O contato com seres extraterrestres no plano físico, seja em que grau for, é sempre uma experiência reveladora em questões de consciência cósmica, desconcertante no nível intelectual e deslumbrante em termos físico-sensorial. Mas também pode ser assustadora, dependendo da natureza do contato e de quem o tem. Presenciar uma manifestação ufológica genuína é, no mínimo, desconcertante, como sabem todas as testemunhas.
Quem já viu um UFO resplandecente no céu ou já teve uma interação física com seus ocupantes, testemunhou ou experimentou fenômenos que fogem ao senso comum, como, por exemplo, capacidade de manobras bruscas, estranhas e erráticas por parte dos veículos, sensações de frio ou de calor, luz intensa, pelos eriçados, odores estranhos, náuseas, diarreias e sensibilidade à luz, entre outros. Aqui também podemos incluir marcas no solo e na vegetação, quando há pousos ou grande proximidade do aparelho a árvores e vegetação rasteira. Diante dessas manifestações incomuns, todos nos perguntamos como isso é possível, e principalmente, como podemos lidar com tal tecnologia com nossa limitada compreensão do que é cientificamente possível?
Propulsão e sustentação
Este artigo pretende exercitar nossa compreensão através de alguns insights baseados em pesquisas científicas de vanguarda e em estudos de casos ufológicos, a fim de elaborar uma teoria sobre algumas tecnologias que possivelmente seriam as utilizadas por nossos visitantes. E, claro, como toda teoria, esta também pode ser descartada por novas descobertas. Afinal, essa é a natureza verdadeira da pesquisa e progresso científicos.
A propulsão e a sustentação dos UFOs talvez sejam um dos mais intrigantes mistérios envolvendo a fenomenologia ufológica, senão o maior deles. Chega a ser assombrosa a capacidade de manobra dos veículos controlados pelas espécies que nos visitam. Porém, é necessária uma visão ampla de todo o processo envolvido, incluindo-se os efeitos físicos experimentados por testemunhas quando na proximidade dos aparelhos, para imaginarmos e entendermos possíveis meios de sustentação e deslocamento.
Alguns dos efeitos observados incluem luminescência variável em intensidade e cores, ruídos similares a zumbidos elétricos, catracas ou algo parecido com ruídos de aparelhos de ar- condicionado, além de altíssima velocidade. Levando-se em consideração tais fenômenos, uma hipótese plausível seria o uso de tecnologia baseada em alguma forma de radiação eletromagnética ionizante, que gere como subproduto — quando na atmosfera ou em meios fluídicos — luminescência intensa com variações de cores. Essa forma de radiação poderia ser concentrada em um ou mais focos estreitos e direcionáveis, análogos a vetores de empuxo.
Uma tecnologia muito conhecida por nós e presente na maioria dos lares modernos, mas em escala de potência astronomicamente menor, poderia servir de base para explicar tais fenômenos — o micro-ondas. Esse tipo de emissão nada mais é do que uma forma de onda eletromagnética ou um tipo de onda de rádio de altíssima frequência, porém mais baixa do que o espectro de luz visível e que, dentre outros efeitos, faz as moléculas de água dos alimentos vibrarem, produzindo assim o calor para o cozimento destes.
Micro-ondas também são utilizadas em sistemas de radares. Foi assim que a sonda Magellan, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), mapeou a superfície de Vênus a partir de sua órbita, já que a atmosfera pesada do planeta não permitia observação direta com câmeras. E também foi assim que sistemas de previsão do tempo foram aprimorados para detectar a circulação dos ventos e das gotas de água nas tempestades. Micro-ondas também são o método utilizado na proteção do espaço aéreo dos países ao redor do mundo — existe até uma história curiosa contando que militares norte-americanos que estavam lotados em instalações de radar no norte do Canadá, durante a Guerra Fria, amenizavam o frio permanecendo próximos às antenas. No caso dos UFOs, uma tecnologia análoga poderia estar sendo usada, e dentro das daquilo conhecemos, existe um tipo de micro-ondas bastante interessante, o maser, sigla em inglês de amplificação da massa por emissão estimulada de radiação [Mass amplification by estimulated emission of radiation].
A radiação maser
Um feixe maser é uma onda eletromagnética estacionária amplificada, de comprimento extremamente estável, refletidas no interior de uma espécie de casulo eletromagneticamente selado. É o mesmo princípio básico do nosso já conhecido laser, mas difere dele por não utilizar a luz e sim as micro-ondas [Laser é sigla em inglês de amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, ou light amplification by estimulated emission of radiation]. Para que o leitor compreenda, ambas são ondas eletromagnéticas, mas a diferença entre elas está na frequência, que é muito mais baixa no caso das micro-ondas.
