Teste chinês despertou preocupação em outros países
A China garante que o seu programa espacial é pacífico, mas a comunidade internacional não está convencida.
O projeto espacial da China tem um orçamento anual de US$ 500 milhões (R$ 1,06 bi); o programa espacial americano gasta cerca de US$ 17 bi (R$ 37 bilhões).
A China lançou uma missão espacial em 2003: foi o terceiro país a fazê-lo depois de EUA e União Soviética.
Diversos países, como Japão e Austrália, expressaram preocupação com o teste, temendo que ele possa provocar uma nova corrida armamentista espacial.
A revista American Aviation Week and Space Technology disse que um satélite meteorológica chinês Feng Yun 1C, que circulava na órbita polar, foi destruído por um míssil anti-satélite lançado do Centro Espacial de Xichang ou de uma área próxima, no dia 11 de janeiro.
O impacto do míssil com o satélite teria acontecido a cerca de 865 km de distância da Terra. O relato foi confirmado pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Americano, Gordon Johndroe, na quinta-feira passada.
“Os Estados Unidos acreditam que o desenvolvimento e teste de tais armas por parte da China não é consistente com o espírito de cooperação que os dois países aspiram na área espacial civil”, disse Johndroe.
Receio em Taiwan
O teste chinês despertou alarme em Taiwan, que depende de satélites americanos para monitorar os movimentos da China.
Há uma crescente preocupação internacional com o desenvolvimento militar chinês. Apesar do governo do país não divulgar os seus gastos com o orçamento militar, analistas dizem que ele tem crescido nos anos recentes.
Não há nenhum tratado internacional proibindo tais testes, mas depois da última vez que um deles foi realizado, pelos Estados Unidos, em 1985, especialistas levantaram o risco de que os pedaços dos satélites destruídos atingissem outros em funcionamento.
Apesar da condenação americana do teste chinês, recentemente Washington se opôs aos apelos para que esse tipo de teste fosse abolido. Em outubro, o país disse que tem liberdade de ação no espaço e se cogita que os próprios Estados Unidos tenham uma pesquisa de desenvolvimento de um programa similar de “destruição de satélites”.
A China confirmou na última terça-feira que destruiu um satélite em órbita com um míssil no dia 11 de janeiro, causando preocupação internacional.
O ministro das Relações Exteriores da China, Liu Jianchao, afirmou, durante uma entrevista coletiva, que o teste foi realizado, confirmando informações dadas por Washington.
“O que é preciso ser dito é que a China sempre advogou pelo uso pacífico do espaço, se opondo à sua militarização”, afirmou Jianchao.
De acordo com autoridades americanas, a China usou um míssil de médio alcance, lançado do solo, para destruir um satélite meteorológico obsoleto.
China no espaço
Até aqui, Estados Unidos e Rússia eram as únicas nações a destruir satélites com mísseis.