Foi realizado, de 28 de novembro a 4 dezembro passado, mais uma edição do Congresso Internacional de Ufologia de Las Vegas – o 4° consecutivo desde 1991. O evento, que desta vez superou em número de participantes e conferencistas todos os anteriores, foi realizado no magnífico Si Redd\’s Oasis Hotel Resort Casino, uma fantástica estância encravada em pleno Deserto do Nevada, há 70 milhas ao norte de Las Vegas. Cerca de 50 ufólogos de 26 países estiveram presentes na ocasião, apresentando o resultado de seus estudos aos mais de 400 participantes. Do Brasil, apenas o editor de UFO, A. J. Gevaerd, apresentou conferência, abordando as novas ondas ufológicas de Baturité (CE) e da Chapada Diamantina (BA) – assuntos tratados em nossas edições UFO 34 e UFO Especial 05.
A coordenação do evento esteve sob responsabilidade do empresário e ufólogo Robert Brown, chefiando numerosa equipe. O igualmente veterano coronel Wendelle Stevens esteve na coordenação científica do Congresso, que ainda contou com apoio de inúmeras organizações e publicações internacionais. O evento apresentou resultados excepcionais, com a valorização do trabalho individual de ufólogos de todo o mundo. Se não foi definitivamente o melhor congresso ufológico já realizado, foi com certeza um dos mais produtivos. Dezenas de diferentes temas foram exaustivamente abordados, diversas mesas redondas e debates foram promovidos – tudo dentro da filosofia do Congresso, que é a de reunir pessoas num único lugar, com tempo de sobra para todos se conhecerem e trocarem suas experiências de forma integral.
Descontração — É justamente assim que funciona o evento que anualmente acontece em Las Vegas: ufólogos, conferencistas, imprensa, organizadores e participantes ficam uma semana inteira hospedados no mesmo hotel (sempre exuberante), trocando idéias e experiências. Todos convivem juntos essa semana, fazendo refeições nos mesmos restaurantes, ocupando as mesmas áreas de lazer, praticando seus esportes prediletos juntos etc. O clima é de congrassamento total, num ambiente de bastante descontração e informalidade que propicia uma troca acalorada de idéias. Nesse ambiente, todos tornam-se amigos, especialmente depois de uma semana inteira de convívio, e o resultado para todos é extremamente satisfatório. Junte-se a isso o fato de que o preço que o participante paga por um evento desses é simplesmente ridículo: esse último evento teve o custo final de 250 dólares por pessoa, isso incluindo o ingresso para todas as conferências, mesas-redondas, debates e filmes exibidos, além da hospedagem no hotel (com café da manhã), por 7 dias.
O Congresso de Las Vegas uniu sob o mesmo teto o que há de mais avançado em todos os segmentos da Ufologia, da científica à mística, passando por questões de abducções, viagens a outros mundos e temas complexos como contactados permanentes na Terra. Por exemplo, o contactado místico italiano Giorgio Bongiovanni apresentou suas experiências ao lado do cientista Mark Davenport, que falou sobre os UFOs serem visitantes do tempo. Nessa mescla de assuntos e áreas, o Congresso também teve sessões de canalização ao vivo de mensagens de vários extraterrestres (através dos mais renomados canais norte-americanos) e até um painel de debates em que abduzidos físicos puderam trocar em público suas experiências, para proveito de ufólogos e participantes. Enfim, o evento marcou mais um ponto para o excepcional trabalho de Bob Brown, que se destaca no meio ufológico dos EUA por promover eventos ecléticos onde não apenas se apresentam fatos da Ufologia, mas também onde os participantes têm a oportunidade de sentir e praticamente “tocar” esses fatos quase que com suas próprias mãos.
