Quando em 2014 meu livro Guia da Tipologia Extraterrestre foi publicado pela Biblioteca UFO, já tinha em mente que esta seria uma obra que necessitaria de um complemento. Por meio de uma nova classificação dos seres alienígenas, sugerida no livro, foi possível concluir que de fato são inúmeras as espécies que visitam o planeta Terra. E o próximo questionamento seria: se elas estarem aqui é um fato, como chegaram até nós? De que forma se deslocaram de seus planetas ou galáxias, ou talvez do futuro, para surgirem em nossos céus? A resposta é que esses seres vêm ao nosso planeta a bordo de fantásticas aeronaves que detêm uma tecnologia infinitamente superior à nossa.
O já falecido astrônomo J. Allen Hynek, consultor da Força Aérea Norte-Americana (USAF) para o Projeto Livro Azul e fundador do Center for UFO Studies (CUFOS), declarou certa vez que o número de avistamentos de UFOs beirava o impossível. Uma pesquisa de opinião feita décadas atrás pelo Instituto Gallup, nos Estados Unidos, revelou que 9% da população adulta daquele país, ou seja, mais de 11 milhões de pessoas na época, afirmaram já terem visto um UFO. Extrapolando, o número de testemunhas de avistamentos ultrapassa facilmente os milhões, em todos os países e séculos, incluindo militares, civis, cientistas e policiais. Entretanto, o que mais desencoraja as pessoas de virem a público para relatar suas observações é o medo de serem ridicularizadas pelos amigos, vizinhos, familiares ou pela sociedade.
Junto com o grande número de avistamentos veio também uma enorme variedade no formato dos objetos. Embora o grande público veja os discos voadores e os UFOs como uma e a mesma coisa, os relatos apontam uma realidade bem diferente. Certamente, o clássico formato discoide, girando sobre seu eixo e com uma cúpula na parte de cima — virou um estereótipo graças aos filmes de Hollywood. Na verdade, os discos voadores diurnos, como são chamados pelos ufólogos, representam apenas uma pequena porcentagem de todos os UFOs relatados. A grande maioria é composta por artefatos que foram chamados por Hynek de luzes noturnas, ou seja, luzes de várias cores vistas sozinhas ou em formação no céu.
Invadidos por alienígenas
Obviamente, se nós tivéssemos, por exemplo, 30 milhões de relatos de avistamentos descrevendo o mesmo objeto observado por Arnold em 1947, a grande maioria concordaria que estamos sendo invadidos por seres alienígenas. Mas a verdade é que as formas dos UFOs são muito diversificadas, e isso confunde as pessoas. Podemos concluir que estamos sendo visitados quase que diariamente por seres de outros planetas, porém, ao mesmo tempo, temos a impressão de que a Terra é apenas um ponto de passagem, um tipo de pit stop interplanetário.
Outro fator que influencia o estudo da tipologia das naves alienígenas é que muitos avistamentos podem ser explicados de maneira convencional, ou seja, há uma resposta natural para eles. Aviões, balões, aves, cometas, satélites, meteoros e fenômenos climáticos são alguns dos exemplos que explicam a grande maioria dos relatos. Isso, claro, sem contarmos o fato de que a nossa ciência a cada dia descobre um evento novo em nosso planeta, e que pode estar por trás de algumas dezenas de casos.
Em 24 de junho de 1947, o piloto Kenneth Arnold voava em seu avião, um Callair, próximo ao Monte Rainier, no estado norte-americano de Washington, quando viu nove artefatos prateados voando à grande velocidade e refletindo a luz do Sol. Depois de pousar em Yakima, também em Washington, Arnold relatou o que tinha visto. Quando foi entrevistado pelo repórter Bill Bequette, da agência de notícias Associated Press, ele comparou o movimento dos objetos com o de um pires deslizando pela superfície da água. O artigo de Bequette foi enviado para a redação por telefone e alguém escreveu o termo flying saucers — literalmente, pires voadores, mas o termo foi traduzido para o português como discos voadores —, e o resto, bem, o resto é história. Já a história sobre o que eram aquelas coisas é um assunto inteiramente diferente.
Naves elegantes
A partir disso, e quase que da noite para o dia, os discos voadores passaram para o imaginário público, e hoje tanto as crianças quanto os adultos do início do século XXI sabem como um deles se parece. A imagem de uma espaçonave perfeitamente circular, giratória e elegante indubitavelmente está desenhada em nossas mentes. Mas existe um problema com essa figura. Embora o que Arnold tenha visto naquele dia histórico permaneça inexplicável — e seu nome continue sendo o símbolo do termo disco voador —, o que ele relatou não se parecia nem um pouco com a imagem que se formou no inconsciente das pessoas. Os detalhes, em outras palavras, perderam-se nas manchetes.
O desenho de Arnold, anexado ao relatório feito três semanas depois do evento e endereçado ao Comando Geral da Base Aérea de Wright Patterson, no estado de Ohio, mostra os objetos parecidos com discos, mas, por outro lado, também se assemelham a cilindros voadores. E Arnold também incluiu uma visão de cima dos artefatos, mostrando que eles não eram perfeitamente circulares. A melhor maneira de descrevê-los é como um arco arredondado na frente, indicando a direção do voo. O seu tamanho foi estimado como sendo o de um avião DC-4.
Outras testemunhas também viram estranhos objetos nos céus de Washington naquele fatídico dia. Um empresário chamado Fred Johnson observou seis silenciosos discos a alguns quilômetros do Monte Rainier. Ele os descreveu como “redondos, mas com caudas”. Horas depois do avistamento de Arnold, dezenas de testemunhas viram uma luz azul e bolas de luz roxas perfazendo manobras acrobáticas sobre a cidade de Seattle, não longe dali. Discos voadores? Não exatamente.
