No próximo ano será inciada a construção de uma base espacial no deserto chileno de Atacama, o mais árido do mundo. Esta base pretende simular, no nosso planeta, uma colônia em Marte, com plataformas de lançamento e estufas.
A informação divulgada no jornal chileno El Mercurio refere que se tratará do Centro de Investigação Lua-Marte, um complexo científico, tecnológico e turístico implantado numa zona reconhecida pelos cientistas como uma das mais parecidas com o planeta vermelho.
Esta região é caracterizada por apresentar radiação solar e temperatura extremas, baixa umidade e ventos fortes. A estação espacial será construída na planície de Chajnantor, situada a 55 km leste da cidade de San Pedro de Atacama, a 5.150 m de altitude.
A investigadora Carmen Gloria Jiménez, da Universidade de Antofagasta, do grupo de coordenadores do projeto, informou que já existem experiências semelhantes em Utah nos Estados Unidos e na ilha de Devon, no Ártico canadense.
Entre os impulsionadores do programa estão a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), Mars Society, Instituto SETI, a Agência Espacial da China e mais de 40 empresas que prestam serviços à investigação e corrida espacial norte-americana. Além destes patrocinadores, o Comitê Científico e Tecnológico Nacional de Pesquisa (Conityc) facilitou o terreno.
Fernando Órdenes, assessor da Agência do Espaço Chilena explicou que se pretende começar a trabalhar nas plataformas já em 2011. Estão várias atividades previstas relacionadas com educação, investigação científica e transferência de tecnologia espacial para a agricultura e viticultura.
O grupo de investigação afirma que trabalhará em conjunto com operadores turísticos, universidades e indústrias mineiras para patentear inovações tecnológicas.
Em março do próximo ano, a área será visitada por uma delegação da Agência Espacial da China que tem planos de manter bases subterrâneas na Lua em 2020, para extração de minerais. Em abril chegará a Chajnantor um grupo da NASA.