Quem chega a Ilhabela não imagina que por trás do belíssimo espetáculo proporcionado por sua exuberante natureza e paradisíacas praias se encontram incríveis histórias de assombração, mistérios noturnos e trágicos acidentes náuticos – além de aparições de UFOs e seus tripulantes. Situada no litoral norte do Estado de São Paulo, é a maior ilha de nossa costa, com 333 km2. Também conhecida por Ilha de São Sebastião, foi descoberta pelo navegador italiano Américo Vespúcio, em 20 de janeiro de 1502, e fundada em 03 de setembro de 1805, com o nome de Villa Bella da Princesa. A sede do município, que tem 13.500 habitantes, fica na parte da ilha voltada para o continente, onde surgiu o primeiro povoado do local, que levava o nome de Vila Bela. Mais tarde, em 1944, foi rebatizada para Ilhabela. Sua ligação com o continente é feita através de balsas, diariamente, e o ponto mais alto da ilha, o Pico do Papagaio, tem 1.370 m de altura.
Em dezembro passado, uma equipe do Grupo de Pesquisas Ufológicas (GPU), sediado em Americana (SP), se deslocou até o local, onde realizou pesquisas de campo em diversos pontos do município. Conversando com antigos moradores, a equipe do GPU levantou interessantes casos que não deixam dúvidas a respeito de uma constante incidência ufológica por toda a ilha. Os mais velhos residentes do lugar comentam bastante sobre as dezenas de naufrágios ocorridos na parte costeira da ilha, voltada para o oceano. Referem-se também aos primeiros habitantes da região, os índios tupinambás, e aos piratas que ali estiveram em busca de tesouros. São fartas, ainda, histórias sobre escravos que trabalharam em engenhos de cachaça, que viam assombrações e luzes misteriosas.
Objetos Suspensos no Ar — Na praia do Jabaquara os investigadores realizaram uma entrevista com o senhor Walter de Almeida, que manteve um pequeno comércio naquele local. “Numa certa madrugada do verão de 2000, eu estava no canto direito da praia quando vi uma forte luz aparecer na parte esquerda, onde há um riacho. Era uma bola de fogo de cor branca, silenciosa e com mais de 1 m de diâmetro”, declarou. Segundo Almeida, o objeto estava imóvel, suspenso a alguns centímetros do chão. Então, começou a se deslocar para a Mata Atlântica, desaparecendo de vista. Casos como esse são comuns no local e os moradores já estão acostumados a eles e outros fenômenos estranhos.
Um índio caiçara que mora em Ilhabela há muitos anos relatou que também observou várias vezes a passagem de bolas de fogo nas imediações. Em muitos pontos do Brasil, esses fenômenos são conhecidos no folclore como boitatás, mães-d’água, minhocões e diversos nomes. Outros mistérios, porém, também rondam o lugar – alguns bastante peculiares. Antigamente, havia um engenho de cachaça próximo da praia, de onde os escravos que lá trabalhavam, após produzirem uma boa quantidade da bebida, eram obrigados a levá-la em canoas a remo até o município de Santos. Hoje só restam as ruínas do engenho, mas muita gente jura que o local é mal assombrado e que as almas penadas dos escravos andam por ali nas noites. Também usando características de lendas folclóricas difundidas em todo o país, é comum pessoas de comunidades isoladas se referirem aos UFOs como almas penadas ou errantes, justamente por terem uma forte luminosidade branca e formato difuso, que lembrariam a imagem de um fantasma.
Outra peculiaridade dessa misteriosa luz que é comumente avistada em trilhas e praias de Ilhabela é a de acompanhar as pessoas. Isso é corriqueiro no local, mas depois do susto inicial, o observador se acostuma com seu luminoso e inofensivo acompanhante. O senhor Almeida conta que deparou com uma dessas luzes. “Há alguns anos, numa madrugada de outono, durante uma pescaria em Sepituba, encontrei-me com uma bola de luz de uns 80 cm de diâmetro e cor branca. Ela estava suspensa cerca de um metro do chão e não fazia ruído”, disse. Mas a esfera passou a seguir a testemunha por todos os lugares onde fosse. Quando ele andava, a bola se movia, e quando ele parava, ela também ficava imóvel. “Adverti meu companheiro de pescaria para a estranha luz e ele indagou se não poderia ser um reflexo da Lua. Mas como, se naquela noite não havia Lua?”, exclamou Almeida. A luz chegou a ficar menos de 2 m de distância da testemunha e depois se embrenhou na mata, desaparecendo.