Como classificar esses objetos?
A maioria das tentativas de classificar o Fenômeno UFO tem sido baseada em aspectos gerais, tornando-se infrutíferas quando direcionadas a casos individuais e à habilidade de se fazer predições sobre a próprio fenomenologia. Tipicamente, as publicações da área tendem a dividir os formatos dos UFOs em duas categorias. Os objetos são classificados quanto à sua forma ou seus adereços, como antenas, lemes, trens de pouso, janelas, domos etc. Mas raramente essas duas classificações estão em um mesmo estudo.
Tentativas anteriores de classificar relatos de avistamento de UFOs baseadas no formato dos objetos deixaram muito a desejar. Por exemplo, a primeira análise oficial profunda sobre o assunto dividiu o fenômeno em meras quatro categorias. No início da enxurrada de relatos após o avistamento de Kenneth Arnold, a Força Aérea Norte-Americana (USAF) criou o Projeto Sign para estudar alguns daqueles casos — um ano após a sua criação, o programa publicou um relatório com dados procedentes de 243 relatos domésticos e 30 estrangeiros, que culminou com
o agrupamento dos artefatos em quatro categorias: 1) discos voadores, isto é, algo bem diferente das aeronaves da época; 2) corpos em forma de torpedo ou cilindro, sem asas ou lemes visíveis durante o voo; 3) objetos esféricos ou em forma de balão; e 4) esferas de luz.
Tentativas mais aperfeiçoadas de classificação seguiram-se com o Projeto Livro Azul, tendo à frente os pesquisadores Jacques Vallée e J. Allen Hynek, cuja proposta envolvia seis categorias que resultavam em duas classes distintas, mas o problema com o sistema é claro: os UFOs foram definidos pelas circunstâncias individuais dos relatos ao invés de pelo fenômeno em si. Não existe uma forte razão para associar uma luz noturna a um caso de avistamento visual ou pelo radar. Além disso, a classificação de Hynek não abrange os objetos cilíndricos diurnos, esféricos e ovais, que são relatados em abundância.
Em 1990, outro sistema de classificação dos UFOs foi apresentado, e novamente por Jacques Vallée, em seu trabalho intitulado Confrontations: A Scientist’s Search for Alien Contact [Confrontações: A Procura de um Cientista pelo Contato Alienígena, Anomalist Books, 2008]. Nele, Vallée publicou uma versão muito mais refinada e revisada de seu sistema anterior. As novas categorias consistiam em avistamentos anômalos (AN), contatos imediatos (CI), manobras (M) e sobrevoos (SV), cada um com cinco níveis de gravidade, sendo o nível 5 o mais grave. Mas os problemas persistiam. Na classificação de Vallée é possível, por exemplo, que uma testemunha seja morta por uma bola de luz, o que a classificaria como um caso AN, de nível 5, mas que nos daria muito pouca informação sobre o fenômeno ufológico em si.
Uma nova proposta
Com o intuito de criar uma nova classificação sobre as características estruturais dos UFOs, escrevi meu oitavo livro, Guia da Tipologia dos UFOs [Código LIV-040 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br] para o qual, assim como fiz para o livro Guia da Tipologia Extraterrestre [Código LIV-028, idem], lancei mão de uma pesquisa que durou cerca de dois anos, a fim de elaborar a obra. Minhas referências foram livros, boletins, publicações, documentos, relatos, fotografias e filmagens. Durante o processo, me deparei-me com 2.315 casos de todo o mundo — e minha metodologia buscava identificar nestes 2.315 casos as informações de que precisava para conseguir criar um sistema de classificação viável.
Para evitar os problemas que assolaram os sistemas anteriores de classificação de UFOs, decidi adicionar um único critério: o seu formato. Ou seja, qual formato tinha o objeto quando foi visto, se ele se modificou ou se manteve daquela maneira. Um critério mais básico e amplo, e ao mesmo tempo certeiro. Com o procedimento já definido, parti para as demais informações que deveriam constar nos eventos que pesquisei: data do relato, localização completa, nomes das testemunhas e uma variante diferente, que é a solução dos céticos para aquele caso. Por que isso? Para que o próprio leitor possa ter sua opinião embasada pelas duas versões, pelos dois lados.
Outro fator que influencia o estudo da tipologia das naves alienígenas é que muitos avistamentos podem ser explicados de maneira convencional, ou seja, há uma resposta natural para eles. Aviões, balões, aves, cometas, satélites, meteoros etc
Dos 2.315 casos que pesquisei, 771 tinham todas as informações de que eu precisava para dar vida a este trabalho, e são esses os casos que foram a base do meu estudo estatístico. Uma vez explicado isso, vamos passar para os tipos de UFOs da proposta de classificação. Vamos a ela definindo um a um as categorias a que cheguei ao longo do texto.
* FORMAS DE LUZ. Este tipo de UFO não apenas engloba as luzes noturnas da classificação de Hynek, como também as bolas de luz, os raios, colunas e cones, assim como formações ou matrizes de luz, especialmente quando o UFO não está associado a nenhum corpo onde poderia estar afixado ou de onde estaria sendo emitido. Assim, um disco ou outro objeto visto à noite e descrito como um feixe de luz ou raios de luz . A grande maioria dos avistamentos é relatada como sendo nada mais do que uma luz brilhante.
* FORMATO ESFÉRICO. Engloba aqueles artefatos que têm a forma perfeitamente redonda. Alguns não chegam ao tamanho de uma bola de futebol, enquanto outros são maiores do que uma casa. Em alguns casos, as esferas formaram a base para algo parecido com os anéis de saturno.
