O cometa Lulin, descoberto em 2007, atingirá aproximação máxima com a Terra na terça-feira, 24 de fevereiro. “A melhor hora de visibilidade será de madrugada, mais especificamente às 3 horas da manhã“, diz o coordenador de cometas da Rede de Astronomia Observacional (REA), Alexandre Amorim. “Ele estará próximo de Spica, estrela de primeira magnitude da constelação de Virgem“. Amorim diz que o cometa fará conjunção com o planeta Saturno no dia 23, “que será visível durante toda a noite“. No fim do mês, em 27 de fevereiro, ele estará próximo de outra estrela muito brilhante, Régulus, na constelação de Leão. O período de 23 a 27 é o melhor para observar o cometa, diz o astrônomo Tasso Napoleão, um dos coordenadores do Ano Internacional da Astronomia (IYA, sigla em inglês) no Brasil. Além de coincidir com a aproximação máxima entre o Lulin e a Terra – 61 milhões de quilômetros, ou pouco mais de um terço da distância entre nós e o Sol -, essa será também uma época de lua nova, o que significa que não haverá luz lunar ofuscando a visão do cometa.
“As estimativas de brilho do Lulin para a semana prevêem magnitude em torno de 5, o que significa que deverá ser perceptível com lunetas ou pequenos binóculos, mas dificilmente a olho nu“, diz Napoleão. Amorim recomenda binóculos com lentes de 50 milímetros e aumento de entre sete e 10 vezes para enxergar o Lulin. Ele sugere que quem quiser tentar ver o cometa busque se afastar da poluição luminosa de centros urbanos. “O cometa tem o aspecto de um astro nebuloso e a sua visibilidade é fortemente prejudicada pela iluminação das grandes cidades“, explica. Atividades envolvendo o Lulin, que deve o nome ao observatório de Taiwan onde foi feita a foto do céu que o revelou, estão na programação brasileira do IYA. No dia 26, o professor Oscar Matsuura, da USP, fará palestra no planetário de São Paulo sobre o assunto. A palestra será seguida por observações do cometa com telescópio, “se as condições meteorológicas forem favoráveis“, diz Napoleão. A oportunidade de observar o Lulin, ou C/2007 N3, como também é conhecido, é única. “Este não é um cometa periódico, e não retornará mais depois desta passagem“, explica Napoleão.