Às 18h30 do dia 07 de dezembro, Pequim confirmou a notícia: a sonda não tripulada Chang’e-4 está mesmo a caminho do espaço em direção à face oculta da Lua – região que já foi fotografada mas jamais explorada por humanos.
De acordo com a Administração Espacial Nacional da China, a missão Chang’e 4 realizará observação astronômica de rádio de baixa frequência, análise de relevo, detecção de composição mineral e da estrutura superficial da Lua, além de medição de radiação de nêutrons e de átomos neutros.
(Ilustração do rover Chang’e-4 da China na Bacia do Pólo Sul-Aitken no outro lado da lua. Crédito: CNSA, CASC)
Com a sua missão, a China espera ser o primeiro país a realizar um pouso com sucesso do lado oculto da Lua. Até agora, era tecnologicamente impossível chegar a este lado do satélite, o lado que nós nunca conseguimos ver da Terra.
Agora, e se tudo correr como esperado, a sonda, batizada com o nome de uma deusa chinesa que habitava a Lua, deverá pousar nos primeiros dias de janeiro e o local provável de alunagem da sonda e do rover será a cratera Von Kármán, situada na bacia do Polo Sul-Aitken, a maior e mais antiga depressão na Lua e uma das maiores zonas de impacto do sistema solar.
(Representação artística do módulo lunar lateral Chang’e-4, lançado em agosto de 2018. Crédito : CNSA, CASC)
“É uma área-chave para dar resposta a várias questões sobre a história da formação da Lua, incluindo a sua estrutura interna e a evolução da sua temperatura“, explica Bo Wu, investigador da Universidade Politécnica de Hong Kong.
A bordo da nave espacial estão sementes de batata para plantar e ovos de bicho-da-seda com o objetivo de estudar a sua evolução, que será gravada e controlada a partir da Terra. O objetivo é testar se a batata e a planta herbácea arabidopsis thaliana (da família da mostarda) crescem e fazem a fotossíntese num ambiente controlado, mas condicionado à microgravidade da superfície lunar. Experiências anteriores realizadas na Estação Espacial Internacional revelaram que a batata e a arabidopsis thaliana podem crescer normalmente em ambientes controlados que estão sujeitos a uma gravidade inferior à da Terra, mas não a uma gravidade tão baixa como a da Lua.
(Um mapa do lado lunar mostrando as possíveis áreas de pouso da Chang’e-4. A faixa vermelha representa a região mais provável. Crédito da imagem: Phil Stooke)
Para realizar tal experiência uma sonda transportará também terra e água à Lua. As sementes serão desenvolvidas dentro de um compartimento de alumínio. Além disso, a sonda irá estudar o gás interestelar e os campos magnéticos que disseminam após a morte de uma estrela.
A China demonstra, desta forma, a sua crescente ambição espacial, para concorrer com a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos. Se for bem-sucedida, a missão a bordo de um foguete Longa Marcha 3B impulsionará o programa espacial chinês para uma posição de liderança numa das áreas mais importantes da exploração lunar.
(Sequência de descida de potência planejada para a Chang’e-4. Crédito: Beijing Aerospace Control Center)
Depois da “Chang’e-4, seguir-se-á a missão Chang’e-5, com lançamento previsto para 2019 e com a qual a China pretende recolher amostras do solo lunar. Porém, a meta final da agência espacial chinesa, ainda sem data marcada, é criar uma base na Lua para exploração humana.
Veja o lançamento da Sonda Chang’e-4:
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