Misteriosos Desaparecimentos — Os populares relataram à equipe do GPU misteriosos desaparecimentos de pessoas pela ilha, que saíram para caçar ou caminhar e nunca mais voltaram. Outras histórias tradicionais do local tratam de pescadores que sofreram acidentes nos costões ou em embarcações, e que também nunca mais foram vistos. Casos mais recentes dão conta de que mergulhadores, após submergirem nas águas, não retornaram mais. Muitas dessas narrações podem ser exageros ou mesmo fantasias populares, mas há inúmeros casos de desaparecimentos registrados oficialmente pelas autoridades – e em diversos episódios, apesar das tentativas de busca e salvamento, até hoje não foram encontrados quaisquer vestígios dos desaparecidos.
Um dos mais antigos moradores de Ilhabela é Antonio Sacramento de Almeida, que concedeu uma entrevista sobre suas experiências por aquelas terras e informou um pouco mais sobre as lendas referentes ao engenho de cachaça. “Aqui eu já observei muitas coisas estranhas, pois a ilha é cercada de mistérios. Eu nasci onde moro hoje e conheço bem esse lugar. A fundação de minha casa é de 1844”, disse esse bisneto de alemães e portugueses. Foram seus bisavôs que construíram e mantiveram o engenho onde trabalharam muitos escravos. Sacramento conta que, desde que era garoto, andava por vários lugares da ilha e via muitas coisas estranhas. “Certa feita, entrei numa caverna bem escondida e ali encontrei uns tecidos e objetos que pareciam ser valiosos, que talvez tenham sido escondidos por piratas. Ou então foram ali recolhidos pelos caiçaras, quando do acidente de algum navio”.
Ele ainda se lembra das histórias dos mais velhos sobre o famoso naufrágio do navio mercante espanhol Príncipe de Astúrias, que colidiu com uma rocha na Ponta da Pirabura, em 1916. Dos 590 passageiros, 477 morreram e seus corpos ficaram sendo trazidos às praias pela maré durante dias. “Muitos objetos de valor que o navio transportava boiaram até a costa. Dizem que os caiçaras recolheram várias peças, além de cortar osdedos de homens e mulheres para retirar os anéis de ouro que eles portavam”, encerrou. Alguns moradores da região da ilha que é voltada para o alto-mar, defronte de onde aconteceram dezenas de naufrágios, dizem que o local é mal assombrado e alegam ter visto ali as almas dos náufragos vagando sobre as águas ou pelas praias. Mais uma vez, os fenômenos a que se referem as testemunhas são luzes estranhas, pequenas e grandes, que também são vistas saindo e entrando no mar. Navegadores de diversas nacionalidades, que p
or ali passaram, também registram os artefatos – alguns chegam a afirmar que os mesmos atrapalham a navegação e poderiam causar acidentes. Teria sido uma dessas luzes a causadora do naufrágio do Príncipe de Astúrias?
Grande Estrondo — Sacramento é veterano em avistamentos dessas luzes. “Eu já vi a tal da bola de fogo muitas vezes. Numa noite, observei quando ela saiu do mar, próximo da Ilha da Vitória, vindo para Ilhabela. Tinha forma esférica, cor vermelha e soltava faíscas. Era grande, com talvez uns 3 m de diâmetro”. Segundo relatou, o objeto aproximou-se da ilha rapidamente e se dirigiu ao Pico do Papagaio, sumindo em sua parte posterior com um grande estrondo. Noutra ocasião que viu esse mesmo objeto, o estrondo se repetiu quando o mesmo abaixou-se atrás do pico.
Mas não são apenas luzes misteriosas que preenchem as tradições de Ilhabela. Almeida, Sacramento, um índio caiçara e várias outras pessoas entrevistadas pela equipe do GPU relataram a existência de uma misteriosa entidade que caminha por aquele território. Segundo as testemunhas, teria aparência humanóide, cor escura e quase 3 m de altura, com físico robusto. Na cabeça, tal ser portaria algo descrito como um chapelão. Apesar da semelhança, todos os entrevistados concordam que essa figura não é humana, nem assombração, pois já foi vista bem de perto. O comportamento da entidade é fugaz: não conversa e foge ao menor sinal de aproximação de pessoas, comportando-se de maneira muito estranha. Às vezes, segundo relatos, desaparece no ar a poucos metros das testemunhas. Noutras, mergulha no mar e não retorna à superfície, sumindo sem deixar vestígios. Tem hábitos noturnos, mas já foi vista de dia.
