fontes de contato ou a possibilidade das entidades serem as mesmas, porém com várias aparências (humanóides, anjos, demônios, espíritos). Seja como for, essas comunicações estão servindo de “tábua de salvação” para a maioria daqueles que buscam respostas para suas vidas numa época tão confusa como a que estamos vivendo. Por isso, este é um bom momento para reavaliarmos o conteúdo dessas mensagens e descobrir o que elas significam para o nosso futuro – se é que estão mesmo relacionadas a ele.