* FORMATO DISCOIDE. Abrange os discos voadores clássicos, com domos ou não, finos ou em formato de pratos. Esse tipo é um dos mais relatados pelas testemunhas em todos os tempos.
* FORMATO ELÍPTICO. Consiste daqueles objetos que não têm a forma discoide, não são achatados nem cilíndricos, mas, sim, estão entre as duas formas. Eles são normalmente descritos como alongados ou ovais e são vistos com mais frequência próximos ao solo ou pousados. Esses aparelhos ovais ou em forma de bola de futebol americano normalmente não apresentam características externas, como asas ou janelas.
* FORMATO CILÍNDRICO. É essencialmente o UFO cilíndrico ou também chamado “em forma de charuto”. Esses objetos são mais longos do que compridos. Geralmente apresentam extremidades cônicas ou retas, mas em alguns casos o artefato tem uma extremidade reta e outra parecendo um míssil. Em alguns relatos, os objetos têm dois finais retos.
* FORMATO RETANGULAR. Categoria que engloba objetos que têm formatos de geladeira, máquina de lavar ou fogão, que eram raros no início da Era Moderna dos Discos Voadores, mas que hoje são cada vez mais relatados. Seus registros têm amplitude mundial e não são exclusividade do Brasil ou da América do Sul. Eles podem ser pequenos como um “tapete voador” ou gigantescos como um campo de futebol.
* FORMATO TRIANGULAR.
Os objetos que se encaixam neste tipo parecem ser os mais comuns hoje em dia. Relativamente raros no início da Ufologia, atualmente têm um enorme número de registros. Aqui se enquadram os que têm forma de diamante e cone, assim como os “bumerangues”. Raramente eles são vistos pousados.
* FORMATO METAMÓRFICO. São aqueles mais incomuns e surpreendentes, que alteram a sua forma durante o avistamento. A sua importância se deve ao fato de que o seu registro coloca em dúvida a própria origem do fenômeno, deixando aberta uma janela para teorias alternativas.
Sim, eles existem
Diante de tantos casos pesquisados, observamos alguns que mostram o quanto o Fenômeno UFO é incrível. Podemos dizer que a tipologia dos UFOs é algo muito particular e que podemos traçar um paralelo com a nossa vida cotidiana. Vejam, por exemplo, nossos carros — a cada ano que passa sua tecnologia evolui. Já temos automóveis bicombustíveis, tricombustíveis, e até movidos à água e à energia solar. Temos veículos de diversas marcas e modelos, de diversas fábricas automobilísticas. Então, por que não levar este exemplo para os UFOs? Temos dezenas de tipos de objetos voadores não identificados registrados durante décadas, muitos totalmente diferentes entre si.
E o curioso é que eles também parecem evoluir, desde o definido como dois pratos sobrepostos e um domo até os objetos triangulares. Seria essa a concretização da ideia de que somos visitados por seres de vários planetas? Ou de um mesmo planeta com diferentes UFOs, cada qual com seu modelo e utilidade? Podem os discos voadores serem um ônibus escolar para levar jovens estudantes alienígenas em excursão ao planeta Terra? Podem os gigantescos objetos cilíndricos serem os caminhões-cegonha deles, que transportariam os objetos menores a grandes distâncias? A resposta ainda está por vir, mas a diversidade das formas e características dessas aeronaves indica que há mais do que imaginamos.
Um dos casos mais interessantes em meu estudo ocorreu em 05 de novembro de 1948, quando pessoas da cidade de Albuquerque, no Novo México, começaram a relatar “rastros verdes” no céu durante a noite. A Força Aérea Norte-Americana (USAF) declarou que eram apenas sinalizadores disparados por militares celebrando sua volta para casa, vindos da Segunda Guerra Mundial. Mas os eventos seguintes, de 05 de dezembro forçaram a USAF a reconsiderar sua teoria.
E o curioso é que os UFOs também parecem evoluir, desde o definido como dois pratos sobrepostos e um domo até os objetos triangulares da atualidade. Seria esta a concretização da ideia de que somos de fato visitados por seres de vários planetas?
Por volta das 21h27, a tripulação militar de um avião C-47 foi surpreendida por uma bola de fogo verde que surgiu no céu enquanto o cargueiro voava a mais de 5.000 m de altitude, a cerca de 20 km de Albuquerque — a bola se parecia com um meteoro, mas era enorme e seguia na horizontal, diferentemente de um bólido. Na verdade, segundo o capitão William Goede, seu copiloto e engenheiro de voo, a luz surgiu baixa, próxima às Montanhas Sandia, depois subiu, nivelou-se e desapareceu à grande velocidade. A tripulação entrou em contato com a Base Aérea de Kirtland para informar sobre o objeto que tinham visto havia 22 minutos.
Minutos antes, Kirtland tinha recebido um chamado do piloto de um avião DC-3 da Pioneer Airlines, que disse que ele e seu copiloto haviam visto uma bola de luz verde ao leste de Las Vegas, às 21h35. Em princípio, pensaram se tratar de um meteoro, mas depois perceberam que a trajetória era muito diferente daquela de um bólido. A bola de fogo havia ficado lado a lado com a aeronave, mudando sua cor de avermelhada para verde. Prevendo a possibilidade de uma colisão, o piloto do DC-3 fez uma manobra evasiva. Segundo as testemunhas, a esfera tinha o tamanho da Lua cheia, mas depois foi ficando menor à medida que ia em direção ao solo. A Base Aérea de Kirtland recebeu dezenas de ligações de pessoas relatando o avistamento da bola de luz verde.