Os UFOs vão baixar — Tem-se a impressão, pelo calor das atividades, que os UFOs estão apenas aguardando o desfecho de nossas discussões, enquanto lá nos reunimos, para baixarem de uma vez e darem seu recado. O local onde o Congresso foi realizado ajudou um pouco: o hotel, com mais de 700 apartamentos, 6 piscinas e vários campos de golfe, fica cercado de montanhas com picos nevados, numa localidadezinha chamada Mesquite. É lá que fizemos uma verdadeira imersão no tema ufológico, com cada um dos participantes tendo suas experiências no assunto valorizadas por todos – seja ele um conferencista ou apenas alguém que decidiu assistir ao evento. Todos verdadeiramente se unem para trocas de vivências que, com o passar dos anos, em novos reencontros com as mesmas pessoas, vão tornando-se cada vez mais importantes para a consolidação de um pensamento único a respeito dos UFOs, seus tripulantes e suas intenções. Dessa vez, no evento 1994, todos voltaram para casa com a nítida impressão de que alguma coisa grande irá acontecer em 1995. Ou uma manobra dos próprios UFOs, sob grandes cidades e centros populacionais maciços, com a intenção de serem vistos e não deixarem mais dúvidas de sua existência. Ou os governos virem a público, de alguma forma, admitindo sua existência. Ou ambas as coisas!
O evento teve vários pontos-altos. Um deles, que talvez ainda não devesse ser mencionado, foi uma série de reuniões a portas fechadas com os conferencistas norte-americanos e internacionais presentes. A reunião deu-se a convite de Daniel Sheehan, que trabalha para a cúpula do episcopado dos EUA (embora isso nada tenha a ver com suas atividades na Ufologia). Sheehan recebeu diretamente de um dos homens mais ricos e influentes da América, o último membro vivo do clã Rockfeller, uma oferta inusitada: ir ao Congresso de Las Vegas e lá conversar com os principais ufólogos para saber deles o que se precisa para: (a) melhor e mais abrangentemente pesquisar os UFOs; (b) divulgar suas intenções e visitas à Terra de forma absolutamente sem precedentes: e (c) fazer com que os governos do mundo se posicionem definitivamente a respeito. Rockfeller disse a Sheehan que, não importando o que isso venha a custar, ele quer garantir a verba necessária para tal!
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Com essa oferta em mãos, Sheehan procurou o coordenador científico do Congresso, Wendelle Stevens, que convocou apenas 6 conferencistas para uma reunião preliminar para avaliação da oferta de Rockfeller: Jorge Martin (Porto Rico), Michael Hesemann (Alemanha), Michael Lindemann (EUA), Robert O. Dean (EUA), Tony Dodd (Inglaterra) e A. J. Gevaerd (Brasil). Esses ufólogos se reuniram a portas fechadas, durante 3 horas, e decidiram, como um primeiro passo a ser dado, ampliar o número de convidados para levar avante a idéia. Assim, mais 12 conferencistas foram chamados para uma segunda reunião e cada um pôde levar um convidado para participar de uma terceira reunião. Nessa ocasião, o Grupo de Las Vegas, como ficou conhecido, decidiu aceitar a proposta de Rockfeller e enviar Sheehan de volta à Nova York com uma mensagem: o grupo que reunir-se novamente, em maior número de pessoas, para organizar um evento maciço sobre Ufologia. Essa próxima reunião será provavelmente em Acapulco, em abril, onde se pretende estabelecer o que será esse mega-evento.
Atingir o mundo todo — A sugestão do participante brasileiro, Gevaerd, foi acatada por unanimidade: para se atingir o mundo todo, o evento deve ser realizado nos moldes, por exemplo, da reunião sobre o meio ambiente ocorrida há alguns anos no Rio de Janeiro, ou ainda como a reunião sobre crescimento populacional do Cairo, Egito, no ano passado. Enfim, o evento deve ser realizado durante no mínimo uma semana, em uma localidade apropriada e agrupando todos os principais movimentos, ufólogos e grupos mundiais de Ufologia – algo perto de 10 mil pessoas. Junto à essa multidão, espera-se ter representantes oficiais da ONU e de pelo menos 100 países do mundo. As discussões sobre o assunto aconteceriam em diversos fóruns isolados e conjuntos, em que todos os aspectos da Ufologia pudessem ser apresentados e avaliados – desde a questão dos contactados até dos eventos religiosos envolvendo o Fenômeno UFO. Embora acatada a idéia, a proposta do brasileiro será melhor avaliada e receberá novo formato na reunião de Acapulco, onde a Revista UFO também estará presente. De qualquer forma, um evento desses só seria possível para o próximo ano, 1996. Esperamos!