Tal ser ainda caminharia em trilhas fechadas, que desembocam em precipícios ou que levam a lugares desertos. Para alguns moradores consultados, parecem existir vários deles, pois há casos de duas ou mais observações feitas da entidade numa mesma data e hora, em locais distantes uns dos outros. Os primeiros avistamentos desses seres se deram ainda na época dos ancestrais dos entrevistados, pelos idos de 1800. Noutras regiões do Brasil e demais países da América Latina, há numerosas histórias de seres não identificados, como o de Ilhabela, vistos nas mais variadas circunstâncias. A maioria tem em comum o fato de que não gostam de ser abordados em suas atividades e evitam contato com as pessoas.
A antiguidade da casuística ufológica de Ilhabela é conhecida desde o caso do professor e advogado paulista João de Freitas Guimarães. Numa noite de junho de 1956, Guimarães passeava pela praia próxima da saída das balsas, quando avistou no mar algo que parecia uma baleia expelindo um jato de água. Tratava-se de um engenho que apresentava uma luz verde pálida, que se aproximou e pousou na praia. Dele saíram dois seres humanóides, com quem o advogado tentou estabelecer diálogo, sem sucesso. Apenas telepaticamente eles se entenderam com Guimarães, que acabou passeando na nave a convite dos alienígenas. Dentro do aparelho Guimarães não viu portas, apenas paredes de linhas retas e janelas. O interior da sala onde estava era profusamente iluminado por uma luz agradável, que o advogado não conseguiu achar de onde era projetada. Em dado instante, quando o engenho começou a trepidar, o ufonauta disse-lhe por telepatia que a nave acabara de deixar a atmosfera terrestre.
Aparelho Retangular — Na sala em que estava não havia nada além de um instrumento que, segundo o ser que estava com ele explicou por telepatia, tinha a ver com a navegação do UFO. O aparelho era retangular, com três agulhas muito sensíveis que oscilavam conforme a região navegada. Durante o passeio sideral, o ufonauta revelou a Guimarães que o Sol, ao contrário do que se acredita, repele os planetas, e não o contrário. O advogado observou bem os seres que viajavam na nave: eram louros, altos e jovens. Tinham um olhar tranqüilo e acolhedor. Trajavam macacões sem enfeites, de um tipo de malha finíssima de cor verde. Suas roupas estreitavam-se no pescoço, punhos e tornozelos. Seus cabelos eram compridos até os ombros e calçavam sapatos, também verdes, que pareciam feitos de borracha. Os jornais que noticiaram o contato de João de Freitas Guimarães na época deram muita credibilidade ao caso, apresentando a testemunha como pessoa de alto conceito e advogado dos mais ilustres do fórum de Santos (SP).
Outros interessantes relatos de observações de UFOs na região encontram-se no livro Ilhabela e seus Mistérios, de Cícero Buarque. Além de aparições de discos voadores, Buarque aborda naufrágios de navios, descobertas de tesouros de piratas e suas lendas, histórias sobre os índios tupinambás etc. O autor também menciona alguns mistérios a respeito da exuberante natureza do município, como uma rocha com forma de pirâmide encontrada na Praia do Gato, pedras ovais de perfeição milimétrica, achadas ao sul da ilha, e enormes formações rochosas estranhamente magnetizadas localizadas na Ponta da Pirabura. Além desses enigmas, Ilhabela e seus Mistérios registra que muitas pedras descobertas contêm estranhas inscrições e desenhos, como as da Praia da Siriuba. A propósito do magnetismo encontrado em rochas em Pirabura, alguns pesquisadores aventam a hipótese desse fenômeno ser o causador de alguns acidentes náuticos. Segundo eles, as ondas magnéticas irradiadas pelas rochas teriam causado desvios nas bússolas das embarcações, confundindo os navegadores.
Assombrações e Miragens — Ainda de acordo com as informações que o GPU coletou em sua visita a Ilhabela, os pontos de aparições de estranhas luzes e objetos voadores não identificados no local são muitos. Entre eles, destacam-se alguns onde foram avistados fenômenos luminosos mais recentemente: Praia do Jabaquara, Praia do Jacuíba, Baía de Castelhanos, Praia da Caveira, Morro do Papagaio, Ponta da Pirabura e Praia de Sepituba. Não há dúvidas de que muitas das chamadas assombrações e miragens relatadas por moradores de Ilhabela são fenômenos ufológicos autênticos, vistos em circunstâncias especiais e descritos como lendas folclóricas, seguindo uma tradição existente em todo o país. As estranhas luzes que cruzam as praias e os morros são em sua maioria objetos esféricos que apresentam comportamentos inteligentes, assemelhando-se às tão comumente descritas sondas extraterrestres da literatura ufológica. De almas penadas elas não têm nada.
