LONDRES – Um cientista americano conseguiu desenvolver um método de alta resolução, mais eficaz que os raios gama, para estudar a camada de gelo subterrânea de Marte, informa a revista britânica Nature. O método, desenvolvido por Joshua L. Banfield, toma como referência as mudanças na temperatura da superfície marciana, de acordo com a estação do ano. Elas são medidas pela sonda Mars Odyssey, da Nasa. Até agora, as medidas tomadas com espectrômetros de raios gama só podiam detectar mudanças produzidas no gelo em áreas de centenas de quilômetros. O novo metido permite detectar gelo em áreas muito menores.
“As observações (realizadas com o novo método) mostram mudanças significativas na profundidade do gelo (de Marte) e, em alguns casos, confirmam as previsões sobre sua distribuição subterrânea, feitos através de modelos de difusão de vapor e intercâmbio atmosférico”, afirma Banfield. A pesquisa do cientista confirma, também, que Marte apresenta um ciclo ativo de água que depende dos esquemas climáticos relacionados à órbita descrita em torno do Sol. “As altas concentrações de gelo que tinham aparecido nas medições do espectrômetro de raios gama significam que o gelo da parte mais superficial do subsolo é uma mistura de gelo e material rochoso”, explica Bandfield. Segundo o cientista, a mistura de materiais tem uma inércia térmica parecida com a de uma camada rochosa sólida, muito mais elevada que a do rególito, ou solo marciano.