Mas vejamos os destaques do Congresso Internacional de Ufologia de Las Vegas. G. C. Shellhorn, já conhecido do publico brasileiro por ter-se apresentado no Rio para uma platéia do Centro de Investigação Sobre a Natureza dos Extraterrestres (CISNE), falou sobre um dos temas mais polêmicos da Ufologia: o que os ufonautas estão nos dizendo através de mensagens obscuras de que catástrofes nos aguardam no futuro. Shellhorn, que foi professor da Universidade de North Dakota e escreveu o livro When Men Are Gods, abriu os trabalhos do congresso mostrando evidências de que contactados e canais em vários lugares do mundo, mesmo sem se conhecerem, têm experiências ufológicas com o mesmo conteúdo. Sobre assunto semelhante falou Jaime Massuan, um dos mais conhecidos ufólogos do México. Massuan é uma espécie de “Domingos Meireles mexicano”, um repórter que investiga a fundo o assunto e faz documentários extensos sobre Ufologia para a TV. Massuan incrementou seus estudos a partir da recente onda ufológica que atingiu todo o país – em especial a capital –, em 1991. Nessa oportunidade, pôde recolher várias filmagens dos UFOs e constatar várias abducções que culminaram com as aparições. Hoje, Massuan, através de programas semanais de Ufologia, atinge vasta quantidade da população mexicana e consegue recolher centenas de imagens e depoimentos interessantíssimos.
Do México também veio a estudiosa Zitha Rodriguez-Montiel, editora da publicação ufológica de maior circulação da atualidade, o Reporte OVNI, com mais de 200 mil exemplares lançados a cada 15 dias. Zitha acompanha o Fenômeno UFO em seu país e na América Central há muitos anos, coletando fantástica quantidade de material. Em Las Vegas, apresentou o supra-sumo dos casos de contatos de 3°, 4° e 5° graus de seu país, em especial uma ocorrência envolvendo um professor da Universidade do México, contactado há vários anos por seres que se autodeclaram procedentes de Andrômeda [Editor: o caso originou a publicação do livro UFO Contact from Andrômeda, ainda não disponível no Brasil].
Língua latina — Dando um sotaque latino ao Congresso, Jorge Martin, de Porto Rico, apresentou o melhor da Ufologia caribenha e de seu país. Martin é um dos mais conceituados ufólogos da atualidade, foi responsável pela pesquisa do caso Amaury Rivera e hoje edita a recém lançada revista Evidencia OVNI, de circulação em seu país e outros de língua latina (veja box a respeito). Martin apresentou um caso que chocou a platéia, de um ET assassinado por nativos de uma localidade interiorana de Porto Ri-co, que se amedrontaram com sua presença.
Os ufólogos George Wingfield e Tony Dodd vieram à Las Vegas representando a comunidade ufológica da Grã Bretanha. Wingfield, ex-professor da Universidade de Dublin, é um dos maiores especialistas nos círculos nas plantações aráveis do sul da Inglaterra, assunto sobre o qual concentrou sua conferência. “Ao contrário do que se pensa, os círculos ingleses estão aparecendo cada vez mais e em maior quantidade de lugares em todo o Reino Unido”, disse o ufólogo após apresentar audiovisual com os principais círculos surgidos em 1994. Wingfield deixou bem claro que: (a) o mistério dos círculos é, sem dúvidas, um dos maiores enigmas da Humanidade; (b) o enigma é complexo e está definitivamente ligado aos UFOs; e (c) os governos envolvidos também estão procurando uma resposta. Já Dodd, ex-chefe de polícia inglês, abordou o fantástico caso de perseguição de um barco patrulha da Inglaterra por um UFO, no Atlântico Norte. O caso envolve a segurança nacional britânica a tal ponto que Dodd foi ameaçado de morte por agentes do serviço secreto inglês e tem sua correspondência constantemente violada. Mesmo assim, expôs o caso em detalhes, surpreendendo a todos [Editor: UFO aguarda finalização da tradução do relatório para apresentação].
No âmbito das abducções, uma das conferências mais apreciadas foi a do norte-americano Jiles Hamilton, autor do livro Time Hypnotical Regression and ET Abductions. Hamilton, veterano em Las Vegas, apresentou o caso de Louis Hanskins, um contactado por ETs há muitos anos que recebeu inúmer
as comunicações telepáticas sobre sua origem e intenção. Foi Hamilton quem, em 1992, no segundo evento da série, apresentou ao mundo o contactado Eddie Page, um ex-combatente no Vietnã que, dado como morto na guerra, voltou à vida com estranhas lembranças. Por incrível que pareça – e é mesmo difícil de aceitar tal teoria – Hamilton extraiu sob hipnose, do subconsciente de Page, que o rapaz foi “trazido de volta” por ETs. Tal informação, evidentemente bombástica, dividiu a Ufologia americana, mas esta sobreviveu ao impacto. Depois da apresentação de Hamilton, o coordenador do evento achou que o público já estava suficientemente preparado para assistir ao painel de contactados, que contou com a participação de dezenas de homens e mulheres de todo o mundo, descrevendo suas experiências com alienígenas.