Arsenal atômico
Como aquela área era o local com o maior arsenal atômico dos Estados Unidos, a Inteligência da Força Aérea expressou grande preocupação e interesse com o caso. Seus agentes convocaram imediatamente Lincoln La Paz, diretor do Instituto de Meteoritos do Novo México, para investigar o episódio. La Paz descobriu que pelo menos oito esferas de luz verde foram vistas em diferentes locais, sendo que a ocorrência de 05 de dezembro fora a mais impactante. Entretanto, para surpresa do grupo de pesquisas, nenhuma evidência física do impacto do suposto meteoro com o solo foi encontrada e La Paz começou a suspeitar de que as bolas de luz verde não tivessem origem astronômica.
Dias depois, no início de janeiro de 1949, as estranhas esferas verdes voltaram e foram avistadas por milhares de pessoas, inclusive por La Paz, por oficiais da inteligência da Base de Kirtland e alguns cientistas do Laboratório de Los Álamos. Em meados de fevereiro, a USAF tinha certeza de que os artefatos eram reais, mas ainda não sabia a sua origem. Então realizou-se uma conferência que contou com nomes de peso, como Edward Teller, o pai da bomba de hidrogênio. La Paz foi ferozmente contra a explicação que ofereceram, dizendo que os objetos eram meteoritos — dois dias depois a Força Aérea concluiu que as bolas de fogo verde eram um fenômeno desconhecido da natureza.
No verão de 1949, La Paz ficou encarregado do Projeto Twinkle, cujo objetivo era fotografar o fenômeno com três estações de teodolitos, um instrumento fotográfico para a coleta de imagens de trajetória e dados. Infelizmente, seis meses depois, o programa fracassou por falta de verbas, devido aos cortes orçamentários feitos em decorrência da Guerra da Coreia. No final de 1952, as esferas de luz verde desapareceram dos céus do Novo México.
Outro caso muito conhecido e testemunhado por milhares de pessoas, ocorreu em 25 de agosto de 1951 sobre a cidade de Lubbock, no Texas. Em uma noite quente e úmida de verão, quatro colegas professores, William. Robinson, Albert Oberg, Louis Ducker e o doutor George Smith, estavam sentados na va
randa da casa de um deles bebendo chá e falando sobre meteoritos. Eles eram, respectivamente, professores de geologia, física e engenharia química, da Faculdade Tecnológica do Texas.
Luzes de Lubbock
“Se um grupo fosse escolhido a dedo para observar UFOs”, disse Edward Ruppelt, diretor do Projeto Livro Azul, “não conseguiríamos um que fosse melhor do que este”. O que aqueles quatro senhores viram deixou os investigadores da USAF impressionados. Às 21h20, uma formação de luzes verde-azuladas voou lentamente diante de seus olhos. Surpresos com o avistamento, todos pegaram seus blocos de notas e começaram a detalhar o que estavam vendo — eles concordaram com a cor das luzes, que estavam agrupadas em um semicírculo e voavam na direção norte-sul. Mas o número de luzes vistas variou entre 15 e 30. Entretanto, para maior surpresa das testemunhas, o fenômeno se repetiu menos de uma hora depois. A duração e direção foram as mesmas, mas dessa vez não estavam reunidas, e sim espalhadas em pequenos grupos.
Os professores, então, marcaram de se encontrar no mesmo local no dia seguinte, já que se um raio caiu duas vezes no mesmo lugar, por que não cairia uma terceira vez? As luzes não só reapareceram, como o fizeram nas duas semanas seguintes. Àquela altura, centenas de pessoas já tinham relatado o avistamento do que se tornou conhecido como Caso Luzes de Lubbock. Uma dessas testemunhas foi Carl Hart Júnior, estudante da Faculdade de Tecnologia do Texas e fotógrafo amador, que fotografou as luzes. Hart contou em depoimento à Ruppert que, na noite de 31 de outubro, ele colocara sua cama perto de uma janela para ter uma visão melhor do céu. Quando estava deitado, viu as luzes. Ele então pegou sua câmera e foi até o jardim de sua casa na expectativa de observar melhor aquele estranho evento. Quando as luzes reapareceram, ele tirou duas fotos. Minutos depois elas voltaram e ele fez mais três fotografias.
A melhor delas, mundialmente conhecidas, revela duas linhas com um total de 15 luzes globulares, em formação de V. Embora uma enorme asa voadora com várias luzes tivesse sido avistada sobre Albuquerque, no Novo México, 20 minutos antes do primeiro avistamento em Lubbock, os analistas da Força Aérea sugeriram que os negativos de Hart não mostravam que as luzes estivessem fixadas em alguma estrutura.
Tamanhos, formas, medidas
Os UFOs apresentam tamanhos que variam de pequenas bolas de luz a gigantescas estruturas voadoras, do tamanho de vários campos de futebol. Entretanto, podemos dizer que existe uma relação entre o tamanho dos artefatos e sua forma. Os maiores objetos relatados são aqueles em formato cilíndrico, triangular ou de bumerangue.
Curiosamente, janelas e portinholas são normalmente relacionadas aos objetos cilíndricos. Cito como exemplo o caso clássico do voo 1628 da Japan Airlines (JAL], que voava de Paris para Tóquio via Reykjavík, na Islândia, e Anchorage, no Alasca, capitaneado por Kenju Terauchi. Ele e os dois membros da tripulação relataram ter visto pelo menos três tipos de UFOs, sendo que dois deles chegavam a ter centenas de metros de comprimento.
Após o evento, a Administração Federal de Aviação (FAA), dos Estados Unidos, conduziu uma investigação sobre o episódio, emitindo um relatório final em 05 de março do ano seguinte. A FAA, no documento, afirmou que os radares captaram o avião da JAL e o reflexo do mesmo nas nuvens que estariam presentes no local. Tal tentativa de explicação foi rechaçada de imediato, pois as nuvens presentes não produziriam tal efeito por estarem um pouco acima da cadeia de montanhas e bem abaixo do nível de voo do avião.
