A morte de diversos animais em um pesqueiro durante a madrugada de 17 de agosto está intrigando e preocupando moradores da região de Apiaí, no interior de São Paulo. Consultores da UFO ainda não descartam ação de chupacabras. Atenção: Há imagens fortes neste artigo, recomendamos cautela na visualização
Na manhã do dia 17 de agosto, por volta de 09h00, Joelso Santos Silva, de 50 anos, marido da proprietária do Pesqueiro Recanto Nativo, em Apiaí, interior de São Paulo, recebeu uma ligação de seu cunhado, que mora no pesqueiro, afirmando que todos os animais tinham sido “abatidos”.
Ao chegar no local para ajudar o parente, Silva afirma que se deparou com uma cena “muito esquisita”: da noite para o dia, todas as cabras e gansos, adultos e filhotes, apareceram mortos com ferimentos nos pescoços.
“Estavam todos espalhados, mortos, com ferimento no pescoço e só”, afirmou ele. Silva disse que apenas uma carneira conseguiu sobreviver, pois correu para a área próxima à residência e se manteve escondida.
Todos os outros animais – nove e cabras e pelo menos três gansos –, não tiveram a mesma sorte. “Encontrei animal morto até dentro do açude”, disse a testemunha.
Chupacabras?
Corpos dos animais encontrados mortos no pesqueiro Crédito: Joelso Santos Silva
Silva chegou a medir o tamanho dos ferimentos, para avaliar a possibilidade de terem sido causados pelo ataque de cachorros de caça.
“São seis dedos de um canino até o outro. Se fosse um cachorro, teria que ser um cachorro gigante”, disse ele. E a mesma mordida foi encontrada em todos os animais, do mesmo jeito.
Silva compartilhou as imagens dos animais nas redes sociais como forma de alerta aos vizinhos para tomarem cuidado com um animal caçador desconhecido que poderia estar pela região.
Internautas conhecidos dos proprietários concordaram que não se parecia com um ataque de onça, uma vez que o felino teria usado as presas para se alimentar e não teria apenas matado. Alguns chegaram a atribuir o ocorrido à lenda urbana do Chupacabras.
“Foi muito esquisito. Chupacabras eu sei que não foi, mas foi um tanto quanto estranho!”, declarou Silva, que obviamente estava muito aborrecido com os acontecimentos.
Animal atacado por predador desconhecido Crédito: Joelso Santos Silva
Silva relatou ter ficado de tocaia no recanto esperando pelo retorno do animal. “Não voltou, acho que porque sabe que não sobrou nada por aqui. Matou os animais e sumiu”, explicou ele.
A testemunha procurou por rastros de pegadas ou indícios que pudessem auxiliar na identificação do animal misterioso, mas encontrou apenas um par de pegadas, que acredita não ter relação com o ataque.
“Só achei essa pegada sinistra, mas acho que não tem nada a ver. Pode ter sido feita por um carneiro se ajoelhando”, declarou ele.
Sem acesso às provas
Os pesquisadores Marco Aurélio Leal à esquerda e Ivan Lima à direita
Crédito: Arquivo pessoal Marco Aurélio Leal
O pesquisador do Vale do Ribeira Ivan de Lima nos avisou do ocorrido no dia 19 de agosto, quando nos enviou os contatos das testemunhas. Ao conversar com Josélia Silva, a proprietária do Pesqueiro Recanto Nativo, ela nos fez o relato a seguir:
“Na madrugada de terça feira (17/08) por volta das 03h00 sua cunhada, que mora no local, escutou barulhos atípicos de latidos de vários cachorros, mas por estar sozinha com seus filhos pequenos, ficou com medo de sair para verificar o que estava acontecendo”.
Pela manhã, Joelso Santos Silva e seu cunhado estiveram no local para averiguar os fatos e fotografaram os animais mortos.
Nós conversamos também com Silva sobre nossa ida até o local dos fatos com os pesquisadores Ivan de Lima e Paulo Aníbal, que também é biólogo. Segue abaixo a resposta de Silva:
”Sinceramente, meu amigo, não vejo motivo, pois já enterrei os animais. Eu devia ter tomados princípios básicos, como preservar o local e verificar se houve esgotamento do sangue. Porém, agora já é tarde, e todos na região acreditam ser onça ou cachorro. Sendo assim me despeço e agradeço a atenção”.
A opinião do veterinário
O veterinário Alexandre Luiz Gugisch. Crédito: Acervo pessoal
Nossa intenção era a de ir ao local para fazer uma análise melhor de todo o caso, levando conosco um veterinário ou biólogo para nos orientar.
Recebemos as fotos originais dos animais atacados e as encaminhamos para o veterinário Alexandre Luiz Gugisch, que pode fazer uma breve analise dos ferimentos de alguns animais atacados. Sua hipótese sugere ataque por felinos.
Por outro lado, Gugisch, assim como Silva, achou muito estranho os predadores somente atacarem e não consumirem ao menos parte dos corpos, já normalmente a razão da caça seria o consumo da carne.
Pegada encontrada no local. Crédito: Joelso Santos Silva
Ao analisar as pegadas encontradas, Gugisch acredita que uma das hipóteses poderia se tratar dos joelhos de um dos carneiros que por algum motivo chegou a se ajoelhar.
A opinião do biólogo e do especialista
Carlos Alberto Machado, especialista em chupacabras e Paulo Aníbal G. Mesquita, biólogo
Ao enviar as mesmas fotos para o biólogo Paulo Aníbal para uma breve analise, recebemos a seguinte avaliação:
”Na verdade. é completamente inconclusivo, pois para a produção de provas periciais seria preciso ter o isolamento do local dos fatos, bem como a preservação das carcaças no local, para que se pudesse fazer uma coleta adequada do material biológico. Infelizmente ficou inviável a produção de provas.
Já o pesquisador Carlos Alberto Machado, principal investigador de ataques do chupacabras comentou achar estranho “ter ferimentos sem sangue e ferimentos com sangue, mas não temos como ter uma conclusão sem acesso aos materiais biológicos para a coleta de sangue para uma análise mais detalhada”.
Comentário também feito por Gugisch e Aníbal.
Investigação que segue
Animais mortos junto ao açude. Crédito: Joelso Santos Silva
Pelo que pudemos observar até agora, o caso de Apiaí difere dos supostos ataques de chupacabras dos anos 90, uma vez que a maioria dos animais estava com sangues e algumas feridas irregulares que sugerem ataque por felinos.
Como não conseguimos ter acesso aos corpos, por enquanto tudo são hipóteses. Segundo Josélia, somente uma carneira conseguiu fugir do local sem ferimentos. Por enquanto preferimos deixar o caso como inconclusivo por falta de analises cientificas.
Apesar de o prejuízo pela perda dos animais e das circunstâncias do ataque, Silva afirma que não foi registrado boletim de ocorrência para relatar a situaç
ão. A carneira sobrevivente foi levada a um sítio seguro.
Temos planos de ir, juntamente com o pesquisador Ivan de Lima ainda esta semana para averiguar se houve outros incidentes anômalos nas regiões da zona rural de Apiaí e Iporanga, locais muito conhecidos por relatos de avistamentos de UFOs.
Abaixo, o link para um vídeo que fizemos em Campina Grande do Sul, no Paraná, juntamente com o pesquisador Carlos Alberto Machado, com relatos de algumas testemunhas que vivenciam os ataques do chupacabras nos anos de 1996,1997 e 1998.