O painel foi realmente algo do outro mundo. Os mais conhecidos contactados e abduzidos dos EUA e de diversos países sentaram-se no palco do Congresso e, um a um, foram descrevendo seus raptores e os ETs a quem foram apresentados nas abducções que sofreram. Cada experiência chocava mais que a anterior, sendo que os personagens dessas fantásticas histórias argumentavam e trocavam idéias entre si, pondo a nu seus sentimentos a respeito de cada caso. Foi incrível. E esse ambiente de descontração foi seguido de uma conferência também muito envolvente, feita por Leah Haley, autora do livro Lost Was the Key, que conta sua experiência. Leah garante que foi abduzida por um UFO na Flórida. Até aí tudo bem, mas o estranho começa quando ela diz que o UFO em que estava foi detectado pelo sistema de defesa aérea dos Estados Unidos e foi abatido pelos militares. Quando estes resgataram a nave, estranharam a presença dela, uma humana, no meio dos ETs. Para completar, os seres extraterrestres acabaram sendo colaboradores do governo dos EUA, colocando Leah, na condição de abduzida, numa situação bem delicada. A história toda é muito confusa e difícil de engolir, mas Leah a repete em congressos e mais congressos pelo mundo afora [Editor: fizemos uma pequena enquete em Las Vegas e descobrimos que mais de 70% dos participantes do Congresso não acredita no caso ou em parte dele]. É importante dizer também, nesse ponto de nosso relatório, que histórias como essas são muito comuns na Ufologia Norte-Americana…
Visitantes do tempo — O marido de Leah Haley, o engenheiro químico Mark Davenport e autor do ótimo livro Visitors from Time, fez uma conferência com os pés bem mais no chão. Davenport argumenta que os UFOs manipulam o tempo de maneira que ainda desconhecemos e o utilizam para fazer suas viagens. Isso é uma coisa óbvia, mas Davenport tem o mérito de traçar as teorias que garantem tais afirmações. “Se observarmos a história da Ufologia, encontraremos casos de UFOs que apareceram há 2 mil anos e que são exatamente iguais, em formato, aos que aparecem hoje em dia. Será que os ETs não desenvolveram novos modelos de UFOs nesse período? Será que não evoluíram também”, disse. Entre os ufólogos de todo o mundo, é unânime que os UFOs manipulem o tempo para virem à Terra e fazer suas visitas. Mas há outra questão a ser avaliada: no exemplo dado por Davenport, o espaço de tempo decorrido, de 2 mil anos, pode representar apenas alguns segundos, minutos ou talvez dias para os ETs – e eles talvez não tenham necessariamente que manipular o tempo para fazerem tais visitas.
Um capítulo à parte no Congresso de Las Vegas foi a apresentação do contactado italiano Giorgio Bongiovanni, conhecido mundialmente por suas estigmas (cicatrizes) em forma de cruz nas mãos, pés e na testa. Giorgio é um italiano que recebeu ensinamentos iniciáticos de Eugênio Siracusa, o famoso contactado. De uns anos para cá, inexplicavelmente, passou a ter visões de UFOs e suas mãos, pés e testa passaram a sangrar ininter-ruptamente, nos mesmos lugares onde, segundo os textos históricos, Jesus teria sido pregado na cruz (exceto pela testa). Consultado por médicos de todo o mundo, ninguém achou uma explicação para seus estigmas, que são verdadeiramente estranhos. Esse fenômeno alia a questão religiosa aos UFOs, fazendo com que se interprete de maneira diferente os acontecimentos bíblicos envolvendo os profetas e, inclusive, Jesus Cristo. Giorgio falou por quase 3 horas, mostrando fotos e filmes que fez pessoalmente de UFOs, arrancando aplausos constantes da comovida platéia.