O chamado disco voador clássico, aquele circular em forma de disco, que quase todo mundo associa a um UFO genuíno, apresenta todos os tipos de tamanhos, podendo chegar a 30 m de comprimento. Os objetos, em diâmetro, podem alcançar 15 m
Já o disco voador clássico, aquele circular em forma de disco, que quase todo mundo associa a um UFO genuíno, apresenta todos os tipos de tamanhos, podendo chegar a 30 m de comprimento. Os objetos, em diâmetro, chegam aos 15 m. Os UFOs ovais ou esféricos tendem, genericamente, a atingir entre 15 e 20 m. Tamanho e formato também parecem estar associados a certos padrões.
Por exemplo, os objetos cilíndricos, ou “charutos” são frequentemente relacionados, na literatura ufológica, como sendo naves-mãe, já que em vários casos há o relato de naves menores saindo deles ou entrando neles. Por qualquer outra razão, os triângulos e bumerangues voadores são solitários, ou seja, raramente estão em uma mesma cena com outros objetos.
Outro exemplo seriam os UFOs gigantes, que, independentemente de sua forma, raramente são vistos pousados no solo. Isso nos leva a concluir que, devido ao seu tamanho, o pouso seja muito difícil, talvez pelos poucos lugares que poderiam oferecer espaço suficientemente seguro disponível. E também, claro, para não chamar a atenção de milhares de pessoas.
E contrastando com o exemplo dos UFOs gigantes temos os discos voadores clássicos, que são encontrados tanto no céu quanto pousados. Nesses casos, seus trens de pouso são pernas, poles ou colunas. Pequenos UFOs ovais e elípticos são geralmente relatados próximos ao chão, sem tocá-lo, mas com seus trens de pouso à amostra. Mais uma vez destaco aqui o componente tecnológico e o psicológico de tais avistamentos. Mas lógica e senso comum podem não ser ferramentas infalíveis quando utilizadas para desvendar o mistério do fenômeno ufológico. Dado o fato de que esses objetos podem sobrevoar e pairar no céu como um beija-flor, por que não aceitar que eles podem, sem esforço algum, voar a poucos centímetros do chão ou a centenas de metros no céu?
UFOs made in Brazil
Apesar de o Brasil contar com uma das maiores incidências de avistamentos ufológicos em todo o mundo, poucas publicações estrangeiras registram exemplos da tipologia das naves vistas em nosso país. No livro The Field Guide To UFOs: A Classification of Various Unidentified Aerial Phenomena [O Guia de Campo dos UFOs: Uma Classificação de Vários Fenômenos Aéreos Não Identificados, Harper Paperback, 2000], de Dennis Stacy e Patrick Huyghe, há apenas o registro de um episódio brasileiro, o famoso Caso Haroldo Westendorff. Entretanto, a realidade é muito diferente disso.
Durante esta pesquisa descobri tipos de aeronaves que só foram descri
tas em terras tupiniquins e, vejam que curioso, são os UFOs vistos durante a Operação Prato, de setembro a dezembro de 1977. Cataloguei ao todo seis tipologias diferentes na ocasião, três de formato discoide, um em formato elíptico e dois cilíndricos. Um desses eventos foi o de avistamentos de “barris” transparentes. Obviamente barris não voam, mas pessoas com menos instrução e conhecimento procuram explicar aquilo que lhes é desconhecido por meio de algo que lhes seja mais próximo.
O objeto voador tinha uma luminosidade azulada na parte frontal superior e a forma de um barril, com um tubo de menor diâmetro, avermelhado, à sua frente e outro mais fino na lateral, que emitiu o raio de luz que acertou Manoel Espírito Santo
Trata-se do fato ocorrido em 12 de outubro de 1977 na cidade de Santo Antônio do Tauá, no Pará. Por volta das 23h30, Manoel Espírito Santo encontrava-se em frente à sua residência com seus amigos, quando percebeu uma luz amarela que se deslocava no céu, vindo a diminuir sua velocidade à medida que se aproximava do grupo de homens, até que parou a 20 m deles. Espírito Santo disse que a luz era tripulada por dois elementos de aparência humana, sendo que o “homem ocupava o lado esquerdo, e a mulher, o lado direito do aparelho. Ambos usavam óculos de um formato diferente e um equipamento de intercomunicação”, relatou a testemunha aos oficiais da Operação Prato.
Ainda segundo seu testemunho, o “homem” levou suas mãos aos óculos como se observasse mais atentamente o grupo de pessoas. No mesmo instante, o outro indivíduo, por meio de um tubo existente na lateral, dirigiu um feixe luminoso de cor vermelha em direção a Espírito Santo e seus amigos. Ao ser atingido pelo raio, ele sentiu um forte abalo, como um choque elétrico, iniciando pelos pés e indo até a cabeça, deixando-o paralisado e semiconsciente.
Parecia estar ébrio
O objeto tinha uma luminosidade azulada na parte frontal superior e a forma de um barril, com um tubo de menor diâmetro, avermelhado, à sua frente e outro mais fino na lateral, que emitiu o raio de luz que acertou Manoel Espírito Santo. O centro do artefato era transparente, por onde todos puderam ver os dois seres. O UFO começou a se afastar lentamente, com movimentos ondulares, até atingir determinada altura, quando acelerou e desapareceu. Somente após ir embora é que a testemunha voltou a se movimentar, mas por alguns minutos permaneceu em estado ébrio.
