O astrofísico Frank Drake propôs em 1961 sua famosa Equação, buscando determinar a quantidade de civilizações alienígenas avançadas existiriam no Universo. Infelizmente, muitos de seus fatores permanecem desconhecidos e achados recentes comprovam que outros elementos deveriam ser levados em conta. Na época, por exemplo, não se considerou que sistemas de estrelas anãs vermelhas podem ser adequados para abrigar planetas habitáveis. Agora um novo estudo aponta que é muito pouco provável sermos a primeira civilização tecnológica surgida no Universo, ou seja, certamente outros existiram antes de nós.
O estudo utiliza informações obtidas pelo telescópio espacial Kepler e adapta a Equação de Drake para calcular não a quantidade de civilizações existentes agora, mas a probabilidade de a civilização humana ser a única que já existiu. O trabalho demonstra que, para os humanos serem os únicos seres inteligentes, a probabilidade de desenvolvimento de uma civilização deve ser menos que uma em 10 bilhões de trilhões. Um número tão avassalador que Adam Frank, professor de física e astronomia da Universidade de Rochester, e Woodruff Sullivan, do departamento de astronomia da Universidade de Washington, afirmam que certamente muitas outras civilizações existiram antes que os humanos surgissem na Terra.
Adam Frank explica: “A questão sobre se civilizações avançadas existiam era uma das incertezas da Equação de Drake. Sabíamos aproximadamente quantas estrelas existem, mas não conhecíamos quantas dessas estrelas possuíam planetas habitáveis, nem a frequência com que a vida evolui para seres inteligentes, e nem quanto tempo as civilizações duram antes de se extinguir”. Graças às descobertas de exoplanetas a partir de 1995, incluindo evidentemente o telescópio Kepler, já se sabe que ao menos um quinto das estrelas possuem planetas na região habitável, que permite a existência de água líquida, essencial à vida, na superfície planetária. Contudo, resta a incerteza quanto à duração de uma civilização, sendo que a humana existe há cerca de 10.000 anos, um período insignificante em termos cósmicos. Por isso os dois cientistas alteraram a pergunta do termo da Equação de Drake, questionando se os humanos são a única espécie tecnológica que já surgiu.
QUASE CERTO QUE OUTRAS CIVILIZAÇÕES SURGIRAM BEM ANTES QUE NÓS
Esse enfoque eliminou a incerteza de quantas civilizações existem, conforme o conceito de questão arqueológica cósmica elaborado pelos dois cientistas, ou seja, o quanto é frequente na história do Universo a vida evoluir até um estágio avançado. Eles inverteram a proposta da Equação de Drake, calculando as chances de não ocorrer o surgimento de civilizações, como se a humanidade fosse a única. Frank afirma: “Não sabemos quais as chances de uma espécie inteligente evoluir em um dado exoplaneta habitável, mas usando nosso método podemos dizer exatamente quão baixa seria a probabilidade para que fôssemos a única civilização no Universo. Chamamos isso de linha pessimista e se a probabilidade é maior que ela, então uma civilização avançada provavelmente já existiu”. Assim chegaram ao espantoso número de uma chance em dez bilhões de trilhões de sermos os únicos no Universo.
Adam Frank afirma: “Essa porcentagem é incrivelmente baixa. Ou seja, isso indica que outra espécie inteligente produtora de tecnologia avançada muito provavelmente evoluiu antes de nós. Antes era considerado pessimista afirmar que as chances de uma civilização existir em um planeta fosse de uma em um trilhão. Mas mesmo essa hipótese aponta que o que aconteceu aqui na Terra com a humanidade aconteceu antes por aproximadamente dez bilhões de vezes em toda a história de mais de 13 bilhões de anos do Universo”. Computados os números somente para nossa galáxia, a Via Láctea, as chances são de uma em 60 bilhões. Como se estima sua quantidade de estrelas entre 100 e 400 bilhões, é possível de acordo com o estudo que existam outras civilizações surgidas antes de nós na galáxia. Frank e Sullivan adotam o enfoque tradicional da ciência no tocante a possível contato com essas civilizações, apontando as imensas distâncias cósmicas e que, baseando-se somente na duração de nossa civilização, é possível que a maioria ou todas essas estejam extintas. Porém, o estudo se revela de tremenda importância, por apontar a baixíssima probabilidade de estarmos sozinhos. Ou, em outras palavras, a probabilidade de existirem outras civilizações no Universo é incomparavelmente maior.
Confira o artigo publicado na Astrobiology
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