Dois círculos praticamente idênticos e com aproximadamente 19 m de diâmetro cada um foram encontrados em meio a uma lavoura de triticale e outra de trigo – ambas prontas para serem colhidas -, em Ipuaçu, Santa Catarina, na tarde de domingo, 09 de novembro. O primeiro a ver o fenômeno foi o proprietário da fazenda, Nilson Biazotto, quando se dirigiu à lavoura com a colheitadeira. Ele contou que inicialmente achou ter sido obra de jovens, fazendo cavalo-de-pau em meio ao cultivo, mas um funcionário seu lhe chamou a atenção sobre a uniformidade do círculo. Lembrou também que na noite de sábado não aconteceram chuvas nem ventos fortes na região. Na segunda-feira à tarde, a lavoura dos Biazotto recebeu a visita de muitos curiosos – a maior parte de Ipuaçu mesmo. Entre eles, a sensação era a mesma: nunca haviam visto algo semelhante e não tinham dúvidas de que os círculos não foram feitos por máquinas, tratores ou veículos. Na terra fofa em torno dos círculos não havia qualquer marca de máquinas. O outro círculo foi encontrado na propriedade de Inésio Trentin, esta de trigo, a cerca de cinco quilômetros da plantação de triticale.
Os misteriosos círculos ficam em meio à lavoura, a mais de 25 m da estrada, e para chegar a eles não há qualquer rastro de pneus ou de máquinas, dando a entender que o que fez aquilo só poderia ter vindo do céu. A hipótese de tornado está praticamente descartada, pois as plantas estão acomodadas e bem definidas, sem qualquer sinal de terem sido atingidas por ventos ou chuva de pedras. As plantações nos dois círculos estão deitadas de maneira homogênea, em forma de um redemoinho e no sentido horário. Os agroglífos, como também são conhecidos, estão marcados e delimitados por uma faixa de 30 ou 40 cm com plantas em pé, sem sinais de qualquer amassamento e estas seguidas de outra faixa de plantas amassadas, agora com cerca de dois metros de largura, com os caules derrubados de maneira uniforme e igualmente no sentido horário. Nem dentro do círculo maior, nem no “anel” de dois metros, há sinais de fumaça, nem palhas queimadas ou mesmo quebradas: os caules estão estendidos no solo, com os cachos indicando que elas foram tombadas como que pela ação de uma antiga enceradeira, em sentido horário.
A professora Sarita de Biasi levou seus alunos do Colégio Padre Antônio Vieira, de Ipuaçu: “Viemos medir os círculos. Sou professora de física e de matemática e achei o fenômeno estranho. Medimos a área e o perímetro com trena e a partir do raio, fizemos o cálculo do e depois conferimos. Verificamos que a figura se aproxima de uma circunferência quase que perfeita”. O professor de matemática, Adilar Mocelin, acompanhou Sarita na medição e nos cálculos. O diâmetro medido foi de 19,40 m. O círculo de fora teve largura variável entre 2,30 m e 2,60 m. O cálculo do perímetro do círculo interno – comprimento – deu 61 m e a área chega a 296,6 m quadrados, de acordo com as contas dos professores.
Gerônimo Galetti, fotógrafo em Ipuaçu, capturou várias imagens do misterioso círculo, mas os encontrados nas terras da família Trentin, a cinco quilômetros da lavoura dos Biazotto. “Domingo de manhã, os vizinhos notaram o círculo e eu achei muito estranho mesmo. Se foi alguém que fez, planejou muito bem”, disse Galetti, que estava acompanhado de várias pessoas, as quais afirmaram ter medido o círculo a passo e confirmaram que o diâmetro do segundo círculo – na lavoura de trigo – também era de aproximadamente 19 m, além de as demais características serem idênticas. Ivo Luis Dohl, fotógrafo e diagramador do Jornal Gazeta Regional, é ufólogo e garante que círculos muito semelhantes aos encontrados em Ipuaçu podem ser vistos em fotos postados em vários sites, como o da Revista UFO [ufo.com.br], ou no Google, com o nome de círculos ingleses, agroglífos ou crop circles.
Por enquanto os sinais não comprovam que o causador desses fenômenos foram os UFOs, mas o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd está no local investigado o caso e em breve terá uma resposta para o fato. Até o presente momento não surgiram testemunhos de objetos estranhos sobrevoando a área. Mas, por outro lado, também não há como provar que algum tipo de máquina ou fenômeno meteorológico tenha capacidade para abrir, em pontos isolados no meio de lavouras, dois círculos praticamente idênticos, sem deixar nenhum outro rastro a não ser plantas de trigo e triticale acamadas como que com as mãos, pela sua homogeneidade.