Outro exemplo da grande variedade de UFOs é mais um caso decorrente da época da Operação Prato, quando uma das protagonistas dos eventos ocorridos no Pará, em 1977, foi a médica Wellaide Cecim Carvalho. Foi ela quem atendeu todas as pessoas que foram atacadas pelas misteriosas luzes, também conhecidas como “chupa-chupa”. Além disso, ela mesma foi testemunha direta da manifestação de estranhos aparelhos por duas vezes.
Segundo relatou aos agentes da Aeronáutica que faziam parte da Operação Prato, nos dias 16 e 22 de outubro, às 18h30 e 19h00, respectivamente, um objeto luminoso com brilho metálico surgiu fazendo manobras sobre a Praia do Cajueiro, que fica na parte frontal da cidade, à baixa altitude e a uma distância de 1.500 m. Ele era completamente silencioso.
Wellaide descreveu o UFO como tendo uma forma cônico-cilíndrica, com a parte superior mais estreita e três metros de comprimento por dois de diâmetro. Seus movimentos eram irregulares, em posição vertical, com balanços laterais acentuados. De vez em quando efetuava ligeiras paradas e dava a volta sobre si mesmo — nos dois avistamentos, as características dos artefatos eram muito semelhantes, o que levou os militares a acreditarem se tratar do mesmo objeto.
Estranhos UFOs metamórficos
Até aqui relatei objetos voadores “normais” para os padrões estéticos da Ufologia, mas vamos entrar agora em uma realidade um pouco diferente, a de uma tipologia que, assim como existe no caso dos seres extraterrestres, beira o bizarro e o incrédulo. Os UFOs metamórficos são os que mais chamam a atenção em todo o processo de pesquisa para meu livro. Como é possível um objeto sólido mudar sua forma, em pleno ar, ou ainda dividir-se ou multiplicar-se em outros objetos com o mesmo tamanho? Que tipo de tecnologia é essa? E meu questionamento vai além: e seus ocupantes, como ficam nestas situações? Como seus corpos respondem a essas ações?
Os registros desses estranhos artefatos vêm desde a Antiguidade, quando, em muitos relatos “escudos de fogo” transformaram-se em “navios voadores”. Há uma passagem importante em um conto mongol que diz que seu grande imperador, Gengis Khan, em uma batalha contra os chineses, viu nos céus um “grande Sol vermelho”, que, após passar sobre as cabeças de suas tropas, transformou-se em uma “carruagem” e desapareceu atrás das montanhas.
Apesar de muito descrédito e incredulidade, evidências de fenômenos ufológicos também vêm em forma primária e secundária. Como primária, podemos considerar a detecção por instrumentação, como radares ou equipamentos fotográficos
Vindo para exemplos mais recentes, há o caso ocorrido em 29 de junho de 1954, em Seven Islands, Quebec, no Canadá, que envolveu nada mais do que um avião comercial e sua tripulação. Após decolar de Nova York, o avião da British Overseas Airways Corporation (BOAC), com destino a Londres, foi colocado em espera sobre a costa de Rhode Island. Depois desse atraso incomum, o Controle de Tráfego Aéreo de Boston solicitou ao piloto James Howard que fizesse uma curva por Cape Cod para realizar uma parada de reabastecimento em Goose Bay, na província de Labrador, no Canadá.
Algum tempo depois, quando o avião passava sobre Saint Lawrence River e Seven Islands, Howard e seu copiloto Lee Boyd viram vários objetos entrando e saindo de um conjunto de nuvens — eles estavam abaixo da rota de voo do avião e a cerca de 6 km de distância. Assim que o BOAC cruzou Labrador, os objetos ficaram acima das nuvens, sendo claramente vistos por toda a tripulação e os 30 passageiros. Do lado esquerdo de Howard havia sete objetos, sendo seis menores e de formato oval, e atrás deles um maior. Os menores mudavam de posição frequentemente, ora dois na frente e quatro atrás, ora quatro na frente e dois atrás. Todos pareciam ser sólidos e de cor cinza.
Um cardume de sardinhas
O avistamento durou 12 minutos, e mesmo assim e
les não puderam definir a forma do objeto maior. “O aparelho maior mudava sua forma lentamente o tempo todo, como um enxame de abelhas ou um cardume de sardinhas faz quando está se deslocando”, disse o capitão James Howard, que prosseguiu: “Ele assumiu a forma de uma pera, de um triângulo, de um bumerangue e de um telefone”.
O copiloto Lee Boyd entrou em contato com a torre de Goose Bay relatando o que estavam vendo. Como resposta, foi enviado um avião F-94 para verificar o avistamento. Quando a tripulação do BOAC contatou o piloto do caça, ele disse que tinha o avião em seu radar e estava se aproximando. Mas, durante a conversa, Howard percebeu que os UFOs menores haviam desaparecido. Jim McDonnel, o navegador de voo da aeronave, disse que viu os artefatos menores “entrarem” no maior. Então, à medida que o F-94 se aproximava, a tripulação e os passageiros observaram o grande UFO diminuir seu tamanho até desaparecer.
O caso foi investigado pelos membros do Comitê Condon, que concluíram se tratar de um fenômeno natural desconhecido tão raro que jamais tinha sido registrado antes. Até hoje jamais se relatou um tipo de fenômeno natural como aquele. Fenômeno natural? É incrível quando muitas coisas que são inexplicáveis tornam-se, perante os olhos de certos investigadores, “simples fenômenos naturais”.