O laser nada mais é do que luz, ou seja, uma forma de onda eletromagnética. De maneira geral, ele é produzido quando um tipo especial de luz polarizada e igualmente estacionária amplificada, de comprimento de onda único — a luz comum é, na verdade, uma gama mais ampla de comprimentos de onda que se manifestam como as cores do espectro luminoso —, é refletida no interior de um meio ultrapuro, como um bastão de rubi ou um casulo de vidro com gases como xenônio, argônio, criptônio, CO2, entre outros, com ambas as extremidades contendo espelhos ultrarrefletivos. Em um dos espelhos é feito um pequeno orifício por onde sai o feixe laser. A reflexão sucessiva dessa luz polarizada nos espelhos produz uma onda estacionária na luz, que a amplifica milhões de vezes e assume o comportamento de um feixe de luz concentrado. A diferença é que o maser não usa espelhos, e sim campos eletromagnéticos.
A propulsão e a sustentação dos UFOs talvez sejam um dos mais intrigantes mistérios envolvendo tais veículos, senão o maior deles. Chega a ser assombrosa a capacidade de manobra dos aparelhos controlados pelas espécies que nos visitam
Experimentos utilizando um raio laser de altíssi
ma potência têm sido feitos pela NASA desde pelo menos 2013, em que um objeto cônico metálico em elevadíssima rotação pode ser levitado quando sob ele se dispara pulsos laser, o que ioniza o ar abaixo do artefato, gerando empuxo e sustentação. É como um pião invertido que, em rotação, torna-se estável por efeito giroscópico e levita por ação da ionização dos gases gerados pelo laser. Há aqui, porém, uma desvantagem: o laser sofre interferências atmosféricas.
Já as micro-ondas, quando de forma análoga, são concentradas em feixes energéticos, produzem o que é chamado de feixe maser, e esta tecnologia já existe e está em estudos como meio de propulsão — para que se forme um feixe maser basta que as micro-ondas sejam focadas em um sistema de contenção eletromagnético que gere uma onda estacionária, e que o feixe concentrado possua a potência necessária.
Gerador de empuxo
Na realidade, há um experimento bastante controverso proposto pelo cientista Roger Shawyer e publicado na revista New Scientist, que teria sido testado com sucesso — gerando pouquíssimo empuxo em um ambiente de vácuo — por cientistas do Centro Espacial Johnson, da NASA, utilizando micro-ondas como gerador de empuxo. É conhecido como EM Drive, ou “motor impossível”, já que não existe matéria para ser expelida a fim de gerar força de reação. Nele, as ondas eletromagnéticas gerariam empuxo por meio da cavitação, ou seja, a formação de espaços vazios destas na saída do motor. O que soa fantástico nessa tecnologia é a ausência de matéria ejetada, como ocorre em motores de foguetes ou mesmo motores iônicos, mas apenas ondas eletromagnéticas. Se a experiência puder ser refinada, talvez ela explique como se produzem os vetores de empuxo dos UFOs.
Não necessariamente o próprio UFO geraria essas micro-ondas — tudo depende de quão potente é seu gerador de energia embarcado e de como se produzem e direcionam as ondas eletromagnéticas. Talvez seja tecnologicamente mais prático que um objeto maior em órbita gere o feixe maser e o direcione a um veículo menor, que estivesse entrando na atmosfera. Neste caso, a nave menor poderia controlar a ação do feixe por meio de campos de contenção e deflexão eletromagnética.
A tecnologia de controle dos feixes maser por meio de campos eletromagnéticos extremamente potentes já existe em reatores experimentais de fusão nuclear a hidrogênio, que são enormes máquinas conhecidas como Tokamaks, nas quais massas de plasma de hidrogênio são contidas e comprimidas por intensos campos eletromagnéticos, que também impedem que o plasma superaquecido toque as paredes do reator e assim causando sua destruição. É tão complexo conter o plasma longe das paredes do reator usando esses campos eletromagnéticos que alguns cientistas comparam isso a prender um pudim com elásticos.