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Numa interpretação avançada, alguns estudiosos dos mistérios de Ilhabela chegam a afirmar que os enigmáticos seres de quase 3 m de altura, que são avistados há séculos, aparecendo e sumindo em diversos pontos de seu território, podem estar relacionados a seres não terrestres, que manteriam um refúgio submarino ou subterrâneo por ali. Suas características, como a cor escura de suas roupas e o uso de uma espécie de chapelão, sugerem que estejam vestindo um macacão bem justo ao corpo, com um tipo de capacete na cabeça. Já os UFOs avistados entrando e saindo das águas ao redor da ilha, assim como surgindo e sumindo entre os morros, reforçam a idéia de que haja nas imediações um esconderijo ou base extraterrestre, teoria que já foi defendida por muitos pesquisadores que se aprofundaram nos enigmas de Ilhabela.
Esses engenhos poderiam estar se alojando em grutas submarinas e se movendo por passagens ocultas nas matas, dirigidos ou controlados remotamente por alguma inteligência. O relevante contato de João Freitas Guimarães reforça essa possibilidade, uma vez que a nave em que viajou surgiu do mar, em meio à baía da Ilhabela, quem sabe proveniente de uma base submarina. Por outro lado, os estranhos sinais encontrados na natureza, na forma de pedras piramidais e ovais, e as misteriosas ondas magnéticas irradiadas das rochas nos costões, talvez não estejam ali por acaso. Há ainda os misteriosos desaparecimentos de pessoas em todo o vasto território da ilha, na mata ou mar ao redor. Teriam elas sido abduzidas por ETs? Ou será que entraram por engano em seus refúgios, não podendo mais deles retornar? Todos esses mistérios ainda não foram elucidados. Mas, com certeza, Ilhabela está no mapa do Brasil como um dos lugares de maior incidência ufológica.
Mistérios em todo o litoral paulista
por Alexandre Calandra
Além de Ilhabela, outros municípios do litoral norte do Estado de São Paulo têm sido alvos de ocorrências ufológicas. Em dezembro passado, o Grupo de Pesquisas Ufológicas (GPU) também visitou as cidades de São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, obtendo nelas informações interessantes sobre a casuística ufológica local. Luzes não identificadas são vistas com freqüência se movendo sobre o mar, nas praias e na Mata Atlântica. Segundo informações coletadas junto a populares, ultimamente as ocorrências têm se dado, em sua maioria, à noite, concentrando-se no período de inverno. Pescadores e caçadores são os principais observadores dos fenômenos, já que suas atividades são noturnas e as realizam muitas vezes em locais ermos, bem isolados.
Praias agitadas, como Boiçucanga e Maresias, em São Sebastião, Martim de Sá e Massaguaçú, em Caraguatatuba, Lázaro, Tenório e Toninhas, em Ubatuba, também se encontram no circuito de passagens dos UFOs. Em sua pesquisa de campo, o GPU chegou até a Ilha Anchieta, no litoral de Ubatuba, onde existem ruínas de um antigo presídio, sobre o qual orbitam histórias de assombrações e luzes misteriosas. Mais uma vez se repete o padrão verificado anteriormente: as histórias contadas pelos moradores registram objetos voadores não identificados como fantasmas ou almas penadas. A casuística ufológica do litoral norte paulista vem de longa data, com ocorrências de diversos graus acontecidas ao longo de décadas.
Talvez um dos casos mais conhecidos daquela região seja a explosão de um UFO numa praia de Ubatuba, no ano de 1957. O caso foi noticiado pelo jornalista Ibrahim Sued, em O Globo. Segundo sua reportagem, na qual repassou informações recebidas de pescadores que viram o fenômeno, um objeto em forma de disco, vindo do alto-mar para a praia numa velocidade incrível, realizou uma manobra em ângulo agudo e explodiu a 200 m da areia. Desintegrou-se num feixe de chamas e pequenos fragmentos caíram no mar, sendo recolhidos por populares. Esse material foi examinado em laboratórios do Brasil e dos Estados Unidos e concluiu-se que era constituído de magnésio com elevado grau de pureza. As amostras eram formadas por um conjunto de cristalizações hexagonais de grande resistência. Segundo especialistas, não há dúvidas de que o material tinha sido preparado por uma técnica desconhecida na Terra.