Que tipo de fenômeno natural poderia explicar os flashes flutuantes relatados no avistamento de Keith Boyer e seu amigo em uma rodovia em Central Valley, na Califórnia, na madrugada de 29 de agosto de 1982? Segundo Boyer Keith, eles viram uma pequena luz com flashes flutuando na rodovia alguns quilômetros à sua frente. Havia pouco tráfego àquela hora e nenhum carro atrás deles. À medida que seu carro se aproximava daquela luz, os dois amigos se perguntavam o que poderia ser aquilo. Um avião? Um carro da polícia? Um helicóptero? Mas rejeitaram todas as possibilidades. “O objeto era, na verdade, um conjunto de luzes que pareciam se fundir e girar entre si, com uma névoa ao seu redor”, relatou Keith Boyer.
O aparelho não identificado, que estava pairando na estrada a 30 m de altura, então começou a descer, ficando mais brilhante e quase cegando as duas testemunhas. Mas ao invés de se sentir feliz com o avistamento, Boyer, que investigava o fenômeno ufológico, entrou em pânico. “Em minha opinião, o objeto não era uma espaçonave e, sim, um ser”. Ele disse que era difícil descrever a forma daquilo, já que ele mudava de forma o tempo todo, mas era praticamente circular, “se transformava a cada segundo”. De repente, um raio de luz saiu do objeto e atingiu seu carro. Após um blecaute, Boyer percebeu que não estava mais dirigindo, e, sim, seu amigo. E notou que eles estavam balbuciando em uma língua totalmente desconhecida — após 15 minutos esse estranho estado mental foi se desfazendo. Os dois amigos não contaram sua experiência a ninguém nem quiseram realizar uma regressão hipnótica para desvendar o que podia ter acontecido.
Evidências físicas
Apesar de muito descrédito, evidências de fenômenos ufológicos também vêm em forma primária e secundária. Como primária, podemos considerar a detecção por instrumentação, como radares ou equipamentos fotográficos. Isso já é de nosso conhecimento desde o verão de 1952, quando uma série de avistamentos foi detectada pelos radares e também visualmente sobre o Aeroporto Nacional de Washington. Entretanto, na grande maioria das vezes, os UFOs não aparecem nas telas. Sabemos também que os sistemas de radar estão sujeitos a leituras falsas, por uma série de fatores, incluindo avarias internas e condições atmosféricas extremas, como as inversões térmicas. Os radares podem detectar um objeto em movimento em solo ou na superfície da água e “entender” que ele está no ar.
Existem literalmente milhares de supostas fotos de UFOs e cada vez mais vídeos mostrando esses objetos. No entanto, nem uma única imagem ou conjunto delas pode ser identificada como absoluta e inequivocamente conclusiva, embora várias permaneçam altamente sugestivas após sua análise. Ironicamente, os ufólogos, em sua grande maioria, preferem fotos um pouco mais duvidosas, como as de Edward “Billy” Meier, sob a suposição de que, se algo soa ou parece bom demais, a chance de ser fraude é muito maior. Alguns pesquisadores rejeitam muitas das fotos de Ed Walter, do Caso Gulf Breeze, afirmando a mesma coisa, enquanto outros argumentam que há ambiguidade suficiente em suas fotos para torná-las críveis.
A análise computadorizada é pouco conclusiva quando se trata de evidências fotográficas. Embora a tecnologia das câmeras tenha aumentado exponencialmente em termos de sofisticação, os softwares também permitem a manipulação das imagens. Já a evidência secundária existe sob a forma de vestígios físicos, impacto no meio ambiente e, em alguns casos, nas testemunhas, pela presença ou pela passagem de um UFO. O ufólogo Ted Phillips tem catalogadas mais de 4.000 evidências físicas, desde terra e grama desidratadas ou chamuscadas a galhos de árvores quebrados, marcas circulares no chão e agroglifos, até estranhas queimaduras e níveis de radiação nos locais de aterrissagem dos UFOs.
Terra desidratada
Em Delphos, cidade do estado do Kansas, em novembro de 1971, um UFO em forma de cogumelo teria deixado para trás um anel brilhante no chão. Quando amostras da área dentro do círculo foram analisadas, descobriu-se que o solo estava notavelmente resistente à absorção de água em comparação com amostras de fora do círculo. Em outros casos, as evidências são ainda mais intrigantes, além de estarrecedoras, como animais mutilados, agroglifos e as abduções humanas, com seus procedimentos cirúrgicos para a colocação ou retirada de implantes alienígenas, fetos ou inseminação artificial de híbridos humano-alienígenas.
Infelizmente, se tem pouca evidência física quanto à forma e ao tamanho dos UFOs, a não ser o relato das testemunhas, fotos e filmagens, o que, convenhamos, já é bastante. Outro caso que deixou traços convincentes ocorreu em setembro de 1974, em Langenburg, Saskatchewan, no Canadá. Cinco discos voadores com cúpulas foram vistos girando sobre seu próprio eixo, decolando em plena luz do dia. As marcas no solo deixadas pelos objetos, em forma de redemoinho, foram descobertas logo depois de eles partirem. Elas mediam o mesmo diâmetro dos objetos. A Polícia Real Montada Canadense investigou e fotografou as marcas. Um caso similar ocorreu em Tully, na Austrália, em janeiro de 1966. A partir de então, para se descrever esse tipo de evidência, criou-se a expressão “ninho de discos&rdqu
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Segundo alguns ufólogos, os grays [Acima], responsáveis pelas abduções, voariam em objetos discoides, e o meio de transporte dos aliens de tipologia humana, também conhecidos como nórdicos, seria, além dos discos clássicos, os UFOs cilíndricos
Outro fato ligado às evidências deixadas pelos UFOs se refere às marcas no solo causadas pelos trens de pouso dos aparelhos — normalmente, tais traços são apenas pequenos buracos ou depressões no terreno onde o objeto teria pousado. O Caso Socorro, um clássico da Ufologia Mundial que teve como protagonista o policial Lonnie Zamora, é um exemplo. É possível determinar algumas informações sobre o objeto por intermédio das depressões encontradas no terreno, logo após sua decolagem. Neste caso, o artefato deixou uma espécie de marca de forma assimétrica no solo.