Essas técnicas poderiam controlar o fluxo de plasma resultante da interação entre os feixes de radiação maser e os gases atmosféricos circundantes, podendo excitar as moléculas desses gases a ponto de atingirem um estado de plasma e assim causar a luminescência intensa observada em vários casos de UFOs. Micro-ondas também podem ionizar os gases ao redor de um campo de contenção, com altíssima temperatura. A cor varia conforme o gás e isso poderia explicar uma parte da variação de cores observadas em UFOs. O plasma produzido no processo explicaria não apenas a luminescência, mas também a espantosa capacidade de manobra e as altíssimas velocidades alcançadas pelos discos voadores, além de reduzir o perfil de detecção por radar.
Capacidade furtiva
Experimentos realizados pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) em aeronaves supersônicas com geradores de plasma a bordo teriam demonstrado a capacidade de se alcançar velocidades de até Mach 6, ou seis vezes a velocidade do som — o plasma na fuselagem teria reduzido o arrasto aerodinâmico e produzido um brilho intenso. O experimento também teria demonstrado a capacidade furtiva das aeronaves a radares inimigos, já que deflete essas ondas de radar. Os geradores de plasma também podem substituir elementos aerodinâmicos como os lemes e profundores, por exemplo.
Um feixe concentrado de micro-ondas pode causar a evaporação da água ao redor do objeto sob seu foco devido à vibração das suas moléculas de água e, nesta hipótese, plantas e animais próximos seriam afetados a ponto de ressecar ou apresentar queimaduras. É por isso que um prato, que não tem água em sua composição, passa inalterado pelo forno de micro-ondas, enquanto que a comida dentro dele se aquece por conter uma percentagem de água em sua composição — o calor que sentimos ao retirar o prato do forno é resultante da condução do calor da comida para o prato, e não pelas micro-ondas sobre ele.
Essas técnicas poderiam controlar o fluxo de plasma resultante da interação entre feixes de radiação maser e gases atmosféricos, podendo excitar as moléculas desses gases a ponto de causar a luminescência intensa observada em vários casos de UFOs
Existe na literatura médica a descrição dos sintomas de exposição a campos eletromagnéticos intensos e, surpreendentemente, quase todos são coerentes com sintomas de contatos próximos com UFOs —– náuseas e diarreias, que são resultantes do fato de as células do trato digestivo serem as mais sensíveis à exposição a esses campos, assim desorientação, lesões cutâneas avermelhadas, queda de cabelos, fadiga e dores de cabeça etc. Experimentos com ratos colocados próximos a telefones celulares mostraram convulsões nos animais, e também há terapias nas quais campos eletromagnéticos são usados em tratamentos diversos. Tudo depende do tipo do campo eletromagnético empregado.
Feixes de micro-ondas explicariam os efeitos fisiológicos que pessoas que estiveram muito próximas a UFOs, de maneira muito similar à observada em uma síndrome chamada de “doença das micro-ondas”, que são distúrbios de sono, ansiedade, depressão, dores de cabeça, irritabilidade, náuseas, alergias inexplicadas, problemas visuais, entre outros. Teoricamente, exposições prolongadas ou de elevada intensidade poderiam causar efeitos graves e até a morte, como ocorreu em alguns raros casos observados na Ufologia. Um exemplo poderia ser o que houve durante a onda do fenômeno conhecido como
chupa-chupa no Pará, amplamente documentado na Operação Prato. Apenas lembrando, não estamos dizendo que foi esse o caso, apenas tomando como uma possibilidade dentro da hipótese sugerida.
Contatos muito próximos
O calor de milhares ou milhões de graus do plasma produzido nos processos descritos anteriormente, sob a forma de radiação infravermelha, também pode causar queimaduras tanto em pessoas quando em locais de pousos, em casos de contatos muito próximos. E dependendo do gás ionizado se pode produzir radiação ultravioleta, que, em altas doses, pode causar câncer de pele. Alguns tipos de radiação ionizante, e até mesmo de partículas radioativas, causaram doenças sérias como a leucemia no Caso Piney Woods, no qual as testemunhas Vicky Landrum e Betty Cash tiveram queda de cabelos e queimaduras.
Campos eletromagnéticos intensos também atuam sobre redes elétricas e aparelhos eletroeletrônicos. Se considerarmos que esses campos são produzidos e controlados pelos UFOs como princípio ou subproduto de sua tecnologia, temos uma possível explicação para a imensa maioria de relatos de falhas elétricas e eletrônicas quando há um objeto próximo. Outros efeitos menores, mas não menos relevantes, são os ruídos cíclicos resultantes da ionização dos gases de plasma ao redor dos objetos, que podem ir desde zumbidos similares a enxames de abelhas até a sons de aparelhos elétricos. Campos eletromagnéticos ionizam gases atmosféricos, explicando outros efeitos sentidos em vários casos de contato próximo, como o cheiro de ovo podre, que indica a presença de ozônio. Outro efeito secundário é o eriçamento de pelos e cabelos, também relatados em muitos casos ufológicos e associados a fenômenos eletrostáticos, tais como tempestades, torres de Tesla, geradores Van der Graaf etc.