UFOs no bloco soviético — Como não podia deixar de ser, o alemão Michael Hesemann também fez uma brilhante conferência, mostrando os resultados de suas viagens de pesquisa por vários países da extinta União Soviética. Michael, que em outubro próximo realizará seu próprio congresso mundial em Düsseldorf, tem fortes contatos com ufólogos de diversos países do bloco soviético, onde casos de UFOs são constantes. Também do outro lado do mundo veio à Las Vegas o professor da Universidade de Pequim e ex-diplomata chinês Sun Chi-Li, que expôs a situação da Ufologia na China. Homem surpreendentemente culto e simples, o professor Sun Chi-Li fez impressionantes revelações sobre casos de abducção em seu país e noutros da Ásia – dados que a Ufologia Ocidental ainda desconhecia. O ufólogo é presidente da maior entidade de pesquisas ufológicas do mundo, a Chinese UFO Organization, com nada menos do que 300 mil associados!
Para finalizar o rol das participações estrangeiras, apresentou-se em Las Vegas, em 4 de dezembro, o editor de UFO, A. J. Gevaerd, falando sobre as últimas ondas ufológicas que atingiram o Nordeste Brasileiro. Gevaerd, que é um dos diretores internacionais do evento desde seu início, dirigiu-se à platéia agradecendo o convite e enfatizando que sua participação no Congresso se dava em nome de toda a coletividade da Ufologia Brasileira e que, como seu porta-voz, apresentaria casos pesquisados pelos mais diversos ufólogos de nosso país. Gevaerd expôs detalhadamente o fantástico trabalho casuístico do ufólogo cearense Reginaldo de Athayde, sobre as aparições de UFOs em Baturité (CE), impressionando a platéia com a regularidade das ocorrências. Abordou também os casos da Chapada Diamantina, na Bahia, investigados por Alonso Valdi Régis, Emanuel Paranhos e Alberto Romero, principalmente. Mostrando filmagens obtidos na Chapada, descreveu a grave situação da onda que presentemente atinge a área. Também mostrou casos pesquisados por outros de nossos melh
ores ufólogos – entre eles Marco Petit, Édison Boaventura Júnior, Marcos Silva, Daniel Rebisso Giese e outros – e concluiu deixando a nítida impressão, entre os presentes, de que no Brasil a casuística ufológica é fantástica. E é mesmo, tanto que os ufólogos internacionais simplesmente deliram ouvindo nossos casos!
Ainda dos EUA, John Carpenter, Bill Caulfield e James Deardorff fizeram sua apresentação sobre temas avançados da Ufologia. Carpenter, hipnólogo clínico, mostrou suas descobertas sobre um padrão geral de abducções de homens e mulheres nos EUA. Caulfield, ex-piloto comercial, mostrou casos de pilotos de todo o mundo sendo seguido por UFOs e quais são as providências que as autoridades tomam a respeito.
Eduard Meier — E Deardorff, analista de fotos ufológicas de renome mundial, apresentou alguns detalhes sobre como legitimou algumas das fotos que o contactado suíço Eduard Meier obteve. E já que se falava em Meier, o Congresso aproveitou para fazer um painel especial sobre os 20 anos de contatos do suíço, com a participação dos principais ufólogos que investigaram o caso desde o princípio – chefiados por Wendelle Stevens. Foi feita um retrospectiva completa dos 20 anos de atividades de contatos de Meier, com apresentação de todos os detalhes e narrativa das principais mensagens que ele teria recebido dos seres das Plêiades.
Para encerrar, Robert O. Dean, o ex-funcionário da OTAN que ficou conhecido do público brasileiro em novembro passado, após a publicação da UFO 33, fez uma completa narrativa de seus anos como oficial graduado do organismo de defesa do Atlântico Norte. Dean declarou a quem quisesse ouvir que os americanos e russos sempre foram aliados quando o assunto era UFOs, tanto que desenvolveram vários projetos juntos. Abordando o lado oficial – e sigiloso – da pesquisa ufológica, o coronel Don Ware também fez uma impressionante palestra. Ware foi um dos diretores da toda-poderosa Mutual UFO Network (MUFON), mas foi excluído dela por ter-se virado para o lado mais avançado e místico da Ufologia, justamente após ter encabeçado as investigações sobre o Caso Gulf Breeze. Ware é um homem imensamente respeitado no meio ufológico e tudo que ele fala é ouvido. Em Las Vegas, falou sobre as manobras de acobertamento ufológico do governo dos EUA. “A questão agora é sabermos se o governo está agindo em seu interesse próprio, em nosso interesse, como cidadãos, ou no interesse do poder econômico mundial ao manter esta estúpida política de acobertamento”, declarou. Sobre assunto idêntico ainda falaram Michael Lindemann e Daniel Sheehan. Lindemann chegou a declarar que o governo já se conscientizou de sua burrice e tenta a todo custo reverter sua posição. Sheehan mostrou os meios pelos quais o governo pode ser pressionado a tomar uma posição o mais rápido possível.