Três de quatro marcas tinham alguns centímetros de profundidade, enquanto a outra era um pouco mais profunda e mais definida. Foi estimado que algo com pelo menos uma tonelada deveria ter pousado suavemente no local para provocar aquelas depressões. Portanto, estamos falando de um objeto realmente robusto. Para sermos mais enfáticos, um artefato em forma de moeda que deixou marcas em um trilho de trem durante um pouso na cidade de Quarouble, na França, em 10 de setembro de 1954, teve um peso estimado em 30 toneladas.
As possíveis respostas
Como vimos, os UFOs apresentam uma grande variedade de formatos, desde aspecto de luz até de grandes discos, charutos voadores e bumerangues cheios de brilho. Juntamente com o grande número de relatos, podemos dizer com certeza que nem todos eles são espaçonaves extraterrestres. Para começar, cerca de 90% do total de avistamentos de objetos voadores não identificados podem ser explicados como sendo fenômenos naturais ou aeronaves terrestres. A pergunta é: pode qualquer UFO ser de origem extraterrestre ou de outra forma extraordinária? Eu acredito que sim.
Qual seria o melhor formato para um UFO, por exemplo? Será que um objeto discoide tem melhor desempenho em viagens interestelares do que um triangular? E por que os tipos de aparelhos mudam de tempos em tempos? Sobre o melhor formato para uma espaçonave viajar, não temos como responder, mas sobre porque elas mudam com o tempo, pelo menos temos uma teoria. Basta traçar um paralelo com a tecnologia de nossos meios de transporte, desde carros até aviões — eles evoluem com o tempo. Isso também pode ter ocorrido com os UFOs. É certo que ainda hoje temos objetos dos primórdios da Ufologia, como os clássicos discos voadores, sendo avistados em todo o mundo, mas de vez em quando não vemos um Fusca ou um Corcel pelas ruas? Imagine que a Terra seja nada mais do que um “ponto de descanso” ou um hub para viagens mais distantes.
Outra possibilidade seria a relação entre a tipologia do UFO e as espécies alienígenas que aqui vêm. Segundo afirmam alguns ufólogos, os grays, ou cinzas, responsáveis pelas abduções, voariam em objetos discoides, e o meio de transporte dos alienígenas de tipologia humana, também conhecidos como nórdicos, seria, além dos discos voadores clássicos, os UFOs cilíndricos, gigantescos como eles só. Enfim, seja qual for a resposta para essas duas perguntas, o que esta proposta de classificação procura demonstrar é que, assim como temos uma grande variedade de seres alienígenas que visitam nosso planeta, eles o fazem por meio de uma grande diversidade de aeronaves. Claro que temos teóricos que acreditam que os extraterrestres, na verdade, não são de fora da Terra e, sim, nossos sucessores — suas naves seriam máquinas do tempo.
De modo inteligente
Deixando esta teoria de lado, vamos nos concentrar no que temos de concreto: objetos voadores não identificados têm sido vistos em nossos céus há milênios, sejam em pinturas rupestres, quadros, desenhos ou relatos de testemunhas. Quando falamos de luzes no céu, há uma infinidade de possibilidades, pois se elas não apresentarem um comportamento diferente de tudo que temos, possivelmente haverá uma resposta terrestre para elas.
Formações de luzes noturnas são ainda mais problemáticas. Se alguém diz que está vendo uma frota de luzes, temos a teoria de que para agirem dessa forma só podem estar sendo conduzidas de modo inteligente. E sabemos que patos voam em formação. Mas é preciso mais do que isso tanto para se afirmar que sejam UFOs quanto para se negar. A visão noturna humana não é muito boa. Não somos animais noturnos. Para a nossa espécie, a noite é hora de dormir. Somos criaturas diurnas.
Enfim, qualquer que seja o avistamento, a noite pode nos fazer confundir o que estamos vendo. Obviamente, quando um relato diz respeito a um artefato com várias luzes sobre a sua cabeça, não é necessária uma visão de felino para notar que há algo sólido ali. Quando falamos de objetos diurnos — discoides, elípticos, cilíndricos, esféricos etc —, fica mais difícil encontrar uma resposta comum. Há um registro claro, podendo ser inclusive através de vídeo e fotos, mesmo que não tenha a qualidade esperada.
Seguindo essa lógica, tudo leva a crer que pelo menos uma pequena parcela de avistamentos de UFOs pode ser algo realmente concreto, com uma tecnologia avançada não construída por seres humanos. Extraterrestre? É bem possível. Viajantes do tempo? Quem pode afirmar? Mas o que não podemos negar é que suas visitas são rotineiras, senão diárias.
Sobram perguntas
Enquanto alguns pesquisadores dizem que essas visitas são raras, poucas por ano, como nós fazemos em nossas missões espaciais, pode-se amplamente discordar dessa teoria. Basta ver as evidências que nos cercam. Não se afirma aqui que todos os avistamentos, relatos, fotos e filmes, que hoje em dia extrapolam os milhões nas redes sociais, sejam concretamente de objetos voadores extraterrestres. Mas se pelo menos 1% do todo for o que acreditamos, já é o suficiente para que tenhamos uma pesquisa científica urgente e profunda por parte de todas as nações do planeta, com seus melhores cientistas, para desvendar um dos maiores mistérios da humanidade: estamos sós? Esta pergunta já está respondida. O que se quer agora é saber de onde eles vêm, como vêm e quem são.