Os efeitos das micro-ondas explicariam ainda um fenômeno descoberto muito recentemente no estudo do agroglifo de Prudentópolis — a total esterilização, inclusive microbiana, dentro da figura. Foi detectada, ainda, uma flutuação eletromagnética significativa no interior da formação, que estranhamente amplificava o sinal de telefonia celular. Essa ação residual pode ser um indício de que a tecnologia possa ser utilizada para se criar uma espécie de “bolha estéril”, a fim de prevenir contaminação microbiológica tanto para os ETs como para humanos. Isso levanta outras questões, como a nossa eventual compatibilidade genética com a vida terrestre em sua origem e as teorias de que seríamos “primos distantes”.
Essa ideia faz todo sentido na medida em que consideramos que nossos visitantes interagem conosco e com nosso ambiente desde tempos remotos. Ora, se queremos prevenir contágio e realizar estudos precisos, o ideal é esterilizarmos o ambiente e os nossos objetos de estudo — como linhagens de cobaias livres e até mesmo de flora intestinal utilizadas em pesquisas médicas e de terapias genéticas em laboratórios estéreis e biotérios pelo mundo afora.
Intervenção biológica deliberada?
E ao falarmos sobre a milenar interação entre alienígenas e humanos e a teoria de melhoramento genético, sustentada por alguns ufólogos sob a tutela da Teoria dos Antigos Astronautas, podemos pensar que esses visitantes estejam realizando um projeto maior de acompanhamento da nossa espécie. Se isso for verdadeiro, penso que esse programa talvez seja para o melhoramento genético no nível de comportamento instintivo que todas as espécies possuem e são diferentes uns dos outros.
Seres humanos e chimpanzés são um bom parâmetro para um exercício teórico nesse sentido. São espécies geneticamente aparentadas e que, em alguns aspectos, são muito similares, sobretudo ao comportamento associativo e beligerante. Um exemplo é o fato de que os chimpanzés formam um bando que se reúne para caçar outros macacos, que se tornam prêmios a serem consumidos e repartidos de acordo com sua hierarquia no grupo. Este exemplo demonstra um comportamento inerente à espécie. Cada raça, enfim, tem comportamentos específicos para cortejar fêmeas, para relações sociais e até mesmo para migrações, que fazem parte dos milhares ou milhões de anos de evolução, estando escritos em seus genes.
E se alguns traços indesejados de nosso comportamento estivessem sendo sutilmente modificados por uma espécie intervencionista — criadores ou observadores — a fim de nos tornar uma espécie não belicosa? Afinal, ninguém quer vizinhos encrenqueiros de armas na mão. E talvez seja esse o motivo das abduções: uma intervenção similar a uma terapia genética em escala planetária, implantando alterações sutis em pessoas com genótipos específicos, nos quais a expressividade dos genes implantados seja evidenciada no ato da concepção. Talvez daí se explique também a razão de somente algumas pessoas serem “escolhidas” para esse processo e o fato de que seus descendentes também são igualmente acompanhados.
Esse é um processo demorado e tecnicamente custoso, mas que, assim como a paródia do sapo cozinhando lentamente na panela sem se aperceber disso, é transparente para a espécie-alvo de estudo, que é inteligente e belicosa — a nossa. E ele resultaria na evolução de nossa espécie em seres mais sociáveis, o que facilitaria o contato direto e a convivência pacífica, minimizando eventuais riscos de autodestruição ou de perigo para outras civilizações. Mas seria simples assim ou haveria outras razões para essa intervenção, como uma colonização velada?
Tudo o que foi exposto neste artigo é somente uma teoria baseada naquilo que conhecemos. Talvez novos elementos surjam para mudar completamente estes pensamentos, mas é assim que se constrói o conhecimento. Apesar de todos os esforços, ainda há muito para se descobrir com nossos visitantes extraterrestres, o que é muito animador. Dificilmente faltará atividade para ufólogos sérios, que seguem os métodos científicos com imparcialidade e ética em seus trabalhos.