Enfim, este é o relatório do 4° Congresso Internacional de Ufologia de Las Vegas. Mais de 30 outros ufólogos também se apresentaram lá, mas seria impossível, por questões de espaço, descrever o trabalho de cada um. Assim, optamos por mostrar o que de mais importante aconteceu, e com isso incentivar mais e mais brasileiros a se prepararem para o evento desse ano. A Revista UFO, como nos anos anteriores, está programando uma nova comitiva para comparecer na quinta edição do evento, e quer contar com o maior número possível de interessados. Bob Brown já garantiu que, no evento de 1995, incrementará ainda mais o Congresso, com maior abrangência de temas e maior número de conferencistas. O preço do pacote continua basicamente o mesmo: cerca de 250 dólares para todas as conferências, debates, mesas-redondas, filmes etc, incluindo a hospedagem num suntuoso hotel, com café da manhã. Para quem não sabe, uma passagem para Las Vegas, partindo de São Paulo, não sai por mais de mil dólares. Assim, participar de um magnífico congresso como esse realmente não é coisa de outro mundo e qualquer um pode programar-se para novembro próximo, quando voltaremos ao Deserto de Nevada. O que os participantes brasileiros verão e ouvirão lá – isso sim – é coisa de outro mundo!
A Revista UFO vai à Europa
O editor de UFO, A. J. Gevaerd, após sua apresentação em Las Vegas, recebeu vários convites para apresentar-se em diversas cidades do mundo. Aparentemente, o interesse da Comunidade Ufológica Internacional pelos acontecimentos brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Há 5 anos consecutivos que a Revista UFO participa ativamente de eventos no exterior, inclusive, através de Gevaerd, compondo a Diretoria Internacional Permanente do Congresso de Las Vegas. Entre os convites recebidos, o primeiro é para apresentações em Londres e Birminghan, na Inglaterra, em 24 e 25 de fevereiro. O evento de Birminghan será um congresso eu-ropeu e, o de Londres, uma apresentação local para associados ao grupo ufológico Quest International, que edita a fantástica revista UFO Magazine.
Depois de Londres e Birminghan, Gevaerd irá a Copenhague e Estocolmo para contatos e apresentações locais. Por fim, o editor de UFO passará mais alguns dias visitando ufólogos, grupos e publicações em outros 6 países europeus. O ponto alto da viagem será uma reunião com ufólogos italianos em Roma, para se avaliar uma forma de cooperação internacional entre esses e o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV). Depois dessa jornada, a Revista UFO ainda tem vários convites para apresentar-se. Em junho, estará presente no Congresso Interamericano de Ufologia, em Toronto, Canadá. Em Julho, no Congresso Mexicano de Pesquisas de Discos Voadores, na Cidade do México. Em outubro, UFO voltará à Europa, dessa vez para apresentar-se no Congresso Mundial de Ufologia de Düsseldorf, organizado por Michael Hesemann, da revista Magazine 2000. Em novembro, novamente irá à Las Vegas, para mais um evento da série.
Todos esses
convites mostram quanto a casuística ufológica brasileira ainda atrai e espanta os ufólogos de outros países. Mas também mostram que o trabalho da Revista UFO não é apenas respeitado domesticamente, no Brasil, mas em vários outros países. Em reuniões informais realizadas em Las Vegas, vários editores de publicações ufológicas concordaram que há uma grande necessidade de se intensificar a difusão da Ufologia – e que o melhor meio seria, de fato, o fortalecimento das publicações ufoló-gicas existentes e a criação de novas. A Revista UFO, do Brasil, recebeu elogios de todos por permanecer dentro de sua linha séria por tantos e tantos anos, em meio às inúmeras dificuldades que todos sabem existir em nosso país. Editores de publicações norte-americanas, canadenses, européias e até asiáticas fazem questão de contar com a UFO em projetos de cooperação internacional que estão sendo estabelecidos.