Grande parte das pessoas que se interessam por Ufologia tem alguma história para contar sobre o assunto. Sejam os relatos próprios ou de parentes, aqueles que acreditam no fenômeno da abdução suspeitam que algo lhes aconteceu, mesmo que não saibam como explicar. Coincidentemente, quando questionados com mais cuidado, esses indivíduos acabam por relatar detalhes dos quais não se recordavam ou que achavam não ter relação com o fato ou outros detalhes de suas vidas.
O interesse em Ufologia por si só não é indicativo de que a pessoa tenha tido algum contato direto com o fenômeno. Porém, estudos constataram que muitos indivíduos interessados pelo assunto são, na realidade, “experienciadores” dele, principalmente quando se tratam de abduções. De acordo com o doutor David M. Jacobs, professor com doutorado em história intelectual, especialista na história e cultura dos Estados Unidos no século XX e famoso pesquisador de sequestros alienígenas, a maioria das abduções acontece sem que sejam deixados traços de lembrança, artefatos ou marcas físicas que levem o abduzido a desconfiar do que lhe aconteceu.
Jacobs, que já conduziu mais de mil sessões de regressão hipnótica, expôs vários pontos interessantes e comuns entre os abduzidos, como listaremos abaixo. Durante a leitura, recomendamos ao leitor uma análise de suas próprias experiências — é possível que algumas ou todas as situações descritas tenham algum paralelo com sua vida, mas lembramos que alguns fatos podem ter explicações não relacionadas com o Fenômeno UFO. Por outro lado, é importante ficar atento aos sentimentos e lembranças vagas, pois, como veremos a seguir, elas podem ter relação direta com a casuística ufológica.
Vazamentos de memória
A maioria dos abduzidos inicia seus relatos com avistamentos de todo tipo. Desde pontos brilhantes no céu que se comportam de maneira errática, até naves vistas tão de perto que é possível ver sua fuselagem. Os relatos são breves e normalmente sem maiores incidentes, a não ser em raros casos em que o abduzido é convidado a entrar na nave — nesses eventos, as testemunhas são consideradas contatadas e não abduzidas. Esses avistamentos são rápidos, durando algo entre alguns segundos e alguns minutos. Raramente são precedidos de luzes projetadas, seres ou mesmo abduções.
Os experienciadores, em sua maioria, acreditam que o evento se resume ao avistamento e nada além dele. Incrivelmente, fatos estranhos não são aleatórios, mas parecem seguir um padrão definido, ao que Jacobs chama de “vazamento de memória”. Nestas ocorrências, os abduzidos esquecem a experiência de sequestro quase totalmente, mas, por algum motivo que ainda se desconhece, alguns resquícios do evento permanecem. Esses resíduos, ou vazamentos de memória, parecem ser instalados no indivíduo de forma a ativar seu interesse ou fazê-lo suspeitar que algo incomum tenha acontecido.
Alguns exemplos de vazamento de memória incluem lapso de tempo, queimaduras, contusões, marcas ou cicatrizes no corpo que antes não existiam. Há também relatos de pessoas que acordaram com uma roupa desconhecida, que não lhes pertencia, ou acordaram do lado de fora de casa ou da barra de camping, sendo que tanto a residência quanto a tenda estavam trancadas pelo lado de dentro. Outros exemplos incluem a sensação de estar semiacordado, sem controle de seus movimentos, dormir bem, mas acordar muito sonolento, acordar com as roupas do avesso, ou sem elas.
Em raros casos, recobrar a consciência em um local diferente de onde se estava durante o avistamento. Alguns vazamentos de memória, é claro, são mais comuns do que outros, mas, em todas as instâncias, o abduzido não consegue explicar o que lhe aconteceu entre sua última recordação até a volta da consciência — para eles, a sensação é de que apenas alguns segundos se passaram.
Mapeando comportamentos
Em outros casos, no ciclo de abdução há vários comportamentos, opiniões e hábitos que podem ser mapeados. Um deles pode ser evidenciado em casos de indivíduos que têm uma reação mais alarmista ao Fenômeno UFO. Com frequência, pessoas podem até não acreditar em abdução, mas demonstram medo do escuro e só conseguem dormir com alguma luz acesa. Também têm medo de certos cantos ou locais da casa, de estarem sozinhas olhando para o céu estrelado etc.
Também há relatos frequentes de medo de imagens de seres grays, contusões recorrentes que aparecem da noite para o dia, insônia, crises de pânico sem motivo aparente, medo de perder o controle, medo de estar nu e em situações vergonhosas. Nesses casos, a vida social do indivíduo é afetada, criando traumas, transtornos obsessivos compulsivos e até isolamento. Para essas pessoas, recomenda-se um tratamento especializado, reforçando aqui que tais sintomas não são exclusivos de abduzidos e podem indicar sérios problemas de saúde também em não abduzidos. Portanto, um profissional deve ser procurado.
Por outro lado, quando o caso realmente aponta para uma abdução, a maioria dos terapeutas não está treinada ou capacitada para entender, analisar e tratar casos de abdução. É recomendável, em casos assim, procurar o auxílio de um ufólogo sério e bem informado sobre as abduções alienígenas, que poderá orientar a pessoa sobre quais caminhos tomar para entender o que lhe aconteceu. Tão importante quanto o auxílio de um bom pesquisador é jamais abandonar um tratamento convencional, mas tentar unir os dois da melhor forma possível.
Perguntas sem respostas
A princípio, nem os vazamentos de memória nem os comportamentos descritos caracterizam o fenômeno de abdução e não devem ser considerados separadamente como provas. No entanto, a convergência de coincidências pode ser um sério indicativo para confirmar suspeitas. Há muito a se discutir sobre os sequestros alienígenas e há muitos casos incríveis descritos por pessoas que se submetem a regressões hipnóticas. Na maioria deles, os experienciadores imaginavam que seus vazamentos de memória eram somente pequenos eventos, mas, sob hipnose, descobrem ter sido submetidos a exames a bordo de naves, conversas com ETs e seres híbridos, atividades de treinamento, visitas interestelares e até utilizados como instrumentos em abduções de outros humanos.
Como mencionado, Jacobs, em conjunto com Budd Hopkins e John Mack [Ambos já falecidos], investigou milhares de casos de abdução e continua a fazê-lo até hoje, como mostrou em 2013 ao se apresentar no I Fórum Mundial de Contatados, promovido em Florianópolis pela Revista UFO. Os relatos produzidos por tais pessoas estão entre os mais intrigantes e misteriosos, pois apontam para vário
s tipos de procedimentos, equipamentos, seres e situações. Infelizmente, muitas perguntas ainda estão sem respostas e descobrir que algo faz parte do fenômeno pode ser empolgante e ao mesmo tempo assustador.